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Lista | Os Mais Lidos do Plano Crítico em 2021

Os famosinhos do ano.

por Luiz Santiago
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A presente lista reúne em diversas categorias as postagens mais lidas por vocês aqui no site entre 1º de janeiro e 29 de dezembro de 2021. Fica aqui também o meu agradecimento para todos vocês, leitores, que nos visitam, seguem, compartilham e comentam aqui no site, levantando discussões das mais diversas. E claro, a toda a nossa equipe do Asilo Plano Crítico, que mais um ano segue mergulhada nessa loucura toda. Muito obrigado a todos vocês!

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10. Esquadrão Trovão

Ritter Fan

E, com isso, não tenho mais o que escrever. O filme já ganhou cinco parágrafos e meio a mais do que merecia. Mas, como sempre tendo ver o lado bom de tudo, creio que a experiência tenha me permitido apreciar melhor as comédias porcarias que Adam Sandler tem feito ultimamente…

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9. Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Com Spoilers)

Roberto Honorato

Se é pra ser um parque de diversões, Sem Volta Para Casa é um daqueles em que você pode até esquecer os brinquedos, mas lembra da alegria que foi passar aquele dia com seus amigos. E isso nem sempre precisa ser visto como algo negativo. A proposta da Marvel é exatamente essa, ser uma experiência própria, uma espécie de ‘série’ que atravessa diversas salas de cinema, nem que ela precise forçar outros filmes a sair do caminho.

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8A Escavação (2021)

Roberto Honorato

É essa falta de foco o maior desafio do longa, que por um lado traz um ótimo elenco e a bela direção de arte de Mike Eley, por vezes parecendo interessado em construir algo nos moldes de Terrence Malick, mas como tudo nesse filme, sem se comprometer completamente, o que vai na contramão de tudo que Basil Brown nos apresenta. Mesmo com diversos pontos positivos, A Escavação não se dedica o suficiente a apenas uma de suas propostas, o que acaba tirando um pouco do peso de todas.

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7Bela Vingança

Ritter Fan

Bela Vingança é um belo de um tapa na cara, uma violenta joelhada nos colhões, uma bela lição audiovisual sobre o terrível estado da sociedade machista em que vivemos. Emerald Fennell é uma incrível professora que leciona com um sorriso no rosto, com palavras muito bem colocadas e uma baita apresentação interativa por trás mesmo quando fala de coisas terríveis como o estupro. Resta saber se o esforço da cineasta fará pelo menos uma pessoa olhar para o próprio umbigo em processo de auto avaliação e avaliação de seus pares imediatamente ao redor ou se tudo terá sido em vão como a vitória de Pirro de Cassie.

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6. Liga da Justiça de Zack Snyder (Sem Spoilers)

Ritter Fan

Sei perfeitamente que é isso que os fãs queriam e sei que muita gente ficará muito feliz, mas um filme continua sendo um filme e ele precisa ser encarado e analisado como tal. Zack Snyder é um sujeito resistente e insistente, além de ser um cineasta que sabe compor visualmente suas obras, merecendo mérito pelo que ele fez aqui e que nos dá um vislumbre do que poderia ter sido seu “Snyderverse” se a Warner não se mostrasse completamente sem rumo lá atrás, uma das razões pelas quais eu adoro ver versões alternativas de longas cinematográficos. Aliás, vou além e encerrarei dizendo algo que sei que muita gente concordará: não há absolutamente nada que impeça que a produtora embarque de vez na proposta de Snyder, trazendo o diretor de volta ao seu projeto para continuar a história de seus personagens a partir deste ponto. O filme não desdiz frontalmente nada do que já foi feito (e se desdiz, qual é o problema?) e há sim material ali para permitir um arquitetura narrativa que leve a um universo compartilhado tão fértil quando o da produtora rival, além de haver demanda para isso, nem que seja na própria HBO Max. Então sim: #restorethesnyderverse.

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5. Passageiro Acidental

Iann Jeliel

Mesmo apoiada no amplo realismo, é o emocional em jogo que gratifica a sequência, torna-a imprevisível, e nas decisões tomadas é que se localizam a beleza da história. Apesar de um tanto niilista, a visão da obra a respeito da vida coletiva acima da individual é bem comovente. Não chega a colocar Passageiro Acidental no hall dos grandes, reflexivos e memoráveis filmes do gênero, mas certamente pela forma que é concebida o coloca à frente de obras confortáveis, mesmo que a proposta desse também não seja sair muito do seu conforto. A diferença é que aqui não precisa sair ao invés de faltar algo para entregar. É um bom filme justamente por saber executar significativamente a sua contida ideia.

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4Raya e o Último Dragão

Iann Jeliel

Raya e o Último Dragão

Tudo isso com um toque – igual ao de Moana – a uma valorização cultural específica (sudeste asiático, desta vez) em toda a elaboração de sua mitologia (e produção), sem parecer pedante e enfiado ali de qualquer forma como um mero chamativo internacional para vender o filme. Pelo contrário, soa como reforço à ideia de que as novas histórias têm de surgir de lugares que ainda não tinham vitrine, e que na fantasia de agora elas podem ser a porta de entrada à confirmação deste novo conto de fadas. Há quem diga que pode ser demasiadamente positiva, mas a graça é essa e a ideia da Disney é essa. Se antes esses contos nos confortavam por viver um amor idealizado que nunca viveríamos, por que não os utilizar hoje para se confortar um pouco, num cenário tão caótico, com a idealização de um mundo que conseguiu se unir para um bem maior. Pode ser que nunca aconteça como o famoso “viveram felizes para sempre”, mas o sentimento de acreditar não custa nada e já vale como refúgio, principalmente se veio numa vestimenta de postulante a jovem clássico das animações.

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3. Liga da Justiça de Zack Snyder (Com Spoilers)

Iann Jeliel

Snydercut

Snydercut acontecer não é motivo de orgulho ou uma vitória fruto de uma batalha contra um sistema hollywoodiano que assola a criatividade. É justamente a representação máxima da criatividade condicionada. É preciso refletir, como fã, o que o fez ser fã daquilo? Certamente foi o encantamento com que aquela história foi pensada a ser concebida. Então qual o seu papel como fã para sustentar isso? É cobrar? Sim, mas cobrar pela permanência do senso criativo que o fez se encantar por aquilo. Não o seu senso criativo, mas o senso criativo de quem, de fato, está criando. Mesmo que, nesse caso, o autor seja o próprio e irresponsável autor do fã.

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2. Druk – Mais Uma Rodada

Luiz Santiago

Thomas Vinterberg mostra em Another Round (Druk) homens que intelectualmente se entregam a um vício e sofrem as consequências disso. Não há moralismo aqui, mas um trato humano para a aposta em um jogo muito perigoso. Com homens sensíveis, que choram, que conversam com os amigos sobre seus problemas e dores, o diretor também nos mostra esse outro lado da ansiedade, da depressão da busca por agradar e sempre fazer certo. É um filme sobre um vício muito comum, mas com camadas o suficiente para não deixar a abordagem datada ou rasa.

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1. Sociedade da Justiça: 2ª Guerra Mundial

Luiz Santiago

Como é sempre um enorme prazer ver nazista explodindo e tomando soco na cara, não vamos negar que Sociedade da Justiça: 2ª Guerra Mundial tenha lá todo o seu curioso charme e momentos que nos deixam intrigados, ansiosos ou até mesmo feitos de trouxa (tipo… pra quê colocar o Senhor Destino aqui mesmo?), o que nos deixa em uma posição de contemplativa satisfação com o produto final. Até o arco bobo e injusto (com o personagem) do Aquaman tem sua graça e aquele caranguejo das profundezas perseguindo o Jay Garrick me fez rir imensamente! O que verdadeiramente falta aqui, na essência, no tutano, no verdadeiro contexto e conceito do filme, é aquilo que ele deveria ter não apenas no título ou numa superficial apresentação: a Sociedade da Justiça. Quem sabe na próxima?

10. Brazil – O Filme

Rodrigo Pereira

Sam Lowry em uma cadeira prestes a ser torturado.

Ainda que tenham sido cidadãos exemplares e jogado o jogo conforme as regras, saibam que, em caso de questionamentos ou afrontas, receberão visitas dos agentes da ordem para colocá-los em seu devido lugar. Caso insistam pela não cooperação, não haverá alternativa a não ser o mesmo futuro destinado a Sam: a reclusão ao imaginário para sentir-se livre de alguma forma.

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9. Chamas da Vingança (2004)

Fernando JG

O elenco de apoio também conta com a presença inesperada de Gero Camilo e Charles  Paraventi como figurantes, o que é uma surpresa – pessoas aleatórias em situações nada a ver. Tony Scott, que eu já havia elogiado por sempre fazer um arco dramático fechadinho em seus filmes, não foge à regra aqui e a coesão mostra-se enquanto caraterística positiva da trama. Violento mas humanizado, Man on Fire é uma releitura competente e emocionante do filme de 1987 (Élie Chouraqui), entregando uma peça única e com uma atuação de certo memorável de D. Washington e da mirim Dakota Fanning.

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8. Obsessiva

Leonardo Campos

De volta ao texto dramático, por sinal, temos o primeiro filme em que Beyoncé não depende de seu talento vocal para o desempenho diante das telas. Aqui, ela conta com os seus malabarismos comuns aos palcos, pois a luta final é uma alegoria para a dança, isto é, um conjunto de passos oriundos de uma coreografia que demonstra duas pessoas em busca de sobrevivência, sem espaço para redenção. É matar ou morrer.

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7. O Diário do Pescador

Laisa Lima

O Diário do Pescador foi feito para chocar. Com uma premissa teoricamente simples, as adversidades vem do desenrolar de um único interesse: o de Ekah para com o estudo. Por intermédio do longa-metragem, é possível conhecer um pouco de uma vida longínqua, onde a ignorância reina, assim como atitudes bárbaras. Porém, isto é tudo o que o filme tem a mostrar. Devido a nenhum recurso visual mais interessante e nenhuma inventividade na trama – E o cinema se forma pela junção dos dois -, a obra se faz promissora, mas enquadrada naquelas que a deficiência vem da inexperiência com os artifícios que conseguem fazer com que um filme alcance um outro patamar. As boas interpretações, principalmente de Faith Fidel, auxiliam na salvação de alguns pontos, e até bonitas imagens, como a de Ekah no deque com o sol atrás, é um dos positivos. Portanto, a obra formata um discurso em oposição a assuntos como violência e exploração infantil, ressaltando o poder da educação e revelando o quanto a mesma afeta quem a não tem, tais quais os moradores da vila. Pretensiosamente, o filme busca ser um manifesto. Legítimo, mas, infelizmente, mal conduzido.

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6. Soldado Universal: O Retorno

Ritter Fan

Soldado Universal: O Retorno é, como o primeiro, um longa de baixo orçamento, mas, diferente do original, não há absolutamente nada de especialmente nele, sendo basicamente algo que parece ter sido feito às pressas a partir de uma ou duas boas ideias, só para Van Damme poder retornar ao seu clássico papel. Teria sido melhor que o ator, que já começava mais fortemente o declínio em sua carreira, ter se mantido resoluto em sua posição de não estrelar continuações…

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5. Kickboxer: O Desafio do Dragão

Ritter Fan

O lado realmente bom da coisa toda é que se trata de Van Damme voltando ao tipo de papel que nunca deveria ter se desviado enquanto sua forma física permitisse, sem inventar qualquer outro tipo de personagem. Kickboxer é uma repetição do que veio antes na própria filmografia então ainda incipiente do The Muscles from Brussels, mas entre treinamentos violentos, dancinha desengonçada e punhos com cacos de garrafa, há o que apreciar aqui.

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4. A História Sem Fim

Laisa Lima

A História Sem Fim se junta a filmes como A Princesa Prometida (1988) como exemplares de películas de fantasia dos anos 80. Tais obras conseguem unir todos que possuem uma imaginação fértil e um coração aberto. A primeira referida, então, não apresenta uma magia boba ou superficial a ser contada e repassada, e sim uma aventura relevante, mas não dura demais para tirar o carro chefe do longa-metragem: o escapismo da realidade. O estranhamento ocorre quando se tromba com algo inesperado, como o caramujo veloz e um morcego gigante, mas passado o susto e instalada a empatia, A História Sem Fim flui como uma história contada na infância. Por ela estar no imaginário de diversas pessoas, é primordial que a obra não fique unicamente na mente daqueles que já viram e guardaram para si. Por isso, não há história nenhuma que tenha um fim, se a não deixarem ter.

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3Django (1966)

Ritter Fan

Django pode ter nascido como basicamente um plágio (o que ele tecnicamente não é, para ser sincero), mas Corbucci, Nero, Barboni, Bacalov e demais membros do elenco e da equipe ténica transformaram a obra em um animal bem diferente e fascinante de sua própria maneira. É o faroeste spaghetti na versão mais gutural, brutal e violenta possível, mas com um verniz imagético polido e surpreendente que fica com o espectador muito tempo depois que Fine aparece na tela em letras garrafais.

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2. Pânico na Floresta: A Fundação

Leonardo Campos

A sétima incursão da franquia, em sua reinicialização, também é uma ótima reflexão sobre algo que parece assustador e exclusivo do território ficcional, mas que na verdade está bastante próximo do real, basta observarmos o discurso de ódio crescente com o avanço de um ideal equivocado de “direita” nos últimos anos, bem como as reportagens que o jornalismo da imprensa marrom noticia diariamente. É uma realidade tão assustadora quanto as possibilidades traumatizantes contempladas neste filme que decepcionou os interessados na banalidade e provavelmente não será tão popular quanto os exemplares anteriores desta saga sangrenta.

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1. Pecado Original

Leonardo Campos

Talvez por esses motivos supostos por aqui, a produção tinha cenas com aspectos visuais tão belos que preferiu deixar mais material do que deveria na montagem final. Com diálogos razoáveis e 116 minutos que poderiam muito bem ganhar uma redução para ajudar no desenvolvimento mais orgânico da história, Pecado Original traz uma mulher arquetípica que não dialoga praticamente em nada com a figura que se correspondia com Vargas. A descrição é diferente, o comportamento diverge do esperado, alguém para se desconfiar desde o início, mas a luxúria falou mais alto e os atributos da personagem de Angelina Jolie, fotografada sensualmente por Rodrigo Pietro e trajada pelos figurinos de Donna Zakowska impediram que o nosso herói saísse da névoa do desejo e enxergasse os problemas que demarcariam para sempre a sua vida. Ademais, Thomas Jane participa da história como Billy, um homem sem escrúpulos que pode estar por detrás das iniciativas audaciosas e ambivalentes da enigmática mulher fatal. Por fim, um filme injustamente destroçado, merecedor, talvez, de uma nova chance?

10. Round 6 – 1ª Temporada

Iann Jeliel

Round 6

Apesar desses apontamentos, Round 6 definitivamente não pode ser classificado como “só hype”. Pelo contrário, é um alívio esperançoso ver essa série como “Top 1 da Netflix” (deve ser superada em algum momento, mas até lá…), ao invés de seus outros enlatados produzidos “a toque de caixa”. Porque este é um dos títulos de calibre para simbolizar esta era de crescimento globalizado da arte coreana no século. Uma série autoral, viciante, bem-construída, bem-produzida, bem-dirigida, bem-escrita, reflexiva e divertida na mesma medida, que mereceu e conquistou todo o sucesso por meio desses méritos.

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9. The Office (US) – 1ª Temporada

Davi Lima

Muito dos sentimentos constrangedores que o espectador pode sentir tem reações dos personagens dentro do espectro de verossimilhança que a série exercita, porém ainda se torna uma complexidade cômica que Greg Daniels se propõe a “errar” como um teste televisivo que o canal NBC concedeu. Não deixa de ser uma temporada irregular pela linhagem de poucos episódios, mas também estabelece muito bem com muito pouco qual a sua piada politicamente incorreta como vareta com o público, qual o espaço a se acomodar isso, quais os dramas ordinários desenvolvidos e qual é o host (Michael Scott) do programa que vai revelando o escritório de Scranton quando ele o incomoda.

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8. Cobra Kai – 3ª Temporada

Ritter Fan

Mas não se enganem com meus comentários negativos: Cobra Kai continua sendo uma diversão nostálgica. Como tudo que faz sucesso repentino, porém, ela está sendo muito claramente esticada para além do que deveria e, pior, com a maior quantidade possível de inserções de fan service (aguardo, agora, Terry do terceiro filme, vivido por Thomas Ian Griffith e, claro, Julie do quarto, vivida por Hilary Swank) e referências ao passado que acabaram desequilibrando a temporada e diminuindo aquilo que ela tinha de melhor, que era justamente relativizar as ações de Johnny e Daniel. Faz parte do jogo, claro, mas fica a torcida para que o próximo ano saiba corrigir o rumo e – espero – acabar a saga de maneira digna, sem golpes baixos.

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7. Yasuke – 1ª Temporada

Ritter Fan

Yasuke é, portanto, um gigantesco exemplo de desperdício de potencial e uma enorme lição de que “mais” não é sinônimo de “melhor”. Mesmo que abordar o personagem histórico em uma série com esse viés (o histórico apenas) estivesse fora da discussão sobre essa obra lá em sua pré-produção, era de se esperar que pelo menos a necessidade quase doentia de se colocar elementos tecnológicos e sobrenaturais seguisse uma lógica qualquer, que houvesse uma boa história por trás que criasse um universo coeso. Mas a verdade é que devem ter concluído que espectador não merece respeito mesmo e que engolirá qualquer porcaria ultraviolenta que colocarem nas telinhas só porque ela é ultraviolenta…

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6. O Método Kominsky – 3ª Temporada

Ritter Fan

Claro que Alan Arkin fez falta, mas Chuck Lorre conseguiu lidar sóbria e elegantemente com a saída do ator, dando um encerramento mais do que digno a O Método Kominsky que se despede no momento certo, sem se estender indefinidamente, com qualidade e relevância. Nada como saber acabar o que começou, mesmo tendo que lidar com uma reviravolta na vida real que, em mãos menos hábeis, teria feito a temporada afundar.

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5. Love, Death & Robots – 2ª Temporada

Ritter Fan

Mais de dois anos depois da inesquecível temporada inaugural de Love, Death & Robots, antologia de curtas animados de curadoria de Tim MillerDavid FincherJoshua Donen e Jennifer Miller que é uma verdadeira incubadora de ideias para longas e séries de TV por criadores e estúdios diferentes – e muito me espanta nenhum ter sido desenvolvido nessa linha até agora – eis que a série retorna para mais um pouco, quase uma “amostra grátis” considerando que são apenas oito novos curtas em oposição aos 18 do primeiro ano. Em razão do número diminuto de curtas, decidi fazer uma mistura de crítica geral com críticas específicas de todos os episódios e de ranking, tudo em um pacote só para todos os gostos.

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4. Lupin – 1ª Temporada: Parte 1

Kevin Rick

Por fim, apesar de algumas observações negativas para o roteiro que aos poucos se perde na construção da plausibilidade razoável e no equilíbrio das divergentes temáticas expostas, os cincos primeiros episódios que compõem a primeira parte da temporada inicial são extremamente promissores, usando bons discursos de legado, homenagem e identidade para Assane, que segura toda a duração do show através da magnética e carismática performance de Omar Sy. A Netflix começou o ano com mais um possível hit em Lupin, oferecendo uma produção muito divertida que promete bastante se souber trabalhar melhor seu contexto.

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3. Cidade Invisível – 1ª Temporada

Ritter Fan

A 1ª temporada de Cidade Invisível, apesar de todos os pesares, pelo menos cumpre a função de dar vontade de ver mais dos personagens que povoam a série ou pelo menos pesquisar sobre os mais desconhecidos. Roteiros menos amarrados em uma trama simplista e investimento efetivo no folclore de maneira a transformar esses personagens em mais do que só pálidos reflexos do que eles poderiam ser fariam muito bem à série e à difusão da mitologia brasileira tanto no próprio país, quanto no restante do mundo. Se continuar desse jeito acanhado, será melhor recorrer à Fábulas mesmo, já que é material de qualidade garantida.

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2. Perdidos no Espaço – 3ª Temporada

Ritter Fan

No entanto, mesmo com seus problemas que colocam essa temporada como a menos ótima das três (mas por pouco), o encerramento das desventuras espaciais da família Robinson é uma agradabilíssima experiência audiovisual que dá vontade de rever assim que os créditos do episódio final começam a rolar. Pode ser que ela tenha acabado cedo demais e pode ser que seu showrunner tenha se recusado a deixar de explorar algumas linhas narrativas, de certa forma amontoando o resultado final, mas os icônicos Will, Judy, Penny, John, Maureen, Don, Dr. Smith e Robô ganharam as versões modernas que mereciam em uma série de aquecer corações, sejam eles artificiais ou não.

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1. Vikings – 6ª Temporada: Parte 2

Iann Jeliel

Vikings

No fim das contas, a sexta temporada de Vikings possui esses méritos de bons encerramentos, algo que a série a meu ver sempre teve dificuldade em fazer, sempre construindo, construindo e construindo muito bem para no final não concluir nada. Aqui se conclui tudo, até porque não tinha mais jeito, em compensação o desenvolvimento que anteriormente empolgava mais se torna protocolar tal como os encerramentos pouco pragmáticos das temporadas anteriores, justamente para promover um encerramento justo. E de fato é, Vikings nunca se reinventou, mas também nunca saiu da boa regularidade que sempre conseguiu fazer. Assim, seu fim é condizente com o percurso, que infelizmente poderia ter sido “mais” mais vezes.

10The Walking Dead – 10X21: Diverged

Iann Jeliel

Diverged é provavelmente o pior e mais vazio episódio de toda a série, com a gravidade de estar à beira do final, da sua última temporada. Lamentável.

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9. South Park: Pós-Covid 

Ritter Fan

South Park: Pós-Covid é um excelente episódio da série, um muito bom episódio especial, mas é apenas um bom telefilme da franquia, pois ele perde sua força na medida em que a minutagem vai extrapolando os limites mais conhecidos para essa abordagem (mesmo considerando que há um longa-metragem cinematográfico que foi ainda além e acertou em grande parte). Há riqueza na sátira pessimista de Trey Parker e na construção das versões futuristas dos personagens que povoam o telefilme, mas elas não se sustentam uniformemente ao longo de toda a projeção, com o humor mordaz sendo sacrificado para que elementos mais complicados desse futuro sejam introduzidos, quase que criando um universo próprio ainda a ser realmente desenvolvido. Mas, claro, é uma primeira experiência nesse caminho ainda inexplorado de South Park e só nos resta esperar que Parker encontre seu norte.

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8. A Roda do Tempo – 1X06: A Chama de Tar Valon

Kevin Rick

A Chama de Tar Valon consegue ser ainda mais chato que o episódio anterior. No quinto capítulo, pelo menos havia um drama de luto emocionante para assistir. Aqui, a jornada pessoal de Moiraine parece ser uma obrigação de dar mais tempo de tela para a estrela de Rosamund Pike, uma justificativa melhor do que acreditar que Judkins deliberadamente gastou 1 hora para chegarmos no exílio da personagem, sem qualquer avanço narrativo substancial para a trama macro ou desenvolvimento de outros personagens. Um drama político fútil, várias conversações enroladas e insignificantes e totalmente sem urgência, A Roda do Tempo parece refletir o personagem de Rand ao longo da série: total indiferença. Para não dizer que é um capítulo totalmente ruim, eu gostei da cenografia e das paisagens naturais, assim como a apresentação da Siuan Sanche (Sophie Okonedo) e seu relacionamento com a Moiraine. Mas as pouquíssimas qualidades não estão nem perto de tirar o gosto banal dessa experiência que não gira (he, he).

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7. Ataque dos Titãs – 4X13: Crianças da Floresta

Kevin Rick

Crianças da Floresta

A cena da aparição repentina de Eren – confesso que tomei um leve susto – é a cereja no bolo de um episódio construído em cima de um roteiro minucioso, respaldado por uma ótima animação e preenchimento de atmosfera, no qual vemos vários temas da série personificados nas aterrorizantes e cruéis expressões faciais dos personagens. Isayama continuando usando Gabi como motor narrativo, e sua importância para o anime só aumenta na minha concepção, especialmente nesse encontro com o protagonista. O cliffhanger vem como uma facada na ansiedade, mas desfecha com primor mais um excelente episódio da série. O clímax está próximo.

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6. A Roda do Tempo – 1X04: O Dragão Renascido

Kevin Rick

Depois de 2/3 de calmaria, o terço final de O Dragão Renascido é pandemônio. Menos gore do que no trio de estreia, mas também com melhor direção. Como um leitor bem pontuou na crítica anterior, e eu não poderia concordar mais, há uma sensação de costume com a parte visual. Nada realmente encanta, mas tudo é bem… passável. A direção usa e esbanja de slow motion para enganar a coreografia ordinária, mas há mais inventividade dentro das limitações, inclusive com a sequência florestal usando melhor dos seus espaços e a câmera que pelo menos segura o foco. No mais, o quarto capítulo de A Roda do Tempo é uma bela surpresa. Dispondo de melhores diálogos, inclusive alguns até reflexivos no núcleo “circense”, uma montagem bem cadenciada e uma pegada mais pessoal, O Dragão Renascido faz um equilíbrio melhor entre ritmos e continua naturalmente nos inserindo nesse universo misterioso que, agora, soa mais intrigante dramaticamente.

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5.  South Park: Especial de Vacinação

Ritter Fan

South Park: Especial de Vacinação continua a tradição de demonstrar que Trey Parker e Matt Stone são os reis da ironia e do sarcasmo, incapazes de deixar pedra sobre pedra de qualquer assunto que decidam abordar. Tomara que eles consigam em breve colocar as engrenagens da 24ª temporada em funcionamento.

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4. Star Trek: Discovery – 3X12: There is a Tide… 

Ritter Fan

No segundo episódio da trilogia que encerrará a temporada, Star Trek: Discovery mostra que está conseguindo corrigir seu rumo, mesmo sofrendo um pouco pelo desequilíbrio da temporada como um todo. Resta, agora, esperar que o final da temporada venha confirmar essa impressão positiva.

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3. Ataque dos Titãs – 4X05: Declaração de Guerra

Kevin Rick

Declaração de Guerra

Até consigo entender melhor o ímpeto do episódio anterior em construir a inocência e a empatia com Marleyanos e os Eldianos “bons”, mas é interessante notar como esse episódio segue o mesmo molde de ser mais elaborativo, com um cliffhanger, mas, diferentemente do quarto capítulo, consegue mover a narrativa geral enquanto tem algo a dizer na trama contida do episódio. A declaração de guerra de Attack on Titan é perfeição, simples e puramente perfeição. Um dos melhores episódios da série, girando completamente a perspectiva de Eren. E, agora, que venha a guerra.

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2. Star Trek: Discovery – 4X01: Kobayashi Maru

Ritter Fan

Kobayashi Maru é, provavelmente, o melhor começo de temporada de Discovery até agora, por saber combinar ação com uma discussão central sobre Michael que pode dar muitos frutos se ela não for esquecida, além de saber estabelecer uma ameaça aparentemente principal de peso e que mostra a que veio sem perder tempo. Só mesmo a história de Saru é que pareceu fora de esquadro, pelo que eu espero que ele seja logo reintegrado à Frota para que esses desvios sejam evitados, além de eu torcer para que o mistério sobre o que causou a destruição da estação espacial e de Kwejian não seja mantido assim tão misterioso por muito tempo.

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1. Porta dos Fundos – Te Prego Lá Fora

Luiz Santiago

Gosto do trabalho geral de dublagem e a animação também tem bons méritos técnicos. Cenas com planos mais abertos e ações de segundo ou terceiro plano não receberam um bom cuidado, mas nada que atrapalhe a apreciação da obra. Vale destacar igualmente o trabalho de caracterização dos personagens e as piscadelas para NemoDori e um quase-Carrie, a Estranha no final, com extermínio à la “pragas do Egito” que me arrancou boas risadas. Mesmo faltando melhor desenvolvimento da história e de seus personagens centrais, Te Prego Lá Fora conseguiu emular a fórmula dos “filmes de Colégio” hollywoodianos e tornou um pouco mais fluída a presença de críticas, piadas infames e abordagens heréticas no filme. A grande questão é que essa linha de estrutura dramática já saturou, o que vai exigir bastante criatividade e um olhar mais cuidadoso do Porta dos Fundos em Especiais vindouros para que não siga no atoleiro de repetir a fórmula sacana a todo custo, ano após ano.

10. Caçadores de Duna, de Brian Herbert e Kevin J. Anderson

Ritter Fan

Pode-se dizer, sem medo de errar, que Caçadores de Duna não é mais do que um prelúdio para o fim feito por dois escritores esforçados, uma forma que os autores encontraram para arrumar o tabuleiro para os embates finais nesse fascinante futuro distante. E eles surpreendentemente cumprem bem essa função, com uma leitura fluida, mas também talvez fácil e explicada demais que o leitor dos livros de Frank Herbert simplesmente terá que compreender como sendo o final possível diante das circunstâncias. O que ficou mesmo para mim como uma lição é que o preconceito bobo que eu tinha, originado de purismo e lealdade ao autor original, não tinha razão de ser. Brian Herbert e Kevin J. Anderson podem não chegar aos pés da qualidade narrativa de Frank Herbert, mas existe uma inegável satisfação em ver uma grande obra ganhar um penúltimo capítulo que consegue fazer jus ao que veio antes de sua própria maneira.

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9.  A Casa Negra, de Peter Straub e Stephen King

Rafael Lima

A Casa Negra é um bom romance da dupla King/Straub, onde o estilo dos dois autores se articula de forma eficiente, para trazer uma história de terror extremamente atmosférica; que funciona tanto no terror humano nas ações do vilão infanticida quanto no campo mais fantástico do horror cósmico. O romance, entretanto, não consegue alçar voos mais altos por constantemente resolver seus conflitos com soluções fáceis tiradas da cartola, e um numero excessivo de personagens, que nem auxiliam na construção do universo da história, e nem funcionam como subtramas interessantes. Ainda assim, o livro é uma sequência interessante e bem diferente de O Talismã, que vale a pena ser conhecida.

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8. Seminário dos Ratos, de Lygia Fagundes Telles

Leonardo Campos

A inflação e o endividamento do estado, elementos dominantes da política brasileira quando o conto foi lançado, dão lugar para as celeumas de uma nação que já evoluiu em diversos aspectos, mas ainda colhe o caos de sua base sistematizada pela corrupção e desigualdade social e cultural. Ao mesmo tempo que temos a sensação de aguçar da intelectualidade ao ler o conto Seminário dos Ratos, também sentimos o amargo gosto da derrota de um povo que parece viver o eterno loop temporal que nos leva sempre para o mesmo lugar, território dominado por ratos que corrompem a tudo e a todos e nos faz adentrar num ciclo constante de descrença.

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7. A Montanha Mágica, de Thomas Mann

Fernando JG

Ler Thomas Mann é uma experiência. Gostando ou não do livro, todos temos de reconhecer que, apesar da leitura não ser fácil, ela é, sim, marcante, e por vezes, sublime. Ao terminar a escalada da montanha, o autor permite um sentimento de contemplação meditativa, como se estivéssemos no topo do mais alto monte e de lá observássemos o mundo inteiro. A Montanha Mágica te convida a entrar em um universo distinto, em que te fará presenciar o amor e a morte com igual intensidade. No fim, esse magnum opus da literatura mundial não produz um fim em si mesmo, mas universaliza, com sensibilidade e rigor estético, os grandes sentimentos, e os mais nobres, que povoam e dão brilho à alma da espécie humana, colocando-se, com isso, numa posição de ser o grande romance em toda a história da literatura.

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6. O Iluminado, de Stephen King

Kevin Rick

O Iluminado

O clímax estendido é digno de nota, paralelamente navegando nos finais estágios de perda de identidade de Jack, abrindo essa discussão se devemos ou não simpatizar com a complexidade do personagem, o terror de Wendy e Danny, e a corrida contra o tempo de Hallorann – outro iluminado, do início da trama – para salvar a família do hotel, além da posição defensiva do Overlook de “proteger” sua presa. O Iluminado é uma obra-prima de horror catártico, retornando àquele argumento que citei de como King vai construindo a narrativa com várias camadas, preenchendo a trama sobre vício, maturidade antecipada, violência doméstica e falhas humanas, com o toque temporal e simbólico de Overlook como representação da maldade social. Sem sombra de dúvidas, O Iluminado é um dos melhores romances de King e obras de horror de todos os tempos.

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5. Billy Summers, de Stephen King

Kevin Rick

A transição entre os dois tipos de histórias pode parecer estranha ao ser lida no meu texto, mas no livro funciona. Toda a caracterização do ato inicial dá uma carga dramática à fuga, além de proporcionar mais liberdade para King focar no enredo criminoso sem precisar explicar backstories. O autor é, como sempre, muito criativo com detalhes e incidentes que deixam o encadeamento do crime mais (divertidamente) problemático, navegando entre uma estética literária meio noir e um realismo trágico – temos histórias de guerra, violência doméstica e abuso sexual. Minha única ressalva é em relação a como King vai largando personagens e subtramas ao longo da jornada de Billy. Isso é uma característica negativa do autor, já que ele escreve “direto”, sem pensar de antemão em detalhes narrativos. Ainda assim, são pormenores em um dos melhores romances recentes do “Rei do Terror”, se aventurando mais uma vez em ficção e thriller policial/criminal. Com uma história de “último trabalho” que abrange toda uma vida através da literatura, Billy Summers é um dos melhores estudos de personagem de King.

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4. Depois, de Stephen King

Ritter Fan

Mesmo com a “maldição de Stephen King” se abatendo na obra, Depois continua sendo uma leitura fácil e divertida que literalmente conversa muito tranquilamente com o leitor e torna Jamie um personagem imediatamente relacionável, mesmo considerando seu poder bizarro, mas de forma alguma original. Qualquer um sabe instintivamente como a história acabará, mas a jornada do narrador/protagonista merece ser acompanhada, especialmente porque o livro acaba antes de se tornar cansativo.

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3. Star Wars: Luz dos Jedi (A Alta República), de Charles Soule

Ritter Fan

Luz dos Jedi, apesar de todos os seus pontos negativos, não é uma leitura desagradável. Se encararmos o romance como o começo de um projeto mais amplo, ele até consegue funcionar minimamente bem, ainda que Soule talvez devesse ter usado pelo menos um de seus personagens como linha mestra para sua história, sem basicamente sair citando nomes novos com algumas características físicas para que ele, nos volumes seguintes, ou, provavelmente, outros autores em outros romances ou em mídias diferentes os desenvolvessem. O livro, portanto, é o equivalente ao contorno narrativo de um filme ou série de televisão, quase que como um tratamento inicial onde todas as ideias são jogadas e nenhuma realmente esculpida em detalhes, o que pode afastar muita gente desse começo da Alta República.

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2. Um Estudo em Vermelho, de Arthur Conan Doyle

Luiz Santiago

Um Estudo em Vermelho é uma obra que se destaca pelo desenho sedutor que faz de seus personagens centrais, pela inteligência no encadeamento da história e pela escolha diferente de narrar uma investigação onde o ato vil possui camadas que vão muito além da inicial cena do crime, onde o público se vê entretido como um gato brincando com um novelo que se desenrola. Lembra a definição de Holmes para Watson sobre o caráter investigativo do caso: “na meada incolor da vida, corre o fio vermelho do crime, e o nosso dever consiste em desenredá-lo, isolá-lo e expô-lo em toda a sua extensão“. Um clássico de altíssima qualidade da literatura de gênero. Uma das melhores estreias já vistas de um grande personagem.

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1. ‘Salem, de Stephen King

Kevin Rick

‘Salem é um livro que puxa muitos recursos habituais do autor, e, considerando que estamos falando do seu segundo livro, é uma das obras que estabeleceu métodos, perspicácias e convenções dele, e notando como ele divergiu e navegou em tantos gêneros diferentes, Salem representa um dos melhores suspenses clássicos de King. A experiência pode ser decepcionante partindo da perspectiva que citei de uma falta de ímpeto, caindo numa falta de clímax – eu, particularmente, acho que o final representa isso da pior forma possível -, todavia, pensando no que a obra se propõe a fazer, é um ótimo livro. Um romance sobre a atmosfera do horror.

10. Sandman: A Casa de Bonecas

Luiz Santiago

A Casa de Bonecas é uma representação da vida em miniatura, em um momento de crise. Nela encontramos uma fauna rica de personagens que atravessam a nossa existência e que não fazem ideia daquilo que podemos ser. Às vezes nem nós sabemos sobre o nosso potencial destrutivo, como a personagem-Vórtice do arco, com sua vida de cabeça para baixo sem saber o que estava de fato acontecendo ao seu redor. Neil Gaiman reflete sobre sonhos de grandeza, sobre causar dor aos outros e sobre tentar fugir (dormindo ou acordado) das dores que sofremos. É um arco bastante inteligente na maneira como apresenta novos Perpétuos e na maneira como explora mais algumas camadas da vida sob o ponto de vista da cultura e da arte. Um presente denso e reflexivo que costura o nosso cotidiano à fantasia onírica e cheia de significados, num enredo difícil de superar.

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9. Invencível – Vol. 8: Meu Marciano Favorito

Kevin Rick

Meu Marciano Favorito

Apesar do título do volume, o marciano, que assumiu o alter-ego de Shapesmith, recebe pouco espaço na HQ. Não que isso importe, pois Kirkman resolve vários emaranhamentos jogados em volumes anteriores, enquanto deixa consequências trágicas e dá mais espaço narrativo para o quadro geral da guerra entre o Invencível e os Viltrumitas. Além disso, o autor apresenta um teor minimalista e de cuidado para seu Universo, algo que já era bem trabalhado na família Grayson, mas ganha ares para a grande classe de notáveis personagens secundários.

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8. One Piece – Vols. 5 a 8: Baratie (Saga East Blue)

Kevin Rick

Baratie

Por fim, considero Baratie o arco mais redondinho de One Piece até aqui, mantendo a melhor construção de desenvolvimento de um membro específico, nesse caso, o Sanji, enquanto expande a visão extremamente criativa do Oda, com pequenos vestígios do que vem por aí: Grand Line, o passado da Nami, All Blue e o caminho tortuoso, que os jovens audaciosos finalmente tem perspectiva, sustentando aquela leitura divertida de acompanhar, com muita emoção e ação cômica bem trabalhada.

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7. Dreadstar Returns

Luiz Santiago

Conhecendo o autor, não era possível esperar uma aventura que entregasse tudo o que fosse possível de uma vez só. A bem da verdade, Dreadstar Returns concentra um nível alto de recriação de problemáticas, e isso é algo aplaudível. Mesmo a simplicidade com que o problema inicial é tratado, ao fim, tem uma grande força, por estar aliado a eventos e pessoas do passado da série, um passado que Starlin referencia, homenageia, mas se recusa a fazer-se refém dele. Uma melhor interação entre a primeira e a segunda parte da história poderia trazer maiores benefícios para o volume como um todo, mas o que temos nessa edição é um retorno que faz jus ao personagem e agora só me resta rogar ao Universo para que o Mestre Starlin viva ainda por muitos e muitos anos e dê continuidade ao ciclo que aqui se reinicia.

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6. Demolidor: O Sétimo Dia e Púrpura

Luiz Santiago

Durante boa parte desse segundo arco eu imaginei que o próprio Demolidor é quem faria uso dos poderes de Killgrave ou de seus filhos para afetar a mente das pessoas e fazer com que todos se esquecessem de quem ele é. Ainda não tenho muita certeza se gosto dessa versão das crianças, mas considerando a maneira como o arco termina e o que isso representa para o cânone do Demolidor, minha tendência é fazer as pazes com tal resolução. Esclarecido esse ponto da nova fase do personagem, fica claro que sua vida, suas atitudes e a missão de seu cotidiano dará uma leve guinada aqui. A maneira como Ponto Cego saiu de cena me pareceu bem ruim e provisória, então acredito que ele deva voltar nos arcos seguintes, mas o que importa agora é essa mudança de perspectiva. A primeira história do Demolidor, desde o fim da Era Mark Waid, que me deixou verdadeiramente animado para continuar a acompanhar o título.

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5. BRZRKR #1

Ritter Fan

Planejada para ser uma minissérie em 12 edições, BRZRKR muito provavelmente oferecerá mais complexidade narrativa e revestirá seu protagonista ainda sem nome de mais e interessantes camadas. Ou assim eu espero, pelo menos. No entanto, infelizmente a primeira edição não tem o efeito desejado, que é prender o leitor à história que conta, a não ser que o leitor seja realmente adorador inveterado do Keanu Reeves e tudo o que ele faz ou do tipo que se deixa impressionar pela premissa mais do que batida e/ou pela violência extrema que é tão comumente usada por aí nos quadrinhos e, sejamos francos, em qualquer mídia, como muleta narrativa.

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4. Capitão Feio – Tormenta

Luiz Santiago

Como disse no começo, gostei bem mais de Identidade do que de Tormenta, e tenho a impressão de que isso se deu por não ter recebido assim tão bem a inserção do flashback sobre a vida passada do personagem — não que não seja interessante, nada disso. Mas por ser um rápido e isolado momento da história… me pareceu uma quebra desnecessária — e talvez pela divisão de importância entre o bloco de Cumulus vs. Capitão Feio e… Capitão Feio vs. Doutor Olimpio. Imagino que seja uma situação-armadilha para os autores, mas enfim, acabou afetando negativamente a história, para mim. Por outro lado, gostei dos blocos com a presença do Cascão, no tempo presente, vendo as notícias sobre o Capitão Feio. O cameo da Turminha e, depois, no final, a cara do Cascão ao ouvir a confirmação sobre a identidade do “vilão” me quebrou o coração. Isso deixou o encerramento reticente, é verdade, mas com pinta de “vem mais coisa por aí“. E eu não vejo a hora disso acontecer.

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3. Hellblazer: Ascensão e Queda

Ritter Fan

Apesar de ser um dos raros exemplares não exatamente super-heróicos do selo DC Black Label, naturalmente mais adulto, Hellblazer: Ascensão e Queda é uma boa forma de conhecer John Constantine e Lúcifer Morningstar aos não iniciados – mas que entendam que há bastante violência e sexo, mais do que em uma HQ mainstream normal – e, também, um atrativo para os leitores que acompanhem o personagem, desde que não sejam saudosistas do estilo clássico (e, reconheço, bem melhor) do saudoso Constantine da Vertigo. Em outras palavras, há para todo mundo nessa ótima minissérie.

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2. Batman do Futuro: Fugindo do Túmulo

Luiz Santiago

É muito frustrante ver a reapresentação de um bom personagem, deparar-se com uma situação trágica e aparentemente decisiva para a Nova Gotham, investir expectativa na leitura, achando que esse desenvolvimento seria bem recompensado para, ao cabo, cair em uma “pegadinha do Mallandro” e ver quase tudo o que transformava essa realidade em algo interessante… cair por terra. Imagino que Jurgens pensou que estava sendo inteligente ao fazer um plot de investigação que se revela outra coisa, mas o que ele realmente conseguiu foi diminuir a nossa vontade de continuar a ler essas histórias. Pelo menos os desenhos aqui, nas mãos de diferentes artistas, condizem com o tipo de realidade apresentada. De resto, Fugindo do Túmulo é um retorno que promete bastante coisa, mas não tem coragem de seguir com o plano e estraga a própria festa.

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1. Duna: Graphic Novel – Vol. 1

Ritter Fan

Se os dois volumes vindouros – o segundo está previsto apenas a primavera (do hemisfério norte) de 2022 – seguirem esse caminho, Brian Herbert e Kevin J. Anderson poderão orgulhosamente dizer que de fato conseguiram transpor Duna para os quadrinhos sem que nada da história fosse perdida ou alterada e sem que a leitura se tornasse enfadonha, o que é um feito digno por si só. Claro que a HQ jamais substituirá o livro e nem esse é o objetivo, mas pode ser que estejamos diante de uma obra que é a mais próxima possível de seu material fonte. Nada mal!

10. Smallville: As Aventuras do Superboy – As Temporadas Ranqueadas

Felipe Oliveira

Este ano de 2021 tem sido interessante para muitas séries que marcaram a entrada de vários ao mundo dos seriadores. Em maio deste ano, Smallville – As Aventuras do Superboy completou dez anos desde o fim, e mais recentemente, em outubro, a produção da WB Television totalizou vinte anos de sua estreia na TV. Mas claro, não é só mais um ano sendo lembrado pela data que a consagrou, e sim, pelo legado e lugar especial que acompanha o público. Por isso, é a vez de ranquearmos as dez temporadas desta saga memorável.

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9. He-Man e os Mestres do Universo (2002) – 1X01 a 03: O Começo

Ritter Fan

 O Começo definitivamente é um bom reinício de uma das mais famosas franquias animadas feitas unicamente para vender brinquedos. Chega a ser estranho como essa versão de He-Man e os Mestres do Universo, que tinha tudo para dar certo, encontrou um público apático à época que a fez ser cancelada a destempo com apenas 39 episódios produzidos. Justamente quando mostrou sua força, He-Man perdeu seus poderes perante o público…

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8. Veredito Cinéfilo #20.1 | Oscar de Melhor Filme: Os Vencedores Ranqueados

Luiz Santiago

Essa postagem é uma espécie de filhote tardio do Plano Crítico. Eu e Ritter temos esse projeto desde há muito tempo e, agora, depois de muito suor sulfúrico ritteriano, conseguimos realizá-lo. O propósito aqui é ranquear todos os vencedores do Oscar de Melhor Filme, desde a vitória dupla de 1929 até a vitória chocante de 2020. Isso significa que, em breve, essa versão da lista estará “desatualizada“, mas este é o tipo de datação que acomete a maioria dos rankings. No futuro, é claro que podemos fazer uma outra colocação, talvez quando chegarmos ao 100º vencedor. Cruzaremos esta ponte quando chegarmos lá. Por enquanto, ranquearemos apenas os 93 longas que receberam o prêmio máximo da Academia até o momento em que pensamos nessa classificação, ou seja, em março de 2021.

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7. He-Man e os Defensores do Universo – 1X01: Diamond Ray of Disappearance

Ritter Fan

No entanto, os poderes de Grayskull realmente se mostraram fortes e o sucesso instantâneo foi o resultado, com a frase clássica de transformação do personagem sendo lugar-comum hoje em dia, além da música-tema composta por Shuki Levy e Haim Saban ser até hoje lembrada por quem viveu a época. Diamond Ray of Disappearance entrega o que a Mattel queria: contextualização para seus bonecos, sem a menor preocupação com qualquer outro elemento que não seja hipnotizar as crianças de forma que elas infernizassem seus pais até o ponto da loucura para que todos os personagens bombados, de pernas arqueadas e atarracados da linha fossem comprados, comprados e comprados.

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6. A Feiticeira – 1X01: I, Darrin, Take This Witch, Samantha

Ritter Fan

Claro que I, Darrin, Take This Witch, Samantha é ainda um esboço do que a série viria a ser, especialmente porque o trabalho inicial do roteiro de Sol Saks, também criador da série inspirado pelo longa Casei-me com uma Feiticeira, de 1942, é lidar com o casamento dos dois, algo que vem por intermédio de uma montagem inicial com narração em off de José Ferrer que deixa a revelação sobre a verdadeira natureza de Samantha para o último segundo, além de apresentar a enxerida Endora e o simpático Darrin, com a rivalidade com Sheila mais parecendo algo pensando posteriormente para criar algum conflito familiar para o espectador. Mas o ritmo é bom, a abertura animada feita pela Hanna-Barbera é fenomenal e a música tema composta por Howard Greenfield e Jack Keller é imediatamente cativante, fazendo do piloto um pacote muito bem trabalhado que imediatamente enfeitiça o espectador.

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5. Titãs – 3ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Ritter Fan

Escrevendo, lendo e relendo a lista acima – que, vale salientar, é somente parcial, pois tem muito mais coisa para colocar – a vontade que dá é de gargalhar de nervoso e, em seguida, de colocar as mãos no rosto para esconder o choro pelo que fizeram com os personagens. Esse é um daqueles (ainda bem) raros exemplos televisivos que é perfeitamente possível sentir o nosso processo de emburrecimento, de perda de massa cinzenta e de pontos de QI na medida em que os episódios passam.

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4. A Grande Família – 1X01: Meu Marido Me Trata Como Se Eu Fosse Uma Geladeira

Luiz Santiago

Falando um pouco da vida de casado de Lineu e Nenê, Meu Marido Me Trata Como Se Eu Fosse Uma Geladeira é um sólido episódio de apresentação, com todos os ingredientes que fariam de A Grande Família uma febre. Até a música de abertura, cantada por Dudu Nobre nas 12 primeiras temporadas (e regravada por Ivete Sangalo e Zeca Pagodinho na penúltima e última temporadas, respectivamente) acabou ganhando status de “hino” da família brasileira, com toda a sua união de minutos, suas bagunças, brigas, dificuldades financeiras e mais um montão de outras que conhecemos tão bem. Um capítulo inesquecível da televisão brasileira e uma das séries que definitivamente marcou Era.

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3. Franquia Brinquedo Assassino – Os Filmes Ranqueados

Iann Jeliel

Chucky

Aproveitando o fim da primeira temporada da série Chucky – que cobrimos por episódio –, surge a oportunidade também, para elencarmos os filmes do brinquedo assassino mais querido do cinema, considerando a franquia original criada por Don Mancini e o remake de 2019, totalizando 8 filmes.

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2. As Melhores Séries de 2020

Ritter Fan

Como de praxe, aqui estamos fazendo a nossa listinha de melhores séries e minisséries do ano! As diferenças dessa lista de 2020 para as dos anos anteriores é, primeiro, que dessa vez deixamos a critério de cada redator escolher o tamanho de seu “TOP”, desde que em múltiplos de cinco, claro, porque ninguém é de ferro. Além disso, assim como na lista de melhores filmes de 2020, deixamos todos os TOPs aparentes, sem um TOP geral único. Dessa forma, o leitor poderá ter acesso às mais diferentes opiniões e composições de listas para as produções lançadas neste ano pandêmico.

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1. Top 10: Os Melhores Episódios de Friends

Iann Jeliel

Friends Episódio

Ontem estreou Friends: Reunion, o especial exclusivo da HBO MAX que reúne o elenco depois de quase 20 anos para conversar sobre o legado da série. Nesse clima, preparamos um material com o mesmo intuito, primeiro uma lista ordenando as temporadas da melhor à pior, e agora outra lista para rememorar os melhores episódios da icônica sitcom!

10. Chinese Democracy – Guns N’ Roses

Iann Jeliel

Chinese Democracy

Por mais que hoje esse “passado” tenha retornado e a banda voltado a sua formação original desde 2015, com acréscimos vindos da formação final de Chinese Democracy, isso em nada desfavorece a representatividade do disco, que é um genuíno divisor de águas pensando na sua persistência de existir para promover uma reinvenção de marca ou mesmo de gênero. Pena que demorou tanto para sair que não tenha o impacto cultural desejado, mas olhando no prisma de hoje, Axl Rose em seu quase trabalho solo, mas claro, com a ajuda de uma competente equipe, oferece uma resposta àqueles que dizem que o rock não tem mais a capacidade de se reinventar no moderno, valorizando seus princípios e oferecendo um olhar mais complexo das possibilidades dos recursos tecnológicos em manter vivas as vozes que mudaram o mundo.

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9. Ok Human – Weezer

Handerson Ornelas

Ok Human pode vir facilmente a se tornar um dos álbuns preferidos dos fãs da banda, se tornando melhor a cada audição. Em termos instrumentais e melódicos é, sem dúvida nenhuma, um dos mais belos trabalhos já feitos pelo Weezer, o que não deixa de ser bem surpreendente, principalmente considerando a pouca divulgação e pequena antecipação criada, já que a maior parte do público parecia bem mais interessada no tão prometido Van Weezer, álbum de covers de Van Halen. No fim, Weezer mostrou – mais uma vez – que não é bem uma banda fácil de prever movimentos.

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8. Music of the Spheres – Coldplay

Kevin Rick

No fim, acaba sendo um resumo da trajetória de Coldplay, com traços de genialidade e experimentalismos, mesclados com a necessidade de seguir costumes bobos da indústria pop. Music of the Spheres parte de um intrigante conceito, com umas três boas canções e um excelente desfecho em Coloratura, mas que no conjunto da obra traí sua própria proposta com arranjos genéricos de pop sintetizado e algumas das piores letras da história do grupo em um cosmos (quase) vazio.

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7. Senjutsu – Iron Maiden

Iann Jeliel

Senjutsu

De todo modo, Hell on Earth compensa a ordem anterior, e seria ainda mais impactante se fosse a abertura do álbum – ou The Writing on the Wall, disparadas as melhores músicas –, invertendo de posição com Senjutsu, que no contexto de fim, dado o seu teor melancólico, talvez combinasse mais e se sairia melhor considerando a responsabilidade de carregar o título do álbum. Digo mais, uma ordem diferente poderia alterar totalmente as impressões sobre o disco. Faltou a sensibilidade nesse ponto para Senjtsu ser mais digerível, principalmente porque a unidade oferecida aqui traz mais canções autorrecicladas do que transgressoras no estilo da banda. Sendo assim, o trabalho deveria ser mais enxuto, realocado a um lugar assumidamente mais convencional, que é o rótulo onde o encaixo nesse primeiro momento, e ainda fica dentro do padrão “donzela” de qualidade.

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6. Medicine at Midnight – Foo Fighters

Kevin Rick

Foo Fighters

Medicine at Midnight pode até parecer “diferentona” na superfície, por trabalhar tantas áreas do rock e navegar em faixas tão opostas da unidade musical do álbum, mas é só na superfície mesmo, pois no cerne da obra, temos o corriqueiro som da banda que não concebe nada novo, nem almeja ser ousado. Sequer tentam fazer o lugar-comum de modo revitalizado, apresentando faixas que soam preguiçosas. É Dave Grohl e Foo Fighters confortáveis em seu elemento que continua fazendo sucesso comercialmente. Tem muitas ideias boas, muitos estilos diferentes, mas é só “mais um” álbum de rock por aí. Um divertimento passageiro ordinário.

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5. Fallen – Evanescence

Iann Jeliel

Fallen

Fallen segue como um dos meus álbuns favoritos da vida, mesmo que minha fase “gótica” mais radical já tenha passado, a ressignificação transposta pelo álbum permanece forte na minha mente e foi muito importante na criação de minha personalidade, e imagino eu, que deva permanecer assim em todos aqueles jovens melancólicos millennials que se sentiram representados por Amy e suas canções.

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4. Happier Than Ever – Billie Eilish

Matheus Camargo

Por trás da introspecção, fúria e o desencanto, existe uma artista que tomou posse do seu passado e o transformou em combustível para dar os próximos passos com a força contida em pertencer a si mesmo. Das fantasias idealizadas e criadas através da arte até a mais bruta e crua realidade, o segundo álbum de Billie Eilish é corajoso o suficiente para enfrentar e colocar abaixo todas as cadeias em que o prendiam: evolui liricamente, expande os horizontes de sua música e refina os elementos de produção apresentados no primeiro álbum. Somos apresentados a uma série de sentimentos, como descritos pela sua sinestesia: alguns são do mais sonolento azul, outros reluzem como ouro, outros são vermelho escuro. Se algum deles representa a sua felicidade, é impossível saber, mas dá pra se dizer que, numa mensagem geral, Eilish prova que não nos deve nada. E poder seguir em frente livre de toda e qualquer corrente é um ótimo motivo para estar mais feliz do que nunca.

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3. Portas – Marisa Monte

Kevin Rick

A música que fecha Portas, Pra Melhorar, com ótimas participações de Seu Jorge e Flor, é a canção mais tematicamente objetiva do álbum, nos dizendo “Lá vem o sol / Para derreter as nuvens negras / Para iluminar o fim do túnel / E a luz do céu / Para inspirar o seus desejos / Pra fazer você encher o peito e cantar“. Eu diria que é a faixa mais fraca liricamente em seu teor mais superficial, inclusive na parte sonora, mas é praticamente impossível não se derreter com o discurso do porvir, um horizonte de possiblidades positivas e otimistas de Marisa. Eu disse que Portas nos transporta, certo? Na verdade, é Marisa Monte que nos transporta para seu fantástico mundo de resgate, lembranças, empatia e esperanças. Podem dizer que a visão de Marisa é um escapismo, imaginário ou idealismo, mas eu gosto de pensar que ela é uma profeta.

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2. The Battle at Garden’s Gate – Greta Van Fleet

Kevin Rick

Outro grande problema da obra está na semelhança das músicas, aonde tive séria dificuldade em diferenciar as canções. Greta Van Fleet continua seguindo a cartilha de resplandecer Led Zeppelin a todos os momentos, e o fato de fugirem de uma musicalidade de paródia, querendo transpor uma falsa criatividade na homenagem transforma The Battle at Garden’s Gate, senão de todo ruim, aquém de uma boa qualidade musical. Existe talento aqui, principalmente de Josh, e gostei da certa estética épica e espacial, mas a banda precisa se desvencilhar do Led Zeppelin. Eu consigo aceitar a homenagem e a semelhança, mas a cópia continua atrapalhando Greta Van Fleet de criar sua identidade.

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1. Chemtrails Over The Country Club – Lana Del Rey

Matheus Camargo

O disco termina num doce e pontual cover de “For Free”, de Joni Mitchell, e essa é a conclusão harmônica de um álbum coeso, com uma narrativa sucinta e honesta. Mesmo não sendo tão impactante e triunfal quanto Norman Fucking Rockwell!Chemtrails Over The Country Club é um álbum consistente, vulnerável e confortavelmente catártico, recheado de momentos onde a ideia de abrigar-se em seus campos verdes se torna tão palpável quanto a música arrebatadora que Lana Del Rey continua trazendo ao mundo. A nostalgia queima lentamente a cada palavra, cantada, gritada ou sussurrada. Memórias passam em sua frente como alguns vislumbres, e a noite chegou novamente. Pelo menos, dessa vez, temos um “rancho para chamar de amigo”, e a certeza de que não estamos perdidos por vagar em meio a essas fantasias. Muito menos sozinhos.


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