Este 6º Veredito Cinéfilo do Plano Crítico irá fazer um ranking da filmografia de Steven Spielberg. O ranking não será atualizado. Em ocasião futura realizaremos um outro Veredito, com as mesmas regras, mas considerando os filmes que o diretor assinará após O Bom Gigante Amigo.
Este Veredito é a compilação pontuada das listas individuais de Fernando Campos Junior, Guilherme Coral, Lucas Nascimento, Luiz Santiago, Rafael Novelo, Rafael W. Oliveira, Ritter Fan e os convidados Adriano de Oliveira (Cine Revista), Guilherme Santiago e Lucas Thulin. Cada lista teve no mínimo 17 filmes e no máximo 33, ou seja, a totalidade dos longa-metragens do diretor, contando suas direções para o cinema ou TV entre Firelight (1964) e O Bom Gigante Amigo (2016). Importante destacar que nenhum dos seguintes longas do diretor apareceram nas listas, por isso não pontuaram e, consequentemente, não entraram no ranking: Firelight (1964), A Força do Mal (1972) e Savage (1973)
A contagem de pontos de cada filme na lista abaixo é a soma de seu lugar em cada uma das 10 listas individuais, lembrando que apenas 4 dos 10 jurados enviaram a lista com 30 filmes. A menor lista recebida contou com 22 indicações. Nos comentários para cada filme, a sequência utilizada é “comentário seguido de assinatura”.
Esperamos que vocês apreciem a lista e tenham em mente que compilações desse porte são sempre bastante pessoais, mesmo quando feitas por um grupo de críticos. Deixe nos comentários a sua opinião sobre o resultado final e não se esqueça de fazer você mesmo a sua lista, classificando os melhores e piores filmes de Steven Spielberg que você assistiu.
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1º – A LISTA DE SCHINDLERSchindler’s List / 245 pontos |
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Estreou em 30 de novembro de 1993 (EUA) e 11 de março de 1994 (Brasil) | ||||
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Tido por muitos como o filme da maturidade cinematográfica de Steven Spielberg, mostrou que ele não era apenas um cineasta de apelo popular e vocação nata para o entretenimento, mas um diretor sério e hábil do ponto de vista dramático.
Adriano de Oliveira
Dificilmente achamos um filme que retrate o holocausto judeu de forma tão angustiante quanto A Lista de Schindler. Ainda que Liam Neeson exagere um bocado no trecho final, quando oferece seu relógio para salvar mais judeus, estamos falando da melhor atuação de sua carreira. Um filme que retrata, literalmente, sem cores um período Sombrio da humanidade, nos trazendo um olhar sobre o nazismo que consegue ser realista, humano e profundamente assustador.
Guilherme Coral
Com a bela e triste fotografia em preto e branco de Janusz Kaminski, constrói-se um clima denso, que irá transmitir a seriedade da película. Não há felicidade, não é um filme fácil de se assistir (não apenas pelas mais de três horas de projeção, mas pela densidade do conjunto da obra). A Lista de Schindler destrói a figura do ser humano e faz com que o espectador perca a pouca fé que ainda resta na humanidade, como é de praxe em filmes da Segunda Guerra. Ao mesmo tempo, o filme nos faz acreditar mais uma vez na empatia e alteridade que existe dentro de nós. Essa dualidade é que faz desse filme uma pérola do universo cinematográfico mundial. Spielberg, no início de sua carreira, se dedicou ao entretenimento e tinha um compromisso em divertir seus espectadores. Com A Lista de Schindler, o diretor provou ser capaz de também emocionar multidões. Se Spielberg não seria o mesmo depois desse filme, quem o assistir também não será.
Rafael Novelo
Sim, Spielberg usa de golpes baixos sentimentais aqui. Afinal, como não perceber o truque sujo com a menininha do vestido vermelho e, mesmo sabendo da armadilha, não começar a quase chorar só de lembrar? E o que dizer dessa biografia impressionante com fotografia em preto-e-branco encabeçada por uma trinca imbatível de atores? Liam Neeson antes de descambar para a pancadaria descerebrada, Ben Kingsley antes de começar a aceitar qualquer papel que passa pela sua frente e Ralph Fiennes antes de perder o nariz e virar Você-Sabe-Quem.
Ritter Fan
2º – OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDARaiders of the Lost Ark / 228 pontos |
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Estreou em 12 de junho de 1981 (EUA) e 25 de dezembro de 1981 (Brasil) | ||||
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A criação conjunta de George Lucas e Steven Spielberg não poderia render nada além que não fosse a obra-prima dos filmes de aventura. O ritmo aventuresco é construído com maestria aqui e Harrison Ford apresenta um dos heróis mais icônicos da história do cinema. Se não bastasse isso, o longa ainda traz um subtexto crítico ao nazismo e presenteia o público com uma das trilhas sonoras mais marcantes da carreira de John Willians.
Fernando Campos Junior
Chega a ser difícil elencar todas as influências que Indiana Jones deixará ao longo dos anos. Desde a icônica sequência da bola gigante, até o espadachim sendo derrotado por um tiro, estamos falando da franquia que, junto de Star Wars, fez a carreira de Harrison Ford, que, surpreendentemente conseguiu não ficar preso a esses papéis. Ainda que o protagonista seja completamente irrelevante para que a narrativa se desenrole, temos aqui um filme de aventura por excelência, que conta com uma atmosfera verdadeiramente única.
Guilherme Coral
A criação de Philip Kaufman e George Lucas, a direção brilhante de Steven Spielberg e a roteirização sólida de Lawrence Kasdan tornaram o primeiro filme da franquia Indiana Jones uma obra-prima inestimável. Os Caçadores da Arca Perdida funciona graças a direção cuidadosa e detalhista de Spielberg, que cria um mundo de muita ação, suspense e bom humor.
Rafael Novelo
O melhor filme de aventura e ação da história da Sétima Arte. Ponto final. Não aceito discussão sobre essa afirmação.
Ritter Fan
3º – TUBARÃOJaws / 225 pontos |
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Estreou em 25 de junho de 1975 (EUA) e 25 de dezembro de 1975 (Brasil) | ||||
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Através de Tubarão, Spielberg nos ensinou, de uma vez por todas, que menos é mais. O diretor nos entrega um potente suspense através da trilha de John Williams que acompanha os movimentos de câmera que trabalham diretamente com o imaginário do que espectador. Tubarão permanece como o ápice de seu subgênero e um dos melhores filmes de terror já feitos, mostrando que o medo é fabricado com muito mais potência quando não vinculado a uma obra superexpositiva.
Guilherme Coral
Benchley, o autor do livro que originou o filme magnífico de Steven Spielberg, deu total liberdade ao diretor para fazer o que quisesse com a história. Nascia o primeiro blockbuster da história do cinema. O maior êxito do diretor aqui é na construção da tensão da narrativa, sem exageros (o nosso encontro com o tubarão é sempre adiado para mais tarde) e mirabolismos. Depois de Tubarão, Spielberg assinou o seu nome na história do cinema mundial.
Rafael Novelo
o pioneiro do conceito blockbuster poderia ter facilmente ter sido um mísero filme trash e sanguinolento de segunda categoria (tal qual foram suas continuações), mas foram Spielberg e sua classe na direção que fizeram do filme uma verdadeira brincadeira com expectativas e subjetividade, prendendo o fôlego a cada nova pequena aparição da criatura-título.
Rafael W. Oliveira
Um filme em que o antagonista é um tubarão e que é representado por movimentos de câmera e uso de uma trilha sonora inesquecível. O filme que inaugurou o próprio conceito de blockbuster. Uma obra-prima aterrorizante. E isso é só o segundo longa cinematográfico de um Spielberg então com apenas 29 anos. Nada como começar sua carreira pelo auge, não é mesmo?
Ritter Fan
4º – E.T. O EXTRATERRESTREE.T. the Extra-Terrestrial / 221 pontos |
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Estreou em 10 de junho de 1982 (EUA) e 25 de dezembro de 1982 (Brasil) | ||||
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Sinônimo de infância, encantamento e emoção.
Adriano de Oliveira
Através de uma fotografia que prioriza ângulos mais baixos e enquadramentos que mostram adultos apenas da cintura pra cima no início, Spielberg convida-nos a enxergar o mundo com os olhos de uma criança e, auxiliado pela trilha sonora mágica de John Willians, apresenta uma das obras mais encantadoras de todos os tempos.
Fernando Campos Junior
Um filme que emana pura magia escapista. Afinal, sempre tivemos o anseio de fugir das nossas vidas medíocres e testemunhar o espetacular. Temos a necessidade de sonhar com o fantástico e experienciar o impossível. Faces humanas voltadas ao céu iluminadas por uma fonte de luz vinda de fora do quadro é recorrente no cinema de Spilberg, um diretor que entende muito bem o nosso desejo de ir em direção ao desconhecido. E.T. é ainda a obra mais emblemática de carreira de Spielberg, populista, mas sempre subjetivo. Uma obra-prima do cinema que dificilmente será superada, seja em magia, sinceridade ou na paixão em que foi concebida, e a única certeza que temos é que será difícil conter a emoção nas infinitas vezes que a revermos.
Rafael Novelo
O efetivo começo da carreira lacrimosa de Steven Spielberg. Mas é simplesmente impossível não se apaixonar pela feia criatura alienígena e por todo o elenco. Um filme para ficar na memória e para ser revisto de tempos em tempos.
Ritter Fan
5º – CONTATOS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAUClose Encounters of the Third Kind / 206 pontos |
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Estreou em 15 de novembro de 1977 (EUA) e 27 de fevereiro de 1978 (Brasil) | ||||
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E. T. e Contatos Imediatos veiculam mensagens semelhantes, com a diferença que o segundo é direcionado preferencialmente ao público adulto. Ambos servem para derrubar preconceitos contra a suposta maldade dos alienígenas e veiculam a tese do diretor de que costumamos temer o desconhecido. A utilização de notas musicais para caracterizar a tentativa de comunicação entre os alienígenas e os terráqueos foi uma cartada excepcional do diretor, que se conteve em mostrar criaturas alienígenas, mesmo elas sendo o cerne de seu projeto. O tema musical inesquecível, de John Williams se tornou sucesso e, quando tocadas, remetem imediatamente ao filme. Contatos Imediatos contêm todos os ingredientes do cinema de Spielberg: clima envolvente, efeitos especiais impressionantes e um desfecho antológico.
Rafael Novelo
Quem não lembra da musiquinha de contato com os E.T.s? Quem não lembra da obsessão de Richard Dreyfuss com a montanha onde eles pousarão, que o leva a construí-la de diversas maneiras, inclusive com purê de batata? Um filme cerebral sobre contato com alienígenas que deixa qualquer um atordoado.
Ritter Fan
6º – JURASSIC PARK: O PARQUE DOS DINOSSAUROSJurassic Park / 193 pontos |
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Estreou em 9 de junho de 1993 (EUA) e 13 de junho de 1993 (Brasil) | ||||
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Spielberg fez, em Jurassic Park, para os dinossauros, o que George Lucas fez para as naves espaciais em Star Wars: se transformou em um verdadeiro mago e deu vida a eles, de tal forma que um filme, realizado em 1993, consegue não somente se sustentar nos dias atuais, como representar o melhor retrato de tais criaturas no cinema. Chega a ser surreal como a obra consegue ser mais realista que Jurassic World, com toda a tecnologia a seu favor. Mas Jurassic Park vai muito além disso, é uma aventura inesquecível, que nos deixa tão angustiados quanto empolgados, sendo impossível tirar os olhos da tela.
Guilherme Coral
A definição do que é Spielberg abraçando o “gênero” blockbuster. Jurassic Park é movimentado e composto de conceitos pé-no-chão e pacientemente construído em cima de uma tensão que explode nas muitíssimo bem dirigidas cenas de perseguição dos dinossauros (a sequência na cozinha é fenomenal).
Rafael W. Oliveira
Sabe aquela cena em que Grant vê os dinossauros pela primeira vez na Ilha Nublar e cai de joelhos no chão? Pois bem. Foi exatamente a minha sensação ao assistir esse filme pela primeira vez.
Ritter Fan
7º – INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADAIndiana Jones and the Last Crusade / 180 pontos |
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Estreou em 24 de maio de 1989 (EUA) e 18 de agosto de 1989 (Brasil) | ||||
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Os Caçadores da Arca Perdida reviveu com brilho a nostalgia das matinês dos filmes de aventuras, e a fórmula foi se aperfeiçoando com O Templo da Perdição, até chegar à magia suprema de A Última Cruzada.
Adriano de Oliveira
Indiana Jones e a Última Cruzada é o ponto máximo que Indy já conseguiu nos levar. Filme de aventura por excelência, o terceiro episódio de Indiana Jones é mais ágil e eletrizante da série. Com um nível de desenvolvimento dos personagens mais intenso, Spielberg consegue conduzir uma narrativa mais densa e mais envolvente nesse terceiro episódio. Apesar de estar em “empate emocional”, particularmente falando, com o primeiro filme da franquia, Caçadores da Arca Perdida, A Última Cruzada perde um pouco pelo seu argumento que poderia ter sido melhor desenvolvido.
Rafael Novelo
A decisão de Spielberg e George Lucas em começar com um prelúdio de “origem” de Indiana Jones é brilhante. A adição de Sean Connery como pai de Indiana é brilhante. A interação entre pai e filho é brilhante. Os três testes de fé no templo do Graal são brilhantes. As sequências de ação em Veneza são brilhantes. Já disse que o filme é brilhante?
Ritter Fan
8º – MINORITY REPORT: A NOVA LEIMinority Report / 159 pontos |
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Estreou em 17 de junho de 2002 (EUA) e 2 de agosto de 2002 (Brasil) | ||||
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Spielberg prioriza o desenvolvimento cuidadoso de seus personagens e claro, da trama complexa em que estão inseridos, discutindo pelo caminho questões sobre o destino e como nossa natureza humana se posiciona diante desse. Assim, Minority Report é uma obra mais séria do que aparenta.
As implicações contidas nos avanços tecnológicos são abordadas, originando debates éticos e existenciais em torno da pós-modernidade. Ótimo exemplo de ‘filme futurista ou distópico’, Minority Report levanta ótimos questionamentos sobre a repressão da individualidade e livre-arbítrio, como um bom fruto de narrativa influenciada/baseada na literatura de Phillip K. Dick. Spielberg comanda as (poucas) cenas de ação com energia, enquanto a fotografia se destaca por seus tons acinzentados e nada convidativos.
Rafael Novelo
Um filme de ação do gênero de ficção científica que fica entre os melhores já feitos. Tudo funciona perfeitamente bem. Dos efeitos especiais à fotografia. Das atuações ao roteiro. Um prazer assistir.
Ritter Fan
9º – O RESGATE DO SOLDADO RYANSaving Private Ryan / 156 pontos |
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Estreou em 21 de julho de 1998 (EUA) e 11 de setembro de 1998 (Brasil) | ||||
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Além de ser, na minha opinião, o melhor filme de guerra já realizado, O Resgate do Soldado Ryan prima por suas muitas virtudes. Revelou um conjunto de jovens atores, mesmo sem que estes conseguissem repetir a posteriori o brilho dramático nele apresentado. Impecáveis fotografia de Janusz Kaminski e trilha sonora de John Williams. Um recorte realista como nunca fora feito antes do emblemático Dia-D. Uma aula de direção, e muito mais que isso, uma aula de humanidade — em todos os sentidos.
Adriano de Oliveira
O desembarque na Normandia, em O Resgate do Soldado Ryan, se mantém até hoje como uma sequência verdadeiramente inesquecível. Através da violência do conflito, Em questão, Spielberg nos entrega um filme anti belicista, evocando todos os horrores da guerra, nos fazendo a repudiar com todas as forças. Enquanto A Lista de Schindler nos mostrou o sofrimento dos judeus, aqui ele nos mostra a dor dos soldados que lutaram de ambos os lados, evidenciando a transformação pela qual o homem passa em tais situações.
Guilherme Coral
O Resgate do Soldado Ryan se desenrola durante a Segunda Guerra Mundial (sendo mais exato, em 6 de Junho de 1944, o dia que ficou conhecido como Dia D). No princípio podemos pensar ser apenas mais um filme de guerra que ressalta o patriotismo americano — o que de fato existe no filme. Mas acabamos nos envolvendo com os personagens e tomamos os medos daqueles homens para nós durante a projeção. Isso só é possível devido a direção fenomenal de Spielberg. A batalha na praia (a cena que dá o pontapé inicial para o filme) é bem dirigida e verossímil o bastante para chamar a atenção do mais desinteressado espectador. É uma das cenas mais impressionantes que o cinema já foi capaz de nos presentear.
Rafael Novelo
Esse filme é estranho. Bem estranho. Na verdade, parecem dois filmes. Um é um destruidor documentário sobre o desembarque das forças Aliadas na Normandia que é, talvez, a melhor sequência de guerra da Sétima Arte. O outro é um bonito filme sobre sacrifício que se perde em ritmo, especialmente comparado com seus 30 minutos iniciais.
Ritter Fan
10º – MUNIQUEMunich / 154 pontos |
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Estreou em 23 de dezembro de 2005 (Canadá) e 27 de janeiro de 2006 (Brasil) | ||||
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Aqui, ficção, drama, ação e romance são trabalhados de forma simultânea, resultando em uma narrativa poderosa sobre um período extremamente triste e delicado (um caso de violência terrorista nas Olimpíadas, evento que preza a fraternidade entre as nações). Steven Spielberg nos conta o atentado ocorrido contra os atletas de Israel durante as Olimpíadas de Munique em 1972, de forma imparcial e competente. Munique mostra os dois lados de uma guerra histórica e consegue passar como o ser humano pode ser cruel e egoísta. Spielberg, aliando cinema a política, causou controvérsia na época de lançamento, justamente pela sua imparcialidade ao desenvolver a densa narrativa. Ele mostra porque é um dos grandes cineastas que o cinema já conheceu. Um filme triste, corajoso, provocador e reflexivo que direciona questionamentos sobre os rumos da nossa civilização.
Rafael Novelo
Um evento que marcou a história moderna do mundo. Uma busca por vingança cega. Munique é Spielberg em sua versão mais sombria, mais séria. Não é fácil de se rever, mas é um filmaço.
Ritter Fan
11º – PONTE DE ESPIÕESBridge of Spies / 149 pontos |
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Estreou em 14 de outubro de 2015 (Filipinas) e 22 de outubro de 2015 (Brasil) | ||||
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A mais recente aula de Spielberg sobre como elaborar uma narrativa clássica. Ponte dos Espiões é sempre elegante, bem dividido em seus núcleos de tensão constante no ar e apuro técnico estonteante.
Rafael W. Oliveira
Uma esplendorosa recriação de época contando uma história real inacreditável com uma atuação impressionante de Mark Rylance, que rouba as cenas em que aparece. E, claro, uma direção do mais alto gabarito de Spielberg, que mostra que não perdeu a forma com o passar do tempo.
Ritter Fan
12º – PRENDA-ME SE FOR CAPAZCatch Me If You Can / 143 pontos |
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Estreou em 16 de dezembro de 2002 (EUA) e 21 de fevereiro de 2003 (Brasil) | ||||
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Spielberg provou ser um inato storyteller com Prenda-me Se For Capaz. O filme, baseado em eventos reais mas permeado de fantasias cinematográficas, é um prato cheio para quem gosta do subgênero investigação policial. O diretor trata das reviravoltas com naturalidade, sem que o espectador fique decepcionado com o que foi exibido. O roteiro, bem conduzido do começo ao fim, as atuações, e a trilha sonora de John Williams são os pontos fortes da narrativa.
Rafael Novelo
Verborrágico, mas divertido, inteligente e com uma trilha sonora encantadora, além de um Leonardo DiCaprio já tentando ferozmente levar seu Oscar.
Ritter Fan
13º – IMPÉRIO DO SOLEmpire of the Sun / 138 pontos |
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Estreou em 8 de dezembro de 1987 (EUA) e 11 de março de 1988 (Brasil) | ||||
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Uma lição de sobrevivência de um garoto em meio à guerra acaba por se revelar também uma lição de bom cinema.
Adriano de Oliveira
Antes de Christian Bale ser Batman, ele foi um garoto em um campo de concentração japonês na China durante a 2ª Guerra Mundial. Uma visão diferente do conflito baseado em autobiografia de J.G. Ballard (o personagem que Bale faz) e que Spielberg captura de forma brilhante.
Ritter Fan
14º – INDIANA JONES E O TEMPLO DA PERDIÇÃOIndiana Jones and the Temple of Doom / 133 pontos |
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Estreou em 8 de maio de 1984 (EUA) e 24 de agosto de 1984 (Brasil) | ||||
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Páreo duro para quem se aventura em fazer comparações de qualidade + entretenimento + grande cinema deste com o primeiro da saga. Um dos meus adorados de sempre, que eu normalmente vejo empatado com Caçadores.
Luiz Santiago
Escolher a ordem dos três primeiros Indiana Jones é sempre complicado. Geralmente coloco Caçadores como primeiro por ele ser, bem… o primeiro. Templo da Perdição, por ser o mais diferente, costuma ficar em meu segundo lugar pessoal, ainda que às vezes A Última Cruzada fique com o posto. Mas, no momento em que escrevo esses parágrafos, Templo da Perdição está em segundo lugar.
Ritter Fan
15º – ENCURRALADODuel / 119 pontos |
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Primeira exibição na TV em 10 de novembro de 1971 (Canadá) | ||||
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Esse filme é capaz de grudar qualquer pessoa na cadeira e deixá-la tensa, suando, com o coração batendo de maneira acelerada… uma baita aula de direção “com o mínimo possível” e de como engajar o espectador. Uma daquelas obras para colocar qualquer um roendo unhas dos primeiros cinco minutos até o final da projeção.
Luiz Santiago
Vejo esse filme, originalmente feito para TV, como o “ponta de lança” para a carreira de Spielberg. Todas as ideias de Tubarão estão bem aqui, só que disfarçadas de caminhoneiro psicopata cujo rosto jamais aparece.
Ritter Fan
16º – A COR PÚRPURAThe Color Purple / 113 pontos |
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Estreou em 16 de dezembro de 1985 (EUA) e 28 de março de 1986 (Brasil) | ||||
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Esqueçam o que o Sr. Ritter Chatonildo Insuportável Fan escreveu abaixo. A Cor Púrpura é um drama emocionante sobre relações humanas, sobre provações, questões históricas e pessoais e tem uma das sequências mais gostosas em termos de atmosfera e significado na relação entre duas pessoas, que é quando ouvimos a interpretação da canção Miss Celie’s Blues. Baita filmaço do Spielberg!
Luiz Santiago
Um filme adorado por muitos, mas que eu não consigo entender nem como pode ser um filme de Steven Spielberg. Falha no drama. Falha em tomar de assalto os sentimentos. Falha em deslumbrar com as atuações (sim, todas elas). Falha em contar uma história lógica. E eu tentei gostar. Vi mais de uma vez e o efeito foi contrário. Passei a desgostar ainda mais intensamente.
Ritter Fan
17º – A.I.: INTELIGÊNCIA ARTIFICIALArtificial Intelligence: AI / 111 pontos |
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Estreou em 26 de junho de 2001 (EUA) e 7 de setembro de 2001 (Brasil) | ||||
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Muito provavelmente o que há de mais delicado em se tratando de Spielberg. A jornada do menino-robô que deseja se tornar humano é contada através de um lirismo presente tocante e nem sempre revelado devido a carga também sombria do filme de Spielberg. Os 20 minutos finais, críticado por muitos, emociona.
Rafael W. Oliveira
Um conto de fadas de ficção científica kubrickiana que desafia explicações. Não é o que provavelmente teria sido nas mãos de Kubrick, mas, mesmo assim, é um filme para se sentir e discutir.
Ritter Fan
18º – GUERRA DOS MUNDOSWar of the Worlds / 105 pontos |
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Estreou em 13 de junho de 2005 (Japão) e 29 de junho de 2005 (Brasil) | ||||
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Não exatamente um dos melhores de Spielberg, mas certamente um de seus trabalhos de direção mais impressionantes: Guerra dos Mundos remete ao bom Spielberg da ação bem orquestrada, inserindo nesse meio um núcleo familiar nem sempre bem resolvido, mas indispensável para a essência do que é seu cinema.
Rafael W. Oliveira
Um dos melhores filmes de invasão alienígena já feitos. Ah, mas o final é uma dramalhão só e impossível. Sim, mas estamos falando de Spielberg e culpar um filme tecnicamente brilhante com uma história sensacional por causa dos cinco segundos finais é de uma bobagem sem tamanho.
Ritter Fan
19º – O TERMINALThe Terminal / 94 pontos |
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Estreou em 9 de junho de 2004 (EUA) e 10 de setembro de 2004 (Brasil) | ||||
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Segundo filme do Spielberg que eu vi no cinema. Me traz uma memória afeita bem grande. Revi algumas vezes depois e continuo achando graça de tudo, especialmente da primeira parte da obra. Tom Hanks está sensacional!
Luiz Santiago
Um filme curioso, que depende da eficácia da atuação de Tom Hanks, que entrega mais um de seus memoráveis papéis como um imigrante preso no aeroporto de Nova York.
Ritter Fan
20º – LINCOLN91 pontos |
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Estreou em 9 de novembro de 2012 (Canadá) e 25 de janeiro de 2013 (Brasil) | ||||
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A obra que estabeleceu de vez Daniel Day Lewis como um dos maiores atores de todos os tempos. Se não fosse o ligeiro melodrama e ufanismo do roteiro, dando um heroísmo exacerbado ao personagem título, o filme poderia ter sido um marco na carreira do diretor, mas mesmo assim não deixa de ser um ótimo retrato histórico.
Fernando Campos Junior
Daniel Day-Lewis entrega mais uma monstruosa atuação. Mas o filme tem diversos problemas que o impede de ser a obra-prima que poderia ser.
Ritter Fan
21º – AS AVENTURAS DE TINTIMThe Adventures of Tintin / 76 pontos |
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Estreou em 23 de outubro de 2011 (Bélgica) e 20 de janeiro de 2012 (Brasil) | ||||
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O trabalho estético, técnico, visual desse filme é sensacional! Acabei tendo um pouquinho de antipatia com o roteiro depois que eu os excelentes O Segredo do Licorne e sua continuação, a obra-prima O Tesouro de Rackham, o Terrível, mas é um sentimento conflitante, porque as resoluções encontradas pelo diretor são incríveis na tela, embora, às vezes eu caia na armadilha de imaginar “o outro modo” que poderia ser feito. Bobagem, eu sei. Mas todo mundo tem um filme com o qual já empacou desse jeito.
Luiz Santiago
Nunca gostei muito de Tintim, apesar de já ter lido todos os álbuns de Hergé mais de uma vez. O que Spielberg faz aqui, porém, representou, à época, a volta à sua forma em filmes de ação mágicos como Indiana Jones. Uma animação belíssima com um plano sequência contando uma inacreditável história paralela completa (a fuga da cidade árabe que lida com a escassez de água local).
Ritter Fan
22º – AMISTAD70 pontos |
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Estreou em 4 de dezembro de 1997 (EUA) e 20 de fevereiro de 1998 (Brasil) | ||||
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Apesar da ótima direção de arte e do bom desempenho do elenco, com destaque para a grande atuação de Anthony Hopkins, Amistad é sabotado por uma edição desastrosa que acelera a trama em momentos inoportunos e impede que o público absorva tudo o que o filme tenta transmitir.
Fernando Campos Junior
Pesado. Cruel. E falho. Atirando para todos os lados, Amistad deixa de engajar o espectador mesmo considerando seu elenco impressionante.
Ritter Fan
23º – CAVALO DE GUERRAWar Horse / 61 pontos |
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Estreou em 4 de dezembro de 2011 (EUA) e 6 de janeiro de 2012 (Brasil) | ||||
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Eu me emocionei no começo. Porque cavalo é um dos meus animais favoritos. Mas depois o filme foi me enchendo a paciência. Deveriam mudar o nome para EU AMO MEU CAVALO!
Luiz Santiago
Basta dizer o seguinte: eu torci o filme todo para o cavalo morrer caindo em cima do garoto, que, ato contínuo, morreria esmagado. A manipulação sentimental de Spielberg chega ao seu limite aqui nesse anúncio de comida para equinos.
Ritter Fan
24º – LOUCA ESCAPADAThe Sugarland Express / 60 pontos |
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Estreou em 29 de março de 1974 (EUA) / não estreou no Brasil | ||||
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Goldie Hawn em seu auge (eu tenho uma queda pela atriz, deixem-me em paz!) em um filme divertido, mas longe de excepcional. Outro que não parece um Spielberg, mas que também não desaponta como certo filme sobre uma cor arroxeada…
Ritter Fan
25º – ALÉM DA ETERNIDADEAlways / 49 pontos |
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Estreou em 22 de dezembro de 1989 (EUA) / não estreou no Brasil | ||||
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Como é que alguém que se diz humano tem a coragem de dizer que este filme “concorre com A Cor Púrpura como pior do Spielberg”? [vide o Chatonildo do Ritter abaixo]. A Cor Púrpura é bom! É ótimo! Já esse aqui… bem, é realmente um caminho certeiro para o sono. Acho que Ritter Fan assiste todo dia.
Luiz Santiago
Um filme para induzir o sono. Arrastado, lento e melodramático ao extremo. Concorre fortemente com A Cor Púrpura como o pior de Spielberg.
Ritter Fan
26º – INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTALIndiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull / 47 pontos |
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Estreou em 20 de maio de 2008 (EUA) e 21 de maio de 2008 (Brasil) | ||||
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Meio chato, meio ruinzinho, meio soberbo demais para não apresentar quase nada de bom. Vi duas vezes no cinema por causa do meu irmão, que não tinha visto e me obrigou a acompanhá-lo (e ele é o mais novo!). Gostei mais da primeira vez. Não tenho por este nem 1/3 da simpatia que tenho pelos outros da saga!
Luiz Santiago
Não acho o quarto Indiana Jones tão ruim quanto dizem por aí. É verdade que há momentos de dar vergonha alheia (macacos, cipós e Shia LeBoeuf me vêm à mente), mas o filme funciona como uma homenagem aos filmes de E.T. e paranoia nuclear dos anos 50. E as brincadeiras com a idade de Indiana não cansam. Ah, tem a Cate Blanchett como uma militar soviética. Impossível descartar completamente.
Ritter Fan
27º – HOOK: A VOLTA DO CAPITÃO GANCHOHook / 45 pontos |
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Estreou em 8 de dezembro de 1991 (EUA) e 24 de abril de 1992 (Brasil) | ||||
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Da mesma forma que Spielberg tornou minha infância um pouco mais mágica através de E.T, o diretor também foi responsável por algumas decepções quando era mais jovem e Hook é o maior exemplo delas. Até hoje lembro-me da decepção ao ver Robin Willians acima do peso vestido naquela roupa verde apertadinha. Existe sim no longa uma alegoria sobre o envelhecimento, mas desenvolvida de maneira rasa, restando apenas uma obra problemática e esquecível.
Fernando Campos Junior
Um filme normalmente esquecido do diretor, mas que merece seu destaque. Uma bela homenagem à obra original e uma forte mensagem sobre as dores do crescimento com um design de produção magnífico e atuações de se tirar o chapéu (e o gancho…).
Ritter Fan
28º – O BOM GIGANTE AMIGOThe BFG / 34 pontos |
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Estreou em 21 de junho de 2016 (EUA) e 28 de julho de 2016 (Brasil) | ||||
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O espetáculo visual não salva o filme de seu ritmo longo e maçante, tornando-o extremamente chato no primeiro e segundo ato. Até que, quando a obra finalmente alcança seu desfecho, a sequência que antecede o clímax envolve peidos que arremessam os personagens no ar, sendo uma das cenas mais patéticas da carreira do diretor e finalizando com “chave de ouro” este que é um dos piores longas de sua filmografia.
Fernando Campos Junior
Uma fábula que é soterrada pelos seus efeitos especiais que sofreram com mão pesada. Uma história em tese engajante que falha em realmente entreter, ficando em um meio termo apenas razoável.
Ritter Fan
29º – 1941 – UMA GUERRA MUITO LOUCA1941 / 27 pontos |
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Estreou em 13 de dezembro de 1979 (EUA) e 12 de janeiro de 1980 (Brasil) | ||||
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Eu ri bastante no começo, pra falar a verdade. Mas acho que sofri exatamente o efeito que sofri com Cavalo de Guerra. Adorei o começo e depois fui enchendo o saco, terminando o filme entre indiferente, com raiva e me perguntando o que aconteceu com Spielberg pra aceitar dirigir a obra. Mas admito: ele não é de todo ruim.
Luiz Santiago
Nunca, NUNCA achei graça nessa tentativa frustrada de Spielberg de fazer comédia pastelão. E eu gosto de comédia pastelão. Essa me frustrou absurdamente.
Ritter Fan
30º – O MUNDO PERDIDO: JURASSIC PARKThe Lost World: Jurassic Park /18 pontos |
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Estreou em 19 de maio de 1997 (EUA) e 20 de junho de 1997 (Brasil) | ||||
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Este sim é o pior filme do Spielberg, viu, Ritter Fan?! Eu simplesmente detesto esse negócio. Fiquei tremendamente feliz em ver ele no final da lista, quando a apuração dos votos terminou. Me senti vingado pelo destino.
Luiz Santiago
Jurassic Park foi um divisor de águas. Foi o filme responsável por trazer os dinossauros à vida. O Mundo Perdido funcionou como um banho de água fria. Uma bobagem mal estruturada que não deveria ter saído do papel.
Ritter Fan