O objetivo dessa lista é apresentar uma classificação pessoal dos episódios/arcos na Era do Sétimo Doutor. Cada uma das classificações é acompanhada por um texto de impressões pessoais a respeito. Para ler as críticas dos arcos, basta clicar nos links que acompanham cada colocação. TODOS os arcos citados possuem crítica aqui no site. Abaixo, uma visão geral da minha temporada favorita desta era. E da minha equipe favorita. Para conferir os outros rankings, clique aqui.
- Temporada favorita: 26ª
- Time favorito: Doutor, Ace
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12º Lugar: Time and the Rani
Arco #144
A composição e especialmente a máscara dos Tetraps são ótimas, assim a como dos Lakertyans, resultado de um ótimo trabalho dos figurinos e da equipe de maquiagem. A trama em que estão envolvidos, no entanto, é um caos que até poderia gerar algo bom se fosse organizado e representado com diálogos inteligentes, sem briguinhas de dominação (possivelmente uma crítica dos autores ao colonialismo) que nos irrita mais do que diverte. A história vale como apresentação isolada do 7º Doutor, que se não conquista nos primeiros minutos, consegue fazê-lo na ótima sequência em que ele está provando roupas diferentes, vestindo as peças de suas encarnações anteriores. É um momento cômico bem dirigido e representado com tanta simplicidade que é inacreditável que McCoy tenha tirado tanto de algo tão rápido. Pena que sua história de abertura não lhe fez jus. Mas isso seria corrigido em breve.
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11º Lugar: Battlefield
Arco #152
É extremamente doloroso chegar a esse ponto da série e ver as coisas indo de mal a pior. Embora eu ainda mantenha os chefões da BBC na minha lista de “inimigos para a vida”, por terem começado o inferno da série desde o Doutor anterior, percebo que, sob o ponto de vista mais básico — que é o de entretenimento do público –, Doctor Who realmente não estava em seus melhores dias. Que tristeza.
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10º Lugar: Dragonfire
Arco #147
Dragonfire é uma história que marca o fim e o início de coisas que fariam parte de Doctor Who até o seu cancelamento em 1989. É um arco com um forte ranço do passado da série e glimpses de novidades que infelizmente são sufocadas, impedindo que a aventura avance. Uma trama boa até certo ponto e um final medíocre para uma temporada nada animadora.
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9º Lugar: Silver Nemesis
Arco #150
Ainda assim, esta é uma história de encantos estranhos. Não é ruim, mas está pouco confortavelmente acima da linha mediana, status que sempre nos deixa um gosto amargo. Em contrapartida — e esta é uma das contradições que alguns arcos de Doctor Who parece trazer — temos em Silver Nemesis um dos melhores e mais variados usos de trilha sonora e uma concepção profunda para o Doutor em um único enredo — Sylvester McCoy parece estar se divertindo muito com o mistério, adotando um olhar quase cínico ao responder determinadas perguntas, mais uma ótima interpretação do ator. Entre momentos de grande potencial para uma boa história e posição confusa dos Cybermen é que se estabelece este estranho e prateado aniversário de 25 anos de Doctor Who.
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8º Lugar: The Greatest Show in the Galaxy
Arco #151
Existem alguns momentos de bom humor e sugestão de coisas excelentes nesse arco, coisas que infelizmente não se concretizam. Não sabemos a ORIGEM de todo o circo e como ou por quê eles se corromperam; não sabemos o por quê (além do próprio divertimento, mas isso não é uma boa justificativa dramática sob nenhum aspecto) os Deuses resolveram focar no Psychic Circus; e qual era exatamente a função do Olho no “poço”, uma vez que os Deuses tinham a manifestação “humana”. Não sabemos de muita coisa nessa história. E as respostas a essas perguntas fariam de The Greatest Show um arco muito melhor. Embora os bons momentos consigam superar, na leitura geral, os momentos mal aproveitados, o resultado é um “ok” bastante sofrido, daqueles que a gente não consegue deixar de perguntar: “por quê?“.
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7º Lugar: Paradise Towers
Arco #145
Paradise Towers é um arco que nos faz pensar sobre como uma sociedade se acostuma com as coisas mais absurdas de seu cotidiano e em vez de fazerem algo que realmente sirva para mudar o lugar, perdem tempo e vidas lutando entre si. A história não traz ações realmente inteligentes ou épicas do Doutor e coloca Mel em perigo simplista mais do que deveria, mas termina como uma trama que diverte. O espectador que conseguir lutar contra a estranheza dos vilões e o mal uso do tempo interno (de frases e tomada de ações) em todo o episódio 4 pode ter uma visão até bastante positiva em relação à obra. Mais uma sociedade que ganha um restart pelas mãos do Doutor, sua companheira e a união de forças locais.
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6º Lugar: Delta and the Bannermen
Arco #146
Eu tinha falado em Paradise Towers sobre o exagero e até dissociação da trilha sonora desta época da série com as coisas que eram mostradas na tela. Em essência, podemos entender isso como um cacoete de época, pois é encontrado na maioria esmagadora das séries e telenovelas da década. O que não significa que esse costume estabelecido seja bom. E não, não é. A repetição de temas musicais com base eletrônica — há sempre um tema muito cômico e outro muito dramático que enchem a paciência a cada 5 minutos, é um verdadeiro mar de mal gosto e má relação entre as partes estruturais de um episódio de TV — e a forma como eles não se ligam exatamente ao que está sendo mostrado chega a ser engraçado. Salvam-se aqui os pequenos momentos de reproduções orquestrais, esses sim excelentes — embora não compostos para a série — e a aplaudível direção de Chris Clough, que fez uma história ágil, aproveitando ao máximo os espaços externos e dando às muitas segmentações do roteiro uma boa base visual.
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5º Lugar: Survival
Arco #155
Nossa visão de “despedida” vem apenas pela gravação de um diálogo escrito por Cartmel e dublado por Sylvester McCoy, enquanto caminhava com Ace para fora do quadro. Após uma luta contra o Mestre (Anthony Ainley mal aproveitado, mas sempre interessante como ator, em cena) e a visita ao mundo de um dos vilões mais visualmente interessantes de Doctor Who (eu simplesmente adoro os Cheetah — um excelente trabalho da equipe de figurinos, maquiagem e desenho de produção de personagens), o Doutor e Ace partem para novas aventuras, sendo a primeira delas no livro Cidadela dos Sonhos (2002), de Dave Stone. Chegava ao fim o primeiro grande ciclo de Doctor Who. Ninguém sabia, mas ainda havia muita coisa boa esperando pela série no futuro… Por enquanto, era um fim.
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4º Lugar: The Happiness Patrol
Arco #149
Ver o Doutor falando de seu apelido na Academia (Theta Sigma), a TARDIS sendo pintada de rosa, o excelente desenho de produção e concepção geral para o Kandyman, Ace agindo como uma guerrilheira e uma mudança de estrutura geral de uma sociedade (vocês sentiram ecos de Paradise Towers aqui?) são os grandes atrativos do arco, que garante uma ótima diversão, principalmente se o espectador olhar para o forte aspecto político, social e de Vigiar e Punir que esta colônia terráquea chamada Terra Alpha, no século 24, traz em uma terrível e preocupante imitação de nosso mundo.
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3º Lugar: The Curse of Fenric
Arco #154
Eis aqui uma verdadeira jogada de Mestre do Doutor, com Sylvester McCoy mais uma vez grandioso em cena, transitando bem entre momentos leves e outros fortemente dramáticos. É uma pena que os desvios e a confusão do bloco dos militares tenham minado a qualidade do arco. Mesmo assim, trata-se de uma boa história de revelações, entendimento de si mesmo e demonstração de arrependimento com concessão de perdão. Nada mal para uma reunião de tantos “amaldiçoados” num mesmo lugar, não é mesmo?
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2º Lugar: Ghost Light
Arco #153
A personagem Control (Sharon Duce, em ótima interpretação, inicialmente afetada e depois passando por uma curiosa mudança para ser uma Lady) foi uma interessante surpresa, me lembrando levemente a manifestação física da TARDIS, como teríamos no futuro. Outra lembrança aqui me veio com o personagem Neandertal, me remetendo ao companheiro Java de Martin Mystère, que estreou em Os Homens de Negro (1982). Um outro destaque, e dos muito importantes aqui, é a trilha sonora, que junto à direção de fotografia cria o medo a partir de uma premissa psicológica, sem obviedades, o que torna Ghost Light apreciável por diversos gêneros e por ser um desenvolvedor de emoções e personalidades a partir de uma crise de ordem mais ou menos sobrenatural, até que a conheçamos, de fato. Claro que ficam abaixo do esperado a representação de Light e até as bobagens que o roteiro coloca para Josiah, mas tudo bem, estes são momentos fracos superáveis e não ruins a ponto de estragarem a história. Um horror que de certa forma também representava a alma de Doctor Who naquele momento, em seu suspiro final, embora este “último espetáculo” ainda fosse acontecer para o público, em uma intensa batalha pela sobrevivência.
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1º Lugar: Remembrance of the Daleks
Arco #148
A destruição de Skaro aqui foi questionada e discutida por um tempo, até que John Peel resolveu o problema em War of the Daleks ao revelar que o planeta destruído na trama não foi Skaro e sim Antalin. Este ainda não foi o fim do lar dos Daleks, embora os envolvidos nesta guerra achassem que sim. Nada como ter um mestre estrategista de 900 anos manipulando informações para se ver livre de seus inimigos em diversos níveis e por um bom tempo, não é mesmo?