Nota da temporada (Não é uma Média)
Nota da série como um todo (Não é uma Média)
- Há SPOILERS! Leia aqui todo nosso material sobre a série.
Finalmente The Flash acabou…e de certa o universo de super-heróis da CW também. A série mais longeva das criações de Greg Berlanti e companhia. Depois de crossovers, de eventos numerosos de personagens e uma legião de fãs apaixonados, Barry Allen dá a última corrida para a ousadia da DC na televisão. É um momento histórico, mesmo que o último episódio seja bem aquém, até mesmo do seu arco de construção de vilão. Eric Wallace, o último showrunner, o designado a segurar o último carro chefe da CW de sucesso da era heroica, é um mix de problemas e qualidade…sendo o resultado dessa última temporada.
Os problemas são mais evidentes, como a dificuldade de progressão narrativa, as enrolações que vão enchendo linguiça, os personagens que sofrem com melodrama e a dificuldade de desenvolver uma trama coesa. São problemas clássicos de séries da TV aberta americana, especialmente quando se acumula um cânone desenfreado, usado com conveniência e renovado sem preparo dramático. E nisso tudo, o ridículo e a breguice são postas como escape e desculpas para colocar placas coloridas que chamem atenção de qualquer forma. Quem não lembra do final da 7ª temporada e a luta de sabres de raio? Virou uma grande piada.
Ao mesmo tempo que a série conseguiu atingir seu auge brega, tentando fluir diferente do melodrama talhado pela terceira temporada, vale lembrar que Eric Wallace entendeu bem a vibe romântica e novelesca original do velocista escarlate…a disposição da série. O heroísmo é romântico, como diria Humberto Eco, e sempre adicionado de novas novidades para nos satisfazer. Mesmo que The Flash tenha começado com seu foco juvenil, muito mais sobre romances infantis, no final queremos Barry pai e esposo. Não necessariamente buscou-se isso naquela produção que cresce com o público. É sobre a raiz mesmo do super-herói das HQs.
Ao final de 9 anos, o vermelho da roupa ficou mais vivo, as botas douradas apareceram e o cabelo de Íris ficou vermelho. Não é sobre comic accurate (embora seja bom), é sobre entender que Barry Allen, com a frase de efeito “Run, Barry, Run”, vai do jovem ao velho mais rápido do que imaginamos. O romance familiar de envelhecer, ao mesmo tempo que ele sempre volta ao passado para salvar o mundo. Puro romance com ficção científica, quando o antigo namorado da esposa se torna o vilão, e a sua filha cuida de sim mesma porque pode voltar no tempo. O último episódio e a última temporada completa o sonho clássico de crescer e ter uma família, mesmo para um velocista que percorre em tantos tempos.
Ainda assim, tudo isso só pode ser percebido se o espectador for romântico, ou pelo menos gostar de novela. Depois de tanto tempo, a busca pelo ciclo, de tornar o jornal sobre o desaparecimento de Flash no futuro se tornar realidade, é um fio enrolado, feio de se ver. Infelizmente todo o romance e novelesco drama de Barry Allen sofrendo pelos seus amigos e sua família se tornou coach, como se um aconselhamento que resolvida tudo…ao longo de 9 anos. O ciclo se tornou mal executado, e nem espiral de tornou. Ao final, até mesmo a ficção científica se perdeu nas mãos de Eric Wallace na sua tentativa de romantizar mais e mais. Heroico, mais heroico, porém mais ridículo e desperdiçado. Eis o fim da CW, nessa mistura que tanto tentava esconder por trás do couro e menos cor.
Confere os rankings dessa finalização histórica de The Flash!
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Ranking e Avaliações Individuais das Temporadas
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Ranking |
Temporada |
Ano |
9° Lugar |
7ª Temporada
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2021 |
8° Lugar |
6ª Temporada
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2019-2020 |
7° Lugar |
4ª Temporada
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2017-2018 |
6° Lugar |
8ª Temporada
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2021-2022 |
5° Lugar |
3ª Temporada
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2016-2017 |
4° Lugar |
9ª Temporada
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2023 |
3° Lugar |
2ª Temporada
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2015-2016 |
2° Lugar |
5ª Temporada
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2018-2019 |
1° Lugar |
1ª Temporada
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2014-2015 |
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Ranking da 9ª Temporada
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13º Lugar: The Mask of the Red Death, Part 2
9X05
A grande vilã Morte Escarlate se torna uma grande decepção, imaginando que seria um desafio velocista realmente difícil e trágico para The Flash. Porque no final, serviu para que a história de Joe ir embora do elenco se confirmasse, e para reafirmar os ares novelescos da série, em que tudo se resolve com um diálogo positivo, coach e confortador.
12º Lugar: A New World, Part Four
9X13
Um episódio dividido em encerrar rápido um drama novo com o de sempre…e uma conclusão pouco inspirada; seja pelo padrão de finais de séries da TV americana, seja pelo efeito “frasal” sobre o que de fato é esse Novo Mundo que dá nome ao arco.
11º Lugar: The Mask of Red Death, Part 1
9X04
Por isso é um capítulo da semana confuso, irregular e ambíguo. Ele tem seu entretenimento equivalente aos exageros da Morte Escarlate, mas na concorrência de potências novelescas e familiares vira uma grande confusão. A parte 1 desse ataque do velocista de outra linha do tempo só não é pior pela abrangência que o roteiro contém. É a benção e a maldição. Inchado e geral demais para atingir negativamente nós que assistimos.
10º Lugar: Rogues of War
9X03
O ápice disso é a revelação do Morte Escarlate. A separação de um intervalo da TV cria o mistério para derrubá-lo. Apesar disso, assim como essa história de roubo é divertida de ver sendo encenada, com meta-humanos usando seus poderes e se dispondo a lutar em equipe, esse mistério de vilão não ser uma novela para quem assiste é um bônus. Rogues of War é divertido, mas muito apático simultaneamente. É a representação da irregularidade, sendo suportável o suficiente para assistir.
09º Lugar: Partners in Time
9X08
A verdade é que não importa quanto os roteiristas de The Flash inventem de sci-fi, na última temporada é mais possível do que nunca identificar maneiras fáceis de estimular os perseverantes na série para algo novo na verdade ser o de sempre. Se Lady Chronos parece visualmente bonita, assim como as roupas dos inspetores, e a farda “trekker” de Barry, tudo não passa de um cosplay de uma festa que acaba meia-noite.
08º Lugar: The Good, the Bad and the Lucky
9X06
Estranhamente para alguns, na nona temporada, os protagonistas não participarem torna a série melhor. Entretanto, há um tempo que episódios focados em Cisco, ou até mesmo na Frost, pareciam mais criativos, mesmo com dramas meia boca. Talvez muitos espectadores não curtam esse capítulo da semana, mas só pela leveza de acompanhar o azar de Becky com apostadores (ironicamente) já se torna melhor que acompanhar a vilanesca Morte Escarlate das semanas atrás.
07º Lugar: Hear No Evil
9X02
Quanto a Danielle Panabaker, sua nova personagem, Khione, que nem é Frost nem Caitlin, coloca-a em uma proposta mais inocente para atuação, trazendo uma simpatia, uma graça natural, um alívio para a melosidade da série. Não apenas isso. Danielle parece mais a vontade, porque tira todo o peso de refletir progressos de temporadas antigas, o que faz parte das grandes raivas que passamos em The Flash: quando uma atitude do personagem parece incoerente ou burra mediante o que ele já aprendeu.
06º Lugar: A New World, Part Two: The Blues
9X11
É difícil que os quatro episódios finais mantenham a mesma qualidade, seja mudando de diretor, seja mudando de roteirista, e especialmente não focando em Barry Allen. Apesar dos coadjuvantes terem sua importância, a base desse último arco envolve um grande vilão do Flash; mesmo que também seja do Team Flash. Assim, A New World, Part Two: The Blues tem seu momento deus ex-machina de Khione, ao mesmo tempo que grita bom final de temporada com a transformação de Malcom Gilmore em Eddie Thawne.
05º Lugar: It’s My Party and I’ll Die If I Want To
9X09
A morte de Barry é realmente interessante, feita pela direção da atriz Danielle Panabaker, é o fim arranjado, mas serve ao clímax. Apesar dos pesares, no esforço por uma lógica exagerada para fazer referência ao slasher/terror – já bem introduzida pelo controle mental dos outros personagens por Ramsey – Barry ir para outro plano, onde encontra Oliver, dá uma limpada na carga visual pouco criativa do episódio. Arrow não serve aqui apenas para resolver tudo e alegrar os órfãos da CW, mas felizmente serve também para tirar o peso que Barry torna tudo. Da mesma maneira que Oliver se remonta sempre como mentor para Flash, no episódio, na maneira como é feito, a lógica é a mesma: Arrow melhora The Flash no ato final.
04º Lugar: Wednesday Ever After
9X01
O episódio em si é um Dia da Marmota entre Íris escolher a venda de sua empresa de jornalismo, e Flash estar disposto a assumir cargo na polícia. Mas na real, refletindo sobre uma série de metahumanos e super-heróis, é um conto de fadas novelesco e sci-fi que quer ser realista consigo mesmo: criar um bom vilão e mostrar um grande ato heroico do velocista escarlate.
03º Lugar: Wildest Dreams
9X07
Não sei se os rumores de Grant Gustin substituir Ezrar Miller nos cinemas seja verdade, mas caso seja…ele parece querer ir embora da série antes do esperado. No final, é mais legal assistir o drama de Nia e Cecile do que os melancólicos momentos o velocista escarlate. Soa irônico, porém são dois episódios seguidos que The Flash fica melhor sem o Flash. Vai entender. A série se controla melhor sem ele. É sobre controle, aliás.
02º Lugar: A New World, Part Three: Changes
9X12
Não é possível saber com certeza se o final de The Flash será bom. Tudo pode se estragar com um passe de mágica. Porém, a construção de um vilão, especialmente em A New World, Part Three: Changes, nesse último arco de quatro partes, é tão boa quanto a construção de Flash como herói.
01º Lugar: A New World, Part One
9X10
Em A New World, Parte One parece o funil desejável, esperado de anos de “sofrência” com uma série que não corria bem sua maratona com seu protagonista velocista. Aqui tempos Barry interagindo com o Flash Reverso como super-herói finalmente maduro, até mesmo quando seu pai adotivo, Joe West, aparecendo vilanesco por um momento.