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Lista | Loki – 1ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

por Ritter Fan
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Avaliação da temporada:
(não é uma média)

  • spoilers.

Loki tinha tudo para ser uma série fenomenal do começo ao fim, mas, talvez compreensivelmente, a Marvel Studios tinha outros planos para ela. No lugar de algo substancialmente autocontido como WandaVision e Falcão e o Soldado Invernal, Michael Waldron teve como missão a transformação das aventuras do Loki pós-Batalha de Nova York, aquele que, em  Vingadores: Ultimato , desapareceu ao usar o Cubo Cósmico, em um trampolim para o que talvez possa ser chamado de verdadeiro começo da Fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel que, em larga escala, girará ao redor dos conceitos de viagem no tempo e multiverso, possivelmente – e aí já é conjectura minha – com o nobre o objetivo de lá, para a frente, tornar possível trazer os mutantes e o Quarteto Fantástico para o Universo Prime.

Portanto, a estratégia faz absolutamente todo sentido econômico e narrativo para o futuro do UCM, mas isso não quer dizer que isso cura os problemas de Loki, problemas esses que existem desde antes do fatídico episódio final em que o vilão, que é literalmente tirado da cartola, finalmente aparece. Mas talvez meu começo de crítica tenha sido mais negativo do que deveria ter sido, pois a 1ª temporada de Loki continua sendo muito boa, apesar de seus defeitos, o que já diz muito da qualidade do trabalho de Waldron, equipe e elenco.

Digo isso porque o elenco da série e as interações entre os personagens são o verdadeiro tesouro aqui. Afinal temos que reconhecer que parear o Loki de Tom Hiddleston com o agente da Agência de Variância Temporal Mobius, de Owen Wilson foi uma jogada de mestre, com os dois atores imediatamente criando o que até agora reputo como a melhor dupla de todo o UCM. Mas inda ainda além, a conexão do que vou chamar de “nosso” Loki com a Lady Loki – ou Sylvie – de Sophia di Martino, foi outro grande acerto, mesmo que ele tenha gerado um episódio morno, Lamentis. E o melhor, claro, foi transformar essa conexão em um interesse amoroso, basicamente criando o suprassumo do narcisismo.

E os demais personagens também tiveram seus momentos, especialmente Ravonna Rensleyer (Gugu Mbatha-Raw) com Mobius e a de certa forma alívio cômico agente B-15 (Wunmi Mosaku). E isso sem contar com a aparição surpresa de ninguém menos do que Lady Sif (Jaimie Alexander) e com a espetacular Senhorita Minutos, um relógio animado com voz de Tara Strong. Em termos de participações especiais, claro, não podemos esquecer dos demais Lokis – incluindo o Lokaré – e o melhor de todos, o Loki Clássico de Richard E. Grant que dá um show em Journey Into Mystery.

Até mesmo a premissa da série – a existência de uma agência temporal que tem como função organizar a linha temporal principal, apagando os desvios e que precisa caçar a Lady Loki que está causando confusão – merece elogios e ganha um belo desenvolvimento com discussões filosóficas sobre livre arbítrio e determinismo, e, acima de tudo, um trabalho de direção de arte fora de série na criação da repartição pública setentista, mas atemporal, que é a TVA. No entanto, ao introduzir um vilão cujas pistas durante a temporada só existem mesmo para os leitores dos quadrinhos (o que, vamos combinar, não conta), Waldron pegou todo esse potencial e o usou como um prelúdio da Fase 4 do UCM, afetando tremendamente a narrativa com a introdução de Kang, vivido por  Jonathan Majors, como o momento “ahá” de livros de whodunit ruins, daqueles que tornam basicamente impossível que os leitores adivinhem quem matou. Justiça seja feita, porém, Majors arrasa no personagem que desenvolve em meros 20 ou 25 minutos e salva o derradeiro capítulo do fracasso total

Com isso, Loki revela-se como uma inegável grande diversão, mas que, por sua “obrigação” de ser o motor de partida da Fase 4 do UCM, sacrifica bastante sua coesão narrativa e seu encerramento. Por outro lado, ganhamos mais do Loki de Hiddleston e outras várias versões do personagem pelo multiverso, dando o gostinho do potencial que essa linha narrativa macro do multiverso poderá nos propiciar.

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Como fazemos em toda série que analisamos semanalmente, preparamos nosso tradicional ranking dos episódios para podermos debater com vocês. Qual foi seu preferido? E o pior? Mandem suas listas e comentários!

6º Lugar:
Lamentis

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Não só os dois não tem um décimo da conexão que Hiddleston e Wilson mostraram ter, como o roteiro de Bisha K. Ali é… hummm… apenas ok, quase que somente burocrático, feito para criar aquela inimizade que logo leva a uma aliança hesitante, só que sem muito charme ou relevância no que é abordado. Aliás, se formos espremer o episódio para achar uma gota de conteúdo, provavelmente concluiremos que a única coisa realmente relevante é a informação de que os funcionários da TVA são, eles próprios, Variantes com as memórias originais suprimidas. Interessante, sem dúvida, pois dá estofo a algo que de certa forma permeia a série, ou seja, o quanto essa TVA é estranha e o quanto tudo o que foi dito sobre linha temporal, Guardiões do Tempo e tudo mais parecem mentiras atrás de mentiras.

5º Lugar:
For All Time. Always.

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Mesmo assim, a presença de um vilão exógeno à trama – descontando-se as conexões com os quadrinhos, que já desenhavam isso, já que série é série, HQs são HQs, até porque uma mínima parcela de quem assiste o Universo Cinematográfico Marvel lê quadrinhos, tenho a mais absoluta certeza certeza – não é algo que me agrada ou que seja o melhor artifício narrativo para se encerrar uma ótima série. Para introduzir um vilão novo que potencialmente será o grande vilão do futuro imediato do UCM, ok, a coisa funciona e até meio que chega como um alívio aos fãs criadores de teoria, depois que WandaVision inteligentemente os frustrou completamente. No entanto, se pensarmos assim, com base em usos futuros de um personagem, estaremos simplesmente avaliando algo com base em previsões de bola de cristal e isso não é lá muito bacana.

4º Lugar:
Glorious Purpose

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Além disso, e talvez melhor ainda, somos apresentados à tal Agência de Variância Temporal, que é o resultado de um primor de direção de arte e de direção de fotografia, resultando em uma sensacional atmosfera que consegue ser ao mesmo tempo setentista e atemporal, familiar e alienígena, repleta de tons de sépia, no que é basicamente uma repartição pública cheia da inafastável e hilária burocracia, mas que tem a função de manter intacta a Linha Temporal Sagrada criada pelos Guardiões do Tempo depois de uma guerra multiversal, tudo devidamente contado com uma animação apresentada pela Senhorita Minuto (voz de Tara Strong) e que coloca em jogo a própria existência de um multiverso (novamente, não vou entrar em teorias, mas o espaço aqui embaixo é para isso!). O recurso da animação, famosamente usado em Jurassic Park, mas que não coincidentemente é um artifício largamente usado em todos os brinquedos da Disneyland e DisneyWorld, é pura diversão, algo que é amplificado pela estupefação de Loki tentando entender o que raios está acontecendo e porque sua suposta “divindade” não é mais do que uma brincadeira nesse ambiente surreal.

3º Lugar:
The Variant

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E o que está ao redor disso é um contínuo trabalho de roteiros cuidadosos, com diálogos divertidíssimos especialmente entre Loki e Mobius, lógico, além da direção de Kate Herron que mostra que sabe muito bem onde está o valor da série. Se Wanda e Visão formaram uma dupla adorável e Sam e Bucky até que tiveram seus momentos (poucos, mas tiveram), Loki e Mobius é ouro puro, pelo que a diretora acerta ao manter a narrativa essencialmente gravitando ao redor dos dois, sejam juntos ou separados, mas sem perder de vista os coadjuvantes, com Wunmi Mosaku mais uma vez se destacando como a agente séria e by the book que se recusa a dar qualquer chance para Loki (ela tirando as facas dele foi sensacional) e Gugu Mbatha-Raw, agora ganhando mais destaque como Ravonna Renslayer, começando a mostrar a que realmente veio.

2º Lugar:
The Nexus Event

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Claro que ajuda muito que o tempo de The Nexus Event seja bem dividido e bem empregado entre a tortura de Loki na prisão de loop temporal apanhando de Lady Sif (Jaimie Alexander retornando ao UCM) que demonstra mais uma vez o quão autoconsciente Loki é sobre quem ele é, a germinação da dúvida em Mobius que culmina em uma aliança genuína entre ele e Loki e as sequências de ação muito bem trabalhadas pela direção de Kate Herron, com direito a surpresas, como a “poda” tanto de Mobius quanto do próprio Loki, deixando Sylvie sozinha. E o melhor é que a demonstração de sentimentos nunca e tratada de maneira exagerada ou novelesca. Muito ao contrário, Herron faz o que precisa fazer e apoia-se na performance de seus atores, extraindo o melhor deles. Seja a reação de Loki pela poda de Mobius, seja a decepção de Mobius com Ravonna ou o momento em que Loki e Sylvie se reconectam, tudo depende exclusivamente dos atores, particularmente Hiddleston que dá um show de sutileza e elegância sofrida e torturada aqui.

1º Lugar:
Journey Into Mystery

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No entanto, a boa notícia que é Journey Into Mystery é um baita episódio, potencialmente o melhor até agora, pois ele consegue aliar o agradável ao útil sem perder o ritmo, ainda que estabeleça, como já era esperado, uma dinâmica completamente diferente à história depois das revelações de The Nexus Event. Essa nova dinâmica coloca Loki lidando com seus “eus” de outras realidades com o roteiro de Tom Kauffman conseguindo a proeza de contextualizar todos eles, dando espaço até mesmo ao Loki reptiliano e, muito merecidamente, entregando ao veteraníssimo Richard E. Grant um excelente e grandioso momento para seu personagem realizar de verdade seu propósito glorioso e, de quebra, mostrar o nível de poder que os Lokis podem chegar a ter.

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