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Favoritos do Plano Crítico | Livros

por Luiz Santiago
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Nós aqui do Plano Crítico, seguindo a publicação das LISTAS DE FAVORITOS, resolvemos esquematizar desta vez os nossos livros favoritos. A proposta segue exatamente a mesma da lista anterior: os escolhidos são 10 FAVORITOS e não necessariamente melhores (perceba a diferença, por favor!).

NOTA: Esta é uma versão 2.0 da lista. A primeira publicação aconteceu em 2015, com uma estrutura completamente diferente (para começar, era um TOP 5 e não TOP 10, como agora) e com muita gente diferente na equipe. Hoje, cinco anos depois, trago a versão atualizada e acrescida de novos comentários e indicações! Vocês também vão notar que fiz uma marcação na seção de comentários, separando visualmente as participações feitas pré e pós a publicação desta segunda versão.

Não se esqueçam de comentar abaixo e deixar também a sua lista de 10! Divirtam-se!
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RITTER FAN

Para começo de conversa, é importante lembrar que essa é uma lista de favoritos, não de melhores. Há uma diferença fundamental nessas duas categorias e que pode ser resumida da seguinte forma: se eu fosse exilado para uma ilha deserta e tivesse a escolha de 10 livros para levar, eu levaria meus 10 livros favoritos e não os 10 melhores livros que li na vida. Ou seja, Othello ficaria em casa, mas Duna viria comigo. O Apanhador no Campo de Centeio seria trocado por A Origem das Espécies e assim por diante. Ou, sendo mais Fahrenheit 451, esses 10 aqui embaixo seria os primeiros que eu salvaria em um incêndio!
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Édipo Rei

Οἰδίπους Τύραννος | Sófocles | ?? 429 a.C.

plano crítico Édipo ReiΟἰδίπους Τύραννος Sófocles

Podem ter certeza que essa peça grega clássica não está aqui para eu tirar onda de intelectual. Eu simplesmente gosto demais dela que, juntamente com a peça de Pirandello citada nessa lista, foi uma das que mais me marcou quando estudava literatura em um curso profissionalizante em inglês que hoje, infelizmente, não mais existe. Além disso, fiquei feliz quando finalmente a escola de uma de minhas filhas colocou essa peça na lista de livros obrigatórios, o que certamente me fará reler essa maravilha e, provavelmente, a primeira vez em português (em outra vida, aprenderei grego e lerei no original!).
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A Origem das Espécies

On the Origin of Species | Charles Darwin | ?? 1859

plano crítico A Origem das EspéciesOn the Origin of Species Charles Darwin

Sempre tive um lado secreto de cientista. Apenas quando cresci um pouco é que reparei que era burro demais para estudar o necessário para ser um. Afinal, ficava no recreio de castigo fazendo tabuada de multiplicação, o que de cara descartou minha ambição de, um dia, descobrir o que raios significa E=MC2. Mas um familiar próximo é um cientista (diria até que maluco) e, uma vez, ainda quando eu tinha tenra idade, o que significa algo lá pela metade do século XX, ele me presenteou com uma bela edição ilustrada em papel de gramatura alta de A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Claro que eu não fazia ideia da importância desse livro, mas as ilustrações me cativaram, além da tentativa desse meu familiar em me explicar a “moral da história”. Anos depois, sempre com esse livro em destaque em minha estante (para tirar onda, lógico), resolvi me enfronhar em seu conteúdo e, para minha surpresa, fiquei mais fascinado ainda com o trabalho de Darwin. O livro não é exatamente for dummies, mas eu já tinha neurônios suficientes para fazer as conexões necessárias e perceber o quão valioso era aquela obra que tinha em mãos. Mesmo hoje, apesar de ter enveredado por caminhos não científicos, eu consulto o livro e mostro para minhas filhas, especialmente com as discussões absurdas que ouço por aí sobre o “criacionismo”. Mas isso fica para uma outra história…

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A Ilha do Tesouro

Treasure Island | Robert Louis Stevenson | ?? 1881/2

A Ilha do TesouroTreasure Island  Robert Louis Stevenson

livro que criou o arquétipo de piratas e que era leitura de cabeceira em tenra idade, mesmo antes de eu aprender a ler, pois esse era um dos livros que meu pai lia para mim à noite. Um conto de amadurecimento envolto em muita aventura, duelos de espada e um mais do que simpático pirata-bandido que eu queria como meu melhor amigo, com perna de pau e tudo mais.
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O Alienista

Machado de Assis | ?? 1882

Confesso que nunca fui muito fã de Machado de Assis e meu primeiro contato com O Alienista se deu por intermédio de uma peça de teatro que assisti em priscas eras. Não lembro de ter tido uma boa experiência no teatro, mas lembro vivamente de a apresentação ter plantado uma sementinha que, tempos depois, me fez catar esse “conto estendido” do autor e, ato contínuo, ser engolido pela incrível narrativa do Dr. Simão Bacamarte e sua Casa Verde. Inesquecível do começo ao fim. E atual. Muito atual!

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It, A Coisa

It | Stephen King | ?? 1986

plano crítico it stephen king

Com exceção do ritual sexualmente macabro que Stephen King inventa, essa história de amigos contra um monstro que gosta de tomar a forma de um palhaço (tem coisa mais assustadora que palhaço?) contada em dois tempos diferentes é engajante, apesar de seu enorme tamanho. Uma das poucas obras que reli em minha vida, meio que acompanhando os diferentes momentos dos protagonistas.
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Seis Personagens à Procura de Um Autor

Sei Personaggi in Cerca D’autore | Luigi Pirandello | ?? 1921

plano crítico Seis Personagens à Procura de Um AutorSei Personaggi in Cerca D'autore Luigi Pirandello

Trata-se de uma peça de teatro do autor italiano Luigi Pirandello, escrita em 1921. Quando a li pela primeira vez, o fiz em inglês, como parte de um dos vários cursos de literatura que já fiz nessa língua. E, de todas as peças que li e reli, essa é a que mais tenho gravada em minha mente. Seja pela metalinguagem, seja pelos fascinantes personagens, essa história – que conta exatamente o que o título descreve – é um dos mais fantásticos exemplares do Teatro do Absurdo e merece um lugar de destaque na estante de todos.

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O Velho e o Mar

The Old Man and the Sea | Ernest Hemingway | ???? 1952

plano crítico o velho e o mar livro lista

Esse foi um dos livros favoritos de meu pai, que lia desde romances trash até obras consagradas. Meu primeiro contato foi na forma do “você tem que ler isso” o que, claro, me fez colocar o livro na estante e nunca mais abrir. Meu segundo contato – e terceiro, quarto e por aí vai – se deu com meu pai consistentemente insistindo que eu lesse. Mas, como os pais não sabem de nada, me recusei. Afinal, se ele gostava, devia ser chato pacas. Mas, claro, quando finalmente li, pude constatar como eu fui idiota. De toda forma, tudo bem. Talvez o livro exija muito do leitor que, se for muito jovem, pode não pescar (ahá!!!) todas as referências. Tente, pois esse Hemingway irá fisgá-lo (ahá novamente!!!).

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O Fim da Infância

Childhood’s End | Arthur C. Clarke | ?? 1953

plano crítico o fim da infância Childhood's End Arthur C. Clarke

Meu livro favorito de Arthur C. Clarke, e olha que o sujeito só tem coisa boa demais! Sem dar spoilers para ninguém, é como se Eram os Deuses Astronautas (eu ia colocar esse livro nessa lista, mas vocês iam achar que eu sou idiota – não que eu não seja, claro…) tivesse sido escrito por alguém que sabe realmente escrever algo convincente sobre o assunto. E o mais sensacional é que a obra nem sequer tem um protagonista! Como isso é possível? Só lendo mesmo, viu?
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Eu Sou a Lenda

I am Legend | Richard Matheson | ?? 1954

eu sou a lenda plano crítico livro I am Legend Richard Matheson  1954

Meu primeiro contato com esse livro não foi com o livro, mas sim com uma de suas várias versões cinematográficas, mais precisamente aquela que tem Charlton Heston como protagonista. Adorei o conceito da história que continha um twist sobre vampiros/zumbis que nunca havia visto antes. O resultado foi que cacei o livro para ler ainda em tenra idade e lembro-me que passei noites de olhos abertos que nem uma coruja com medo de dormir pensando no que tinha lido. Assustadora e, ao mesmo tempo, desafiadora, essa obra é só para quem tem nervos de aço!
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Duna

Dune | Frank Herbert | ?? 1965

plano crítico Dune Frank Herbert

Em 1984, assisti Duna, de David Lynch e não entendi patavinas. Fiquei encucado com as magníficas imagens e com a imaginação do roteiro, mas não muito mais do que isso. Até que um dia, na biblioteca do meu curso de inglês, descobri que havia a coleção quase completa dos livros de Frank Herbert em português. E foi aí que eu pude ver de onde aquela maluquice toda de Lynch tinha surgido e entender que Lynch, na verdade, tinha se segurado, pois a obra de Herbert é muito mais maluca ainda (sempre fico pensando o quão lisérgico teria sido o filme por Jodorowski). Não. Maluca não. Fenomenalmente inebriante. É, sem dúvida, uma das mais densas e imaginativas obras de ficção científica que já tive a oportunidade de ler. O grande problema é que ele é o primeiro de uma gigantesca série, com cinco continuações escritas pelo autor e que já li e mais um monte de outras continuações e prelúdios escritos por outro autor que nunca tive coragem – ou vontade – de ler.


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