A Era da 13ª Doutora foi uma das mais rejeitadas que tivemos em toda a Nova Série de Doctor Who. O momento de Chris Chibnall à frente do programa recebeu inúmeras críticas, a maioria delas bastante despropositadas e exageradas, mas ainda assim com pelo menos algum elemento ancorado na realidade. O fato é que o showrunner prometeu uma grande mudança, mas não conseguiu entregar nada nem perto disso. E o ponto mais problemático de sua fase à frente do show foi a falta de desenvolvimento da personalidade da Doutora, que teve algumas alterações comportamentais, mas nunca ganhou nenhum tipo de roteiro que desse verdadeira atenção às suas ideias, sentimentos e motivações tratadas como algo orgânico e necessário em um enredo.
Nessa lista, eu classifico os 10 episódios que eu mais gostei dessa Era. E como sempre, fica o aviso óbvio que todo mundo deveria saber, a esta altura do campeonato: lista é algo pessoal. Se você se sentiu muito incomodado com a MINHA lista, é simples: faça a SUA! O espaço de comentários abaixo está aberto para participações e justamente para que concordâncias e discordâncias sejam apresentadas, assim como outras versões possíveis de listas. Fica apenas o aviso: tenha educação! Nunca se esqueça disso. Boa leitura a todos!
.
10º Lugar: The Ghost Monument
11X02
Já sobre a nova abertura, não tive a mesma reação de grande espanto e efusivos aplausos, mas realmente gostei do que vi. É simples, acredito que tem a cara da nova Doutora e é bastante funcional. Evidente que tenho, como vocês, essa bagagem e esperança de semelhanças com as outras aberturas mas… bem… vocês sabem. É Doctor Who. Se bem feita, a mudança é sempre bem-vinda. E essa jornada de mudanças está só começando…
.
9º Lugar: Flux: Village of the Angels
13X04
Se tiver que apostar, apostaria que ele não criou Flux para ser encerrado no finale. Alguma consequência ou, possivelmente toda a questão da identidade da Doutora, será jogada para os Especiais, o que é um pensamento razoável de se ter. Meu medo é não termos pelo menos o básico das coisas bem montadas ao fim desse ano. Mas na montanha-russa de bagunça em que a série anda, alternando qualidade como se estivesse brincando com a gente, tudo pode acontecer. A esse ponto, o stress é tanto que eu quero logo que acabe. De incertezas semanais, já basta a vida…
.
8º Lugar: Nikola Tesla’s Night of Terror
12X04
Dos setores técnico, a melhor coisa desse episódio é definitivamente a trilha sonora. Tanto o acompanhamento simples como os temas específicos compostos para personagens são belíssimos, e meu maior destaque vai para aquele puro e sensacional ataque da orquestra que a gente ouve quando a câmera vai aumentando o alcance da lente e mostra a nave como um todo, revelando o perigo que Yas e Tesla estão correndo. A música nesse momento dá medo e engrandece imensamente a cena, me lembrando a mesma dinâmica que ouvimos em Demons of the Punjab, só que dessa vez mais intensa, mais sombria e com muito mais destaque na edição de som.
.
7º Lugar: The Haunting of Villa Diodati
12X08
Está claro agora que abrimos a porta de entrada para um Finale de temporada que tomará os dois episódios restantes deste 12º ano do show. Estou curioso e ao mesmo tempo apreensivo pelo que Chimbs nos trará adiante. Já vou colocar minha barba de molho. A coisa vai esquentar.
.
6º Lugar: Flux: The Halloween Apocalypse
13X01
Estou verdadeiramente muito animado para essa temporada. Com mais tempo disponível para desenhar todo um novo projeto, talvez Chris Chibnall consiga se redimir. Caso contrário, pelo menos ele logrou fazer com que a gente tivesse esperanças, entregando um episódio com essa qualidade e com esse mutirão de possibilidades. Tomara que chegue a um final coeso e igualmente interessante.
.
5º Lugar: Spyfall – Part 2
12X02
Com uma direção ágil e um roteiro que, a despeito de pequenos tropeços, consegue manter um alto nível; com ótimas referências à Série Clássica (eu adorei o contato telepático da Doutora com o Mestre, como víramos há muito tempo em The Three Doctors e The Five Doctors, por exemplo), bela e muitíssimo bem utilizada trilha sonora, boas interpretações e, acima de tudo, um verdadeiro (e chocante) plot para a temporada, o duo Spyfall veio com tudo para mostrar que Chris Chibnall pode se redimir em Doctor Who. O que precisamos agora é de que isso permaneça nos capítulos seguintes.
.
4º Lugar: Rosa
11X03
O final, com a sequência professoral da Doutora, normalmente me faria torcer um pouco o nariz, mas isso não aconteceu aqui. E volto ao que disse no começo: tudo está no tom. A explicação final da Doutora é uma ponte entre o momento de clímax do episódio e o momento final. Essa passagem é feita com os pés no chão, apontando para as dificuldades (a despeito das vitórias no meio do caminho) e o legado que essa grande mulher, essa pioneira, deixou para todos nós, tendo também a sua marca no Universo. Que episódio lindo e importante! Que vontade de abraçar alguém depois daquela última cena…
.
3º Lugar: Demons of the Punjab
11X06
Os demônios do Punjab, assim como em qualquer lugar do mundo, são os humanos intolerantes. E infelizmente esta é uma situação-padrão da nossa espécie. Hoje, tantos anos depois, nós conseguimos ver exatamente o mesmo padrão de comportamento e execução em níveis sociais e políticos. Mas cortando o ódio existem aquelas boas pessoas (Graham, que fica melhor a cada episódio, definiu isso muito bem) que se recusam a ver a segregação como algo válido para uma sociedade, para uma vida. E não existem demônios históricos ou ideológicos capazes de impedir que esse tipo de visão vença. Demore o tempo que for. Yaz é uma prova disso. E os sobreviventes de qualquer minoria ou vítimas de desmandos estatais ou qualquer tipo de ódio disseminado e organizado, idem.
.
2º Lugar: Spyfall – Part 1
12X05
Spyfall – Part One foi um baita começo de temporada, uma fantástica surpresa para os fãs — tomara que implique em coisas bem legais daqui para frente — e possivelmente uma indicação de mudança no trabalho do showrunner neste ano. Vamos esperar para ver.
.
1º Lugar: Fugitive of the Judoon
12X05
E aí temos Ruth. O que eu tenho para falar dessa mulher é que: eu amei cada segundo dela na tela. Eu amei o figurino dela. Eu amei o amálgama de personalidades dela. Eu amei a interação dela com a Doutora (Jodie está ótima nesse episódio, por sinal). Eu amei o mistério, a impossibilidade, o uso do Chameleon Arch para a restituição de suas memórias e personalidade originais. Eu estou encantado. A única coisa que eu espero é que, o que quer que estejam aprontando nas sombras, que seja bem feito. Porque se for, não me importa o quê. Eu já comprei a premissa — embora ache que estão mentindo para nós.