Avaliação da temporada:
(não é uma média)
Eu posso simplesmente repetir o que disse na lista de Dead City porque meus sentimentos em relação ao spin-off de Daryl na França são exatamente os mesmos que tive na aventura de Negan e Maggie. Temos um episódio de abertura que apresenta conceitos interessantes, passando pela expansão de universo e mistura de ideias de gênero (aqui com o aspecto medieval do lado estético da produção, simbologias religiosas, referências à Revolução Francesa e um encaminhamento narrativo messiânico). Infelizmente, tudo não passou de um pastiche de The Last of Us, com personagens ruins, situações descontextualizadas, descarte do suspense/horror, “desenvolvimentos” dramáticos sem direção e episódios extremamente chatos. Falo mais sobre tudo isso nos textos de cada tortura semanal.
Sou bobo, mas vou repetir: nunca mais confio em uma série de TWD.
Nessa lista, faço o meu ranking dos episódios, do pior para o melhor, todos com as devidas críticas indicadas para leitura mais expandida. Deixe você também nos comentários a sua lista e diga o que achou, em geral, desta temporada!
6º Lugar: Deux Amours
1X05
O que segura um pouco o episódio (e que justifica minha nota não ser um gigantesco zero), é o conceito do zumbi variante, que traz algum tipo de impulso para a história e porque sempre sou a favor de ideias para elevar os mortos-vivos que gradualmente foram descartados. Também gosto da atmosfera relativamente macabra do covil da Genet (e do navio também), com zumbis capturados, militares ideologicamente cegos e experimentos de horror. Mas é pouco, muito pouco para um penúltimo episódio de temporada. Até peço perdão pela minha impaciência na análise e o tantinho menor de profissionalismo dos textos anteriores, mas nossa, que episódio chatão!
5º Lugar: La Dame de Fer
1X04
The Walking Dead: Daryl Dixon começou com algumas ideias minimamente curiosas e inusitadas para a franquia, mas à medida que os episódios têm avançado, é perceptível que não existe qualquer coesão ou aprofundamento nos conceitos e temas apresentados ou insinuados pela narrativa. É tudo jogador no ar, mantendo os mesmos problemas dramáticos da franquia (diálogos ruins, melodramas) e os de direção também (falta de tensão, zero criatividade visual para encenação ou ambientação, nenhum escopo), além dessa sensação crescente de aleatoriedade que tenho sentido nos últimos episódios. Isso já era esperado, mas caramba, como esses episódios recentes perderam até mesmo aquele fio de diversão caótica, caindo no marasmo narrativo enjoativo e de dar sono. Mais um derivado que está indo para o buraco.
4º Lugar: Coming Home
1X06
Antes da temporada começar, li um artigo sobre como Norman Reedus afirmou em uma entrevista que a produção estava “fazendo arte”. É possível notar essa presunção dos desenvolvedores do seriado, passando pela salada temática e as diversas representações históricas que tentam compactar nos episódios, seja de caráter religioso, medieva ou revolucionário. É como se estivessem querendo fazer algo diferente, mas só jogando tudo em tela sem uma direção bem delineada. Afinal, terminamos o ano de estreia sem entender as motivações dos grupos, de qual é a relevância de Laurent nesta guerra e de quais são os debates propostos pelo subtexto da produção. Tudo parece sem significado e aleatório, o que é agravado pela falta de química e de laços entre o trio principal, tanto que fiquei completamente indiferente com a cena dos zumbis indo atrás de Laurent e um Daryl em dilema na praia. O cliffhanger de Carol é um recurso para nos deixar curiosos pela reunião da dupla, mas estou totalmente desinteressado nesse arco na França, que, além de todos esses problemas, mantém a toada da franquia nos últimos anos de oferecer um produto que subutiliza os zumbis e não trabalha suspense e horror com o devido respeito. Como sempre, temos uma nova temporada no horizonte… até lá.
3º Lugar: Paris Sera Toujours Paris
1X03
Em suma, Paris Sera Toujours Paris é chato. A história não vai pra lugar nenhum, apresenta um monte de elementos e cenários aleatórios, não desenvolve os personagens e termina num cliffhanger barato com esse antagonista convencional que quer vingança – fora que a direção de ação e tensão do episódio é absolutamente horrenda, visualmente estéril, escura e com planos confusos para manter a logística das sequências, como quando começam a atirar em Daryl. A indicação de que existe um grupo fazendo experimentos em zumbis é, talvez, o melhor destaque do episódio em termos de curiosidade, mas duvido que algo verdadeiramente bem trabalhado vá sair disso. Os outros episódios não são lá muito bacanas, mas pelo menos tinham um nível de entretenimento caótico que segurava o roteiro raso, agora aqui o ritmo é cadenciado e as fragilidades da história ficam mais evidenciadas.
2º Lugar: Alouette
1X02
Uma coisa é certa, quem preza por verossimilhança, lógica e uma história pé no chão não vai encontrar interesse no spin-off. Os conceitos não fazem sentido, as alusões são arbitrárias, o drama é raso, o suspense é quase inexistente e o estabelecimento da história parte de uma premissa que parece ter sido bradada por um estagiário na linha de “e se misturássemos TWD com algo medieval na França“. A maluquice aqui tem seus momentos, porém, tanto pela ação (em pequenas doses) quanto pelos cenários, escolhas de armas e até figurinos “medievais”. Metáforas de religião e uma narrativa de odisseia não vão ser achadas aqui, mas tô me divertindo suficientemente numa linha logo acima do ruim para não morrer de tédio com mais uma série indiferente da franquia.
1º Lugar: L’ame Perdue
1X01
The Walking Dead: Daryl Dixon tem tudo que imaginamos numa história solo do personagem homônimo, desde sua característica de andarilho solitário com tendências bondosas levando ele a protagonizar uma aventura, até seu estoicismo que mascara muita dor. Não sei se os roteiristas vão ter qualidade o suficiente para criar algo dramaticamente profundo em torno do personagem, mas eles se aproveitam de uma premissa batida que tem feito sucesso para criar um cenário curioso com camadas de religião na França. Confesso que, no momento, estou cínico por conta de experiências passadas, mas o episódio de estreia é agradável e inusitado dentro das limitações da franquia.