Avaliação da temporada:
(não é uma média)
O segundo ano da jornada de Daryl pela França ganhou uma grande adição: o retorno de Carol. Parte da curta temporada é centrada no reencontro da dupla, que continua tendo muita química e formando uma bela dupla ao longo da temporada. Mesmo pecando com melodramas típicos da franquia nos últimos anos, os roteiristas criam bons arcos dramáticos para os dois personagens icônicos, incluindo muitas voltas à feridas do passado. Fora isso, porém, a temporada entrega bem pouco, apesar de ter sido um ano mais consistente do que a temporada de estreia, que terminou em uma nota muito ruim.
Aqui, vemos muitos dos mesmos problemas, como a subutilização dos zumbis, o núcleo confuso em torno do apático Laurent e o tom mais sentimental do que de terror que esse universo infelizmente pegou para si. No fim, o saldo ainda é razoavelmente positivo, em uma trajetória final pelo arco da França que entrega bons momentos dramáticos, uma constância com a ótima produção em todos os departamentos e até algumas boas sequências de ação, mas é difícil tirar o gosto genérico da obra. Veremos o que a Inglaterra promete na vindoura terceira temporada.
Nessa lista, faço o meu ranking dos episódios, do pior para o melhor, todos com as devidas críticas indicadas para leitura mais expandida. Deixe você também nos comentários a sua lista e diga o que achou, em geral, desta temporada!
6º Lugar: Moulin Rouge
2X02
Consigo ver um esforço tremendo da direção em usar as criaturas para algum fim, como a sequência de Carol presa entre as prateleiras, a vinda dos zumbis na floresta (shots muito bonitos, aliás) e os mortos-vivos camuflados na Groelândia, mas nada realmente de destaque em termos de horror e suspense. São os humanos que continuam gerando bons antagonistas (adorei as duas maluquinhas que queriam procriar), mas veremos se a história na França ganha algum tipo de qualidade com a chegada de Carol. Até aqui, porém, a série é só razoável, quase ruim, em um retorno esquecível (he,he) que apenas alegra um pouquinho pela vindoura reunião de dois personagens maiores do que a própria história.
5º Lugar: Vouloir, C’est Pouvoir
2X05
Vouloir, C’est Pouvoir mostra como as pessoas por trás da franquia estão no caminho errado, focando cada vez mais em draminhas clichês e menos no exercício de gênero que deu início a tudo isso. A cena de Ash no carro é tão exemplificativa desse problema, porque mesmo com algumas escolhas duvidosas de Daryl e Carol (entrarem no carro e depois usarem o vírus), ela começa até com um bom estabelecimento de perigo, passando pelos zumbis em torno do automóvel e posteriormente o uso das criaturas modificadas, incluindo bons shots internos com sangues e tripas voando pelas janelas, mas logo depois os mortos-vivos mutantes são facilmente parados e o resto do episódio nem traz mais os zumbis.
4º Lugar: La Gentillesse des Étrangers
2X01
Gosto de maneira razoável do núcleo de Carol. Tanto La Gentillesse des Étrangers quanto Moulin Rouge lidam com a personagem matando e enganando para chegar na França, no que rende alguns bons momentos de thriller e de violência, com destaque para o embate na Groenlândia com duas mulheres um tanto malucas, para dizer o mínimo. McBride comanda atenção e tem um carisma que Norman Reedus apenas sonha em ter, rapidamente tomando frente do protagonismo da série. Também gosto da relação e do dilema dramático entre a personagem e o gentil Ash Patel (Manish Dayal), um piloto que perdeu o filho e que tem sido manipulado por Carol para ganhar uma “carona” até a França.
3º Lugar: L’Invisible
2X03
L’Invisible é um episódio melhor escrito do que os anteriores, principalmente em termos de diálogos que soam naturais e humanos, retratando bem alguns momentos dramáticos entre os personagens, em especial Daryl, Carol e Genet. A melhor caracterização da antagonista e a possibilidade de termos super zumbis são os pontos altos de um episódio que, no todo, ainda é medíocre, mas que é ágil e tem um senso de urgência que estabelece bem o conflito que veremos no próximo capítulo, com os núcleos de Daryl e Carol possivelmente convergindo.
2º Lugar: Le Paradis Pour Toi
2X04
É possível ver algum tipo de esforço da produção, que continua ali no limiar do ruim com o medíocre, como a sequência de Carol dirigindo um quadriciclo com Codron acorrentado ou mais algumas tomadas longas de Daryl simplesmente destruindo tudo na sua frente, mas é tudo mais ação, em sua maioria genérica, apesar de divertidinha, do que terror, pontuado por mais momentos melodramáticos do que o necessário. Ademais, toda a história em volta do Ninho continua completamente descartável, passando por discussões superficiais sobre fanatismo e diferença de classes, até uma morte precoce – apesar de visceral – de Genet, que vinha se tornando uma vilã com uma leve presença de tela. Agora, teremos que aguentar o chato do Losang e seu culto ainda mais chato caçando o apático e desinteressante Laurent, enquanto caminhamos para um possível retorno de Daryl e Carol para os EUA. Se os episódios finais pelo menos focarem nos zumbis mutantes e continuarem o bom desenvolvimento dos arcos dos protagonistas, a temporada ainda pode terminar numa nota levemente positiva.
1º Lugar: Au Revoir les Enfants
2X06
O próprio início dessa nova jornada é conceitualmente bacana, passando pela entrada dos personagens no Eurotúnel com zumbis bioluminescentes e alucinações causadas por fezes de morcego. Já é a terceira vez que o derivado tenta introduzir novos tipos de mortos-vivos (tivemos, também, os zumbis queimados, que até aparecem no episódio, e os variantes), todos eles subutilizados, como acontece aqui quando a ameaça das criaturas e do próprio ambiente é usada unicamente para os personagens terem ilusões de entes queridos – essa franquia e sua insistência em melodrama… -, mas pelo menos é notável o esforço em introduzir novas ideias para a produção, que inclusive arrasou aqui no design do túnel e dos zumbis que brilham. No fim, esse acaba sendo um bloco interessante para dar o pontapé dessa nova trajetória de Daryl e Carol. Veremos se a Inglaterra será melhor que a França.