Home Colunas Lista | Os Melhores Filmes de 2023 – Handerson Ornelas

Lista | Os Melhores Filmes de 2023 – Handerson Ornelas

O bonequinho e a bonequinha.

por Handerson Ornelas
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Foram elegíveis para esta lista, apenas: o que foi OFICIALMENTE lançado nos cinemas brasileiros em 2023; o que foi lançado nos streamings e VODs OFICIALMENTE acessíveis no Brasil em 2023 (ou seja, HBO Max, Hulu e iTunes com conta americana estão fora); o que foi exibido OFICIALMENTE em Festivais brasileiros em 2023 ou filmes de festivais que foram OFICIALMENTE acessível a partir do Brasil.

Lembre-se: se a lista não foi feita por você, dificilmente irá refletir a sua opinião sobre o que é “melhor” ou “pior“. Em caso de discordâncias, trate-as como algo comum ao falar de arte, não como se o mundo estivesse acabando porque alguém compôs uma lista que não combina com os seus gostos. Eleve o nível da discussão, fale sobre cinema, proponha uma boa conversa! E aí, o que acharam das escolhas? Quais dos filmes indicados você teve curiosidade de conferir? Quais filmes indicados mais surpreenderam vocês nessa lista? Deixe o seu comentário abaixo, e também o seu TOP 10 pessoal!

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Em 2023, em meio aos novos rumos da vida, que me permitiram voltar a morar na capital do Rio, tive muitas oportunidades de ir ao cinema. Dependendo de alguns fatores, teria ido ainda mais. Mas o fato é que virei assunto no círculo de amigos como o maluco que mais vai ao cinema. E que ano excelente para os filmes: se por um lado os longas de super-heróis apresentaram uma queda absurda de qualidade, por outro tivemos espaço para surpresas mainstream bastante revigorantes, como Oppenheimer e Barbie. Minha franquia de terror preferida lançou um de seus melhores filmes, o mundo da animação surpreendeu bastante com alguns lançamentos e presenciei um dos melhores filmes de ação que já vi. Na minha lista abaixo tem um pouco de tudo: “filme de marca“, drama, animações, terror, ação, comédia e musical. Não faltou coisa boa.

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10º – Flora e Filho – Música em Família

Irlanda | Estados Unidos | John Carney | 2023

Depois de assistir Flora e Filho fiquei pensando se existem outros cineastas que construíram uma filmografia tão pautada na música como o John Carney. Nos quatro longas do diretor, a temática da música como transformadora de vidas é uma constante. E o mais novo filme de Carney é mais um que atende a essa regra, dessa vez em uma trama de relação de mãe e filho lindíssima e madura, com algumas das melhores canções do ano. Uma comédia musical deliciosa capaz de acalentar o coração de até o mais frio dos telespectadores.

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9º – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

Estados Unidos | Joaquim dos Santos | Justin K. Thompson | Kemp Powers | 2023

No entanto, como disse, o filme é inegavelmente divertido, contando com uma boa construção da dupla principal de personagens, um trabalho eficiente na criação da motivação do Mancha e também de Miguel O’Hara para eles fazerem o que fazem e performances de voz uniformemente ótimas, valendo destaque, claro, para Moore e Steinfeld, além dos novos entrantes Oscar Isaac, Jason Schwartzman e Daniel Kaluuya. Através do Aranhaverso só não precisava ser tão inchado como é e muito menos acabar do jeito displicente e, em última análise, bobo que acabou.

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8º – Vidas Passadas

Estados Unidos | Celine Song | 2023

O longa da A24 queridinho da temporada de Oscar é um daqueles slice-of-life que fazem qualquer um contemplar sobre os destinos que tomamos na vida, os caminhos separados e reencontrados com os entes queridos. Para além do romantismo do filme – sobre dois apaixonados na juventude que se reencontram anos depois – há, sobretudo, uma mensagem sobre escolhas. Existem centenas de filmes com premissas similares no quesito romântico, mas o longa de Celine Song possui uma sutileza que o distingue totalmente dos demais.

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7º – Blackberry

Canadá | Matt Johnson | 2023

Os famosos “filmes de marca/produto” tornaram-se uma verdadeira tendência neste último ano. Só em 2023 tivemos Air, Tetris, The Beanie Bubble e aquele que em minha opinião é o melhor: Blackberry. O longa de Matt Johnson sem dúvida alguma pega inspiração em A Rede Social, mas consegue inserir uma personalidade própria para contar esta ótima história de ascensão e queda de um gigante. Envolvente do início ao fim, sabe dramatizar com excelência o mundo corporativo e o efeito disruptivo que uma invenção pode provocar.

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6º – A Morte do Demônio: A Ascensão

Estados Unidos | Lee Cronin | 2023

É interessante que, mesmo concebendo o filme por uma ótica modernizada — não só na ambientação, mas como o mal é despertado — e brinca com ideias que emulam recursos cânones da franquia, Cronin consegue relembrar o que tornou Evil Dead um clássico além do gore: a engenhosa direção de Raimi. E são nesses momentos que é válido perceber como ele executa sua premissa, cria cenas memoráveis e com bons personagens, mas acima de tudo, conhece a receita para usar e subverter o molde e por fim, ainda agradar aos fãs da franquia, ou ao menos aos que não esperavam a versão 2.0 do remake de Fede Alvarez.

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5º – Oppenheimer

Estados Unidos | Reino Unido | Christopher Nolan | 2023

Oppenheimer é uma reação ao cinema passivo e puramente contemplativo, ao cinema que não faz questão nenhuma de ser cinema. É um filme que usa o máximo da engenharia da Sétima Arte de seu tempo para contar uma história importante para todos, valorizando a percepção e inteligência do espectador ao entregar na medida certa tudo o que é necessário para que se compreenda a genialidade e o tormento daquele que deu à humanidade a oportunidade de fazer com que… não existisse mais humanidade.

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4º – Suzume

Japão | Makoto Shinkai | 2022

Makoto Shinkai é um mago – Suzume prova isso. Os belíssimos visuais da animação transporta o telespectador para um maravilhoso mundo de fantasia, onde cada detalhe é absurdamente cativante. Suzume é uma daquelas poucas obras que consegue seguir os passos do Miyazaki com maestria, utilizando um conto mágico para desfilar alegorias sobre o impacto que eventos naturais e geológicos causaram no Japão moderno.

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3º – John Wick 4: Baba Yaga

Estados Unidos | Chad Stahelski | 2023

Alcançando um refrescante nível de criatividade na sua direção, Stahelski posiciona John Wick como uma das franquias mais inovadoras do gênero, ao fazer de Baba Yaga um épico de ação que atinge seu ápice ao abraçar as possibilidades mais insanas em prol do entretenimento.

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2º – Tár

Estados Unidos | Alemanha | Todd Field | 2022

É nesse contraste entre as dualidades – da personagem e da encenação – que Tár acaba por habitar essas duas potencialidades coexistentes. Na entrega de sua sobriedade, se trata de um filme ótimo, com uma performance cruel de Blanchett que realmente vale a pena.

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1º – Barbie

Estados Unidos | Greta Gerwig | 2023

Barbie fala sobre escolhas e mudanças. Nas mãos de Greta Gerwig, o comportamento típico das bonecas e bonecos, via imaginação, ganha forma crítica e aponta para muitos caminhos, visitando a metalinguagem, as relações político-sociais, o patriarcado e o feminismo, os sentimentos (inclusive a postura arrogante e insensível da Barbie diante do Ken; assim como a doentia dependência do boneco frente à namorada), as crises existenciais ou a aceitação de própria condição social e de gênero.

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