Home Colunas Veredito Cinéfilo #20.3 | Oscar de Melhor Filme: Os Vencedores Ranqueados – Parte 3

Veredito Cinéfilo #20.3 | Oscar de Melhor Filme: Os Vencedores Ranqueados – Parte 3

por Luiz Santiago
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Essa postagem é uma espécie de filhote tardio do Plano Crítico. Eu e Ritter temos esse projeto desde há muito tempo e, agora, depois de muito suor sulfúrico ritteriano, conseguimos realizá-lo. O propósito aqui é ranquear todos os vencedores do Oscar de Melhor Filme, desde a vitória dupla de 1929 até a vitória chocante de 2020. Isso significa que, em breve, essa versão da lista estará “desatualizada“, mas este é o tipo de datação que acomete a maioria dos rankings. No futuro, é claro que podemos fazer uma outra colocação, talvez quando chegarmos ao 100º vencedor. Cruzaremos esta ponte quando chegarmos lá. Por enquanto, ranquearemos apenas os 93 longas que receberam o prêmio máximo da Academia até o momento em que pensamos nessa classificação, ou seja, em março de 2021.

E como sempre, fica aqui a nossa advertência de praxe: se você ficou muito triste porque o seu vencedor favorito do Oscar não está na posição que você adoraria, peço que use e abuse do espaço de comentários nessa postagem para criar o seu próprio ranking! Não adianta chorar, espernear e xingar a gente porque a nossa lista não espelha a sua. Entre também na brincadeira, crie a sua versão da lista nos comentários e aí vamos falar sobre nossas escolhas, sobre concordâncias e discordâncias diante delas e sobre os filmes dessa premiação como um todo.

As poucas linhas que acompanham cada indicação são trechos das críticas do site, que podem ser lidas na íntegra, basta você clicar nos links. Vale também reafirmar aos desatentos que a presente lista foi feita sob um acordo de opiniões entre eu e Ritter Fan, e que as críticas para todos esses filmes não necessariamente foram escritas por nós dois.

Lembre-se: toda lista é opinião. E como em qualquer concordância ou discordância de opinião, você precisa apresentar algo em troca, respeitosamente, para que haja um debate. Apenas chorar pitangas e lamentar supostos absurdos não vai adiantar em absolutamente nada. Liste também, seja educado, proponha uma conversa! E vamos falar de cinema!

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50º Lugar: Amor, Sublime Amor

West Side Story — 1961 / Direção: Robert Wise, Jerome Robbins

Ao público de hoje, Amor, Sublime Amor pode parecer extremamente datado, e não resistiu ao tempo tão bem como o clássico Cantando na Chuva. Mas uma coisa é certa: o filme nunca poderá ser acusado de ter sido uma versão burocrática ou sem inspiração do musical da Broadway. Visto em retrospectiva, embora possa pecar em alguns aspectos – como o elenco principal (é bem verdade que Richard Beymer é bem fraquinho na interpretação e Natalie Wood não tem o tipo físico para convencer como uma porto-riquenha) – é uma obra transbordante de energia e paixão na sua execução.

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49º Lugar: As Aventuras de Tom Jones

Tom Jones — 1963 / Direção: Tony Richardson

Voltando ao roteiro, há alguns elementos da Odisseia, de Homero, presentes na jornada de Tom Jones, principalmente na sua busca pelo amor, devidamente metaforizada pelo roteiro. Ao longo dos seus 120 minutos, As Aventuras de Tom Jones se oferece ao espectador como uma narrativa humorada, mesmo que não tenha mais o impacto de outrora.  Eis um daqueles filmes que envelheceram com o tempo, deslocado e aparentemente “estranho”, sendo visto atualmente como um recurso para resgate memorialístico de uma época transgressora para a linguagem cinematográfica.  Se o espectador puder tirar proveito da situação e divertir-se com o filme, teremos então uma sessão que une o útil ao agradável.

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48º Lugar: O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei

The Lord of the Rings: The Return of The King — 2003 / Direção: Peter Jackson

O Retorno do Rei fecha a trilogia O Senhor dos Anéis com chave de ouro. Termina onde o primeiro começa, no condado, com a volta à normalidade. É uma obra que busca arrancar, desde o início, as lágrimas dos espectadores e, em diversos momentos, efetivamente consegue. Termina assim uma das maiores sagas da Terra-Média.

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47º Lugar: Operação França

The French Connection — 1971 / Direção: William Friedkin

Contando ainda com uma trilha sonora de Don Ellis que pontua muitíssimo bem os momentos em que surge, Operação França foi responsável pela releitura feita aos filmes policiais na década de 70, ao lado de filmes como Perseguidor Implacável de Don Siegel (também lançado em 1971). Carregado de pessimismo, este grande trabalho de William Friedkin oscila pela moralidade ambígua vista nos dois lados da lei; assim, o espectador chega ao fim da projeção com um inevitável gosto amargo na boca, haja visto a angustiante e por vezes frustrante experiência cinematográfica proporcionada pelo filme.

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46º Lugar: No Calor da Noite

In the Heat of the Night — 1967 / Direção: Norman Jewison

No Calor da Noite é um filme que, em um mundo ideal, não seria realmente nada espetacular não fosse os inegáveis destaques para as atuações de Poitier e Steiger. Mas, inserido em seu contexto histórico e considerando a forma direta, sem firulas e visualmente chocante com que aborda os horrores do racismo, ele merece todo o destaque possível, especialmente sabendo que o vemos acontecer em Sparta repete-se, de uma forma ou de outra, com maior ou menor intensidade, praticamente em todo lugar mesmo depois de tantas décadas.

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45º Lugar: O Franco Atirador

The Deer Hunter — 1978 / Direção: Michael Cimino

O argumento principal abordado por meio do antirrealismo reflete toda a energia perdida de uma geração que sofre as consequências da fome de poder a todo custo. Gradualmente o cinema americano passa a ser dedicado aos assombros da guerra, uma leva nova de cineastas que trata o totalitarismo com olhos mais esclarecidos, rompendo não só com isso mas com a tradição cinematográfica. Cimino foi um dos nomes chave para o entendimento desse cinema, um cineasta que prezou em analisar as raízes da violência independente do seu cenário. Talvez por isso O Franco Atirador seja o filme de maior sucesso do diretor, por se tratar de um filme tão amplo sobre o sentimento que todo um povo sentia no peito.

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44º Lugar: Rebecca – A Mulher Inesquecível

Rebecca — 1940 / Direção:  Alfred Hitchcock

Rebecca, a Mulher Inesquecível é um grande filme de Alfred Hitchcock, um drama de característica misteriosa com direito a dominação psicológica, tormentos e acusações a uma jovem frágil e sem grande poder de ação para mudar um mundo que parece querer afastá-la a todo custo. Poucos diretores conseguiram trabalhar tão bem pela primeira vez fora de casa, realizando um filme que não tinha lá muito appeal e um produtor ao estilo da personagem da Sra. Danvers. Isso só mostra o quão afiado Hitchcock estava a essa altura de sua carreira, depois de passar anos treinando e aprendendo em sua terra natal. Agora, com maior orçamento, mais experiência e melhor equipe de produção, ele estava pronto para mostrar que sabia fazer grandes filmes e Rebecca é o primeiro passo desse notável momento.

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43º Lugar: Farrapo Humano

The Lost Weekend — 1945 / Direção: Billy Wilder

Farrapo Humano é mais um excelente trabalho de Billy Wilder, abordando o tema do alcoolismo de forma bastante crua e humana para a época, em um de seus trabalhos mais interessantes esteticamente. O filme pinta um retrato triste, mas honesto da vida de um viciado, pecando apenas por uma conclusão um pouco simplista. Mas isso não tira o mérito da obra de retratar os “Terríveis Fins de Semana” enfrentados não só por alcoólatras, mas por outros viciados, que continuam a acontecer de forma recorrente, até se tornarem um começo ou um fim na vida dessas pessoas.

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42º Lugar: Rocky: Um Lutador

Rocky — 1976 / Direção: John J. Avildsen

É mais uma metáfora da vida. Essa que nunca achamos significado concreto. Que apanhamos fisicamente, intelectualmente e moralmente por diversos motivos mesmo se estivermos no nosso pior momento. Dura, perigosa, frenética e incansável. Cansamos de provar todos os dias que não cairemos. Que não perderemos a dignidade e muito menos a humildade. Que até mesmo nas piores pocilgas, nos lugares mais hostis, frios e abandonados por todos, pode surgir, independentemente, uma força que move montanhas e que clama por sucesso. Assim como fez Rocky Balboa.

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41º Lugar: A Malvada

All About Eve — 1950 / Direção: Joseph L. Mankiewicz

A Malvada, mesmo talvez se alongando mais do que deveria, é uma delícia de filme que nos brinda com Bette Davis no auge de suas habilidades dramáticas, além de um belíssimo trabalho de Anne Baxter e, devo ser sincero, de todo o maravilhoso elenco. Uma inesquecível obra sobre o preço da fama que é tão ou mais atual hoje quanto foi em 1950 e que, diferente do que Zanuck achava, não precisou se valer de reviravoltas baratas para encantar o público.

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40º Lugar: Ben-Hur

Ben-Hur — 1959 / Direção: William Wyler

Escrever sobre Ben-Hur, produção da MGM de 1959, é necessariamente falar em superlativos. Da duração do filme – 212 minutos – passando pela história da produção em si, pelos cenários, figurinos, montagem, atuações e equipamentos de filmagem, tudo é grandioso, ambicioso e detalhista. Assistir a esse épico exige um estado de espírito especial, uma volta ao passado, especificamente para a década de 50, marcada por grande épicos bíblicos, dos quais Ben-Hur parece ser o ponto mais alto, ainda que não livre de problemas.

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39º Lugar: Nada de Novo no Front

All Quiet on the Western Front — 1930 / Direção: Lewis Milestone

E estamos tão acostumados com isso que nada mais parece nos abalar ou impressionar. Realmente, não existe nada de novo no front. Bem… quase nada. Lembram-se que comparamos a visão da guerra como uma maldição da qual só a morte livraria o homem? Pois é. Quando a única novidade aparece em meio a batalha (seja ela uma noite de prazer ou uma borboleta, aliás, duas belíssimas indicações poéticas do diretor ao metaforizar a vida e a liberdade), o tempo acaba (morre) ou a morte do corpo chega. Ou temos que sair/chegar cedo demais ou somos impedidos de continuar. Sem Novidade no Front não é apenas um filme antibelicista em seu sentido mais bruto, puro e crítico. Ele é também uma lancinante metáfora sobre a vida.

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38º Lugar: Oliver!

Oliver! — 1968 / Direção: Carol Reed

O tom do longa-metragem, paralelamente, é igualmente afetado – o cineasta, portanto, precisava ter compreendido essa metamorfose ao espectador. O espetáculo do teatro transposto para as telas do cinema, mesmo sendo um tecnicamente impressionante musical de outros tempos, é uma obra de uma curiosa época em que cantar acabava de ter se tornado enfim anacrônico, para nunca mais deixar de ser. Um conto sobre um outro mundo, contado em um outro mundo, num tempo que não mais se interessava tanto por musicais classicistas como esse.

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37º Lugar: Menina de Ouro

Million Dollar Baby — 2004 / Direção: Clint Eastwood

Não sei se Menina de Ouro é o melhor filme dirigido por Eastwood, considerando pelo menos Sobre Meninos e Lobos e Os Imperdoáveis nesta contenda, mas o longa certamente parece ser o mais maduro e mais humano de todo o vasto conjunto do trabalho do ator transformado em cineasta. Um triunfo audiovisual que encanta e emociona sem ditar sentimentos e sem jamais trair sua proposta.

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36º Lugar: Kramer vs. Kramer

Kramer vs. Kramer — 1979 / Direção: Robert Benton

Kramer vs. Kramer elegantemente mete o dedo na ferida de uma situação ainda não completamente equacionada e pacificada, mesmo tanto tempo depois. Grandes atuações e texto certeiro em um filme que cumpre com maestria sua função de levantar importantes e ainda muito atuais discussões sobre a vida e os pequenos e grandes fracassos que a compõe.

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35º Lugar: Uma Mente Brilhante

A Beautiful Mid — 2002 / Direção: Ron Howard

As modificações ficcionais muitas vezes são necessárias e adicionam força ao relato. Uma Mente Brilhante é um ótimo filme de Ron Howard. Está longe de ser uma obra-prima por não permitir ao público metabolizar algumas informações por si só e por flertar, em alguns momentos, com o apelo fácil. Mas é um dos pontos altos da carreira de Russel Crowe – um dos atores mais talentosos e problemáticos de Hollywood. O maior êxito do longa-metragem está em demonstrar que a mente humana pode ser tanto uma dádiva extraordinária como um pesado fardo a se carregar por toda a vida.

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34º Lugar: Rosa da Esperança

Mrs. Miniver — 1942 / Direção: William Wyler

Rosa de Esperança foi o marco de uma época. Mesmo que se diga que o filme não tenha merecido toda essa atenção toda do Oscar (levando em consideração que estava concorrendo com Soberba, de Orson Welles e Na Noite do Passado, de Mervyn LeRoy, fica fácil entender que o prêmio de Melhor Filme aqui foi fortemente movido pela febre social e política do momento), este não é um daqueles casos de “obras menores ou ruins injustamente premiadas”, como já tinha acontecido com Melodia da Broadway, em 1930; com Cimarron em 1931; com Cavalgada, em 1934 e com A Vida de Emile Zola em 1938. Rosa de Esperança, apesar de não ser uma produção perfeita e livre de erros, é um bom filme com um caminho e uma mensagem específicas e necessárias para aquele momento da História. Talvez por isso ainda hoje esteja entre os icônicos clássicos sobre a Segunda Guerra Mundial.

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33º Lugar: Os Infiltrados

The Departed — 2006 / Direção: Martin Scorsese

O longa-metragem oscarizado de Scorsese pode não ser o melhor filme de sua carreira. Nem mesmo entre seus filmes sobre mafiosos. Mas me parece bastante injusto o olhar blasé que muitos dispensam a ele, tratando-o apenas como um filme comercial do gênio norte-americano. Além de todas as suas qualidades, esse é um título que funciona muito bem como porta de entrada para um dos universos cinematográficos mais ricos da atualidade – a filmografia de Martin Scorsese, que segue em plena atividade. E só esse motivo já seria suficiente para que O Infiltrados merecesse um valor de destaque dentro da vasta produção do estadunidense.

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32º Lugar: O Último Imperador

The Last Emperor — 1987 / Direção: Bernardo Bertolucci

Reputo justamente a essa característica o que faz de O Último Imperador um épico de méritos próprios, que não se contenta em apenas deslumbrar, mas sim, a todo tempo, desafiar o espectador ao colocar questões vistas por olhos de alguém que nunca foi livre de verdade para viver sua vida. A prisão de Bertolucci é agoniante, ainda que estranhamente magnífica.

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31º Lugar: Rain Man

Rain Man — 1988 / Direção: Barry Levinson

Uma jornada como a retratada em Rain Man possui, intrinsecamente, uma condição dramática poderosa, em vista do discurso que carrega por meio das nuances contidas em alguns tratamentos do cineasta Barry Levinson, além da ótima história que está presente no filme – uma sentimental obra com os alicerces fundamentados em uma família destroçada pela incapacidade de, no passado, ter se conectado verdadeiramente, portanto desmantelada pela vida.

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30º Lugar: A Ponte do Rio Kwai

The Bridge on the River Kwai — 1957 / Direção: David Lean

Não tenham dúvida: escrevi a presente crítica assobiando Colonel Bogey March a todo vapor e com o mesmo vigor do batalhão de Nicholson. Mas A Ponte do Rio Kwai não é apenas uma inesquecível música utilizada em dois momentos que trazem sorrisos ao rosto de qualquer um, e sim, também, um lindo – e igualmente terrível – tratado sobre a paixão sem limites transformada em obsessão desregrada.

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29º Lugar: Minha Bela Dama

My Fair Lady — 1964 / Direção: George Cukor

Minha Bela Dama é divertimento puro, mas com inteligência, algo cada vez mais raro de se ver hoje em dia. É um deleite visual e sonoro que precisa ser apreciado por qualquer amante da Sétima Arte.

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28º Lugar: O Artista

The Artist — 2011 / Direção: Michel Hazanavicius

O Artista é daqueles filmes que despertam a personalidade bipolar do espectador, transmitindo uma gama de sentimentos e sensações em menos de duas horas de duração. Se não fosse esteticamente espetacular e bem dirigido, o filme ainda valeria pela ousadia, não a ousadia desmedida e despropositada, mas uma ousadia crítica, que propõe uma viagem, uma discussão e uma dança com a Sétima Arte, no melhor estilo do cinéfilo que gosta de brincar de dissecar o cinema.

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27º Lugar: Argo

Argo — 2012 / Direção: Ben Affleck

Affleck faz um filme que mais uma vez mostra que, para uma fita ser boa, não precisa de explosões, edições frenéticas, ação o tempo todo e tiroteio. Basta um roteiro redondo, atuações marcantes e um diretor seguro no volante para que se entregue tensão e inteligência no lugar de fogos de artifício e bobeira.

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26º Lugar: 12 Anos de Escravidão

12 Years a Slave — 2013 / Direção: Steve McQueen

Longe de qualquer sentimentalismo exarcebado, 12 Anos de Escravidão é um filme que atinge o público em cheio, sem necessitar de apelações para isto – temos apenas a verdade como ela é. Não é uma experiência fácil, mas será merecidamente recordada como uma das grandes obras sobre o tema da escravidão.

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