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Lista | Top 10 – As Melhores Cinebiografias

A vida de personagens históricos mostrada na grande tela.

por Luiz Santiago e Ritter Fan
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Com o lançamento de Oppenheimer (2023), nosso cavernoso Ritter Fan teve a ideia de fazermos um TOP 10 listando as melhores cinebiografias. A lista inicial que ele apresentou para corte era enorme e tinha quatro filmes de Martin Scorsese, o que acabou nos levando a colocar a regra de “um único filme por diretor“, para não dar muito na cara de que somos tietes do genial vovô ítalo-americano.

A versão final da lista, no entanto, não foi difícil de alcançar. Apenas meia dúzia de frases trocadas, e então, já tínhamos o nosso TOP 10 prontinho. Antes de avançarmos, porém, vale o lembrete para quem ainda não chegou a esta fase de amadurecimento: listas são compilações pessoais, baseadas em critérios específicos para cada situação, e refletem a opinião de seus compiladores. Em caso de discordância frente às nossas escolhas, independente da intensidade dessa discordância, não chore e nem esperneie. Apresente educadamente a sua oposição, argumente de maneira clara, sem xingamentos, e faça a sua própria lista de 10 cinebiografias. Comente também o critério de suas escolhas.

Você já viu as dez cinebiografias abaixo? Qual delas melhor representou a personalidade histórica, na sua opinião? Nossa lista é muito diferente da sua lista? Nos faça saber nos comentários abaixo!

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10. Butch Cassidy

Butch Cassidy não apenas diverte, como emociona, nos contando uma inesquecível história de amizade. Com um roteiro fluido, dinâmico e cheio de surpresas, o filme passa em uma questão de instantes e quando acaba nos deixa com um sorriso saudoso no rosto, nos fazendo desejar por mais histórias dessa dupla. Paul Newman e Robert Redford, de forma precisa, nos puxam para dentro da narrativa, nos trazendo risadas e angústias e marcando, definitivamente, a história de seus personagens em nosso imaginário.

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9. Capote

Capote é um filme de grandes méritos, destacando a performance de Phillip Seymour Hoffman, que sem se deixar levar pelo estereótipo, nos apresenta uma figura humana, ambiciosa, e marcada por seus próprios demônios. Também contribui para isso o sóbrio roteiro de Dan Futterman, que soube reunir os acontecimentos de maneira satisfatória, e a direção de Bennett Miller, que soube como trazer a condução ideal para a obra.

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8. O Martírio de Joana D’Arc

Durante a Guerra dos Cem Anos, quando as forças da França e da Inglaterra se confrontam impiedosamente, surge um símbolo de coragem e fé: Joana d’Arc. Nascida nas humildes terras francesas, ela ergue-se como guerreira destemida, liderando os exércitos franceses em batalhas encarniçadas contra os ingleses. Entretanto, a bravura de Joana encontra-se cercada de sombras e intrigas. Capturada próximo a Compiegne, ela é conduzida a Rouen, onde a teia de heresia tecida por clérigos franceses, leais aos ingleses, prepara-se para envolvê-la. O tribunal clerical, repleto de juízes alinhados à coalizão borgonhesa-inglesa e em detrimento do próprio rei francês, almeja arduamente abalar sua convicção e desacreditar sua alegação de ter sido agraciada com uma missão divina para libertar a França do jugo inglês.

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7. Infiltrado na Klan

Infiltrado na Klan tem muito mais do que essa essa camada política. Sua comédia, seu texto inteligente, as excelentes atuações, a direção que sabe expandir horizontes, fazer o elenco atravessar a tela com uma impressionante fluidez e a própria história central da investigação são momentos impagáveis da fita. Uma comédia política, histórica e real para incomodar ou falar pela voz de muita gente. Todo o poder para todos os povos!

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6. Amadeus

Mas se é com veneno que um dos maiores compositores de todos os tempos é assassinado na ficção, ironicamente o trabalho de Forman acaba provando de suas próprias qualidades como um veneno auto-inoculado. Analisar Amadeus é um trabalho complexo e a reflexão que resta ao final da projeção é mesmo pensar se, no todo, a beleza do longa-metragem fez mais bem ou mais mal à imagem de Wolfgang Amadeus Mozart. Que o púbico decida sobre isso ao longo de uma fita de três horas de duração absolutamente prazerosa e com cinema da mais alta qualidade.

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5. A Rede Social

Essa é a beleza de filmes como esse de Fincher: permite-nos olhar da maneira como acharmos que devemos olhar. É linear (apesar dos flashbacks), mas ao mesmo tempo profundo. Exige a discussão posterior e os aplausos dos espectadores. Dentre todas essas dúvidas, podemos ainda acrescer a dúvida sobre se as redes sociais são efêmeras ou se vieram para ficar. Se são modismos passageiros ou se são o futuro. Apenas uma dúvida não resta: A Rede Social é um clássico que será lembrado.

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4. Touro Indomável

Os dois mergulharam física e psicologicamente no universo de Touro Indomável: Scorsese aprimorou ainda mais suas técnicas de filmagem, criando cenas de extremo realismo dentro da arena de luta, cenas estas que até hoje são referências pelo modo preciso com a qual foram coreografadas, fotografadas e filmadas. DeNiro engordou quase 30kg para viver LaMotta em sua fase decadente, e consagrou-se com o Oscar de Melhor Ator em 1981. A grande maioria dos críticos e cinéfilos consideram esta a grande atuação de toda a sua carreira que abrange mais de cinco décadas.

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3. Gandhi

Gandhi é um filme sobre uma pessoa e seu olhar para muitos povos. A obra nos coloca sua busca pela liberdade, pela igualdade e pela paz. É um daqueles filmes que precisam ser conhecidos e revistos de tempos em tempos, já que a humanidade parece não ter aprendido a lição que tantas vidas custou e sabe-se lá até quando esta cegueira bélica e desprezo dos Estados e grupos ideológicos para com humanos que são diferentes, ou que querem viver com dignidade e alcançar direitos que lhes são negados, ainda irá durar.

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2. A Lista de Schindler

Certamente, a cena mais emblemática de A Lista de Schindler é a que apresenta uma garotinha de vermelho em meio ao preto e branco até que ela se esconde em um refúgio diante dos olhos assustados de Schindler. Além do momento servir como um gatilho para o protagonista, Spielberg destaca que o sentimento, doçura e amor do mundo precisou esconder-se diante de uma das maiores atrocidades cometidas na história da civilização humana. Não foi o diretor que tirou as cores do ocorrido, mas sim os autores da guerra, pintando nossa biografia com pesados tons escuros. Até mesmo o diretor mais otimista de todos os tempos desistiu do colorido diante de tal história.

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1. Lawrence da Arábia

Por um momento desconsidere os fatos históricos retratados em Lawrence da Arábia: o embrião da Revolução Árabe, a derrota do Império Otomano, a unificação das tribos de beduínos, a 1ª Guerra Mundial. Esqueça também o caráter épico da fotografia de Freddie Young e da arrebatadora trilha de Maurice Jarre (ambos responsáveis pelo excelente Doutor Jivago) e a direção cirúrgica de David Lean, o Cecil B. DeMille dos anos 60. Foquemos no personagem – não na figura história – de T.E. Lawrence ou Al Lawrence, como é rebatizado por Sherif Ali e foquemos em Peter O’Toole, então com 30 anos e em seu primeiro papel de destaque.

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Hors-Concours: Oppenheimer

Baseado na biografia O Triunfo e a Tragédia do Prometeu Americano (2005), Oppenheimer foi escrito por Christopher Nolan em primeira pessoa, transmitindo com forte intensidade o que o próprio cineasta entendeu como “o pessoal interagindo com o histórico e o geopolítico” em referência ao biografado. São três horas de um petardo fortemente ancorado em diálogos rápidos e densos, com dezenas de personagens abordando um tema difícil, moral e teoricamente, com encadeamento narrativo alinear e estrutura de montagem que não entrega nada de bandeja para o público. As respostas, aqui, demoram a aparecer, e o enredo vai se construindo a partir das reações dos personagens a diferentes desejos, pesquisas, descobertas e brigas entre si, nunca tendo por base o clássico desenvolvimento individual ou de grupo, seguido pelo conflito interno ou externo e caindo na queda das máscaras e na chegada ao clímax.

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