Um dos grandes expoentes da Nova Hollywood, William Friedkin teve uma carreira que transitou majoritariamente (mas não unicamente, é importante deixar claro) entre o terror, o suspense e o crime, não raramente com profundos comentários sociais a tiracolo de seus enredos. A presente lista foi feita em tom de homenagem ao diretor, que faleceu em 7 de agosto de 2023.
Você gosta do trabalho de William Friedkin no cinema? Quais são os seus 10 filmes favoritos do cineasta? Como ficaria a ordem da sua lista pessoal? Deixe nos comentários abaixo!
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10. Síndrome do Mal
Charles Reece é um serial killer que comete uma série de assassinatos brutais com mutilação para beber sangue como resultado de delírios paranoicos. Reece logo é capturado. A maior parte do filme gira em torno do julgamento e das tentativas do promotor de fazer com que Reece seja considerado são e condenado à pena de morte. Os advogados de defesa, por sua vez, argumentam que o réu não é culpado por motivo de insanidade. O promotor, Anthony Fraser, era anteriormente contra a pena de morte, mas ele busca tal pena diante dos crimes brutais de Reece depois de conhecer a família enlutada de uma das vítimas.
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9. Regras do Jogo
1968, Vietnã. Depois de uma ação avançada fracassada, o tenente Hayes Hodges perde seus fuzileiros navais e é ferido. Para impedir um bombardeio de morteiro em sua posição, seu companheiro de equipe, o tenente Terry Childers, ameaça um oficial norte-vietnamita cativo e o intimida executando outro prisioneiro. Tendo cumprido seu propósito, ele poupa o oficial e vai resgatar Hodges. Após a guerra, Hodges mudou-se para o JAG porque seus ferimentos o tornaram inapto para o serviço ativo e agora está se aposentando com o posto de Coronel e uma carreira de 28 anos como advogado. Também na festa de aposentadoria está Childers, agora comandante de uma Unidade Expedicionária da Marinha. Novos acontecimentos mudarão para sempre esses homens.
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8. Killer Joe – Matador de Aluguel
Em Killer Joe, McConaughey (ainda bem que inventaram o “copia e cola”, senão ia chamar o cara de “MM” mesmo…) revela-se alguém capaz de nuances, detalhes na expressão que fazem toda a diferença entre uma atuação sem graça e uma hipnotizante. É bem verdade que seu papel, um policial corrupto chamado Joe Cooper que faz bico como matador de aluguel, não é dos que mais exigem de um ator, pelo menos não em um primeiro momento. Mas William Friedkin (diretor do clássico O Exorcista) exige mais de McConaughey e vai transformando seu personagem, de um matador frio, na verdadeira encarnação do mal e da perversão. E o ator não titubeia, encarando o papel de frente e saindo vencedor.
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7. Viver e Morrer em Los Angeles
Viver e Morrer em Los Angeles me confirma a ideia de que o Willem Dafoe nasceu para fazer filmes temáticos das décadas de 80-90. Quando assisti ao O Dono da Noite, Dafoe estava metido em um esquema de drogas e criminalidade, com toda aquela pompa atmosférica da década de 90, com luz vermelha, muito jeans azul claro, a rádio tocando só as mais românticas no estilo Fulton Street, e ele, obviamente, dominando toda a situação com a malandragem típica que ele tem. Dafoe é sempre um ótimo vilão, e aqui não é diferente. Em To live and Die in L.A, ele tem uma atuação impecável. Começo destacando a atuação de Willem Dafoe pois ele, certamente, sabe o que está fazendo.
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6. Conversation With Fritz Lang
Neste documentário, Fritz Lang concede uma rara entrevista a Friedkin. Nessa longa conversa, editada em versão de 50 minutos especialmente para o Festival de Cinema de Turim, Lang relembra sua vida artística e discute com Friedkin vários argumentos que interessam a ambos, inclusive a relação entre realidade e filmes de terror, a opção de mostrar cenas violentas ou não na tela, e a Alemanha durante os anos do nazismo.
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5. Parceiros da Noite
O mundo não soube apreciar Parceiros da Noite quando de seu lançamento, e tanto não soube que constantemente a revisão crítica tem reconhecido o valor do filme. Os motivos da rejeição são óbvios. Como falar, dentro de uma Hollywood conservadora, a respeito da liberdade sexual entre homens em cabines no centro de Nova York? Ora, a proposta vanguardista de William Friedkin é no mínimo arriscada. O grande ponto da questão é que o longa-metragem foi produzido no lugar errado e na hora errada. Pobre de Friedkin, que é um hollywoodiano nato. Não fosse ele desse nicho, o seu filme inevitavelmente estaria em outra posição.
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4. Os Rapazes da Banda
Um ano antes da Rebelião de Stonewall (junho – julho de 1969), evento que desembocaria no largo movimento social chamado de “Libertação Gay” (que durou de 1969 até meados dos ano 80), uma peça de teatro chamada The Boys in the Band, escrita por Mart Crowley, colocou New York City em polvorosa. Estreando Off-Broadway em 14 de abril de 1968, Os Rapazes da Banda foi a primeira peça com temática inteiramente LGBT, e todo o seu processo de produção, do encontro do teatro até a escalação do elenco, foi uma verdadeira façanha. Mas aconteceu.
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3. O Comboio do Medo
Alguns diretores sofrem após um grande sucesso. Alcançar reconhecimento absoluto cria uma certa obrigação de atingir o mesmo nível no filme seguinte. Existem diversos casos que atestam isso: como o fracasso de Martin Scorsese em New York, New York, filme seguinte a Taxi Driver; e o fiasco de Michael Cimino com seu O Portal de Paraíso, obra que sucedeu O Franco-Atirador. As obras citadas, na opinião deste crítico, não são ruins ou medíocres, mas seu nível de qualidade é tão longe das obras anteriores que decepcionaram público e parte da crítica.
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2. Operação França
Contando ainda com uma trilha sonora de Don Ellis que pontua muitíssimo bem os momentos em que surge, Operação França foi responsável pela releitura feita aos filmes policiais na década de 70, ao lado de filmes como Perseguidor Implacável de Don Siegel (também lançado em 1971). Carregado de pessimismo, este grande trabalho de William Friedkin oscila pela moralidade ambígua vista nos dois lados da lei; assim, o espectador chega ao fim da projeção com um inevitável gosto amargo na boca, haja visto a angustiante e por vezes frustrante experiência cinematográfica proporcionada pelo filme.
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1. O Exorcista
Marco da história do cinema, O Exorcista é um filme que mesmo não assistido, pode ser facilmente reconhecido por qualquer pessoa que tenha contato mínimo com a indústria cinematográfica. A produção, hoje, possui caráter arquetípico, servindo de inspiração para diversos filmes de horror que tentam seguir o seu modelo: uma criança inicialmente comportada, que diante da presença de uma entidade maligna, começa a apresentar comportamento estranho, e posteriormente, é possuída, trazendo à tona pânico e horror para os mais próximos, sejam os pais, familiares e/ou amigos.