Home Colunas Lista | Doctor Who – Os Melhores Arcos da Série Clássica

Lista | Doctor Who – Os Melhores Arcos da Série Clássica

As melhores aventuras-raízes da série.

por Luiz Santiago
1,7K views

Eu sempre achei que ranquear os melhores arcos da Série Clássica de Doctor Who seria algo absurdamente difícil, mas confesso que, depois de feita a compilação para o rascunho inicial, foi tudo muito tranquilo — com uma dúvida ou outra aqui e acolá, mas nada verdadeiramente impossível ou massacrante. A única coisa que lamento é o fato de que tive que me limitar a um TOP 10, porque ainda tem uma porção de histórias excelentes, sem dúvidas!

A lista abaixo, porém, traz o fino do fino da série, ou… pelo menos 10 fatias disso, do meu ponto de vista. Comente abaixo a sua lista pessoal, com as 10 tramas favoritas da Série Clássica e os motivos dessas suas escolhas!

.

10º – The Aztecs

1º Doutor, Susan, Ian e Barbara | Roteiro: John Lucarotti | Direção: John Crockett

Data de exibição: 23 de maio a 13 de junho de 1964

Das três aventuras históricas do Doutor nesta primeira temporada, Os Astecas talvez seja a mais bem produzida, embora perca alguns pontos na criação de uma história para o período pré-colombiano. De qualquer forma, este é com certeza um dos melhores arcos de toda a temporada, um dos que com certeza indicaria para novos espectadores conhecerem a série clássica e o 1º Doutor.

.

9º – The War Games 

2º Doutor, Jamie e Zoe | Direção: David Maloney | Roteiro: Malcolm Hulke e Terrance Dicks

Data de exibição: 19 de Abril a 21 de Junho de 1969

A era do 2º Doutor foi marcada por um melhor desenvolvimento dos roteiros dentro da ficção científica e por um grande acréscimo de elementos importantes na mitologia da série. O ar didático foi desaparecendo aos poucos e deu lugar a tramas mais detetivescas, cada vez com menos presença de “monstros aliens” e maior foco em problemas típicos da Terra ou, em alguns casos, com a ligação entre essas duas vertentes de problemas. Ares de James Bond (que seria a marca da era do 3º Doutor) delineiam os arcos da 6ª Temporada e The War Games, a aventura final, foi um verdadeiro preparativo ou um primeiro passo – em Doctor Who é sempre assim, não é mesmo? – para o que viria nos anos seguintes.

.

8º – Remembrance of the Daleks

7º Doutor, Ace | Direção: Andrew Morgan | Roteiro: Ben Aaronovitch

Data de exibição: 05 a 26 de outubro de 1988

A destruição de Skaro aqui foi questionada e discutida por um tempo, até que John Peel resolveu o problema em War of the Daleks ao revelar que o planeta destruído na trama não foi Skaro e sim Antalin. Este ainda não foi o fim do lar dos Daleks, embora os envolvidos nesta guerra achassem que sim. Nada como ter um mestre estrategista de 900 anos manipulando informações para se ver livre de seus inimigos em diversos níveis e por um bom tempo, não é mesmo?

.

7º – The Five Doctors

Equipe: 1º Doutor, Susan / 2º Doutor, Brigadeiro / 3º Doutor, Sarah Jane / 4º Doutor, Romana / 5º Doutor, Tegan e Turlough / Cameos de K9 III, Liz, Mike Yates, Jamie e Zoe | Direção: Peter Moffatt | Roteiro: Terrance Dicks

Data de exibição: 25 de novembro de 1983

Com trilha sonora pendendo para o horror e um drama que nos faz querer perguntar: “ah, Borusa, sério que você foi estúpido a este ponto?” The Five Doctors celebra com bastante garbo os 20 anos de exibição de Doctor Who, colocando o Mestre em uma posição nada óbvia (um acerto em cheio da produção, mas não tão bem executado pelo roteiro, especialmente no final) e cinco encarnações do Doutor — bem… quatro, para ser sincero — em um perigo nunca antes enfrentado. Incontestavelmente, uma aventura inesquecível.

.

6º – The Sun Makers

4º Doutor, Leela e K9 | Direção: Pennant Roberts | Roteiro: Robert Holmes

Data de exibição: 26 de novembro a 17 de dezembro de 1977

Ao contrário de Image of the Fendahl, K9 possui aqui uma grande participação, ajudando Leela e os cidadãos rebeldes a fugir de uma série de obstáculos e colocando um bom número de guardas do governo para dormir. E é com K9 que temos o elemento cômico que põe fim ao arco, após a TARDIS partir de Plutão. O Doutor e o cão de metal estão jogando xadrez, com uma entediada Leela acompanhando os movimentos no tabuleiro. O Doutor está visivelmente perdendo e, ao invés de seguir o jogo, mexe com alguns botões da nave para que ela dê uma guinada e derrube todas as peças… Eis aí uma atitude bem à maneira de um Time Lord se livrar de um probleminha envolvendo seu próprio ego.

.

5º – The Enemy of the World

2º Doutor, Jamie e Victoria | Direção: Barry Letts | Roteiro: David Whitaker

Data de exibição: 23 de dezembro de 1967 a 27 de janeiro de 1968

O Inimigo do Mundo é uma história sobre um futuro distópico cuja base é uma farsa muito bem plantada. O modo de operação dos vilões, a causa de todos os problemas e o tipo de sociedade global aí estabelecidos têm reflexos em nossa própria sociedade e por esse motivo tornam o arco tão real para um espectador a décadas depois dele ter sido realizado. Com um bom encadeamento de eventos, intrigas governistas e tragédias naturais causadas artificialmente, a aventura se coloca como a única da 5ª Temporada a não ter um monstro alienígena em seu enredo e também como um dos melhores arcos, não só da era do 2º Doutor, mas de toda a série clássica de Doctor Who.

.

4º – The Caves of Androzani

5º Doutor, Peri | Direção: Graeme Harper | Roteiro: Robert Holmes

Data de exibição: 8 a 16 de março de 1984

Robert Holmes, que tinha bastante experiência como roteirista da série, tendo começado a escrever para Doctor Who em The Krotons (2º Doutor), empregou o máximo de esforços para colocar em Androzani um drama que é tanto uma crítica social densa (e ele já havia feito isso com extrema qualidade na série, em The Sun Makers), quanto uma forma inteligente de colocar o Doutor e Peri em uma situação de perigo sem forçar aliens bizarros goela abaixo do espectador e um cenário que só funciona pelo absurdo do vilão. Ao contrário. As relações entre Androzani Minor e Androzani Major são bem erguidas e funcionam de forma independente, servindo de plano de fundo para a chegada dos tripulantes da TARDIS, inicialmente movidos por curiosidade (ou melhor, pela curiosidade do Doutor) e enfim envoltos em uma pequena guerra civil com direito a “guerrilhas”, terror e sacrifícios.

.

3º – The Android Invasion

4º Doutor, Sarah Jane Smith | Direção: Barry Letts | Roteiro: Terry Nation

Data de exibição: 22 de novembro a 13 de dezembro de 1975

Apesar de pequenos problemas de gravação — Tom Baker ficou doente no processo — o resultado final de The Android Invasion é excelente, o segundo melhor roteiro de Terry Nation em Doctor Who. A química entre Tom Baker e Elisabeth Sladen é cada vez mais apaixonante e a brincadeira que eles vivem fazendo de “levar pra casa” e “deixar de ir” nos dá algumas pistas para o futuro, calcando com bastante antecedência a inevitável separação entre os dois em The Hand of Fear.

.

2º – The Pirate Planet

4º Doutor, Romana e K9 II | Direção: Pennant Roberts | Roteiro: Douglas Adams

Data de exibição: 30 de setembro a 21 de outubro de 1978

Divertido, fortemente crítico ao processo de geração de riquezas para algumas companhias comerciais e cientificamente exigente — é sabido que o texto de Adams aqui foi praticamente todo editorado por Anthony Read, porque era extremamente complexo, com a presença dos Time Lords e diversos paradoxos temporais –, The Pirate Planet pode ter suas estranhezas mas é um arco muito bem escrito e dirigido, cheio de surpresas, narrando com grande qualidade a segunda parte de uma longa jornada. Uma aventura inesquecível.

.

1º – Inferno

Equipe: 3º Doutor, Liz (+ UNIT, Brigadeiro Lethbridge-Stewart e Sargento Benton) | Direção: Douglas Camfield | Roteiro: Don Houghton

Data de exibição: 9 de maio a 20 de junho de 1970

O final do arco tem um amigável tom de humor e birra, ingrediente principal da relação entre o Brigadeiro e o Doutor. O espectador ri com muito gosto da situação e se sente aliviado pelo tom cômico após a densidade mortal que acompanhou durante sete episódios. A 7ª Temporada termina com um lamento, claro (a saída sem despedida de Liz), mas termina muitíssimo bem, em um dos melhores arcos que eu já tive o prazer de assistir em Doctor Who.

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais