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Lista | Invencível – 3ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Um ano mais solto.

por Kevin Rick
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Avaliação da temporada:
(não é uma média)

Depois de um segundo ano cheio de melancolia em torno dos personagens lidando com os efeitos do ataque de Nolan, a terceira de temporada começa com um tom similar, mas dessa vez focado em Mark tentando superar o assassinato de Angstrom. Eventualmente, porém, a narrativa ganha outros contornos, mostrando pouco da trama sobre a Guerra Viltrumita e trazendo diversas histórias autocontidas que gradualmente levam o protagonista a questionar seus ideais e sua moralidade. A discussão com Cecil; a escolha difícil com Titã; e, principalmente, as aparições dos antagonistas Powerplex, Angstrom e, por fim, Conquest, fazem com que Mark vire uma página perigosa em sua jornada em torno da regra de não matar. Para além do excelente desenvolvimento do protagonista, temos ótimos arcos para Eve e Oliver, e, em menor medida, para Debbie e Cecil (que protagoniza o melhor episódio da temporada). Entendo o criticismo sobre os núcleos desgarrados, mas penso que a animação segue mantendo uma qualidade consistente, mesmo em desvios narrativos e oscilações técnicas, chegando ao clímax frenético com o antagonista que pavimenta um novo caminho para Mark, para bem ou para mal.

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Como fazemos em toda série ou minissérie que analisamos semanalmente, preparamos nosso tradicional ranking dos episódios para podermos debater com vocês, lembrando que os textos abaixo são apenas trechos das críticas completas que podem ser acessadas ao clicar nos títulos dos capítulos. Qual foi seu preferido? E o pior? Mandem suas listas e comentários!

8º Lugar:
Era Para Isso Ser Fácil

3X05

Não tão diferente de Você Era Meu Herói, o quinto episódio dessa temporada mais uma vez desvia da trama principal para trabalhar seus personagens em um contexto diferente, só que dessa vez fugindo ainda mais da história com o Império Viltrumita, da aparição de Angstrom ou dos conflitos com Cecil, que são efetivamente as linhas narrativas que chamam atenção e que orbitam diretamente o arco de Mark. Temos basicamente um evento único abordado, em torno da Ordem pressionar Titã para libertar Multi-Paul, o irmão de Dupli-Kate, que também é um assassino perigoso da mesma organização, da prisão que Mark agora presta segurança, depois de Eve abrir uma empresa para a dupla conseguir arrumar uma graninha e se mudar para um cafofo só deles. Como o título do episódio indica, um serviço que era para ser fácil acaba se tornando uma dor de cabeça para o protagonista.

 

7º Lugar:
Vocês Não Estão Mais Rindo

3X01

De maneira geral, Vocês Não Estão Mais Rindo é um capítulo de reorganização da história, talvez passando a impressão de ser um pouco desinteressante ou prosaico demais, mas o roteiro prepara bem o terreno para muitos temas e desdobramentos narrativos, começando pelo relacionamento complicado entre Mark e Cecil, passando pela presença maior e de importância de Oliver na trama, e indo até o inevitável namoro do protagonista com Eve. Apesar de um pouquinho de melodrama aqui e um tantinho de cafonice ali, gosto de como o texto volta a lidar diretamente com os relacionamentos familiares do elenco principal, que é onde a produção brilha, com destaque para as diversas cenas com Oliver e a intromissão de Cecil dentro das dinâmicas da família Grayson – a sequência dele com Debbie na cozinha é muito boa e agrega contexto para o desentendimento moral entre Mark e seu “mentor” no final do episódio.

 

6º Lugar:
Achei Que Você Fosse Mais Forte

3X04

Vamos ser honestos, Você Era Meu Herói parece, fala, anda e fede a filler, mas, curiosamente, tem muita coisa aqui importante em termos narrativos e muita continuidade dos bons arcos dos personagens em cena, em especial Mark e Nolan, que protagonizam os seus respectivos blocos. Não exatamente uma calmaria antes da tempestade, já que tem muita porradaria e morte rolando no episódio, o capítulo ainda é menos intenso do que estamos acostumados na série, principalmente pela forma como a narrativa soa como um pequeno desvio de curso da trama principal, mas o saldo final segue positivo, especialmente pela maneira como a produção segue interessada na humanidade de seus personagens, e sigo animado para o restante da temporada.

 

5º Lugar:
O Que Foi Que Eu Fiz?

3X07

Em seu segundo episódio, a nova temporada da animação mostra que veio corajosa, decidindo escantear os tipos de desdobramentos mais chamativos do gênero super-heroico para repousar num drama familiar que ganha ainda mais camadas de amadurecimento e de continuar uma sutil discussão sobre as consequências do heroísmo, de uma forma que não chega a ser completamente sádica ou satírica, como um The Boys, mas tampouco completamente otimista. Ainda temos pancadarias e boas doses de humor adolescente, mas essa temporada se mostra ainda mais adulta do que o ano de estreia. Espero que a audiência possa apreciar esses momentos e não apenas as carnificinas que certamente virão.

 

4º Lugar:
Você Quer um Uniforme de Verdade, Né?

3X03

As coisas voltam a ficar mais intensas e divertidas quando os Maulers aparecem em cena. O que começa como um bloco com piadas e muita porradaria, eventualmente toma um rumo bem sombrio quando Oliver mata os vilões sem titubear e, pior, sem nenhum remorso – a aparição de Cecil na cena é a cereja do bolo, trazendo à tona os acontecimentos do episódio anterior. A forma como o roteiro segue nessas discussões morais sem perder de vista nenhum personagem é notável, com Oliver se tornando um pilar dentro das complicações da história e do que deve acontecer a partir daqui. O gancho com o melhor vilão da série só deixa tudo muito mais cativante para a próxima semana!

 

3º Lugar:
Só Posso Pedir Desculpas

3X06

O destaque, claro, fica com a participação de Powerplex. As lutas dele não carregam urgência, nem um entretenimento mais simples em termos de ação (o uso dos poderes dele é visualmente muito ruim, apesar da metáfora de dor transformada em poder ser boa), mas, como falei anteriormente, o elemento de qualidade que o personagem traz é o peso dramático que ele dá para o desastre em Chicago e como sua presença levanta alguns dos melhores temas em torno do arco de Mark, cada vez mais distante da simplicidade do início da série. Tenho, porém, alguns sentimentos mistos com a dublagem de Aaron Paul, que traz sim sua ótima intensidade ao papel, mas que em muitos momentos soa inadequado para o estilo do personagem – me peguei imaginando o Todd, de Bojack Horseman, várias vezes. O resultado ainda é mais do que satisfatório, com Powerplex cumprindo seu dever narrativo ao longo do episódio e no desfecho absolutamente perturbador, seja na cena da morte da sua família, seja na sequência da prisão com a fala extremamente equivocada do Mark. Só Posso Pedir Desculpas acaba sendo mais um episódio autocontido, mas que mais uma vez traz ótimo desenvolvimento de personagens e que lida com vários elementos da trama principal, sem falar do gancho com Angstrom – que tem que aparecer logo, porque os cliffhangers repetitivos estão cansativos – e os diversos Marks. Como sempre, mais problemas chegando.

 

2º Lugar:
Achei que Nunca Fosse Calar a Boca

3X08

Dessa forma, a season finale tem que ser analisada como o conjunto do que a temporada trabalhou até aqui, talvez não tanto em termos narrativos, porque é mais um ano que flutuou entre diferentes tramas (mas com um senso bem melhor de unidade em cada episódio), mas certamente no arco de alguns personagens, em especial Mark, Eve e Oliver (e em menor medida, Debbie e Cecil, que talvez até merecessem mais espaço na história). Sempre que Oliver ataca Conquest ou quando Eve decide se juntar à briga, temos aquela pontinha de desespero, talvez até sabendo que esses personagens não irão morrer (mais disso à frente), enquanto Mark vira um saco de pancadas. De muitas formas, esse episódio é uma reencenação de A Verdade, onde o choque visual acaba mascarando o peso emocional, esse sim muito mais relevante dramaticamente para a história, dando gravidade para cada desmembramento e cada fratura exposta. Inclusive, temos uma sequência similar à famosa cena do metrô, mas dessa vez com uma camada diferente por conta de tudo que assistimos em torno das consequências daquela catástrofe – teremos outro Powerplex à vista?

 

1º Lugar:
Pacto com o Diabo

3X02

Um dos melhores episódios da série até agora, Pacto com o Diabo explora a essência subversiva do trabalho de Kirkman com super-heróis, abordando a questão de se os fins justificam os meios e conflitos de ideologia entre Mark e Cecil no que pode ser considerado a Guerra Civil desse universo, incluindo o desmembramento dos Guardiões do Globo. Seria muito fácil e superficial fazer uma leitura maniqueísta do episódio, razão pela qual os roteiristas adicionam o excelente backstory de Cecil, deixando a própria audiência questionar quem está certo ou, melhor, que ninguém está necessariamente errado. Com uma montagem esperta para posicionar os flashbacks de Cecil, gradualmente entendemos o personagem e como o mesmo passou por um processo moral radical.

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