A nova versão “keanureevesiana” da história verdadeira dos 47 Ronin provavelmente fará com que todos os 47 heróis que vingaram seu mestre no século XVIII e depois cometeram seppuku queiram se levantar dos túmulos para cometer um massacre em todos envolvidos na produção, mas isso não nos impede de trazer para nossos leitores uma lista de 10 filmes de samurai que nós achamos que são absolutamente imperdíveis e que provavelmente deixarão o leitor com vontade de sacar uma espada e sair cortando cabeças.
Digam-nos o que acharam, acrescentem os seus e xinguem os nossos!
Contribuíram para essa lista Luiz “Tametomo” Santiago, Guilherme “Masashige” Coral, Rafael “Shingen” Oliveira e eu, Ritter “Musashi” Fan.
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Harakiri (1962)
(dir. Masaki Kobayashi)
Luiz “Tametomo” Santiago: Um dos motivos pelos quais eu mais admiro esse filme é o modo como o diretor Masaki Kobayashi retratou o lado humano dos samurais. Kurosawa já havia feito isso em alguns de seus filmes, mas o que temos em Harakiri é um verdadeiro mergulho psicológico no samurai protagonista. Além de tudo, o filme tem uma das mais belas cinematografias em preto e branco já realizadas, e começa e termina como um ciclo, não necessariamente vicioso, mas marcante para o espectador. Um dos maiores filmes de samurais já feitos.
Rafael “Shingen” Oliveira: Uma obra de condução narrativa impecável, extremamente profunda e reflexiva e atemporal. Talvez a maior obra já concebida pelo cinema japonês.
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Yojimbo – O Guarda-Costas (1961)
(dir. Akira Kurosawa)
Luiz “Tametomo” Santiago: Yojimbo é, acima de tudo, uma meticulosa e inesquecível aula de cinema. Além da história e o envolvimento com o samurai em questão ser muitíssimo bem trabalhado pelo roteiro e dirigido com primazia por Kurosawa, todos os componentes estéticos e técnicos do filme são realizados com toque de Midas. A alternâncias entre explosão de emoção, silêncios e economia nas falas geram um ritmo e uma sensação no espectador que só quem viu o filme sabe. Uma verdadeira obra-prima.
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Trono Manchado de Sangue (1957)
(dir. Akira Kurosawa)
Luiz “Tametomo” Santiago: A versão de Kurosawa para o Macbeth de Shakespeare num mundo de samurais é uma das mais belas adaptações já feitas da obra do bardo. O diretor focou nas ações que marcam a corrupção do protagonista e sua progressiva desgraça, tendo como base a maléfica Lady Macbeth como arquiteto dos planos de traição. Kurosawa não economizou figurantes e cenários, adicionando ao roteiro questões de honra que são muito próprias dos samurais às já bem conhecidas trilhas honoríficas das tragédias de Shakespeare. Assim como outro filme dessa lista, Harakiri, as primeiras cenas de Trono Manchado prendem o espectador por sua estonteante beleza, uma característica estética que permanecerá até o fim do filme. Volta e meia eu pego o DVD e revejo a cena da bruxa, na floresta. Na minha opinião, ela está no TOP 10 das cenas mais bonitas já feitas no cinema.
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Rashomon (1950)
(dir. Akira Kurosawa)
Rafael “Shingen” Oliveira: Não apenas um belíssimo estudo sobre a relatividade da verdade, é uma análise poderosa sobre a natureza do ser humano e sua moralidade.
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A Fortaleza Escondida (1958)
(dir. Akira Kurosawa)
Guilherme “Masashige” Coral: O foco do filme não são samurais, mas ele inspirou Star Wars, e o que são os jedis, senão samurais do espaço?
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