Avaliação da temporada:
(não é uma média)
Em um segundo ano razoavelmente melhor do que a longa e arrastada introdução do ano de estreia, Os Anéis de Poder acaba repetindo muitos dos mesmos erros em sua segunda temporada, mas mantendo um bom nível de entretenimento. Apesar de mais uma vez ser um desfile de locações deslumbrantes e um design de produção de altíssimo nível, a jornada pela Terra-média continua um tanto sem personalidade e outro tanto sem foco narrativo. Entre núcleos que andam em círculos com personagens desinteressantes e desenvolvimentos ruins, a história parecia encontrar vida apenas nas maquinações de Sauron em Eregion, onde a produção realmente brilha. Quem sabe todas essas promessas e preparações dos roteiristas não sejam recompensadas mais à frente na história – isso se a Amazon continuar renovando e bancando uma produção caríssima que continua tendo recepção morna.
Eu falo melhor e mais detalhadamente sobre essas questões nos textos de cada episódio, que podem ser conferidos nos links abaixo. Sem mais delongas, vamos ao ranking? Digam aí o que acharam do segundo ano do prelúdio de LotR e deixem suas listas!
8º Lugar:
A Águia e o Cetro
2X03
Penso que esses problemas nascem por conta da quantidade de núcleos, especificamente pela maneira que pouco conversam entre si e como a narrativa dividida acaba fazendo com que nenhuma trama ganhe foco ou consistência, algo que vem arrastando o seriado desde a temporada de estreia. Isso fica bem acentuado em Onde as Estrelas São Estranhas e A Águia e o Cetro, que focam menos em Sauron e Galadriel, para trabalhar a jornada do Estranho (cada vez mais próximo de ser Gandalf) e de Nori pelo deserto de Rhûn; dos conflitos no reino de Khazad-dûm; e dos eventos em Númenor e Mordor.
7º Lugar:
Onde Ele Está
2X06
Tecnicamente, o sexto episódio é mais um primor da produção de alta qualidade da série, com destaque, também, para algumas sequências panorâmicas das belas paisagens do seriado. A narrativa do episódio, porém, é redundante e desenvolve mal alguns personagens, principalmente Adar, além de que a obra mantém sua dificuldade em tornar seus personagens carismáticos e divertidos de torcermos e nos afeiçoarmos. A montagem ainda passa rapidamente por Arondir, Nori e o Estranho, apenas para não deixar essas tramas em branco, mas nada realmente relevante acontece por aqui, talvez com um “destaque” para o dilema previsível do Istari em mais uma participação sem sentido de Tom. Ainda acho um episódio minimamente razoável, muito por conta da linha narrativa de Sauron e por estar curioso com o ataque à Eregion, mas o capítulo dessa semana oferece muito pouco para ser bom.
6º Lugar:
Onde as Estrelas São Estranhas
2X02
Penso que esses problemas nascem por conta da quantidade de núcleos, especificamente pela maneira que pouco conversam entre si e como a narrativa dividida acaba fazendo com que nenhuma trama ganhe foco ou consistência, algo que vem arrastando o seriado desde a temporada de estreia. Isso fica bem acentuado em Onde as Estrelas São Estranhas e A Águia e o Cetro, que focam menos em Sauron e Galadriel, para trabalhar a jornada do Estranho (cada vez mais próximo de ser Gandalf) e de Nori pelo deserto de Rhûn; dos conflitos no reino de Khazad-dûm; e dos eventos em Númenor e Mordor.
5º Lugar:
O Mais Velho
2X04
O Mais Velho, assim como seu personagem que dá nome ao episódio, soa como uma grande festa de sidequests. Sei, sim, que temos algum nível de desenvolvimento da história, principalmente do lado de Galadriel e Elrond, e que essas tramas – espero – devem convergir em algum momento, mas é muito pouco para uma temporada que chegou na metade sem oferecer nada de grande destaque narrativo e que parece se inflar mais e mais com novas subtramas aleatórias, novos personagens desinteressantes e uma falta de foco que não deixa a obra fluir. Não acho que seja nem uma questão de impaciência da minha parte – inclusive, prefiro séries mais pacientes – ou da série estar chata, uma vez que os episódios têm sido razoavelmente divertidos, mas sim de uma sensação de que a história dá um passo para frente ao mesmo tempo que dá um passo para trás e outros dois passos para o lado, inchando uma história carente de objetividade e que merece mais do que ser um “bom entretenimento” pensando no material em mãos.
4º Lugar:
Os Élficos Reis sob o Céu
2X01
Bem, Os Élficos Reis sob o Céu é um início de temporada que se aproveita da revelação de que Hallbrand é Sauron, nos apresentando um flashback da Segunda Era, em que o Lorde das Trevas é aparentemente morto por um exército de Orcs e seu líder, Adar, apenas para gradualmente se reconstruir ao longo dos séculos, com algumas sequências grotescas muito boas. O núcleo do antagonista é, de longe, a melhor trama da série até aqui, com suas maquinações e esquemas criando os momentos de maior destaque da história, seja tematicamente com conflitos de poder, ambição e traição, seja em termos de progressão narrativa, movendo os eventos da guerra para frente e expandindo a mitologia do universo.
3º Lugar:
Sombra e Chama
2X08
Sombra e Chama é um episódio que considero quase regular, colocando-o ainda como um resultado final razoavelmente positivo por conta de alguns bons momentos em Eregion e Khazad-dûm, além de que algumas das pontas amarradas geram curiosidade, especialmente a nova intriga familiar com a disputa pelo trono de Durin III e a nova jornada de Gandalf agora que tem suas memórias (ou pelo menos parte delas) de volta. Mas, sei lá, apenas “ok” continua sendo uma régua muito baixa para um material tão rico como esse, que claramente merece mais. Mesmo assim, é difícil não ficar feliz com o final inspirador e triunfante dos Elfos, que mais uma vez irão partir para a batalha contra a escuridão.
2º Lugar:
Recinto Rochoso
2X05
No fim, porém, temos mais um bom episódio. Ainda falta aquele “algo a mais” para a produção, mas essa semana tivemos um roteiro eficiente em termos de organizar a trama principal da série, dando mais tempo para os elementos narrativos sobre os anéis e menos para algumas tramas subsidiárias que ainda não convencem (olhando para Rhûn e a jornada de Arondir e companhia), apesar de Númenor fazer hora extra no episódio. O desenvolvimento do antagonista e dos efeitos de suas ações são os destaques de um quinto episódio que prepara a reta final da temporada, com o adendo de um gancho interessante quando Adar oferece uma aliança para Galadriel. Todos querem Sauron, mas se Recinto Rochoso deixou algo claro é que todos estão em sua teia.
1º Lugar:
Que a Morte Escolheu
2X07
Mesmo assim, do grande escopo, da direção de uma fantasia épica, dos temas claros de Tolkien, da música triunfante e do velho e bom clichê de luz vs escuridão feita de uma maneira charmosa e carismática, Que a Morte Escolheu é o episódio de Os Anéis de Poder que mais soa como O Senhor dos Anéis. Acredito que grande parte dessa qualidade vem de um roteiro que se dá o espaço de não focar em núcleos desgarrados da história principal que, na minha opinião, não funcionam desde a temporada de estreia. É aqui que alguns de vocês podem me pedir paciência porque essas subtramas vão se convergir eventualmente, e espero que essa leitura seja correta, mas se a participação ruim de Arondir aqui é um bom exemplo de que esses núcleos provavelmente não iriam funcionar tão bem, mas veremos. No fim, porém, é inegável que o sétimo episódio além de divertido, é puro suco de muitos elementos que tornam esse universo fascinante. Fica agora a expectativa para o season finale amarrar as pontas soltas e finalizar a vitória de Sauron de maneira satisfatória.
