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Lista | Halo – 1ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Uma produção televisiva digna da qualidade dos jogos que adapta.

por Iann Jeliel
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Halo

  • COM SPOILERS. Acompanhe por aqui, todo nosso material da franquia.

Quando se trata de adaptação de games, seja no cinema, seja na TV, qualquer produção luta naturalmente contra um histórico de desastres ocorridos anteriormente no cenário de live-actions, além de ser envolta em expectativas e cobranças desleais por parte dos admiradores da franquia, tanto aqueles mais interessados na fidedignidade em relação  ao original do que propriamente num bom ajuste do caráter ativo para o passivo de outra mídia, quanto aqueles cientes das dificuldades de impor originalidade nesses processos adaptativos, mas ansiosos para verem logo uma quebra derradeira no paradigma qualitativo dessas obras, ou seja, aquele filme ou série muito acima da média que dê uma direção para outras adaptações sobre o  caminho a se seguir para acertar. Mesmo não sendo lá tão entusiasta de Halo nos games – só joguei Halo 4 por completo – sabia que o preceito de ficção científica e a identidade estética de sua mitologia tinham potencial suficiente para fazer essa quebra acontecer, sendo numa primeira temporada ou não.

Claro, ainda que renovada para uma segunda temporada antes mesmo de estrear seu piloto, era preciso a produção original da Paramount Plus mostrar seu valor  de imediato para conquistar o público, caso contrário, a ambição morreria no primeiro passo. E para muitos, quase morreu quando o “fodão” silencioso Master Chief/John-117 (Pablo Schreiber) tirou o capacete e falou no primeiro episódio; tirou a armadura inteira no segundo, e foi crescentemente retratado de forma mais humana e vulnerável sentimentalmente ao longo de sua jornada para  destravar memórias do passado. Felizmente, essa escolha foi uma das várias outras plenamente assertivas para Halo ser uma narrativa seriada autossustentável, sem deixar de entregar uma ação visceral de identidade fidedigna ao videogame. Tanto que a computação gráfica em alguns momentos cai no famigerado “vale da estranheza” – as partes com Cortana (Jen Taylor), especialmente –, porque a série, apesar de ter o seu teor cinematográfico, não tem vergonha nenhuma de emular com orgulho a artificialidade “gamificada” dos cenários, figurinos, acrobacias de “boneco” ou sequências inusitadas onde a câmera adere a uma perspectiva de primeira pessoa idêntica ao jogo.

O forte de Halo, no entanto, não está só no visual, mas também na maneira como desenvolve ambiguamente os dilemas dos demais personagens – sobretudo nas figuras “antagônicas” de Dr. Hasley (Natascha McElhone) e Makee (Charlie Murphy) – em transformações constantes nos caminhos do enredo. Por mais que algumas metamorfoses na história durante a temporada tenha trazido algumas digressões na narrativa – a exemplo da subtrama de Kwan (Yerin Há)  e Soren (Bokeem Woodbine) em Madrigal –, além de uma condução quase atropelada dos eventos na segunda metade, dava para sentir a vontade da dupla de criadores, Kyle Killen e  Steven Kane, em ousar dentro das convenções clichês aparentes da história, fazendo a série ganhar vitalidade a cada novo episódio e ter um final bem diferente do que se imaginava durante o desenvolvimento, ainda que coerente com o que foi construído. Para a próxima temporada, fica a expectativa de uma “criação de mundo” mais detalhada do universo da saga, explorando mais especificamente os pormenores políticos de cada lado da guerra galáctica entre Covenants e UNSC, que ficou meio jogada em didatismos protocolares para o entendimento global da trama principal.

Como sempre aqui no Plano Crítico, após finalizar nossa cobertura de críticas semanais por episódio, é hora de elencá-los do pior ao melhor e perguntar para vocês leitores que acompanharam essa jornada: o que acharam da primeira temporada de Halo? Qual seria o ranking de episódios de vocês? O que vocês esperam para as próximas temporadas? Deixem aí nos comentários. Vamos debater e espero vocês no próximo ano!

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09º Lugar: Inheritance
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Fica o sentimento disso tudo ter sido um grande filler mesmo. Afinal, Kwan estava presente quando Chief, no segundo episódio, confrontou aquele personagem misterioso (Reth) que aparece aqui nas visões da menina. Por que Reth (Johann Myers) na ocasião não simplesmente jogou a informação de que a personagem era para continuar ao lado de Master Chief? Pois não houve resistência para rebater o fato dela não estar pronta para a tarefa – ela só diz que está e isso é aceito facilmente. Poupar-nos-ia de muita enrolação. A conexão distante do núcleo de Madrigal com a história principal o deixou como uma prerrogativa desnecessária e injustificada, já que Kwan e Soren não tiveram exatamente uma evolução dentro dele e o universo da franquia não foi explorado em termos de expansão.

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08º Lugar: Solace
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Há um sentimento de apressamento em Solace equivalente ao visto no último episódio, só que, desta vez, o direcionamento não é para a entrega de uma grande cena de ação ao final, mas sim para revelar a base do grande plot device que dá nome à série. Estou falando do primeiro vislumbre “Halo”, o anel místico procurado pela humanidade para ser usado como arma na guerra contra os Covenants. A construção do episódio até chegar a este ponto faz um passeio por outros conflitos acumulados de maneira não tão imediatista quanto poderiam, pensando na proposta de trabalhar os efeitos dramáticos deles perante as consequências do ocorrido na última batalha.

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07º Lugar: Reckoning
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Relativamente mais curto que seus antecessores, Reckoning retoma a ação de gameplay (que foi demonstrada até então somente no piloto) para destacar a evolução das tramas e personagens. Infelizmente, no processo de amarrar as subtramas que geram essa nova grande set piece, os novos avanços soaram um tanto atropelados e apressados. Por mais que, no fim das contas, as escolhas de progressos também sejam diretamente responsáveis por dar tempero a esse meio clímax da temporada, traz também o único episódio de Halo até o momento que tem pontos negativos fortes bem evidenciados.

Reckoning.

06º Lugar: Contact
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Ao estabelecer falsos protagonistas e um básico drama familiar de paternidade, a sequência do massacre dos Covenants consegue ser suficientemente impactante ao imergir o público na história, destacando o nível de periculosidade dos alienígenas e, consequentemente, enaltecendo a capacidade dos verdadeiros personagens principais, em especial, Master Chief (Pablo Schreiber). A ação é muito bem coordenada, com um CGI caprichado e direção habilidosa de Otto Bathurst para as trocas de planos abertos com planos em primeira pessoa que parecem ser transições de cutscenes gameplays diretamente tiradas do jogo. Fora um senso de violência gráfica surpreendentemente visceral.

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05º Lugar: Unbound
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Unbound coloca em pauta principal o prefixo do debate de ficção científica da franquia, no caso, como a tecnologia usada para extrair a performance máxima dos seres humanos acabou atuando em sua desumanização no contexto de guerra com os Covenants. É interessante como o episódio alinha a criação de Cortana (Jen Taylor) – uma das personagens mais importantes da saga – com a jornada de Master Chief (Pablo Schreiber), confuso com o próprio lapso de desobediência ao fugir da UNSC para salvar a jovem Kwan (Yerin Há) que seria assassinada para acobertar testemunhas do massacre em Madrigal.

Unbound.

04º Lugar: Emergence
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O roteiro vem sendo muito perspicaz nesse amarrar das tramas e desenvolvimentos. Gosto de como trabalham a ideia da semelhança visual de Cortana com a Dr. Hasley (Natascha McElhone) de modo a criar uma extensão do desenvolvimento de como é sua relação materna com o Chief, como também, trazer um conflito interno para a I.A perante a própria função que lhe é designada. Ela obedece a sua criadora pela programação, mas questiona seu papel como monitora dos comportamentos do espartano para doutora (sem o consentimento do espartano) e questiona o porquê de não ter ainda controle total sobre o corpo do soldado.

Emergence .

03º Lugar: Homecoming
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Fora que essa narrativa contempla o episódio em outra ideia central: a decepção com o retorno às origens. Da mesma forma que Kwan se sente enganada pela e desistência dos membros da resistência depois de tudo que seu pai fez por elas, Chief se sente enganado pela sua “mãe” ao rememorar que Hasley estava lá em seu planeta origem, quando seus pais estavam vivos. A doutora até consegue contornar uma explicação que deixa Chief ainda apaziguado com o momento nostálgico, bem como Kwan não perde totalmente a esperança de encontrar pessoas que possam se juntar a ela e lutar a favor da rebelião, mas são desbalanceamentos equivalentes e importantes para as jornadas dos personagens, que a cada episódio ficam cada vez mais estimulantes de acompanhar.

Homecoming.

02º Lugar: Transcendence
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Não veremos Makee descobrindo que seria traída pelos Covenants na “grande jornada”. Não veremos desenvolvimento antagônico ou romântico entre ela e Chief. Não veremos o crescimento de interações carismáticas entre Chief e Cortana trabalhando juntos. Não veremos a continuidade da conversa de Keyes com Chief se entendendo após o capitão revelar como se envolveu com Hasley. Contudo, todos esses “sacrifícios” narrativos fazem sentido para completar a construção da jornada de ambos os personagens, condenados como “especiais” a serem manipulados como armas para uma guerra que eles nunca queriam ter participado, além de fornecer a origem daquele Master Chief caladão clássico se aventurando em tramas de guerra episódicas que nem nos jogos.

Transcendence.

01º Lugar: Allegiance
1X08

Chief é quem passa a tentar manipular (no caso, convencer) Makee para o seu lado, visando usar sua habilidade para conseguir encontrar o segundo artefato dos Covenant. Um plano que a UNSC vê com muita desconfiança, o que traz ainda mais suspense para a investigação de Miranda (Olive Gray) sob as gravações de áudio daquela chacina de Makee a umas das tripulações do comando espacial. A sua descoberta da antiga índole de Makee (leia-se: a índole antes de vislumbrar Halo) em sincronia com o plano de fuga de Hasley (Natascha McElhone) traz um imediatismo empolgante ao clímax do capítulo, bifurcando criativamente na montagem, o confronto físico entre os Spartans com um interrogatório hostil de Keyes (Danny Sapani) e Margaret (Shabana Azmi) contra Makee

Allegiance

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