Em toda a sua longínqua carreira cinematográfica, com produções constantes em décadas de atividade, Ron Howard nunca consagrou-se verdadeiramente como um grande diretor. Já tendo sido nomeado para a premiação máxima, o Oscar de Melhor Diretor, Ron Howard, por outro lado, colecionou longas pouco interessantes, enquanto outros tornaram-se obras muito bem vistas. Acaba sendo bastante complicado definir quem Ron Howard é como diretor. A realidade, porém, que definitivamente não faz Ron Howard se destacar entre outros nomes de sua geração, é a pouca autoria de sua parte, com pouquíssimas exceções nesse caso, sendo um diretor de particularidades genéricas, muito do inerte perante um texto fraco. Sendo assim, começaremos do pior filme dirigido pelo cineasta e iremos caminhando, progressivamente, até o ápice da carreira do diretor. Lembrando que a lista é de responsabilidade exclusiva minha, sem ter tido a participação de mais nenhum membro do Plano Crítico.
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26º) Desaparecidas
(The Missing, 2003)
Por que Desaparecidas é o pior filme de Ron Howard? Por seu elenco ser ruim? A tentativa do cineasta em fazer um faroeste é um fracasso. Nessa busca pelo envolvimento do espectador, o longa-metragem coloca para causa e consequência sofrimento atrás de sofrimento, costurados por uma linha narrativa racista e entediante. Ao menos, temos Cate Blanchett, gritando e sofrendo, mas o elenco não consegue segurar a obra de ser parte do pior que a filmografia de Ron Howard tem para oferecer. Ao mesmo tempo, o longa-metragem, que parece durar uma eternidade, tem um dos piores vilões que o gênero do faroeste pode oferecer. Por que Desaparecidas é o pior filme de Ron Howard? Porque é vazio.
Como o crítico Rafael Oliveira escreveu em seu texto: “Mas a beleza plástica não faz de Desaparecidas uma experiência mais revigorante, e mesmo nomes competentes como Cate Blanchett e um caricato Tommy Lee Jones possuem pouco o que fazer com seus papéis limitados. E não é à toa que, por isso, Desaparecidas seja um dos filmes mais obscuros na filmografia irregular de Ron Howard”. Se para ele a obra já foi ruim, imagina para mim que não consegui enxergar muita beleza plástica nessa baboseira toda.
25º) Inferno (2016)
Como já estou cansado, após conseguir com sucesso tirar da cartola algumas linhas sobre Desaparecidas, vai ser muito difícil comentar algo acerca do desastre infernal que é Inferno. Deixarei os meus comentários sobre a franquia nos longas posteriores, que não tardarão a aparecer nessa lista. De resto, fiquem com o resumo que escolhi para a crítica que redigi sobre o longa-metragem: “Chato”.
24º) Splash: Uma Sereia em Minha Vida
(Splash, 1984)
Uma das posições mais polêmicas dessa lista, rejeitada completamente por Ritter Fan, Splash: Uma Sereia em Minha Vida tem considerável aceitação do grande público, e até mesmo da crítica. Nessa história de amor entre um homem e um peixe, como eu mesmo disse, “nenhuma química, senão a sexual, é estabelecida e somos obrigatoriamente forçados, assim como eles foram forçados a se amar por esse roteiro genérico, a acreditar neste enredo bobinho, até para os padrões de algumas pérolas do cinema oitentista”. Parafraseando a mim mesmo, você pode até gostar da fita, mas é um absurdo ela ter sido indicada à categoria de Melhor Roteiro na edição do Oscar correspondente.
23º) Grand Theft Auto (1977)
Em relação a Grand Theft Auto, o primeiro longa-metragem lançado nos cinemas com a direção do Ron Howard, tão homenageado quanto criticado nessa lista, não consigo nutrir o mesmo ódio que nutro pelos filmes anteriores. Basicamente, uma perseguição de carros que existe apenas para o cineasta conseguir destruir vários automóveis durante essa brincadeira toda. É Ron Howard brincando de Hot Wheels. Para ver o quanto ele está se divertindo, o diretor até mesmo protagoniza esse filme. De certa forma, não vejo com tanta amargura esse parque de diversões todo. Embora, como podem ver na crítica que redigi sobre a fita, ela está longe de ser tão divertida quanto a Disney. Parece mais a pracinha que tem aqui do lado de casa.
22º) O Dilema
(The Dilemma, 2011)
Após as três últimas posições terem sido sobre filmes os quais redigi textos sobre, uma pausa mais que merecida para o meu coração e uma abertura para O Dilema, uma comédia desinspirada do diretor. A maior parte do planeta consideraria o longa-metragem, estrelado por Vince Vaughn e Kevin James, presos em um conflito sobre traição, péssimo. Eu só acho ruim mesmo. Concordo, contudo, com Fernando Campos, em sua abordagem sobre o longa-metragem: “Como dito anteriormente, diante de tanta falta de inspiração, Ron Howard está no mesmo nível. Sua fotografia é quase televisiva, recorrendo apenas a planos médios e close-ups, utilizando poucos movimentos de câmera e, quando os traz, não muda nada no sentido do filme. Não há nenhum plano emblemático aqui ou iluminação diferenciada, assim como o design de produção apenas decora os necessários”.
21º) EDtv (1999)
Todavia, como nada é perfeito, retornamos a outro filme que possui crítica no site com a minha autoria. Porém, diferentemente da maioria das pessoas, EDtv, comédia estrelada por Matthew McConaughey, não me provoca tanto asco. Sendo lançado pouco tempo depois do icônico O Show de Truman, a abordagem de Ron Howard sobre reality shows encontra espaço em ser uma versão menos requintada que o longa-metragem protagonizado por Jim Carrey, mas tem falhas enormes para poder igualar-se ao clássico de Peter Weir. O resultado é o desperdício, quase hostil, sendo que, no meio dele, citando o meu próprio texto, “há sinais de uma química interessante, trazida à tona por interpretações sem sutilezas, reflexos de outra realidade que não a das pessoas vivendo a pleno vapor o sonho americano, o show da vida. É decente – ou seria indecente – por quase uma hora, até se perder em um buraco de péssimo aproveitamento”.
20º) O Código Da Vinci
(The Da Vinci Code, 2006)
O Código Da Vinci está longe de ser um livro aclamado por todos. Eu não li o livro, mas a questão é que a qualidade da leitura não importa realmente quando estamos falando da adaptação cinematográfica. Com reviravolta atrás de reviravolta, O Código Da Vinci desperdiça o espaço que abre para discussões quentes relacionadas a religião, as quais, porém, em relação ao papel da mulher dentro do Cristianismo, sofrem embasamentos interessantes, mesmo discursados sobre camadas fictícias – que não me incomodam nem um pouco. Uma conspiração que, no final das contas, daria margem para que as continuações seguissem caminhos quase paródicos. Mas a direção de Ron Howard é extremamente prejudicial para a condução da narrativa (o que, obviamente, foi ainda mais desastroso no resultado de Inferno, com corrida atrás de corrida). A única exceção para essa trilogia ruim viria três anos depois.
19º) Gung Ho – Fábrica de Loucuras
(Gung Ho, 1986)
O ator Michael Keaton já havia colaborado com o cineasta Ron Howard anteriormente, mas o retorno em Gung Ho foi aliado com um protagonismo interessante. Entretanto, a personalidade interpretada por Keaton – e a própria atuação em si – é fraca, com a história se esforçando para não cair em um estereótipo em relação aos japoneses que vão a uma cidadezinha pequena no meio dos Estados Unidos abrir uma fábrica de carros, apenas para se verem contrastados com os costumes dos americanos. A diversão encontra a sua barreira em uma imperfeita discussão sobre a cultura de dois países bastante diferentes nas distintas formações morais dadas a seus habitantes. Que bom que o Giba Hoffman, autor da crítica, gostou mais: “Mais um drama com toques comédicos do que uma comédia com toques dramáticos, o filme rende sim bons momentos de humor, com diálogos bem escritos e situações bem montadas, mas é do lado do enredo e nas batidas dramáticas que se encontra seu maior sucesso – um pequeno clássico dos anos 80, que merecia sem dúvida ser mais lembrado”.
18º) Han Solo: Uma História Star Wars
(Solo: A Star Wars Story, 2018)
Depois do ótimo Rogue One: Uma História Star Wars, não seria difícil imaginarmos que a Disney logo estaria nos trazendo um filme de origem para o icônico Han Solo. O problema, porém, é quão indistinto foi o resultado final da fita, sem se encontrar muito bem consigo mesma, com o que ela quer ser, sendo o resultado sendo nada mais nada menos que fraco. Ron Howard surge no meio do projeto, substituindo os diretores anteriores, e faz o que ninguém faz melhor que ele: ser bom em ser genérico.
17º) Anjos e Demônios
(Angels & Demons, 2009)
Anjos e Demônios é a melhor incursão de uma trilogia fraca. Ron Howard está muito melhor nesse filme do que no anterior e, ainda mais, do que no sucessor. Ao mesmo tempo, Anjos e Demônios é o filme que consegue equilibrar melhor a mensagem intuída com a condução narrativa, além de possuir o Robert Langdon mais bem resolvido da trilogia, nessa parceria, completamente desperdiçada, do diretor com Tom Hanks. Porém, a reviravolta final é extremamente frustrante, dando os sinais daquela paródia do próprio gênero de conspiração, citada nos comentários tecidos sobre O Código Da Vinci. Ao menos, apesar da franquia ser, possivelmente, o fim dessa colaboração, o início data de uma década antes, em um longa-metragem definitivamente mais inspirado.
16º) O Jornal
(The Paper, 1994)
“Obviamente, O Jornal não está no mesmo nível dos grandes filmes sobre jornalismo, mas a obra traz uma visão diferente sobre a área, o que é ótimo. Graças a essa profissão, eventos importantes foram relatados e crimes horríveis denunciados, mas rir um pouco dela não faz mal a ninguém”, citando o texto produzido por Fernando Campos ao site. A terceira colaboração de Michael Keaton com o diretor, infelizmente, não alcança toda a capacidade de trabalhar comicamente as vertentes abertas sobre o jornalismo, a moral do mundo e sua ética. Contudo, é certamente um bom filme para introduzir a profissão a alunos de Introdução ao Jornalismo durante a primeira semana de aulas deles.
15º) Willow – Na Terra da Magia
(Willow, 1988)
Ron Howard é, definitivamente, um diretor eclético. Na segunda tentativa em investir no gênero da fantasia, após o lançamento de Splash: Uma Sereia em Minha Vida, a história de Willow, destinado a ajudar um bebê destinado a ser da realeza, é muito melhor que o romance água com açúcar entre uma sereia e um homem. Com inspirações claras de Senhor dos Anéis e O Hobbit, como Giba Hoffman aborda em seu texto, o filme acaba perdendo um pouco de sua magia quando não consegue casar o humor com a aventura colocada na superfície. Ao menos, o protagonismo é dado a Warwick Davis, que sofre de nanismo. Entre o representativo e o satírico, Ron Howard encontra o tom ideal para não ofender e dar espaço ao ator lutar contra monstros e o preconceito. Ademais, muitos elementos confundem-se entre o genérico e o reinventado, mas a narrativa possui fôlego para, assim como encantar, divertir os espectadores da obra. Só não tanto quanto me encantava na infância.
14º) Cortina de Fogo
(Backdraft, 1990)
Apesar de não ser nenhuma maravilha, Cortina de Fogo está entre os melhores espetáculos audiovisuais já criados por Ron Howard. Para compor essa fita, contudo, uma narrativa com bastante prós e contras nos guias. Em citação ao meu próprio texto, “Kurt Russel entrega uma performance pungente, que nos transmite o rastro de ódio e solidão crescente dentro de seu peito. Baldwin, diferentemente, é mais contido; bem no papel, mas diminuído em cena na presença de nomes mais talentosos dentro deste ramo artístico, como Robert De Niro. Sendo assim, é inegável o sentimento de que este filme poderia ter sido mais. Contudo, mesmo sendo menos, Cortina de Fogo provou uma capacidade surpreendente de resistência ao tempo, ainda sendo uma experiência visual válida, apesar dos mais de 25 anos passados”. Uma história sobre irmãos no meio de um incêndio de proporções razoáveis.
13º) Um Sonho Distante
(Far and Away, 1992)
Tom Cruise e Nicole Kidman interpretam irlandeses à procura de oportunidades nos Estados Unidos. Ron Howard tem dois grandes problemas nesse longa: a grande duração e uma considerável redundância. Mesmo assim, é louvável como o diretor consegue traduzir o sentimento de ilusão e consequente desilusão dos imigrantes, além de que evidencia, colocando-se para paralelo com os anacrônicos dias de hoje, a hipocrisia dos patriotas em questionarem refugiados, invadindo países que, na realidade, nem são mesmo formados por uma única ascendência. Temos, ao mesmo tempo, uma história de amor, de vingança e de amadurecimento bem competente em desenvolver seus vários fios narrativos, guiando-os sobre as personalidades dos protagonistas.
12º) A Luta Pela Esperança
(Cinderella Man, 2005)
Há quem critique severamente A Luta Pela Esperança. Após Uma Mente Brilhante conquistar o prêmio máximo da noite de um desses Oscars, Ron Howard se viu badalado, encaminhando projetos com destinos fabricados: a temporada de premiações. Em consequência, a atrocidade chamada Desaparecidas surgiu. Ron Howard, afinal, quer nos fazer se envolver com a história do boxeador James Braddock, na segunda parceria entre ele e Russel Crowe. Daquelas histórias que nos promovem o sentimento de triunfo enorme: a capacidade do homem em superar as barreiras mundanas. Dessa forma, a dosagem entre a manipulação descarada e a indução honesta não é perfeita, assim como as próprias cenas de combate, extremamente decepcionantes, ainda mais tendo em vista que Ron Howard já havia provado, e provaria ainda mais, ser capaz de dirigir ação. Mas o resultado é positivo, mesmo que não tão triunfante.
11º) O Preço de Um Resgate
(Ransom, 1996)
Todavia, anos antes de qualquer Uma Mente Brilhante, O Preço de Um Resgate já ousava tentar provar se Ron Howard era capaz, ou não, de conduzir uma carga dramática pesada no cinema. O resultado é bastante positivo, com Mel Gibson encabeçando uma narrativa que coloca o seu filho para ser sequestrado, fomentando distúrbios internos e externos na vida dos pais do garoto, destinados a encontrá-lo. Com seus problemas pontuais, abordados por Giba Hoffman em seu texto, que concordo plenamente, O Preço de Um Resgate foi um primeiro passo importante para Ron Howard, tentando encontrar seu espaço dentre os diretores de dramas carregados de sentimento e, no caso em específico desse longa, misturado com um filme policial decente.
10º) No Coração do Mar
(In The Heart of The Sea, 2015)
A adaptação da adaptação de uma história real, que foi adaptada para uma adaptação conhecida mundialmente, o clássico Moby Dick, de Herman Melville, também é outro filme que, de acordo com essa posição escolhida por mim, não é adequado ao famigerado consenso, quando colocado sob a minha ótica particular. No Coração do Mar está longe de possuir a mesma condição de épico que Moby Dick possui em sua narrativa, falhando consideravelmente sob esses termos – e não fracassando -, mas é, definitivamente, um épico audiovisual, de um dos espetáculos mais formidáveis da carreira do diretor Ron Howard, com ótimas cenas de ação, ótima fotografia e excepcional computação gráfica. Apenas olhem a imagem em destaque e contemplem.
9º) Corretores do Amor
(Night Shift, 1982)
A melhor comédia ácida de Ron Howard, narrando a história de dois funcionários de um necrotério que, da noite para o dia, tornam-se cafetões. Enquanto Fernando Campos acredita que a obra falha na construção do humor, eu, pessoalmente, acredito que ela acerta muito com essa criação do improvável, colocando duas pessoas que nada tem a ver com esse ambiente de prostituição, interpretados por Henry Winkler e Michael Keaton, para vivenciarem momentos baseados em uma leve lógica do absurdo. O arco de desenvolvimento dado ao personagem de Henry Winkler, aliás, também é muito bom.
8º) O Grinch
(How The Grinch Stole Christmas, 2000)
A melhor comédia infantil de Ron Howard, colocando Jim Carrey para brilhar como o temível Grinch, criatura que odeia o Natal, mas acaba se rendendo ao encanto da noite mais mágica do ano. Não é perfeito, mas encanta verdadeiramente, no mesmo nível que alguns outros clássicos cinematográficos de Natal.
7º) Apollo 13 – Do Desastre ao Triunfo (1995)
Não poderia concordar mais com esse parágrafo escrito por Fernando Campos: “Mesmo sendo um pouco ufanista, evidenciado pela trilha sonora, e possuir um final clichê, Apollo 13 é brilhante tecnicamente. Prende o público do início ao fim e conta com uma ótima direção de Ron Howard, que apresenta aqui um dos melhores longas de sua carreira e um dos filmes de entretenimento que mais se destacam nos anos 90”.
6º) Frost/Nixon (2008)
Copio e colo, na cara dura, novamente, o último parágrafo do texto de Fernando Campo sobre o longa: “Para mim, Ron Howard sempre foi mais um carregador de piano do que um cineasta realmente criativo e autoral, como outros de sua geração. Contudo, quando o diretor (que tem sim o seu talento) acerta a mão, não podemos esperar nada abaixo de um ótimo filme, mesmo que não seja algo memorável, Frost/Nixon é a maior prova disso. Vemos aqui uma obra com roteiro afiado, boas interpretações e uma direção segura de seu realizador, que demonstra ter imensa prática com longas biográficos”. Em razão disso, a sexta posição para Frost/Nixon.
5º) O Tiro Que Não Saiu Pela Culatra
(Parenthood, 1989)
A melhor comédia família de Ron Howard, colocando Steve Martin para brilhar com as aventuras e desventuras que cerceiam o mistério da paternidade. Extremamente divertido, leve e relacionável – uma das grandes comédias estreladas por Steve Martin.
4º) Cocoon (1985)
Cocoon está entre as ficções científicas mais underrated da história do cinema estadunidense. A relação que o texto cria entre a mortalidade humana com a imortalidade alienígena é extremamente bem discursada, sem se perder em momento algum em uma narrativa que tem problemas a mais quando falamos dos extraterrestres em si, ainda bastante carismáticos. No final das contas, a emocionante abordagem feita por Ron Howard consegue tocar o meu frágil coração, sendo, muito provavelmente, a obra com maior valor sentimental dirigida pelo cineasta.
3º) Rush – No Limite da Emoção
(Rush, 2013)
Alguns dizem que Rush – No Limite da Emoção é a obra mais autoral de Ron Howard. Não poderia concordar mais com isso. O diretor grava cenas de corrida que tornam a Fórmula 1 um esporte muito mais veloz do que ele, ironicamente, é – não sou dos maiores fãs da Fórmula 1. O embate entre Niki Lauda e James Hunt, interpretados pelo magnífico Daniel Bruhl e o competente Chris Hemsworth, está entre os mais elaborados entre os filmes sobre esporte. Como longa-metragem, a decisão dos realizadores é por revezar a torcida do público, ora acreditando nas habilidade do jovem Hunt, ora torcendo pela recuperação do dedicado Lauda.
2º) Uma Mente Brilhante
(A Beautiful Mind, 2001)
A história de John Nash, brilhante matemático, detentor de uma mente brilhante, mas igualmente adoecida, não é o maior consenso da filmografia de Ron Howard. Algumas características do longa-metragem não são de agrado de vários espectadores, mas a obra, vencedora do Oscar de Melhor Filme, na minha opinião, traz uma história cheia de camadas, que se desmembram em uma narrativa inteligente e poderosa, guiada por uma das melhores interpretações de Russel Crowe em sua carreira – a melhor da sua parceria com Ron Howard.
1º) The Beatles: Eight Days a Week – The Touring Years (2016)
Extremamente que, para mim, a melhor obras de Ron Howard seja justamente um documentário estrelado pelos Beatles. A seguir, um trecho do meu próprio texto:
“A beatlemania reverbera no peito do espectador de diferentes formas, principalmente com a entrevista concedida por Whoopi Goldberg, que traça uma relação do racismo existente nos Estados Unidos com o significado da presença dos Beatles, um amor compartilhado pelo mundo inteiro, independente de qualquer “barreira” imaginária. Quatro jovens que se negam a tocar em um ambiente segregado; a união também é uma característica nesse escopo. Ao falarmos dos anos 60, a segregação racial é um assunto importante, os assassinatos irrefreáveis, atingindo tanto presidentes quanto atrizes famosas, também são, assim como as guerras incompreensíveis, que dariam início a movimentos subversivos fortíssimos. No começo, no meio e no fim de tudo isso, The Beatles reside temporalmente e atemporalmente, podendo até não ser a melhor banda de todos os tempos – os defensores desse pensamento focam uma dissertação justamente nesses anos de turnê, nesses anos de iê-iê-iê – mas é, definitivamente, a maior e mais importante de todas.”
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Agora é a hora de vocês comentarem quais são seus filmes favoritos do diretor. Rush? O documentário dos Beatles? Apollo 13? Eu realmente espero que não seja Inferno.