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Lista | Mythic Quest – 3ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Os 10 episódios do terceiro ano da série, do pior ao melhor.

por Ritter Fan
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Avaliação da temporada:
(não é uma média)

O terceiro ano de Mythic Quest começou de maneira excelente com a despedida de C.W. Longbottom, personagem do veterano F. Murray Abraham sem que sequer uma imagem do personagem precisasse ser mostrada. Foi, sem dúvida alguma, um episódio exemplar nessa categoria que teve ainda o mérito de se manter fiel ao personagem. No entanto, apesar de um início de altíssima categoria, que prometia muito, e diversos outros episódios de inegável qualidade, especialmente aqueles em que o nível de crítica social ácida foi alto, a grande verdade é que a temporada não chegou próxima à força das duas anteriores.

Não só ela teve a “desonra” de conter não um, mas dois dos piores capítulos de toda a série – ainda bons, mas muito aquém do padrão que se esperava – como o “episódio de origem” da vez, focado em Ian e Poppy, não conseguiu alcançar o mesmo nível dos episódios equivalente nos anos anteriores. Mas soluços como esse fazem parte do processo de amadurecimento de qualquer série de televisão, especialmente uma que já nasceu colocando seu sarrafo lá no alto e desafiando-se a fazer mais com a estrutura confinada de espaço laboral que aborda.

Mesmo assim, houve momentos memoráveis para além da despedida de Longbottom, como o retorno de Brad não como um vilão, mas como um Grilo Falante às avessas capaz de corromper com suas palavras ou os momentos altamente perspicazes de Jo, seja quando ela leva suas colegas para pilotar um tanque de guerra como forma de desopilar o fígado, seja quando ela manipula David a brigar com ela de forma que ela possa usar isso como arma contra Joe Manganiello, que começa a se achar a estrela da adaptação audiovisual do jogo. Até mesmo a história de conflito entre Ian e Poppy, o primeiro mostrando-se incapaz de apoiar um projeto criado pela segunda, tem momentos muito bons.

No entanto, no geral, a temporada foi muito claramente a mais fraca até o momento, o que pode ser só um mero soluço, como disse, ou o começo de sua decadência. Mas só teremos uma visão melhor do todo quando a série retornar para sua já aprovada quarta temporada. Fica a torcida para a qualidade retornar ao que vimos nas duas primeiras temporadas.

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Como fazemos em toda série que analisamos semanalmente, preparamos nosso tradicional ranking dos episódios para podermos debater com vocês. Qual foi seu preferido? E o pior? Mandem suas listas e comentários!

10º Lugar:
The 12 Hours of Christmas

3X06

Infelizmente, porém, os bons momentos do episódio não o elevam ao nível costumeiro da série, deixando-o ali perigosamente na faixa do “bom” e, ainda por cima, com viés de baixa. É como se todo espírito natalino demasiadamente presente nos bastidores da produção tivesse contaminado o roteiro e a direção, resultando em um capítulo sem o sabor transgressor e crítico usual de Mythic Quest. Mas, como disse, tenho certeza de que isso foi apenas uma exceção à regra que acontece nas melhores séries.

9º Lugar:
Buffalo Chicken Pizza

3X10

A bem bolada montagem inicial de fracassos – David recebendo a notícia de que o filme baseado em Mythic Quest foi cancelado em razão da redução de assinantes do jogo; Poppy desesperada por não ter conseguido vender o jogo que criou e Brad descobrindo que já conquistou o que tinha que conquistar e que, agora, sua vida não faz mais sentido – cria o início ideal para um episódio de encerramento de temporada. Infelizmente, porém, o que segue daí empalidece diante desse começo, já que todo o restante serve basicamente para recriar o final da segunda temporada, com Ian e Poppy juntos novamente em uma outra empreitada e uma dissidência criativa surgindo, só que desta vez por Dana ao lado de Brad e Jo.

8º Lugar:
To Catch a Mouse

3X08

A abordagem humorística é, portanto, muito acertada, ganhando, inclusive, um verniz de semi-pastelão em que vemos a dupla gritando para o computador que controla tudo na GrimPop e alterando a temperatura ambiente, as luzes e até criando “rajadas de vento”, o que, claro, tira a concentração de uma irritadíssima Dana que, não aguento seus chefes, parte para a MQ para arrumar um lugar silencioso para trabalhar. A interação entre Rob McElhenney e Charlotte Nicdao é preciosa aqui (a cena da “invenção do cubículo” é o ponto alto no lado cômico) e já fazia algum tempo que os dois não ganhavam essa oportunidade extensiva de interagir, com a culminação da briga no telhado da empresa funcionando muitíssimo bem para expor o abismo que se formou entre eles e que Ian não consegue atravessar em razão de sua hubris equivocada e até perigosa para seu futuro profissional.

7º Lugar:
The Two Joes

3X04

O almoço de Joe com Jo, claro, é o ponto focal de The Two Joes, como o título não me deixa mentir, e abre um ótimo espaço para Jessie Ennis brilhar daquele seu jeito psicopata de ser. Cada vez que David fala para sua assistente para rir, pois Manganiello acabou de contar uma piada, leva a uma constrangedoramente histérica risada que ficaria perfeito em uma versão particularmente doentia de Arlequina. Cada vez que David diz o que Jo deve dizer, o que sai de sua boca é uma versão contorcida que subverte maravilhosamente bem a intenção de seu chefe, mesmo que o resultado final – com Jo realmente tomando as rédeas da coisa, ainda que off screen – seja favorável ao que ele queria e mesmo que, no meio do caminho, ele tenha inadvertidamente aprovado a ideia de “caça ao tesouro” que o agora faxineiro Brad, tentando salvar sua ideia de NFT que deu com os burros n’água, extrai de uma Rachel completamente perdida no escrito da MQ.

6º Lugar:
Partners

3X02

Cumprida exemplarmente a tarefa de dar cabo de um personagem inesquecível e de iniciar a terceira temporada, Partners, o segundo episódio, vem para aprofundar os conflitos internos tanto na GrimPop quanto da Mythic Quest, servindo como o que talvez possamos chamar da efetiva história que a temporada pretende contar. Começando com um hilário prólogo de Ian brincan… aham… trabalhando na realidade virtual e tropeçando em Poppy que realmente está com a mão na massa desenvolvendo seu jogo Hera, o que a deixa exasperada, logo vemos, mais uma vez, as manifestações de suas personalidades quase que completamente inconciliáveis.

5º Lugar:
Crushing It

3X03

E é importante diferenciar o que eu escrevi – “para os fãs” – do que muita gente pode ter interpretado, ou seja “contra os fãs”, pois, muito na linha do que South Park faz, a série trabalha a ironia e o sarcasmo como veículos para conscientizar e criticar não só determinado grupo, mas também as vozes opostas, criando uma espécie de abordagem televisiva equânime, que não perdoa ninguém. No episódio, isso se manifesta pela forma como Sue Gorgon recebe a notícia de David sobre a adaptação cinematográfica do MQ e novas sugestões de Carol, que, por sua vez, abre sua guarda para o agora faxineiro Brad, que já mostra suas garras. Ela, para todos os efeitos, é o fã arquetípico, aquele que reage a mudanças se maneira arredia na mesma toada que exige “originalidade” das criações de que gosta.

4º Lugar:
Sarian

3X07

Dentre os três episódios de origem até agora, Sarian, apesar de excelente, pareceu-me o mais fraco. Por outro lado, ele parece – ou pelo menos eu assim espero – dar o tom para os três episódios finais, retornando o foco à dupla principal e sua empreitada solo que vinham ficando razoavelmente de lado, abrindo espaço para os demais personagens se desenvolverem. Claro que isso pode mudar se, por acaso, Sarian tiver uma continuação direta ou, pelo menos, os eventos que aprendemos nele conversarem diretamente com outros no presente. Seja como for, descobriremos em breve!

3º Lugar:
Playpen

3X05

Playpen consegue, em uma tacada só, mostrar a qualidade de Danny Pudi atrás e a frente das câmeras, especialmente ao metamorfosear seu Brad em uma inusitada força do bem, reposicionar Carol como uma executiva que pode ser capaz, afinal de contas, de mudar a dinâmica da empresa em que trabalha e ao lidar muito bem com os dilemas de Poppy e Ian, a primeira tendo uma revelação merecida e, o segundo, precisando lidar com sua posição menor – ou inexistente, na prática – dentro da MQ. E tudo isso sem perder o humor ácido de vista que, como de costume, não deixa ninguém sair ileso, não interessando de que geração gamer o espectador seja.

2º Lugar:
The Year of Phil

3X09

Toda sátira exagera a realidade, mas reflitam sobre o que o roteiro aborda. Não é muito difícil, no contexto atual, imaginarmos um cenário semelhante ao que The Year of Phil sugere como pauta. A diversidade e a inclusividade são conceitos excelentes e realmente importantes no tecido socioeconômico, mas uma triste verdade é que eles vêm sendo usados muito mais como plataformas das mais variadas naturezas do que por um desejo inato de promover mudanças. Empresas contratam minorias não porque elas querem contratar minorias, mas sim porque elas se veem pressionadas a contratar minorias. Enquanto essa pressão pode e deve ser um instrumento para promover mudanças, a pergunta que o episódio coloca é: e depois?

1º Lugar:
Across the Universe

3X01

É ou não é genial a maneira como o personagem se despede da série? Não é sequer necessário que Abraham apareça sequer por um segundo, mesmo lendo em off a carta, pois sua presença é sentida constantemente, do começo ao fim. Across the Universe, assim, torna-se um dos melhores começos de temporada que já vi em todos esses anos de indústria vital, uma verdadeira obra-prima na forma como mantém-se fiel aos alicerces de todos os personagens, inclusive e especialmente aquele que se despede da série.

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