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Favoritos do Plano Crítico | Filmes

por Luiz Santiago
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Fazer uma lista de filmes favoritos é sempre uma luta contra si mesmo. Se a lista é grande, existe até alguma consolação, porque nos lembramos de filmes que adoramos e temos quase certeza de que todos estarão lá. Mas… e no caso de uma lista ingrata, com apenas 10 filmes favoritos? Pois é. Foi nesse vespeiro que nos metemos. E essa aqui é com certeza a lista mais pedida dentre todas as LISTAS DE FAVORITOS que publicamos até hoje!

A proposta segue exatamente a mesma da lista anterior: os escolhidos são 10 FAVORITOS e não necessariamente melhores (perceba a diferença, por favor!).

NOTA: Esta é uma versão 2.0 da lista. A primeira publicação aconteceu em 2015, com uma estrutura completamente diferente (para começar, era um TOP 5 e não TOP 10, como agora) e com muita gente diferente na equipe. Hoje, cinco anos depois, trago a versão atualizada e acrescida de novos comentários e indicações! Vocês também vão notar que fiz uma marcação na seção de comentários, separando visualmente as participações feitas pré e pós a publicação desta segunda versão. Não se esqueçam de comentar abaixo e deixar também a sua lista de 10! Divirtam-se!

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Ritter Fan

Quando alguém me pede para listar os cinco, dez, 20, 30 ou 100 melhores filmes que vi na vida, minha resposta é uma só: “não consigo, impossível, esquece”. Já quando me perguntam meus filmes favoritos, fico um pouco mais confortável, pois considero o favoritismo algo muito diferente do que é o “melhor”. Favorito, para mim, é o filme ou filmes que eu levaria para uma ilha deserta caso eu só tivesse uma escolha. No caso, o Luiz Santiago, editor-chefe aqui do site, me deu 10 escolhas e elas estão aqui embaixo, mas não necessariamente na ordem de preferência.

O Império Contra-Ataca

The Empire Strikes Back | Irvin Kershner | ?? 1980

Esse é o único filme considerado universalmente excelente (sim, universalmente, pois se você não acha excelente, não quero te conhecer e não vou te ajudar caso esteja caindo de um precipício depois de descobrir que o cara mascarado é seu pai…) da minha lista. É uma daquelas obras que me embasbacou quando vi pela primeira vez no cinema – aterrorizado por minha prima mais velha, que vilanescamente me disse, logo antes da sessão, que o Império “ganhava”, deixando-me com muito medo – e continua me embasbacando toda vez que o assisto novamente, mesmo depois de todos esses anos de indústria vital.
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Grease 2 – Os Tempos da Brilhantina Voltaram

Grease 2 | Patricia Birch | ?? 1982

Você leu certo: é Grease 2, não o primeiro. Esse é com a Michelle Pfeiffer, em um de seus primeiro longas. Eu alugava essa fita – VHS, aquela coisa retangular Neandertal que continha filmes em baixa definição para serem exibidos em televisões quadradas com tubo de imagem, por intermédio de uma máquina pesada com cabeçotes – na locadora mais próxima e via e revia seguidamente com meus amigos até gastar. Sou até hoje apaixonado por Pfeiffer – meu pacto antenupcial tem uma cláusula excepcionando eventual adultério com ela – e sei de cor cada música, cada fala e cada passo de dança. Ops, não, passo de dança eu não sei não… Ou será que sei?
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Stallone Cobra

Cobra | George P. Cosmatos | ?? 1986

Lembro-me muito bem da comoção em torno da estreia desse filme, por sua violência gratuita. Lembro-me de correr para o cinema com os amigos para ver a versão sem cortes, antes que os censores tirassem o filme dos cinemas por causa da reclamação de gente imbecil que nem mesmo havia assistido ao ponto alto da carreira oitentista de Stallone. Lembro-me do tumulto na porta de meu cinema de rua favorito para comprar os ingressos que só foram adquiridos graças aos atos heroicos de um amigo que se atirou no meio da turba e saiu de lá suado, com o óculos todo torto, cabelo bagunçado e camisa completamente amassada, mas com um sorriso no rosto e uma penca de ingressos atafulhados em seu punho cerrado. Lembro-me da sensação indescritível de ver – sim! – violência gratuita escorrendo pelas telas em um roteiro chulo e chinfrim que me fez vibrar e que ainda me faz vibrar toda vez que vejo Cobretti arrancar a camisa do chicano folgado, cortar a pizza gelada com tesoura e sem tirar a luva, exterminar dezenas de marginais com tiros intermináveis de metralhadora, dizer que o bandido é a “doença” e que ele é a “cura” e, claro, delicadamente “enganchar” o vilão ao poético final em direção à cremação… Sentiu-me salivando agora? Pois estou…
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O Exterminador do Futuro

Terminator | James Cameron | ?? 1984

Eu já vi esse filme mais de 250 vezes. Provavelmente mais. Foi minha primeira fita VHS (se não souber o que é isso, leia comentário em Grease 2) comprada e meu primeiro choque cinematográfico fora Guerra nas Estrelas. Tem a violência que um jovem nos anos 80 precisava envolvida em uma fascinante história de viagem no tempo cheia de paradoxos e impossibilidades de fundir a mente. Tenho a nítida lembrança de ter forçado absolutamente todos os meus parentes e todos os meus amigos a assistir pelo menos uma vez esse filme ao meu lado, com direito a uma incessante “trilha de comentários” minha. E o pior é que nunca cobrei por esse prazer inenarrável!
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Pulp Fiction: Tempo de Violência

Pulp Fiction | Quentin Tarantino | ?? 1994

Não fazia menor ideia quem era Quentin Tarantino nem sobre o que era esse filme, mas arrastei minha então namorada para ver Pulp Fiction em um cinema que nem mesmo existe mais (e especificamente esse, já vai tarde!). A moral da história é muito simples: o filme me pegou de tal jeito que (1) não vi minha namorada passar mal com a sequência em que Travolta se droga (aquela em que vemos o êmbolo da seringa em detalhes e o sangue se misturando à droga); (2) se levantar e sair do cinema e (3) ficar me esperando – suando frio, desesperada – na porta do lugar (que era dentro de um shopping center). Quando os créditos rolaram, não a vi do meu lado e achei que ela estava no banheiro e continuei esperando sentado, vendo os nomes passarem, outro hábito que cultivo até hoje. Acho que dá para notar que a noite não foi boa (para ela), mas eu não saberia dizer, pois só me lembro do filme mesmo… E vejam bem: o final foi feliz mesmo assim! Nós nos casamos e continuamos casados! (ai, se ela ler isso aqui, estou ferrado pelas próximas semanas, quiçá meses…)

Três Homens em Conflito

Il Buono, il Brutto, il Cattivo | Sergio Leone | ?? 1966

Dentre os diversos filmes que meu pai me obrigou a ver com tenra idade, Três Homens em Conflito foi a exceção que confirmou a regra da época. Eu simplesmente detestava tudo o que ele me mostrava de diferente – aí incluídos 2001: Uma Odisseia no Espaço, Zorba, o Grego, Noites de Cabíria, Os Sete Samurais -, mas Clint Eastwood vivendo um pistoleiro sem nome correndo atrás de um tesouro no meio do deserto com uma trilha sonora absolutamente cativante e memoráveis e com aqueles close-ups nos olhos dos personagens e um clímax fantástico em um cemitério me pegou de um jeito tal que até hoje me lembro de minha alegria ao assistir o filme pela primeira vez. Não sabia que esse era o terceiro filme da chamada Trilogia dos Dólares (só fui descobrir anos depois), quem era Sergio Leone (hoje um de meus diretores favoritos) e muito menos Ennio Morricone (tive a oportunidade de assistir dois shows ao vivo dele, o que deixa clara minha devoção) e tudo o que me interessava era a completa hipnose a que fui submetido. Uma inesquecível experiência que repito sempre que posso!

Os Caçadores da Arca Perdida

Raiders of the Lost Ark | Steven Spielberg | ?? 1981

Por incrível que pareça, esse filme passou despercebido por mim na época de seu lançamento e eu só o assisti pela primeira vez quando ele estava para sair dos cinemas e, ainda por cima, em um drive-in (sim!) graças a um amigo meu que insistiu comigo, dizendo que era uma maravilha. E lá fomos nós com o carro da mãe dele (com a mãe dirigindo, que fique bem claro!) para ver o longa. Minha má-vontade desapareceu já na brincadeira com o logo da Paramount e, quando a sequência inicial na selva acabou, eu já estava completamente tomado pelo filme de aventura que simplesmente acabou com todos os filmes de aventura que existiam e que existiriam. Vi mais algumas vezes nos cinemas normais que ainda estavam passando essa obra-prima e, depois, sempre que podia, seja na televisão, seja alugando, seja depois comprando em DVD e Blu-Ray, seja em retornos esporádicos ao cinema, incluindo uma sessão no telhado de um prédio em Los Angeles, sentado em cadeira de praia, comendo hambúrguer e batata frita.

Os Sete Samurais

Shichinin no Samurai | Akira Kurosawa | ?? 1954

Como disse no comentário sobre Três Homens em Conflito, Os Sete Samurais foi um dos filmes a que fui apresentado com tenra idade por meu pai e que saí detestando. Afinal, era japonês, em preto e branco e longo pacas. A diferença em relação aos demais é que a história do filme ele me contava muito antes de eu assisti-lo pela primeira vez como “história de ninar” e eu adorava. Isso permitiu que eu quebrasse a barreira do “se foi apresentado pelo meu pai, então deve ser chato” mais rapidamente, ainda que isso só fosse acontecer mesmo comigo já adulto. Seja como for, mesmo considerando que a filmografia de Kurosawa tem filmes melhores ainda, Os Sete Samurais continua sendo meu favorito dele e de toda a vida.

Comando para Matar

Commando | Mark L. Lester | ?? 1985 

Estou me repetindo, mas esse aqui é mais um filme apresentado por meu pai e um dos favoritos dele. Sim, o mesmo cara que me apresentou a 2001: Uma Odisseia no Espaço tinha Comando para Matar como um de seus melhores filmes. Bem, é aquilo, não é? Tal pai, tal filho… Mas como resistir a Arnold Schwarzenegger pulando de um avião comercial depois de quebrar o pescoço de bandido, tacar o outro de um precipício mesmo depois de prometer matá-lo por último, usar tinta preta de camuflagem pelo corpo sem nenhum efeito prático, metralhar e explodir vagabundo de tudo quanto é jeito e, claro, derrotar o final boss com um cano? Putz, só de escrever isso já dá vontade de rever…

A Noviça Rebelde

The Sound of Music | Robert Wise | ?? 1965

Adoro musicais. Mas o mais adorado entre os que adoro – sentimento compartilhado por toda minha família, aliás – é A Noviça Rebelde. Já vi esse filme incontáveis vezes e tenho de cor todas as músicas. Mas não só isso. Por causa dele, vi montagens da peça tanto fora do país quanto no Brasil (infelizmente, com as músicas em português, o que não é a mesma coisa), conheci Salzburgo e passei uma noite no paradisíaco hotel fundado pela família Von Trapp em Vermont, nos EUA (e onde estão enterrados o capitão e Maria verdadeiros). Dá para ver que, quando eu gosto de alguma coisa, não meço esforços, não é mesmo?

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