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Crítica | Doctor Who: O Beijo do Anjo, de Justin Richards

por Luiz Santiago
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Aventura solo de Melody Malone
Espaço-tempo: Nova York, 1938

Justin Richards nasceu no condado de Essex, Inglaterra, em setembro de 1961. Sua carreira compreende uma série de livros sobre Doctor Who, em diversas editoras e séries literárias sobre o Time Lord: Virgin New AdventuresVirgin Missing AdventuresPast Doctor AdventuresNew Series Adventures, etc. Parte de sua escrita tem como cenários a Era Vitoriana e lugares icônicos do passado histórico da humanidade, seja uma cidade, uma avenida ou um acontecimento marcante. No caso de The Angel’s Kiss, o autor escolheu a Nova York de 1938 como cenário, e fez um trabalho interessante de contextualização geográfica e exposição da personagem principal – falaremos dela mais adiante -, mas deturpou a essência dos vilões da série, trazendo mais perguntas do que respostas para o leitor e enfraquecendo um pouco o potencial da história.

The Angel’s Kiss: A Melody Malone Mystery surgiu como uma prequel do episódio 7X05 de Doctor WhoThe Angels Take Manhattan. O capítulo marcou o fim da era Amy & Rory como companions do 11º Doutor, e essa partida teve como vilões os Weeping Angels, ou seja, as estátuas que se alimentam de energia temporal “roubando” as pessoas de seus lugares atuais e enviando-as para algum lugar do passado. Não é preciso dizer que o episódio foi tremendamente emocionante e ainda trouxe a bela Alex Kingston, a indomável River Song.

 

Em The Angel’s Kiss, River Song vive uma investigadora de casos muito muito peculiares. Não demora muito e percebemos o seu contato com os Anjos Lamentadores, o que faz dela um alvo para Max Kliener, dono de um Estúdio que lançava as mais belas estrelas nas telas de cinema e tinha um interesse todo especial nessas criaturas.

Kliener conseguiu um modo de usar a energia dos Anjos, e River Song (ou melhor, a detetive Melody Malone) não fica muito feliz com o que ele faz. A ação principal da história, por assim dizer, envolve Kliener e Malone numa sequência de eventos até interessantes mas que acabam modificando um pouco o que entendemos da ação dos Anjos na série e demora bastante para trazer a resolução do caso, chateando um pouco o leitor.

Os bons pontos do conto estão no início e no desfecho. River Song é retratada com toda a sua libido, e isso a torna um grande destaque na “trama cinematográfica” que Justin Richards criou em The Angel’s Kiss. É uma pena que a história não faça uma ligação direta com o episódio, sendo uma prequel de contexto, ou seja, ela não se liga ao produto posterior a ela (The Angels Take Manhattan), apenas torna familiar o espaço e sua personagem principal.

De qualquer modo, o tom noir da narrativa e o potencial da ameaça enfrentada (os Angels são vilões que funcionam muito bem em qualquer situação) tornam o texto divertido e medonho (no bom sentido) de se ler. É uma boa pedida para os fãs de River Song, mas é bom deixar claro que não se trata de nenhuma obra-prima ou um conto livre de momentos pouco inspirados.

O Beijo do Anjo (The Angel’s Kiss: A Melody Malone Mystery) – Reino Unido, 2012
Autor:  Justin Richards
Tradutor brasileiro: Camila Fernandes
Lançamento no Brasil: Editora Suma de Letras, 2014 (coletânea com 188 páginas)

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