Como fazemos em toda série que analisamos semanalmente, preparamos nosso tradicional ranking dos episódios para podermos debater com vocês, lembrando que os textos abaixo são apenas trechos das críticas completas que podem ser acessadas ao clicar nos títulos dos capítulos. Qual foi seu preferido? E o pior? Mandem suas listas e comentários!
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10º Lugar: Allegiance
5X09
O tratamento dado por Alanis Wheeler a Serena alcança aqui o estágio de agressão e dominação opressiva, o que acaba culminando na fuga de Serena e Noah. Isso abre portas muito interessantes para o episódio final, possivelmente colocando-a em contato com June. Diferente de outras temporadas, não consigo ver exatamente que caminho os showrunners vão tomar aqui, a fim de nos levar à última temporada. Estou ansioso e um pouco preocupado, mas tenho quase certeza de que teremos um bom fechamento deste 5º ano, com direito a coração disparando loucamente a cada bloco de ação. Será uma longa semana.
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9º Lugar: Motherland
5X08
O encerramento do capítulo tem uma cara anticlimática disfarçada de épica (acompanhada de trilha sonora e tudo). Com a ligação de Tuello, o peso saiu das costas de June e renasceu a esperança de que Hannah seja retirada de Gilead. E segundo uma fala do próprio Tuello, o governo americano está preparando alguma espécie de ataque àquela nação. Eu não sei como isso será feito, se é algo que um único país ou de um conjunto deles, mas com Lawrence no posto de comando da ditadura religiosa, circunstâncias atenuantes podem aparecer, inclusive no campo político. Notem como o roteiro consegue humanizar diversas situações e pessoas aqui. Serena vira oficialmente uma aia dos Wheeler (vocês sentiram algum tipo de dó dela ou festejaram essa prova do próprio veneno?) e Lawrence, o chamado “arquiteto de Gilead“, é mostrado sob um outro ponto de vista: o dele próprio. Talvez esse jogo de dilemas pessoais seja a tônica dos capítulos das próximas duas semanas. Quem disse que o final da penúltima temporada da série seria fácil?
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8º Lugar: Safe
A relação da migração em massa dos americanos com os judeus da Alemanha nazista é a grande marca visual que Elisabeth Moss, diretora do episódio, dá ao final. Aliás, achei esse capítulo melhor dirigido do que os outros que ela assinou no começo da temporada, e gosto especialmente do trabalho de movimentação de câmera dela, utilizando alguns truques visuais aplaudíveis. A fotografia das cenas finais me incomodou um pouco, mas pelo menos dessa vez, uma menor quantidade de luz e um certo monocromatismo fizeram sentido para aquele momento representado na tela. Minha sensação de “não fazer ideia do que acontecerá” segue mais forte, porém. Confesso que tenho medo em relação ao final da série, dado esse caminho super aberto da penúltima temporada, mas torço para haver um encerramento que faça jus a essa impactante série.
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7º Lugar: Border
Já o bloco com June na fronteira reforça a sua vontade de luta organizada, que agora parece ganhar um sentido mais lógico, com a descoberta do que é, na verdade, o “Mayday” — algo que ela achava ser apenas uma invenção boba para dar esperança e manter o moral das mulheres alto no processo de fuga de Gilead. Quando uma luta organizada aparece, é um bom sinal, mas fica difícil saber se June se manterá na fronteira, trabalhando à distância (acredito que não) ou se irá realmente voltar para as trincheiras do horror (esta é a minha aposta, nesse momento). Alguns peões políticos nesse tabuleiro já foram movidos e June está jurada de morte por um comandante com algo muito precioso para ela, sob sua guarda. A coisa não poderia ser menos tensa. Vai pegar fogo!
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6º Lugar: Dear Offred
5X04
A proposta de Tia Lydia deixa a gente ainda mais confuso e nos faz pensar sobre as reformas de Gilead. Confirmou-se, aqui, aquela ideia de que o funeral de Fred teve ótima repercussão internacional, e agora, muitos países (ou alguns grupos desses países) querem abrir algum tipo de diálogo com Gilead, o que não acontecia antes — ao menos de maneira aberta e um tanto ampla, como parece estar ocorrendo nesse momento. Com essa maior firmeza do sistema e a presença afrontosa de Serena no Canadá, vemos a semente de Gilead sendo espalhada e fortalecida. E June ainda não deu nenhum passo mais intenso contra a nação dos Comandantes. Será que vão empurrar para o episódio Finale esse maior passo da personagem? Por um lado, estou gostando muito do bloco que se passa no Canadá, comparado aos da temporada passada. Mas acho que June não deveria passar esta e a próxima temporada exclusivamente nesse estágio. Um grande movimento deve acontecer, e motivos não faltam para isso! Que lado dará início à crise?
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5º Lugar: Morning
5X01
O ritmo mais lento do primeiro capítulo dá espaço para um ágil, angustiante e muitíssimo bem dirigido segundo episódio. Não senti nada de especial no trabalho de Moss, como diretora, em Morning, mas em Ballet ela compensou toda a espera. Sua assinatura é delicada, muito bem ancorada na construção de suspense visual. Lembremos, por exemplo, da cena do Comandante oferecendo chocolate para a nova Aia. É uma cena nojenta e tensa ao mesmo tempo. E a semente do que posteriormente iremos ver, com o envenenamento de Janine e Esther, outro momento angustiante e com boas nuances de horror gore. Contudo, o verdadeiro destaque desse episódio — ou melhor, dessa dupla inicial da temporada — está em seus últimos minutos. Serena exigiu um funeral com transmissão internacional e sua motivação ficou clara: ela queria mostrar Hannah para June, algo que só conseguiria fazer se lograsse convidar determinados Comandantes para o evento.
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4º Lugar: Ballet
5X02
Este cenário, pelo que entendi, será o grande ponto da temporada. Eu não vi o trailer de divulgação (raramente vejo trailers), então não sei se é algo já planejado e indicado visualmente para o público, mas Gilead parece chamar June de volta. A montagem dos minutos finais do segundo episódio é primorosa, corta para cenas do cortejo fúnebre e para cenas de uma apresentação de balé, seguido da aparição de Hannah nas telas do mundo inteiro. O ótimo jogo de câmera também diz muito ali: Serena filmada em plogée (normalmente posição de poder e engrandecimento, de baixo para cima) enquanto June é filmada em contra-plongée (normalmente posição de submissão, pequenez, opressão, de cima para baixo) e esta posição atual das duas mulheres estabelece o chão que iremos palmilhar nos próximos oito episódios, num conflito que ainda tem muitas batalhas para atravessar. Todos estão preparados para passar raiva?
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3º Lugar: Fairytale
5X05
O final do episódio nos traz a captura de Luke e June. E essa captura indica que, em breve, estarão em Gilead (enquanto Serena parece uma prisioneira nessa casa onde ela está. A coisa ali é meio macabra, não?). Luke, que escapara da primeira vez, agora sofrerá nesse sistema. E June — se a captura e direcionamento para Gilead realmente se confirmar — está nas mãos de um grupo de homens que já tinham indicado que ela era um problema e que deveria ser exterminada. Num olhar frio para a coisa toda, a gente pode até dizer que este é o “começo do fim“. Porque uma coisa é certa: se June voltar nesse momento para Gilead, não será um retorno à toda, vocês não acham?
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2º Lugar: Together
5X06
Ficar na “Terra de Ninguém” parece ser uma estratégia do programa para avançar com a tensão, enquanto tenta emplacar algumas coisas em Gilead, que estão relativamente lentas no grande plano; mas parecem dar passos largos nos micro dramas isolados, como o já analisado evento com o Comandante assassinado por Nick. A cena, aliás, tem uma daquelas brincadeiras sacanas dos diretores da série, e Eva Vives não perdeu a oportunidade de deixar o homem caído, ensanguentado, em um chão com um desenho de asas. Como um anjo caído. Considerando que já estamos na segunda metade da temporada (faltam apenas 4 semanas para acabar) parece que os produtores vão deixar as histórias mais amplamente impactantes para o final. De todo modo, com o que tivemos no encerramento deste episódio, já dá para brincar um pouco de morrer de ansiedade. June e Serena fugindo dos fascistas teocráticos. Quem diria, hein?
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1º Lugar: No Man’s Land
5X07
Mas a verdadeira porrada do episódio vem no final. Após momentos onde muitas verdades são ditas e cenas de grande ternura são exibidas, há uma elipse, e já estamos em um hospital, no Canadá. Sim, elipses tão grandes como essas são estranhas, mas a gente precisa pensar em possibilidades e probabilidades para lidar melhor com elas. No meu caso, não vi a quebra de nenhum desses elementos, por isso, a despeito do choque inicial após perceber a elipse, abracei bem aquele bloco. June, Serena e Noah estão no Canadá. E o desfecho do episódio nos traz uma vingança perfeita. Aliás, vingança, não. Justiça. Reparação. Dói, ao mesmo tempo que é satisfatório ver Serena sentindo na pele aquilo que ela e o governo que ela ajudou a construir e apoiou fez com centenas de mulheres e crianças sequestradas pela ditadura fundamentalista cristã de Gilead. Que desfecho! Que interpretações! Que história!