Já tentou imaginar o mundo sem música? Que tragédia para a alma isto não seria, não é mesmo? Nós aqui do Plano Crítico, seguindo a publicação das LISTAS DE FAVORITOS, resolvemos esquematizar desta vez os nossos álbuns favoritos. A proposta segue exatamente a mesma da lista anterior: os escolhidos são FAVORITOS e não necessariamente MELHORES (perceba a diferença, por favor!).
NOTA: Esta é uma versão 2.0 da lista. A primeira publicação aconteceu em 2015, com uma estrutura completamente diferente (para começar, era um TOP 5 e não TOP 10) e com muita gente diferente na equipe. Hoje, cinco anos depois, trago a versão atualizada e acrescida de novos comentários e indicações! Vocês também vão notar que fiz uma marcação na seção de comentários, separando visualmente as participações feitas pré e pós a publicação desta segunda versão.
Não se esqueçam de comentar abaixo e deixar também a sua lista de 10! Divirtam-se!
RITTER FAN
Além de ser um ancião para os padrões tanto dos redatores quanto do público do Plano Crítico, sou uma criatura (ou vítima, sei lá) do hábito e, quando gosto de algo, agarro com unhas e dentes e não solto mais. E meus álbuns favoritos são meus álbuns favoritos há décadas, basicamente desde sempre. A lista original de apenas cinco foi um suplício fazer, mas a de 10 já me permite espaço para “relaxar”, ainda que diversas maravilhas como Danzig, Appetite for Destruction, Master of Puppets, Thriller e Born in the U.S.A. tenham que ter ficado de fora.
Os leitores repararão que quase só citei álbuns dos anos 80. É que sou cria da época. Foi a década em que me entendi como gente (nasci em 1972) e foi a época de maior absorção de cultura geral. Como toda criança tornando-se adolescente, era uma esponja curiosa lendo, vendo e ouvindo de tudo. Hoje, não faço mais isso por razões profissionais e familiares, que me tomam tempo (e eu não escuto música de fones de ouvido que nem metade do mundo que anda pela rua como zumbi). É uma escolha que se faz e não me arrependo! A lista que segue, vale frisar, não está em ordem de preferência.
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The Empire Strikes Back
John Williams | ?? 16 de maio de 1980
Sou fascinado por trilhas sonoras de filmes. Lembro-me muito claramente de, por vários anos seguidos, pedir de aniversário para familiares e amigos as mais variadas trilhas, dos mais variados filmes. Algumas vezes até pedi às cegas, deixando ao presenteador a livre escolha (se eu tivesse, trocava, mas nunca trocava por “não gostar”, pois “não gostar” faz parte).
Com isso, juntei, ao longo dos anos, uma bela coleção de vinis – e depois de CDs – com trilhas sensacionais ao lado de outras nem tanto, mas que guardo com carinho até hoje e continuo colecionando. De toda forma, talvez por meu amor incondicional a O Império Contra-Ataca e minha fanboyzice por tudo Star Wars é que tenha escolhido essa trilha como minha favorita. Eu a tenho em vinil e em duas versões em CD, a mesma do vinil e uma lindíssima completa, em edição especial, que adquiri junto com as dos outros dois filmes da Trilogia Original e mais a de A Ameaça Fantasma.
Não há reparos a fazer nessa trilha sonora. Cada acorde inunda meus ouvidos e me arremessa a um transe daqueles que reluto em sair. A Marcha do Império começa e minha mente viaja para Hoth, Dagobah e para aquele maravilhoso universo criado por George Lucas.
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Stray Cats
Stray Cats | ?? fevereiro de 1981
Talvez o mais “destoante” musicalmente de minha seleção, Stray Cats é rockabilly na veia, com seu álbum de estreia, que leva o nome da banda, ainda sendo seu melhor. Impossível não sair cantando Rock this Town ou Stray Cats Strut ao ouvir as primeiras notas. Ah, essa é outra banda que me arrependo de não ter visto ao vivo…
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Alchemy
Dire Straits | ?? 14 de março de 1984
O maior arrependimento musical de minha vida é não ter tido a oportunidade de ver um show ao vivo do Dire Straits, banda comandada por Mark Knopfler, que continua até hoje ativo em carreira solo. Como é simplesmente impossível escolher apenas um álbum da curta discografia do grupo britânico, decidi então eleger Alchemy como representante dos Straits. Afinal, esse é um dos meus álbuns ao vivo favoritos da vida!
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Powerslave
Iron Maiden | ?? 3 de setembro de 1984
Como falar de Powerslave sem superlativos? Bem, para começar, adoro Iron Maiden e minha adoração começou em preparação à primeira edição do Rock in Rio, lá em 1985. O show era Powerslave e eu simplesmente fixei na minha cabeça que não só eu tinha que ir – minha mãe me levou ao RiR e tive que convencê-la a ir no “dia do Heavy Metal“, no que fui bem sucedido usando, na época, minha versão da carinha de pidão do Gato de Botas da franquia Shrek, algo do que sou vítima hoje quase que semanalmente, considerando que sou pai de duas filhas – como também eu tinha que saber de tudo sobre Iron Maiden até lá.
Foi um tal de catar todos os álbuns até então lançados. Eram apenas mais quatro, coisa que hoje leva três minutos de um internauta navegando pela rede. Mas, na década de 80, achar algo assim era uma tarefa hercúlea. Mas consegui!
E Powerslave, de cara, me encantou pela seguinte conjunção de fatores: (1) a temática egípcia da capa e da música título, já que eu era e sou tarado por tudo que é coisa do Antigo Egito; (2) a força da música título e também de 2 Minutes to Midnight, um hino crítico da Guerra Fria (conforme eu viria a aprender muito mais tarde); (3) a épica e heroica Aces High, recontando a história de um piloto da RAF durante a 2ª Guerra; (4) a enigmática Rime of the Ancient Mariner, trabalhando o fantástico poema de mesmo nome de Samuel Taylor Coleridge e (5) a normalmente esquecida, mas inebriante The Duellists.
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A Kind of Magic
Queen | ?? 2 de junho de 1986
Semelhante ao Iron Maiden, minha fixação com o Queen começou com a primeira edição do Rock in Rio, em 1985. Eles se apresentaram duas vezes por aqui, as únicas duas vezes em que o grupo ainda com o saudoso e insubstituível Freddie Mercury tocou no Brasil. Quem escolheu o dia do Queen (o primeiro) foi minha mãe, pois meu conhecimento do grupo, à época, se limitava à balada Love of My Life, de A Night at the Opera, que minha mãe tinha em fita K7 (se não sabe o que é, pesquise, vai, pois já estou me sentido velho demais fazendo essa lista…). Óbvio que mergulhei no Queen em preparação ao grande evento e, depois, xinguei minha mãe com todas as forças, pois ela foi aos DOIS dias do Queen e eu só a um… AHHHHHHH!!!!!!
Bem, desopilado o fígado, a partir daí Queen passou a ser minha banda favorita e fiquei extremamente entristecido em 1991, com o falecimento de Mercury (já disse que ele é insubstituível?). Vindo para o presente, finalmente, a grande questão então passou a ser como escolher UM álbum do Queen para essa lista? Sim, poderia escolher cinco, mas seria exagero (não porque o grupo não mereça, mas sim porque teria que deixar álbuns de outras bandas de fora).
A Kind of Magic foi, para todos os efeitos, o último grande álbum do grupo e um que reunia outra qualidade cara para mim (vide número 1 acima): era a trilha sonora não oficial de Highlander, filme que adorava (e também de Águia de Aço, mas esse só usou uma música). Mesmo considerando que essa é a segunda trilha do Queen, a primeira sendo de Flash Gordon (com a diferença dessa ser oficial mesmo), de 1980, o tom mais pesado, roqueiro e cheio de solos de guitarra de Brian May, além do tom épico das letras, não me deixou dúvidas ao escolher A Kind of Magic.
Não tem música ruim no álbum. Cada uma delas é magnificamente orquestrada e vivem de forma completamente independente em relação aos filmes citados. Incrível.
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Slippery When Wet
Bon Jovi | ?? 18 de agosto de 1986
Eu sei. Rock farofa. Já ouvi isso um milhão de vezes. Mas eu gosto. Gosto muito. Fui apresentado ao álbum quando, lá na longínqua e sensacional década de 80, um amigo que morava nos EUA voltou ao Brasil trazendo esse disco em vinil e deixou tocando quando fui visitá-lo com amigos. Basicamente, o refrão
Shot through the heart
And you’re to blame
Darling, you give love a bad name
me pegou de assalto bem antes de tomar as rádios de assalto e eu imediatamente corri atrás do álbum e dos dois anteriores do grupo, Bon Jovi e 7800º Fahrenheit. Músicas como a balada Livin’ on a Prayer, a climática Wanted Dead or Alive e as menos conhecidas Social Disease e Wild in the Streets ainda ecoam em minha cabeça com uma certa frequências.
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The Thieving Magpie
Marillion | ?? 24 de novembro de 1988
Eu só considero a existência do Marillion com Fish como vocalista. Steve Hogarth é até bom, mas perto de Fish é como um cantor de final de semana. E, assim como no caso do Dire Straits, simplesmente não consigo eleger apenas um álbum para colocar nessa lista, pelo que The Thieving Magpie, o brilhante álbum ao vivo da banda fica aqui como representante dessa maravilha sonora que é o Marillion.
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The Real Thing.
Faith No More | ?? 20 de junho de 1989
Não fazia ideia o que era Faith No More – e acho que mais ninguém – até que a MTV (na época em que era um canal de música) passou a bombardear nossa mente coletiva com o videoclip de Epic basicamente a cada 15 minutos. Ato contínuo, um amigo comprou o CD (quase uma novidade na época) e eu, ele e mais um bando de adolescentes não cansamos até termos decorado, do começo ao fim, de trás para a frente cada uma das músicas do disco.
E foram vários dias de zoeira, lendo as letras, traduzindo-as e inventando significados mais loucos para as loucuras de Michael Patton e companhia. E, em 1991, quando o line-up do Rock in Rio saiu e o Faith no More estava lá, não tivemos dúvida: compramos o ingresso, chegamos cedo, ficamos encostados na grade de proteção (esmagados seria mais correto) e explodimos com o fenomenal show.
É um álbum inesquecível em todos os aspectos, inclusive por uma outra razão – bem mais triste – que não abordarei aqui, por não ser o local propício. Fica só a lembrança como um brinde!
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An Emotional Fish
An Emotional Fish | ?? 1990
Pouca gente conhece esse grupo dublinense formado no final dos anos 80, mas seu primeiro álbum, que carrega o nome diferentão da banda foi amor à primeira audição, com músicas como Celebrate, Lace Virginia e Julian me pegando de tal jeito que esse tornou-se um álbum tão obrigatório quanto mega-clássicos imortais.
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Music Inspired by the Life and Times of Scrooge
Tuomas Holopainen | ?? 11 de abril de 2014
Tem um sujeito chamado Handerson Ornelas, editor de música aqui do Plano Crítico que tem um gosto terrível (he, he, he…) e que teve a OUSADIA de me apresentar a um álbum de um compositor finlandês que eu nunca ouvira falar e que, ainda por cima, teve a pachorra de criar músicas da cabeça dele para um clássico imbatível dos quadrinhos Disney. Cacei o álbum só para poder dizer ao Handerson que era tudo um lixo, mas me ferrei completamente, com a pegada instrumental sombria de Holopainen capturando minha imaginação imediatamente, não só me lembrando de Marillion, por vezes até de Danzig, como também das trilhas sonoras que tanto amo e, claro, do Tio Patinhas e Dora Cintilante, dentre outros personagens inesquecíveis.
E, com isso, um álbum feito nesse século – mas com toda a cara de século passado ou de séculos anteriores – esgueirou-se em minha lista…
LUIZ SANTIAGO
Ô listinha tenebrosa de se fazer, viu! Para alguém que ama música e está o tempo inteiro ouvindo música, uma lista como essa é um martírio completo, mas a gente enfrenta, fazer o quê? Embora eu não seja, nem de longe, uma pessoa eclética, procuro ouvir de tudo, nem que seja para conhecer. Pessoas do meu ciclo social vivem me indicando novas produções — algumas só para me sacanear e outras para me colocar em contato com artistas diferentões ou vindos de nações fora dos mercados musicais conhecidos… e lá estou eu ouvindo um novo disco ou um novo artista e provavelmente desgostando da maioria.
Meus gêneros favoritos são clássico, jazz/blues/soul, rock e hip hop. A maior parte da minha vida eu tive um colossal preconceito musical, coisa que foi se dissipando apenas nos últimos anos, e embora hoje eu seja bem mais “mente aberta” para música, obviamente existem inúmeras coisas que eu simplesmente não suporto ou que odeio mesmo. Seguem alguns exemplos: todo sertanejo universitário/popzera; a quase totalidade dos funks; todo pop juvenil ou adulto com Síndrome de Peter Pan — de outros países ou da MPB; todo rap isento ou dito “conservador”; toda “versão nacional” de músicas estrangeiras e toda eletrônica nível “mamãe eu toco em rave!“. Agora vamos à minha lista!
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Ella Fitzgerald Sings the Rodgers & Hart Songbook
Ella Fitzgerald | ?? 2º Semestre de 1956
Ella Fitzgerald é uma deusa. Minha cantora favorita, por sinal. Eu a descobri em 2001, quando ainda estudava música e tinha o sonho de virar trompetista de uma banda de jazz. Pois é. O Conservatório onde eu estudava organizou uma apresentação para os pais que tinha como tema “grandes ícones do jazz“, e eu acabei ficando com a partitura de A-Tisket, A-Tasket, uma graciosa canção infantil para a qual a própria Ella fez o arranjo jazzístico, gravando-o em 1938. Desde o momento em que ouvi essa gravação eu me apaixonei pela cantora e nunca mais parei de ouvir seus álbuns. Para esta lista, pensei descaradamente em “roubar” na indicação. Iria colocar aqui The Complete Ella Fitzgerald Song Books, que é o compilado oficial (e celestial!) dos 8 songbooks que ela gravou entre 1959 e 1964. Mas eu deixei meu lado sacana de lado e indiquei o disco favorito entre os meus já favoritos dela (competindo de pertinho com Ella Fitzgerald Sings the George and Ira Gershwin Songbook) meu 2º favorito da série. Este de Rodgers & Hart, porém, sempre foi o meu xodó. Um álbum que não me canso de ouvir.
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I Never Loved a Man the Way I Love You
Aretha Franklin | ?? 10 de março de 1967
Quando ouvi esse disco pela primeira vez eu só conhecia uma faixa dele: Respect. E aí, ao ter contato com o projeto inteiro — por curiosidade mesmo, procurando ouvir a discografia da cantora — eu fui aos céus e voltei várias vezes. Este, que foi o primeiro grande disco da Rainha do Soul, é um daqueles trabalhos que a gente coloca pra ouvir em casa de manhã (pra acordar bem e feliz), no carro ou nos fones de ouvido para fazer uma viagem em plena paz. Um daqueles projetos que têm o poder de nos deixar sorrindo o dia inteiro, além de trazer uma faixa melhor que a outra, claro.
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Innuendo
Queen | ?? 5 de fevereiro de 1991
Se você é um visitante um tantinho antigo da nossa casa, certamente sabe que o Queen é a minha banda favorita. Aqui no site, encontrarão críticas minhas para todos álbuns de estúdio da banda + uma porrada de álbuns ao vivo, livro, documentário e lista. Desde que eu me lembro, na escolha de “álbuns favoritos da vida”, alguma coisa do Queen sempre esteve presente. E por “alguma coisa“, eu quero dizer três diferentes álbuns até agora, curiosamente marcando muito bem as minhas experiências nas diferentes fases dessas escolhas. Primeiro meu favorito foi A Day at the Races e depois, A Night at the Opera. Hoje, meu favorito da banda e um dos favoritos da vida é essa pérola cheia de dor, esperança, carinho e solenidade chamada Innuendo.
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Acústico MTV – Cássia Eller
Cássia Eller | ?? 2001
É difícil encontrar alguém que realmente gosta de música brasileira e não tem no coração pelo meno um dos discos do projeto Acústico MTV. Eu, por exemplo, tenho vários: os programas com Gilberto Gil, Titãs, Rita Lee, Lulu Santos (o programa de 2000, claro), Kid Abelha e O Rappa, são verdadeiros xodós do meu coração. Mas nenhum deles supera, para mim, essa coisa linda que foi o programa com a Cássia Eller. Eu conheci esse trabalho inicialmente pela versão em DVD, alguns poucos anos depois de o programa ir ao ar. E tudo nesse disco me faz querer pular, rir, ter raiva e tirar sentimentos de dentro e colocar pra fora. Hoje, você pode encontrar todas as 17 faixas do disco na minha playlist.
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Cité
Lenine | ?? 26 de novembro de 2004
Eu conheci Lenine em um dos rolês mais insanos da minha vida: o Carnaval de 2005, em Olinda e Recife. Eu estava pertinho de casa (pra quem não sabe, eu sou pernambucano, de uma cidade do litoral sul do Estado chamada Cabo de Santo Agostinho) e perto de alguns primos queridos e de muitos amigos. O show do Lenine foi um dos melhores momentos daquela loucura e, por uma dessas coincidências da vida, logo na volta da viagem, um colega da faculdade estava com o CD de O Dia em Que Faremos Contato, que eu nunca tinha ouvido, por sinal. Foi a confirmação do meu amor pelo cantor. Eu quase tive um treco quando não consegui ir no Auditório do Ibirapuera para a gravação do MTV Acústico dele, mas tenho o maior orgulho de ter ido em todas as turnês de discos que ele lançou dali pra frente: Labiata (2008), Chão (2011) e Carbono (2015). Amo a discografia inteira desse homem e Cité está no topo da lista. Primeiro disco ao vivo do cantor, gravado no Cité de la Musique, em Paris, nos dia 29 e 30 de abril de 2004, Cité é uma síntese poderosa do que a música do Lenine propõe e que eu já perdi as contas de quantas vezes ouvi, especialmente a minha faixa favorita do disco, Todas Elas Juntas Num Só Ser.
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Back to Black
Amy Winehouse | ?? 27 de outubro de 2006
Eu tenho bem claro na memória os primeiros momentos em que comecei a ouvir falar de Amy Winehouse. Mas tudo o que eu ouvia era sobre o comportamento destrutivo dela, não sobre a música. Também me recordo que demorou um bom tempo até que eu procurasse ouvir algo da cantora que não fosse Rehab, faixa que estourou aqui no Brasil. E quando comecei, fui pelo começo, com o álbum Frank (2003). Agora que vocês já sabem o meu background jazzístico, já devem imaginar o quanto eu me xinguei por não ter procurado ouvir a música dessa mulher antes. Na época, certas coisas que eu vivia me fizeram grudar em Take the Box e In My Bed, então do nada, Amy passou de alguém que ouvia falar mal para alguém que eu vivia cantarolando. A paixão por Back to Black veio um pouco depois, e foi arrasadora. Um álbum de “quebrar e consertar” que também dialogou comigo de maneira íntima, musical e liricamente. Até hoje, não sai da minha lista. Uma pena que perdemos essa artista incrível tão cedo…
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Dois Quartos
Ana Carolina | ?? 2 de dezembro de 2006
Ana Carolina é uma cantora que eu ouço desde a adolescência e de quem sempre gostei. Quando esse disco foi lançado, eu estava em minha fase de ebulição e loucuras da juventude, e todo o jogo de “excesso e falta” do disco veio como um turbilhão realista e ao mesmo tempo fantasioso para mim. Desses meus favoritos, ele é o mais pessoal e o que mais memórias e sentimentos fortes me trazem, de uma das melhores fases da minha vida. Para quem não sabe, trata-se de um álbum duplo, subtitulado Quarto e Quartinho. Cada um deles possui uma atmosfera específica e eu passei muito tempo viajando, às vezes chorando e quase sempre cantando aos berros todas essas canções. Aliás, este é um padrão para mim em quase tudo o que Ana Carolina lançou antes de #AC (2013).
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Racine Carrée
Stromae | ?? 16 de agosto de 2013
Eu devo a um aluno meu o contato com Racine Carrée. Como a maioria das pessoas que pisaram os pés em algum balada nos anos de 2010 ou 2011, eu conhecia Stromae por uma música apenas: Alors on Danse (do álbum Cheese). Em alguma conversa sobre mercado musical e com a citação da famosa Alors on Danse, esse meu aluno me perguntou se eu conhecia outras coisas do Stromae, e eu disse que não. Ele então me indicou o clipe de Papaoutai. A canção é sensacional, o clipe — como todos os que Stromae já fez — é excelente e, de cara, eu pilhei de correr atrás da obra total do artista. Ouvi Cheese e gostei, mas não de maneira especial. Aí ouvi Racine Carrée. Pessoal, é sério. Se vocês não ouviram esse disco, por favor, ouçam. O trabalho do Stromae com a música eletrônica e ramificações como electropop e dance-pop é arte pura. Como ele tem forte influência da música congolesa, o resultado desse casamento com um filho da “Belgian New Beat Music” é simplesmente encantador. Esse é um disco que me deixa encantado, meio bobo, com um sorriso enorme do rosto e dançando em diferentes ritmos e intensidade durante o álbum todo.
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Run the Jewels 3
Run the Jewels | ?? 24 de dezembro de 2016
Quem me apresentou ao Run The Jewels foi meu parceiro de casa, o Sr. Handerson Ornelas, vulgo “Rei do Pagode”. E isso lá pelo começo de 2015. Gostei dos caras desde a primeira faixa que ouvi e fiquei roendo as unhas por novos projetos deles, que veio COM TUDO na véspera de Natal, em 2016. Eu só posso dizer que perdi as estribeiras com esse disco e perco até hoje. Quando eu saio de casa, a primeira música da minha playlist, antes de entrar no modo aleatório, é a matadora Legend Has It, e eu nunca pulo essa minha dose diária de RTJ. Isso sem contar as vezes que coloco o disco inteiro para tocar inteiro enquanto corro, cozinho ou resolvo que é o dia da faxina em casa. O disco mais “selvagem” e hilário dentre esses meus 10 favoritos da lista.
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Cuz I Love You
Lizzo | ?? 19 de abril de 2019
Vocês viram a data de lançamento do disco, então sabem que este aqui é um recente furador de fila no meu TOP 10 da vida. Quando descobri Lizzo, em 2019, eu fiquei de boca aberta ao saber que ela tinha dois discos lançados antes de Cuz I Love You, que quando eu ouvi da primeira vez, pensei comigo: “não é que esse FDP provavelmente acabou de entrar na minha lista de melhores?“. E entrou mesmo. Como ficou claro, discos que conseguem me capturar por emoções, me dando uma experiência única ao mesmo tempo que exploram bem um gênero que eu gosto, tem tudo para conseguir um lugarzinho fixo no meu coração, e com essa disco da Lizzo não foi diferente.
HANDERSON ORNELAS
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Pet Sounds
The Beach Boys | ?? 16 de maio de 1966
Assistindo uma entrevista com o produtor e jurado musical, Miranda, onde foi feita uma visita a seu arsenal de discos, acabei descobrindo essa obra-prima. Miranda afirmava ter chorado logo nos primeiros momentos que o disco começou a rodar, e isso não foi muito diferente da emoção que tive ao escutá-lo pela primeira vez. Sem dúvidas um dos maiores álbuns da história e que serve de exemplo de como fazer uma música essencialmente pop. Brian Wilson se provando um gênio ao fazer canções extremamente belas e sinceras. E por fim é preciso ressaltar a presença de uma das mais belas composições já feitas nesse universo (e declarada por Paul McCartney sua favorita): God Only Knows.
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Harvest
Neil Young | ?? 1º de fevereiro de 1972
Um dos discos que talvez tenha moldado o amor que tenho pela música. Neil Young possui uma discografia invejável, daquelas que fazem fãs de música discutirem durante bastante tempo qual seria sua maior obra. Bem, Harvest na opinião desse que vos escreve, não é só seu maior álbum como também um dos maiores que esse mundo já viu. Desde a gaita no início de Out Of The Weekend até o solo de guitarra espetacular de Words (Between The Lines Of Age) o disco se mantém impecável. Se quer escutar um modelo perfeito de folk e country, esse é o álbum.
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Clube da Esquina
Milton Nascimento e Lô Borges | ?? março de 1972
Vá na Amazon.com e veja os reviews para esse álbum. Você vai encontrar reviews de pessoas de diferentes partes do mundo dizendo coisas como “essas músicas devem tocar no Paraíso“, “esse álbum mudou minha vida“, “isso é uma obra de arte“. Você encontra gente comparando a grandeza do álbum a obras como Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dos Beatles e The Dark Side Of The Moon do Pink Floyd. E não, eles não estão exagerando. Eu posso escutar faixas como Trem de Doido e Clube da Esquina Nº 2 quantas vezes for possível e continuarei impressionado, como se fosse a primeira vez ouvindo. Um disco que reuniu vários excelentes músicos mineiros e se tornou um dos mais importantes álbuns desse país. É um verdadeiro orgulho para a música brasileira. PS: Tanto o nome quanto a capa são absolutamente geniais.
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The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars
David Bowie | ?? 6 de junho de 1972
O ano de 2014 e 2015 foi um ano em que me apaixonei por David Bowie. Eu já havia escutado algumas de suas obras, mas foi nesses anos que fiz uma completa viagem pela discografia do mesmo, vi documentários, pesquisei sobre… E nesse tempo, seu The Rise And Fall Of Ziggy Stardust foi um álbum que me acompanhou por todos os cantos que eu ia. Sempre fui fascinado por ficção científica e sua temática me fisgou totalmente, além de, claro, a força indomável de seus riffs de guitarra, a influência melódica do soul e suas letras misteriosas. Ziggy, junto a tantos outros personagens de Bowie, se tornaram meus heróis.
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The Dark Side Of The Moon
Pink Floyd | ?? 23 de março de 1973
Eu poderia elaborar um grande texto e falar da importância desse álbum pra história da música como falei no Entenda Melhor do álbum, mas nada supera a importância que ele tem pra mim. Houve uma época em que o escutava sempre uma vez por semana e o resultado parecia ser sempre como se eu tivesse escutando pela primeira vez. O álbum embarca dentro do ser humano, visita desde medos e frustrações a felicidades e ambições. Desde o verso “Breathe, breathe in the air” até a clássica “There is no dark side of the moon, really. Matter of fact, it’s all dark” permanece impecável.
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Born To Run
Bruce Springsteen | ?? 25 de agosto de 1975
Já falei de um modelo para o pop, um para o country/folk e esse serviria de modelo para um rock n’ roll genuíno. Bruce tem uma discografia tão invejável quanto a de Neil Young, e deveria ser o maior exemplo de artista para quem se inspira em ser músico. Um cantor carismático, competente, genial e que não precisou recorrer a vícios e polêmicas pra fazer música de qualidade e sucesso. Interessante como a música pode servir como lembrança de algumas memórias melhor que uma fotografia. E Born To Run me traz lembranças tão simples e ingênuas quanto grandiosas. Bruce transmite emoção através de arranjos belíssimos que fazem você querer desde sair correndo na chuva escutando a faixa homônima, quanto querer deitar e ficar pensando na vida escutando Meeting Across The Street. Um CLÁSSICO.
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Disco Club
Tim Maia | ?? 1978
O maior cantor que já surgiu nesse país chamado Brasil. Tim é o verdadeiro rei da música popular brasileira. Entre tantas obras magistrais do síndico, Disco Club é minha preferida talvez por memória afetiva: se trata do primeiro trabalho dele que ouvi. Desde a vibe disco efervescente de Acende o Farol, passando pelo groove impecável de Sossego e a lindíssima e esquecida balada Pais e Filhos, temos aqui um álbum perfeito e que me apresentou a esse artista gigante que carrego sempre comigo.
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Late Registration
Kanye West | ?? 30 de agosto de 2005
Quando ouvi Late Registration, tudo mudou. Já havia escutado Kanye antes, mas foi ali que minha mente explodiu. Eu nunca mais seria o mesmo. Naquela época eu já estava em um projeto em que expandia meu conhecimento no meio do hip-hop, mas foi na minha primeira audição de Late Registration o momento que vi o nível absurdo de rimas, temas e, principalmente, instrumentais (Jon Brion!) que o gênero podia imprimir. Talvez o álbum que mais ouvi durante meu intercâmbio, o que faz com que hoje carregue um doce sabor diferenciado na memória devido aos ótimos momentos que passamos.
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Aleluia
Cascadura | ?? 8 de maio de 2012
O melhor álbum de uma das maiores e mais subestimadas bandas do rock nacional. E aqui representa as tantas bandas independentes que acompanho, amo e admiro, enfrentando as inúmeras dificuldades de sobreviver de arte em uma país que não a valoriza. Cascadura sempre carregou em seu som a essência de um rock n’ roll cheio do regionalismo baiano, incorporando melodias inesquecíveis em composições extremamente inspiradas. Aleluia, o último disco da banda que declarou fim das atividades em 2015, foi uma obra que ouvi a exaustão durante o início da graduação, em tempos que minha vida mudava totalmente e eu passava a ver o mundo de outra forma. Essas melodias sempre ficarão comigo e pra sempre serei grato a Fábio Cascadura e sua trupe.
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Blonde
Frank Ocean | ?? 20 de agosto de 2016
Eu nunca esquecerei o dia que ouvi Blonde pela primeira vez. Já havia me surpreendido com Endless em seu lançamento, então quando acordei no dia seguinte e Frank havia lançado um segundo álbum no mesmo fim de semana, minha cabeça explodiu. Sentei e me dediquei 1h a ouvir atentamente Blonde. Lágrimas escorriam pelo meu rosto. O minimalismo criativo do artista junto a suas confissões e sua atmosfera intimista me emocionou de uma forma que poucos álbuns já fizeram. Frank é um gênio musical que dá orgulho de dizer que faz parte da minha geração.
MARCELO SOBRINHO
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The Dark Side of the Moon
Pink Floyd | ?? 1º de março de 1973
Para mim, o auge criativo de Roger Waters como compositor, somado a alguns dos melhores riffs e solos de guitarra de David Gilmour. Mais sintético que The Wall e ainda mais interessante, The Dark Side of The Moon contém uma sequência de obras-primas, como Breathe, Time, Money e Us and Them. Em 42 minutos, as letras tratam de temas como doença mental, poder, sentido da existência e alienação na sociedade contemporânea. É preciso seguir a ordem das faixas como quem segue a ordem dos capítulos de um livro. Há um percurso conceitual a ser seguido.
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Filmes de Guerra, Canções de Amor
Engenheiros do Hawaii | ?? Outubro de 1993
Os arranjos da Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por Wagner Tiso, trouxeram uma sonoridade bem mais agradável às canções da minha banda brasileira predileta. Por mais que eu considere Humberto Gessinger um dos grandes letristas de toda a música brasileira, a sonoridade mal acabada de todos os discos do rock nacional nos anos 80 (não só dos Engenheiros do Hawaii) sempre me incomodou. O registro da banda junto à OSB de canções que eu tanto adoro, como Mapas do Acaso, Ando Só e Exército de um Homem Só, é definitivo.
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Definitely Maybe
Oasis | ?? 20 de agosto de 1994
Definitely Maybe colocou o nome do Oasis na rota do rock da década de 90 e inscreveu o nome do grupo nas páginas de qualquer livro sobre o tema. O que Noel e Liam conseguiram aqui talvez nunca mais tenham alcançado. Num futuro longínquo e hipotético, em que o rock supostamente tivesse deixado de existir, talvez fosse esse um dos bons discos para presentear alguém que quisesse descobrir o que havia sido esse gênero musical, cuja história se confunde tanto com a própria história do último século.
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Hommage à Piazzolla
Gidon Kremer | ?? 18 de março de 1996
O Novo Tango de Astor Piazzolla, que incorporou os improvisos do jazz e algo do pensamento sonoro da música erudita, ganha com o violinista francês Gidon Kremer alguns de seus melhores registros. Acho difícil que alguém conceba e execute arranjo mais belo que os de Kremer para diversas peças fundamentais da carreira de Piazzolla, seja na melancolia de partir o coração de Oblivion, na espirituosidade de Café 1930 ou no virtuosismo acachapante de O Grande Tango. Kremer lança mão de todos os toques e timbres da música erudita para enriquecer sua visão do tango.
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Gershwin & Ravel: Piano Concertos
Hélène Grimaud + Baltimore Symphony Orchestra | ?? 25 de novembro de 1997
Uma das minhas pianistas prediletas, Hélène Grimaud realiza aqui os mais belos registros desses dois concertos que tanto amo. Incrível como a musicista francesa mergulha com total desenvoltura no delicioso mundo jazzístico de George Gershwin, evocando com propriedade toda a leveza, todo o drama e todo o tom malicioso e despojado do Concerto Para Piano em Fá Maior, especialmente em segundo movimento. Já o segundo movimento do Concerto para Piano em Sol Maior, de Maurice Ravel, é interpretado com insuperável beleza por Grimaud. Para mim, a melhor interpretação de uma das páginas mais lindas da história da música ocidental.
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A Summer Night in Munich
Oscar Peterson | ?? 23 de fevereiro de 1999
Oscar Peterson é um dos grandes pianistas de jazz de todos os tempos e particularmente o meu predileto por ser essencialmente um grande melodista. Ainda que seja um mestre nas improvisações, não sinto, nem sequer por um instante, que seus improvisos sejam radicais a ponto de se dispersarem em demasia em termos melódicos. Sua gravação ao vivo em Munique, no ano de 1998, com uma banda repleta de excelentes músicos, é meu disco de jazz predileto até hoje. A Summer Night in Munich contém as melhores versões de vários de seus grandes sucessos, como Backyard Blues, Evening Song, Hymn for Freedom e, especialmente, da maravilhosa When Summer Comes, em que brilham também o contrabaixo de Niels-Henning Ørsted Pedersen e a guitarra de Ulf Wakenius.
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Hekel Tavates & Villa-Lobos
Arnaldo Cohen + Orquestra Sinfônica Petrobrás Pró-Música | ?? 2002
Um disco cada vez mais raro de se encontrar e uma verdadeira pérola produzida ao vivo pela Orquestra Sinfônica Petrobrás Pró-Música, sob a batuta de Roberto Tibiriçá, e pelo pianista brasileiro Arnaldo Cohen em sua melhor forma (suas gravações e recitais tem se tornado cada vez mais mecânicos para o meu gosto). O Concerto para Piano em Formas Brasileiras, de Hekel Tavares, convida a modinha, o ponteio e o maracatu para uma visita ao mundo da música erudita. Para finalizar, a obra mais bela de Heitor Villa-Lobos em minha opinião – o Choros Nº6 Para Orquestra – ganha a sua melhor interpretação. O tom seresteiro do começo, os vigor dos metais nas passagens mais poderosas e a riqueza das síncopes e das figuras rítmicas tipicamente brasileiras ainda me emocionam profundamente a cada vez que ouço a essa gravação.
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Debussy: Works for Piano
Claudio Arrau | ?? 8 de setembro de 2003
Ao contrário de Pollini em seu registro de Chopin, a gravação do pianista chileno Claudio Arrau escolhe em diversas peças andamentos um pouco mais lentos. Sua escolha de agógica pouco ortodoxa parece permitir a Arrau retirar todos os matizes já conhecidos da obra para piano de Claude Debussy mas também algumas texturas bem pouco exploradas por outros pianistas. Grandes “hits” como Claire de Lune ganham beleza inacreditável. Cada respiração e cada rallentando é intensamente experimentado. O mesmo efeito Arrau alcança no registro dos livros de Prelúdios e até em peças satíricas e com tom irônico, como a bela valsa La Plus Que Lente.
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Chopin: Nocturnes
Maurizio Pollini | ?? 4 de outubro de 2005
Mesmo imprimindo andamentos mais rápidos que o habitual a peças tão melancólicas e soturnas, como os noturnos de Chopin, a gravação de Maurizzio Pollini contém o melhor do cantabile, dos rubatos e da clareza de fraseado que singularizam a música do compositor polonês. Os andamentos um pouco mais acelerados trazem inclusive uma carga sentimental diferenciada a algumas dessas peças, a exemplo do noturno Op.72 Nº1, cuja angústia atinge um clímax realmente inigualável. Um dos maiores pianistas de todos os tempos em estado de glória.
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Tom Jobim Inédito
Tom Jobim | ?? 1987
Gravado originalmente em 1987, o disco duplo, relançado pela BMG em 1995 e pela Biscoito Fino em 2004, reúne muitas das melhores canções de Tom Jobim em arranjos e gravações ainda mais belos que os originais, além de faixas inéditas na voz do músico carioca. Chega de Saudades, Sabiá, Desafinado e Samba de Uma Nota Só são algumas das canções mais importantes desse disco. Vale destacar que esse álbum é uma comemoração aos 60 anos de Tom – uma iniciativa exitosa de Vera de Alencar (museóloga e amiga da família Jobim). Tom Jobim e diversos parceiros o gravaram na própria casa do músico, no Jardim Botânico e o transformaram em uma síntese extremamente caprichada e elegante da obra do melhor músico da Bossa Nova.
FREDERICO FRANCO
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The Freewheelin’ Bob Dylan
Bob Dylan | ?? 27 de maio de 1963
Os anos 1960 definitivamente marcaram a cena cultural estadunidense. Movimentos pacifistas, geração Beatnik, Woodstock e Bob Dylan. Para o historiador Eduardo Bueno, Dylan pertence à mesma família de poetas malditos como Rimbaud e Baudelaire. Em seu segundo disco, o artista comprova isso: The Freewheelin’ Bob Dylan é uma afronta ao casual estilo de vida do cidadão médio dos EUA. Nada representa mais sua geração do que Blowin’ in the Wind, um hino dos sessentista. Ainda, completam o álbum a história de amor Girl From the North Country e Masters of War, uma direta crítica ao poderio nuclear de grandes líderes nacionais.
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The Notorious Byrd Brothers
The Byrds | ?? 3 de janeiro de 1968
The Byrds é uma das maiores heranças do filme Easy Rider, tendo Ballad of Easy Rider como principal tema. Após isso, ouvindo The Notorious Byrd Brothers percebe-se uma completa ruptura no som escutado anteriormente. Explorando seus sintetizadores sob o efeito de alucinógenos, Roger McGuinn descobre sonoridades completamente desconhecidas para os fanáticos por The Byrds. Tentando refletir a experiência do uso de drogas – similar àquilo que fez Lou Reed em Heroin – obras-primas como Dolphins Smiles. Depois, o disco muda seus vetores e concentra sua energia no futurista teclado de McGuinn, em Moog Raga e Space Odyssey (a última, inspirada no filme 2001: Uma Odisseia no Espaço).
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Bitches Brew
Miles Davis | ?? 30 de março de 1970
Se jazz é um estilo musical complexo, jazz fusion vai além. Como o próprio nome sugere, esse gênero é composto pela fusão de outras vertentes jazzísticas e do rock. Bitches Brew é certamente um precursor na questão aqui proposta. A composição desse álbum possui direta correlação com a cena musical do fim dos anos 1960, tendo como uma notável referência as confusas e desordenadas escalas de Jimi Hendrix. Unindo ritmos próximos do blues e incorporando mais elementos à sua composição rítmica, Davis cria uma experimentação sagaz em cima de um já consagrado gênero musical. Destaque especial fica para a capa de Bitches Brew: recorrendo a influências de matriz africana e ritualísticas, a arte de Mati Klarwein também ecoa nas próprias músicas, que aparentam buscar uma regressão à ancestralidade-tribal.
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Paul Simon
Paul Simon | ?? 24 de janeiro de 1972
Sound of Silence é um dos grandes cânones da música de Simon e Garfunkel, tendo perdurado como um clássico até os dias atuais. Seguindo a mesma estética do conjunto, Paul Simon possui uma consistente carreira solo, consolidada por seu álbum Paul Simon. Nesse, Simon realiza um compilado de novos estudos a respeito de ritmos ao redor do mundo, como samba, música jamaicana e reggae. Em Paranoia Blues, o cantor adapta o gênero do blues a seu clássico violão e trompetes vindos do jazz. Ainda, em uma das mais famosas canções do álbum, Me and Julio Down by The Schoolyard, um sutil cuíca de samba é ouvida ao seu final.
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Alucinação
Belchior | ?? junho de 1976
Figura famosa no inconsciente do cidadão médio brasileiro, Belchior é um dos geniais compositores que nasceram neste país. O disco Alucinação impressiona por sua proximidade com a música de Bob Dylan e, também, por letras extremamente narrativas – criando personagens e, até mesmo, conflitos durante a história. Sendo breve, o álbum é repleto de críticas a regressão dos valores morais da sociedade, eternizadas em Velha Roupa Colorida, e à situação do nordestino no Brasil, exemplificada em Fotografia 3×4. Contudo, o real destaque fica por conta da música-título. Alucinação (música) é, sem sombra de dúvidas, a captura do zeitgeist da juventude brasileira que urgia por liberdade nos anos 1960. A obra-máxima de Belchior compõe um hino revolucionário, que instigou sua geração.
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Bicicleta
Serú Girán | ?? 1980
Um homem com um bigode bicolor, críticas ao governo Videla e uma afronta à censura. Regida pelo mitológico Charly García, a banda Serú Girán, formada em Búzios, tem em seu terceiro álbum seu grande manifesto político. Transitando entre o Rock Progressivo e Jazz, Bicicleta é uma obra prima da música argentina.
A música inicial, A Los Jovenes de Ayer, pode ser uma síntese estética do disco; iniciando com um um jazzistico solo de teclado e terminando com um ritmo progressivo, a música representa a grande polifonia presente em Bicicleta. Em Canción de Alicia en El País, Serú Girán apresenta suas armas contra a sanguinária ditadura militar de seu país, escondendo críticas ferrenhas em uma genial metáfora envolvendo a banda Genesis e Alice no País das Maravilhas.
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Singin’ Alone
Arnaldo Baptista | ?? 1982
Não há definição sobre o gênero musical aqui praticado. Distanciando-se do estilo farsesco de Os Mutantes, o virtuoso Arnaldo Baptista introduz sua faceta mais introspectiva. Dentro de um período complexo de sua vida – logo depois de gravar o disco, Arnaldo comete uma tentativa de suicídio – o autor adota uma poético introspectiva e melancólica.
Isolado junto de seus próprios demônios, o ex-Mutante os expurga em músicas de pouca lógica ou sentido único. Bomba H Sobre São Paulo, talvez a grande canção do disco, é similar a um fluxo de consciência retirado de um livro de Faulkner, repleta de versos ilógicos e surreais. O destaque, porém, fica para o fim: uma melancólica versão de Balada do Louco – completamente oposta àquela gravada por sua antiga banda.
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Emperor Tomato Ketchup
Stereolab | ?? 18 de março de 1996
Stereolab é uma banda que engloba inúmeras vertentes musicais que compõem uma sonoridade muito específica. A líder do grupo, Laetitia Sadier, buscava inspirações tanto nas composições de Françoise Hardy quanto na filosofia de Guy Debord. Seguindo a linha do pós-rock, Emperor Tomato Ketchup é um mix de surrealismo e futurismo. A constante experimentação em cima de conceitos do rock e incansável uso de moogs constituem uma atmosfera similar àquela encontrada em bandas como Faust.
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A Sétima Efervescência
Júpiter Maçã | ?? 1997
Inserido na cena noventista do rock gaúcho, A Sétima Efervescência é, provavelmente, um dos trabalhos mais originais e virtuosos de seu tempo. Desde sua capa – antecipando uma estética futurista posteriormente alcançada por Júpiter Maçã – até os versos eróticos de Essência Interior, o álbum é uma completa ode à psicodelia. É considerado pela Rolling Stones um dos 100 Melhores Álbuns da Música Brasileira, ocupando o 96º lugar na lista. Mesclando inglês e português, Syd Barrett e The Beatles, A Sétima Efervescência é, definitivamente, um ponto de virada na carreira de seu criador; a transição do rockabilly para Querida Superhist x Mr. Frog.
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Rejoicing in the Hands
Devendra Banhart | ?? 24 de abril de 2004
Bob Dylan foi um grande legado para a música em geral, tendo influenciado artistas como Lou Reed e Johnny Cash. Dentro da cena contemporânea, Devendra Banhart é um daqueles cujas raízes dylanescas estão à mostra. De ascendências venezuelana e com influências na música latino-americana, Banhart segue o caminho do folk psicodélico para construir Rejoicing in the Hands. Ouvir esse disco é se permitir entrar em uma viagem de mantras construídos por um sutil violão que conduz o ouvinte a um estado de meditação transcendental.
DAVI LIMA
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Time Out
The Dave Brubeck Quartet | ?? 14 de dezembro de 1959
Eu não poderia deixar um poderoso jazz não representar meu amor por esse gênero musical que surpreende com suas técnicas e histórias instrumentais. O caso desse antigo álbum de 1959 foi um achado, uma indicação que puxa quem ouve para um mundo estático. Não é viciante, é ensurdecedor de bom. E não vale apenas pelo conforto, é de entender as paradas musicais e de cada ser humano para uma breve reflexão.
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The Phantom of Opera
Andrew Lloyd Webber | ?? 23 de novembro de 2004
O filme do famoso diretor que fez Batman Eternamente adaptou O Fantasma da Ópera com quase tudo pago pelo próprio Andrew Lloyd, que trouxe a ópera para a Broadway. Foi assim que conheci essa tensa e encantadora obra musical. Ouvindo a Soundtrack do filme é quase se colocar na posição da protagonista Christine, em que há um terror apaixonante no envolvimento com esse álbum que vicia. Colocando uma faixa você se intriga e só talvez não termine se você não ouvir Learn to Be Lonely por último. De resto, Patrick Wilson, Emmily Rossum e Gerard Butler tem a variação quase perfeita de gravidade, fúrias e melancolia. Com um toque de contagia.
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Let it Roll
George Harrison | ?? 16 de junho de 2009
O melhor de George Harrison, um compilado reafirma esse músico como além de um Beatle. Não só pelos grandes sucessos de While My Guitar Gently Weeps, Got My Mind Set on You ou My Sweet Lord. Você tem sua guitarra sustentando um música completa com Marwa Blues mais uma vez e Harrison também cantando Ao Vivo. Tem uma versão alternativa de Rising Sun, uma emoção forte com Something e um esplendor energético com Cheer Down. É uma compilação difícil, mas uma crescente que é difícil ignorar.
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Esperar é Caminhar
Palavrantiga | ?? 2010
Crítico, almejante, inspirador e eterno. Essas palavras podiam definir o que acho dessa banda Palavraantiga em geral, porém esse álbum parece ter uma organização e seleção de músicas arquitetada para alguma história que o título dele já diz. O Indie Rock é o que poderia encaixar o estilo de música, mas parece mesmo poesias intensas com uma guitarra levando horizontalmente a palavra divina. Independente da fé, o preceito eterno do álbum alcança qualquer um.
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1000 Reasons
Matt Redman | ?? 2012
O Ao Vivo não é para qualquer um, mas com a agitação das músicas de Matt Redman que levanta muitos jovens e um inesperado hit gospel chamado 1000 Reasons faz desse álbum um heterogêneo que conforta e anima quase ao mesmo tempo. Uma hora tem violão, outra tem guitarra, outra hora é mais piano. No final é só você ter um pouco de espiritualidade para pegar as letras e o resto é só ouvir.
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Lorena Chaves
Lorena Chaves | ?? 2013
Não é um álbum perfeito, mas se a proposta é falar sobre o próprio autor nada mais justo ser imperfeito como quem produz a obra. Mais uma vez um MPB com pegadas de rock, outras mais arranjadas com um tom clássico em interlúdios de estrofes. Lorena Chaves tem uma capacidade de ser debochada com a voz e ser sentimental com um lirismo do além. Portão Azul é a música que talvez faça mais sucesso, uma reflexão sobre a eternidade, mas a que mais gosto, Aonde está o seu amor? parece dizer algo que o álbum todo diz: para onde foi a empatia?
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Crombie Ao Vivo no Teatro Municipal de Niteroi
Crombie | ?? 11 de junho de 2014
Alguém me disse que o Ao Vivo de John Meyer era melhor de se ouvir, outra pessoa me disse que Marcela Taís cantando fora do estúdio não tonalizava muito bem. No fim, só Paulo Nazareth me fez ver a magia do Ao Vivo e do estúdio, que independe do contexto, porque a faixa Dolores é tão incrível nos dois sentidos que equilibra tudo. O vocalista do Crombie parece pregar nos palcos enquanto chama as pessoas para cantar seu MPB, reggae e indie rock alegórico. Um movimento cristão marcante.
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John Williams & Steven Spielberg: The Ultimate Collection
John Williams + Boston Pops Orchestra | ?? 17 de março de 2017
Para quem é fã dos filmes do Steven Spielberg ou ao menos admira sua filmografia é quase impossível não se ater as trilhas sonoras que John Williams recheou historicamente. Embora seja um pretenso Ultimate Collection, serve também como raridade poder voltar a ouvir com tão boa qualidade as trilhas de Louca Escapada e 1941 – Uma Guerra Muito Louca, começo de carreira dos trabalho em conjunto dos artistas. É mágico, assim como os filmes ouvir o álbum todo de John Williams para os filmes do grande diretor que sou fã.
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Piano e Voz, Amigos e Pertences 2
Paulo César Baruk | ?? 10 de maio de 2017
Aqui vai um álbum mais de resistência a músicas antropocêntricas que contradizem as letras e as propostas. Falando de arte, a busca por coerência e honestidade é comum a todos, imagino. Então o cantor Paulo César Baruk arranja os clássicos gospel, que tem uma brasilidade perdida nas músicas atuais e são mais cristocêntricas também. Mas o mais impressionante é o potencial que Baruk tem como produtor musical. Fora o projeto ser fora de estúdio, ele implementa tanta classicismo nas músicas, como o nome do álbum já diz, que pode angariar mais ouvintes pela qualidade musical.
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O Extraordinário em Nós
Paulo Nazareth | ?? 26 de outubro de 2018
É um álbum da volta de Paulo Nazareth nas plataformas digitais e como autorismo formatado numa compilação, porque antes ele lançava “singles” com parcerias. Depois de Crombie ele se tornou um dos melhores cantores brasileiros da atualidade. Sua voz paulistana pode incomodar alguém, mas sua suavidade que ele implementa em qualquer música, até na mais agitada, não é dissonante, são suas pausas e letras do cotidiano que permitem essa sua maneira de cantar. Com Nazareth se faz uma conversa cantante. Você quer ouvir, mas logo quer falar com a música.
RODRIGO PEREIRA
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Goodbye Yellow Brick Road
Elton John | ?? 5 de outubro de 1973
Cresci ouvindo meus pais falarem sobre Elton John e eventualmente ouvia junto deles suas canções, já que é um artista que gostam bastante. Conhecer mais profundamente, no entanto, foi algo que fiz há não muito tempo atrás (e que foi potencializado pelo lançamento de Rocketman), mas foi um caso de amor à primeira vista. Fiquei encantado com a qualidade de seu trabalho e comecei a devorar diversos discos de épocas distintas de sua gigantesca carreira. Porém, nenhum de seus discos teve o impacto que Goodbye Yellow Brick Road. Que coisa estupenda Elton John nos presenteou lá nos longínquos anos 70 e como continua encantador tanto tempo depois.
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Cartola II
Cartola | ?? 1976
Não é de hoje que tenho apreço pelo samba, mas isso aumentou consideravelmente na última meia década. E um dos principais responsáveis por isso foi Cartola. Um dos maiores nomes da história do samba me conquistou de tal forma que talvez seja meu artista favorito no gênero. Sua profundidade e poesia conseguem transformar a tristeza em algo belo, ainda que esteja doendo tal qual um punhal cravado em nosso peito. Pena que esse gigante não tenha tantos discos gravados para que nos deliciássemos ainda mais.
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Alucinação
Belchior | ?? junho de 1976
Acho uma tarefa muito difícil decidir qual meu disco favorito da vida. Fico incrédulo como algumas pessoas conseguem responder essa pergunta na lata, de maneira, aparentemente, tão fácil. Sempre que ouço esse questionamento, porém, o primeiro álbum que aparece em minha mente após pensar um pouco sempre é Alucinação. Gostaria que fosse possível agradecer Belchior pessoalmente por toda a sua obra e, principalmente, por essa maravilha que é também um clássico da música popular brasileira.
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Bahiuno
Belchior | ?? 1993
Não tem um disco desse bigodudo que não acabe me conquistando em maior ou menor grau. Bahiuno, em especial, me faz viajar completamente. É um dos discos que mais consigo me conectar e sentir como se estivesse vivendo o que Belchior canta. Sem contar a variedade que ele traz nesse trabalho (tanto musical quanto de tema). Sou grande admirador de seu trabalho e só não enchi essa lista de discos seus para ser justo com outros artistas que tanto admiro.
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Back to Black
Amy Winehouse | ?? 27 de outubro de 2006
Amy Winehouse foi uma artista que tive, por muito tempo, uma resistência sem explicação. Não consigo encontrar alguma justificativa racional para sempre ter evitado seu trabalho, simplesmente não me atraía (pelo contrário, me repelia). E é o típico caso do “por que demorei tanto para ouvir isso? É maravilhoso!“. O fato é que sua voz marcante e sua tremenda qualidade me conquistaram por completo e fico ainda mais triste por ela ter nos deixado ainda tão jovem e com tantas histórias para viver e contar.
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Amor, Festa e Devoção (Ao Vivo)
Maria Bethânia | ?? 12 de novembro de 2010
Adoro vozes potentes e graves. E me encanto ainda mais quando trata-se de uma cantora. Some isso a todo conhecimento e maestria de Maria Bethânia e fico totalmente apaixonado. Já perdi as contas de quantas vezes ouvi a esse disco e assisti ao show. A paixão dela pela música e pelos palcos é contagiante e sempre melhoro meu humor após ouvir nem que seja um pequeno pedaço desse álbum. Não poderia deixá-la de fora.
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Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa
Emicida | ?? 7 de agosto de 2015
Se o Emicida é meu rapper favorito, Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa tem grande responsabilidade nisso. Eu já achava seus trabalhos anteriores de extrema qualidade, mas esse foi o primeiro disco em que o artista apostou de forma pesada em conversar com outros gêneros musicais. Fica claro que a viagem para África realizada por ele e sua equipe e todo o conhecimento adquirido lá dão uma identidade única para o disco e liga tudo da forma mais perfeita possível. Por mais que adore AmarElo e seus projetos anteriores, esse aqui entrou no meu coração e não creio que sairá algum dia.
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Boogie Naipe
Mano Brown | ?? 9 de dezembro de 2016
Por muito tempo, coisa de anos, procurei um disco que saciasse uma vontade que nem mesmo eu sabia direito qual era. Sabia que era algo em torno do soul e blues, mas nada do que ouvia, por melhor que fosse, cobria, de fato, esse espaço. Até descobrir Boogie Naipe. Não bastasse ser um dos maiores, se não o maior, nome da história do rap brasileiro, Mano Brown resolveu investir em projetos solos e sua estreia é simplesmente arrebatadora. O álbum volta para as raízes do gênero que o consagrou musicalmente e é impecável do início ao fim, cheio de participações e traz um lado do artista que muita gente jamais achou que veria.
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Planeta Fome
Elza Soares | ?? 13 de setembro de 2019
Enquanto alguns jovens artistas demoram Eras para lançar algo novo, é simplesmente incrível que uma artista com a idade avançada como Elza Soares esteja tão na ativa, lançando discos novos quase anualmente e com uma qualidade invejável. Entre inéditas e regravações, Elza traz diversos questionamentos sociais em meio a uma grande variedade sonora, criando um retrato do Brasil e um álbum impecável.
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Ladrão
Djonga | ?? 13 de março de 2019
Em minha lista dos melhores álbum de rap nacional de 2019 disse que Ladrão já nascia um clássico. Assim como O MENINO QUE QUERIA SER DEUS, trabalho anterior de Djonga, esse disco é uma porrada em vários sentidos e é como se Muhammad Ali e Joe Frazier estivessem lutando dentro de nossos ouvidos. Um álbum incrível de um dos nomes mais jovem e importante do rap brasileiro atual.