Acabou a cerimônia de entrega dos Academy Awards, ou Oscar, de 2013 e o que nos restou? Ora, falar mal do que aconteceu, é claro.
No entanto, como somos muito políticos, eu e o co-editor Luiz Santiago preparamos uma lista com os 5 momentos que mais gostamos e os 5 que menos gostamos da cerimônia.
O que vocês acham? Algum momento preferido? Algum que vocês odiaram e não listamos abaixo? Digam o que acham. Só não vale dizer que o Oscar inteiro é uma porcaria, pois vocês sabem, lá no fundo, que gostam da cerimônia e só não querem admitir para posar de vanguardistas…
Os Cinco Piores Momentos
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5. Esnobaram Roger Deakins. De novo!
Conhecem os “filminhos” Um Sonho de Liberdade, Fargo, Kundun, E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?, O Homem que Não Estava Lá, Onde os Fracos Não Têm Vez, O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, O Leitor, Bravura Indômita (2010) e 007 – Operação Skyfall?
Pois é. Sabem o que eles têm em comum? Todos tiveram a direção de fotografia de Roger Deakins e todos o fizeram ser indicado ao Oscar de Melhor Fotografia. Mas só indicados, pois ele nunca levou. E a fotografia de Skyfall, talvez o ponto alto de um ótimo filme da série do espião britânico, acabou perdendo para a bonita, mas fosforescente demais fotografia de Claudio Miranda.
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4. A longa e insuportável abertura de Seth MacFarlane com o Capitão Kirk
O que foi aquilo? MacFarlane começou bem, com boa presença de palco, piadas interessantes e uma voz cativante. Aí desce um telão e vemos William Shatner todo paramentado de Capitão Kirk, contracenando com Seth. Momento orgásmico nerd!
E os dois conversam. Kik veio do futuro e quer evitar o fracasso da cerimônia. E Seth começa um, dois, três, oito, vinte e cinco, noventa e sete shows de música e paródias até que, depois do que pareceu ter sido 3 horas de abertura, a cerimônia do Oscar começa.
Não precisávamos disso. O começo tradicional com piadinhas aqui e ali e a inevitável música cantada pelo mestre de cerimônias é mais doe que suficiente.
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3. Cadê o Affleck como diretor?
Ok, essa não aconteceu exatamente na cerimônia, mas não poderíamos deixar de reclamar. Aliás, não estamos sozinhos nessa. Ttodo apresentador da cerimônia, quando tinha oportunidade, falava direta ou indiretamente da injustiça que a Academia cometeu. Especialmente considerando o que escreveremos no ponto 1 logo abaixo.
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2. Ninguém respeita os mais velhos!
Nada contra o conceito de Jennifer Lawrence ganhar o prêmio de Melhor Atriz. A garota tem futuro, sem dúvida. No entanto, não só O Lado Bom da Vida não é o filme para ela ganhar o Oscar como, concorrendo com Emmanuelle Riva, ela não podia nem sequer sonhar com essa possibilidade.
É só ver a tocante e incrível atuação de Riva para perceber, de imediato, que a estatueta dourada tinha que ser dela e de mais ninguém. E isso sem contar com o fato que essa foi, provavelmente, a última oportunidade que essa fantástica atriz que completou 86 anos no dia da cerimônia e que conta com 78 filmes no currículo, tinha de ganhar esse prêmio.
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1. Diretor de descanso de tela não pode ganhar Oscar
Ang Lee é um bom – não grande – cineasta. Seu trabalho em O Segredo de Brokeback Mountain o fez levar, merecidamente, o Oscar de direção para casa.
Mas As Aventuras de Pi não é filme suficiente para ele merecer esse tipo de vitória. O filme não passa de um amontoado de pseudo-lições de moral e de espiritualidade que são repetidas dezenas de vezes ao longo da obra como se fossem difíceis de entender ou particularmente brilhantes. Além disso, o desfile de luzes na tela se não causar surtos epilépticos na plateia, certamente um dia servirá como excelente descanso de telas para computadores.
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Os Cinco Melhores Momentos
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5. Monstros sagrados invadindo o palco
A presença de atores consagrados é sempre agradável e a 85ª cerimônia de entrega dos Academy Awards foi particularmente pródiga nesse sentido. Tudo bem, Harry Potter e Bella também subiram ao palco e eles têm seu público, mas nada se compara a testemunhar Christopher Plummer, Meryl Streep e Jack Nicholson desfilando alegremente e fazendo suas apresentações.
Plummer, então, ganhou até uma mini-encenação de um trecho do clássico imortal A Noviça Rebelde e, no alto de seus 83, ainda tem uma presença imponente, não muito diferente de seu inesquecível Capitão Von Trapp.
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4. O céu caiu!
Quando Adele entrou no palco, tenho certeza que o público ficou hipnotizado. Já era tarde, mas a performance dela cantando Skyfall foi linda, com um cenário de estrelas combinando com seu vestido.
Que presença! Que voz! Se alguém estava dormindo, acordou nessa hora.
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3. Que educação, que finesse !
Christoph Waltz e Daniel Day-Lewis, como esperado, faturaram, respectivamente, a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante e Ator na cerimônia de ontem.
Waltz, que vem ganhando prêmio atrás de prêmio desde que Tarantino o descobriu e o revelou para o mundo em Bastardos Inglórios, subiu, humilde ao palco e, com voz tremendo de nervoso, mas com uma fleuma irretocável, fez seu educadíssimo discurso de agradecimento. Ator à moda antiga é algo raro de se ver!
E Day-Lewis não foi muito diferente. Ele sempre foi muito humilde em todo discurso que fez nas dezenas de prêmios que ganhou (esse foi seu terceiro Oscar de Melhor Ator), mas a cerimônia de ontem nos reservou uma surpresa. Ele saiu um pouco de seu personagem e fez ótimas piadas com Meryl Streep. Surpresa para todos e, principalmente, gargalhadas de divertimento. Sr. Day-Lewis, nossos cumprimentos!
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2. A temática de musical e o show homenageando os musicais
Toda a cerimônia de ontem, do começo ao fim, foi baseada em musicais. Desde a abertura – longa e chata – de MacFarlane fazendo diversos números com atores como Charlize Theron e Joseph Gordon-Levitt, passando pela ótima referência à Noviça Rebelde e o finalzinho, já nos créditos, tudo foi feito homenageando os musicais clássico e modernos.
Ainda que o gênero em questão seja algo que polarize opiniões, o fato é que a performance principal, com Catherine Zeta-Jones cantando e dançando All That Jazz e o elenco de Os Miseráveis entrando para cantar um pot-pourri das músicas do filme, foi realmente inesquecível.
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1. Argo leva
Quando Ang Lee levou o Oscar de Melhor Diretor, um frio correu pela nossa espinha. Será que ele leva também o prêmio de Melhor Filme. Seria um desgosto total.
Mas mantivemos a esperança e Argo acabou abocanhando o prêmio. O filme é perfeito? Certamente que não. Mas a direção segura de Affleck, que definitivamente se firmou como um ótimo cineasta, criou suspense e tensão em um história cujo fim todos já conheciam. E os demais componentes do filme, como direção de arte, montagem e trilha sonora resultaram em um competentíssimo thriller que mereceu as láureas. Não ficaríamos tristes se Django Livre ou Indomável Sonhadora levasse a estatueta, mas sabíamos que as chances eram poucas, pelo que Argo tornou-se objeto de nossa torcida.
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Momento Hors-concours
Graças à nossa fiel leitora Lou Pacheco, a quem agradeço, venho corrigir, aqui, meu erro fatal ao não incluir nessa lista o MELHOR momento do Oscar de ontem: a eterna musa Shirley Bassey arrasando no palco com seu vocal de Goldfinger, a melhor música da série do 007. Sinto muito, oh, Madame Bassey, por ter cometido essa tenebrosa gafe.
Mas a correção veio a tempo. Espero que me perdoe!
Bom, pessoal, é isso. Alguém mais tem algum melhor ou pior momento da cerimônia de ontem?