O objetivo dessa lista é apresentar uma classificação pessoal dos episódios/arcos na Era do Terceiro Doutor. Cada uma das classificações é acompanhada por um texto de impressões pessoais a respeito. Para ler as críticas dos arcos, basta clicar nos links que acompanham cada colocação. TODOS os arcos citados possuem crítica aqui no site. Abaixo, uma visão geral da minha temporada favorita desta era. E da minha equipe favorita. Para conferir os outros rankings, clique aqui.
24º Lugar: The Sea Devils
Arco #62
The Sea Devils oscila entre pontos baixos e altos, conseguindo prender nossa atenção, mas sem oferecer muitos novos elementos que já não tenhamos visto nos anos anteriores da série. A variação dos Silurians é conceitualmente interessante, trazendo uma percepção maior de sua dominação na Terra, mas acaba sendo prejudicada pela retratação desajeitada dos seres. Dito isso, trata-se de um arco divertido, mas dificilmente um ponto memorável dentro da Série Clássica.
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23º Lugar: Invasion of the Dinosaurs
Arco #71
Invasion of the Dinosaurs é repleto de bizarrices, mas, surpreendentemente (e grifem isso, pois os dinossauros realmente são risadas garantidas) nos deixa com uma percepção positiva da história como um todo. Vale lembrar que uma grande suspensão de descrença é necessária ao espectador e inúmeros aspectos precisam e devem ser relevados a fim de um maior aproveitamento da história. O arco, porém, traz significativos desdobramentos para Doctor Who, então isso não será algo difícil de se realizar.
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22º Lugar: The Green Death
Arco #69
The Green Death parece um “arco tampão” conectando duas temporadas com os únicos objetivos de nos apresentar a Metebelis III, cuja visita do 3º Doutor deflagaria uma reação em cadeia que culminaria em Planet of the Spiders, na 11ª Temporada e sua regeneração, além de afastar Jo do Doutor, com sua decisão de casar com o Professor Jones e viajar para a Amazônia atrás de fungos. A despedida é rápida, sem enrolação e muito mais marcada por olhares do que por palavras. Funciona, mas deixa uma sensação de vazio, algo que, de certa forma, seria abordado em The Death of the Doctor, 37 anos depois, dentro da série The Sarah Jane Adventures.
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21º Lugar: Planet of the Daleks
Arco #68
Mesmo diante de diversos problemas, Planet of the Daleks funciona perfeitamente como a continuação de Frontier. Trata-se de uma história que oferece um divertimento certo, mas que acaba cansando em certos pontos devido a uma maior lentidão. Seu paralelismo com The Daleks, porém, o torna imprescindível para qualquer fã de Doctor Who, trazendo mais uma entrada na longa história de conflitos do Doutor e os Thals contra seus temíveis adversários.
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20º Lugar: Death to the Daleks
Arco #72
O final de Death to the Daleks faz valer o título e cria uma pequena “jornada de herói”, levando-nos a uma pequena lição de moral. O problema da energia é resolvido e o espectador torce para ver os novos preparativos do Doutor e Sarah, com bola de praia e as boias, a caminho de Florana, mas isso infelizmente não acontece. Há apenas uma grande cidade viva sendo destruída e o Universo perdendo a sua 700ª Maravilha. Um final trágico, se pararmos para pensar que não é só os Daleks que morrem na aventura, mas também um Patrimônio Universal.
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19º Lugar: Colony in Space
Arco #58
Colony in Space possui seus evidentes deslizes mas não é ausente de qualidades. Sua importância histórica já é o necessário para contemplarmos esse arco, mas alguns outros detalhes são dignos de nota se classificados como uma experiência divertida para qualquer apreciador de Doctor Who, afinal, quem não quer ver, pela primeira vez, o 3º Doutor em um planeta distante depois de tanto tempo exilado?
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18º Lugar: The Daemons
Arco #59
AZAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAL!!!
AZAAAAAAAAAAAAAAAL!!!
AZAAAAAAALLL!!!
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17º Lugar: Carnival of Monsters
Arco #66
Carnival of Monsters não consegue cansar o espectador e, mesmo com alguns problemas, traz um notável divertimento, com muitos méritos algumas vezes raros na era do 3º Doutor. Novamente digo, trata-se de um arco curioso, diferente e um tanto exótico, com ideias muito boas, algumas delas mal encaixadas e mal trabalhadas. Ao todo, um bom começo para uma nova fase de Jon Pertwee.
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16º Lugar: The Monster of Peladon
Arco #73
A partida do Doutor e Sarah de Peladon parece ter deixado as coisas mais ou menos encaminhadas para que o lugar se desenvolvesse ainda mais e, definitivamente, livrar-se de suas superstições, o que parece ser uma certeza, após a morte de Aggedor. O Doutor ainda voltaria a Peladon, tanto em sua 3ª quanto em outras encarnações. Mas isso já é outra história.
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15º Lugar: The Three Doctors
Arco #65
Mesmo com escolhas bastante questionáveis do diretor Lennie Mayne (as cenas de conjunto são sofríveis em dinamismo cênico, especialmente as que se passam no mundo de Omega) e um roteiro que funciona bem apenas no fator de criação de cânone e no humor aplicado à relação entre as diferentes encarnações do Doutor, fator estendido para o Brigadeiro, The Three Doctors não deixa de ser uma história muito querida. Ela decepciona, mas não é ruim. Falta aquele salto criativo que vimos em outros arcos da Série Clássica até aqui, mas o espectador saberá lidar bem com isso, afinal, trata-se de uma das mais importantes aventuras do Universo de Doctor Who. Aquém ou não do esperado, assisti-la e discutir sobre ela é obrigatório.
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14º Lugar: The Time Monster
Arco #64
Quanto aos aspectos técnicos, o melhor espaço cênico de The Time Monster é Atlântida, sem dúvida. Embora eu veja como desnecessária a aparição do Minotauro (que deveria ser bem maior) e a “intriga palaciana” que atropela o enredo principal, gosto muito do desenho de produção e fotografia utilizados nesses cenários, um louvor que infelizmente não consigo estender para o elenco deste ponto da história. Vale também dizer que a animação feita para Cronos é simplesmente incrível. O Titã foi tratado como uma criatura de manifestação etérea/fátua, algo que normalmente se imagina de um ser mítico de tamanho poder. Até a versão que ele assume no final, para tirar o Doutor, Jo e o Mestre do “Lugar Inexpressivo” é interessante e torna o caminho livre para o bem humorado desfecho da história.
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13º Lugar: The Mutants
Arco #63
The Mutants é mais um dos muitos exemplos de como Doctor Who se tornou não apenas a melhor série de ficção científica da História mas também uma das séries que sempre estiveram atentas aos acontecimentos de seu tempo e os utilizaram como matéria bruta para suas críticas e ingrediente básico para aventuras.
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12ºLugar: Terror of the Autons
Arco #55
Apesar dos deslizes, Terror of the Autons é um arco que dificilmente não irá divertir o espectador, além disso é simplesmente obrigatório por trazer a notável primeira aparição do Mestre. Uma história curta e engajante que consegue sobressair aos defeitos, fruto, certamente, das atuações de Jon Pertwee e Roger Delgado.
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11º Lugar: Doctor Who and the Silurians
Arco #52
Apesar dos tropeços na construção dos bad guys e a já comum (porém charmosa) bizarrice dos efeitos e vilões da série clássica — a roupa dos Silurians é risível, assim como o sensor que eles possuem no alto da cabeça; mas a máscara é muito boa — o arco tem sua graça e traz bons momentos para o público, além de um final extremamente crítico e que nos faz perguntar como fica a relação entre o Doutor e o Brigadeiro depois de todas aquelas explosões nas cavernas silurianas.
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10º Lugar: Day of the Daleks
Arco #60
O final abrupto o arco não irrita tanto o expectador se ele já está acostumado com os finais neste mesmo padrão vistos nas aventuras anteriores. A linha alternativa dos eventos aqui mostrados é apagada, mas os Daleks não são vencidos, apenas as condições de existência deles na Terra, no ano de 2162, deixaram de existir. E, assim como começou, Day of the Daleks termina: com uma pequena e nervosa brincadeira a respeito do tempo.
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9º Lugar: The Mind of Evil
Arco #56
Salvo as incoerências relacionadas à Keller Machine ao final e alguns momentos do desenvolvimento da aventura (especialmente nos episódios 3 e 4), The Mind of Evil é uma excelente história. Há crítica social (com destaque para o sistema prisional, a pena de morte e as ações comportamentais que propõem condicionar as pessoas contra sua vontade), há tiroteios, míssil nuclear, detalhes da biologia dos Time Lords e exploração das relações pessoais em praticamente todos os personagens recorrentes. É como se, nas entrelinhas, Houghton estivesse investigando a mente de cada um, revelando alguns detalhes e colocando os seus sentimentos à flor da pele. O resultado disso não poderia deixar de ser maravilhoso e, sob direção de Timothy Combe, se mostra uma aventura à la James Bond pra ninguém botar defeito.
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8º Lugar: The Claws of Axos
Arco #57
De uma forma remota, The Claws of Axos traz novamente a realidade de The Ambassadors of Death, com a diferença de que a visita aqui não é amigável, apesar de inicialmente se apresentar assim. Com uma trilha sonora assustadora e sequências que geram certo desconforto (para não dizer medo) ao espectador, a aventura tem ótimos momentos. Embora tropece na montagem, a trama consegue suprir essa falha com um bom roteiro. O final, mais uma vez impagável, coloca o Doutor e o Brigadeiro frente a frente em uma demonstração de amizade que só eles entendem, como acontece entre a maioria dos grandes amigos.
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7º Lugar: The Curse of Peladon
Arco #61
Klokleeda partha mennin klatch… harooon harooon harooon…
Klokleeda sheena teerinatch, harooon harooon harooon.
Venusian lullaby
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6º Lugar: The Time Warrior
Arco #70
The Time Warrior é pura diversão televisiva com uma trupe de personagens que não serão facilmente esquecidos por quem perdoar a agradável “tosquidão” e mergulhar na aventura. Sarah Jane Smith não poderia ter começado de forma mais excitante sua longa carreira na série.
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5º Lugar: Frontier in Space
Arco #67
Frontier in Space é uma ótima despedida para o talentoso Roger Delgado, ainda que sua retratação do Mestre merecesse ocupar as telinhas por anos e anos a fio. O arco conta com uma narrativa coesa e bem conduzida, que consegue nos prender de seus minutos iniciais até seu cliffhanger, deixando-nos positivamente curiosos para o que está por vir em Planet of the Daleks, uma verdadeira pena que o Time Lord renegado não estará lá para preencher o rosto dos espectadores com sorrisos.
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4º Lugar: Planet of the Spiders
Arco #74
A Era do 3º Doutor trouxe inúmeras mudanças para Doctor Who. A fixação no presente, devido ao exílio; o contato firme com a UNIT estabelecido desde Spearhead From Space; a exibição de Inferno, uma das melhores histórias de toda a série; a criação do Mestre em Terror of the Autons e a passagem de três incríveis companions (Liz, Jo e Sarah) e dois carros (Bessie e o Whomóvel) fizeram desse período um dos mais verossímeis e ligados ao cotidiano do público na Série Clássica até aquele momento, além de trazer melhoras substanciais no nível de produção — vide o esforço da equipe técnica em arcos como Death to the Daleks e esse próprio Planet of the Spiders — escrevendo uma página não só com mudanças de conteúdo e conceitos, mas também na forma de fazê-lo. Como sempre, Doctor Who acabava uma fase de plena atualização. E estava prestes a iniciar uma outra, bem mais longa…
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3º Lugar: The Ambassadors of Death
Arco #53
Com direito a tiroteios, perseguições, o Doutor pilotando uma nave espacial da Terra, isótopos radioativos, embaixadores alienígenas na Terra, conspiração militar comandada por um General maluco e bandidos, burocracia e mídia tendenciosa, The Ambassadors of Death é um arco sólido, bem dirigido e com boas atuações do elenco principal. O desfecho é mais que satisfatório e, apesar de não haver de fato um cliffhanger, a finalização empurra com graça o público para o próximo capítulo, não para ver o que aconteceu com os Embaixadores mas para acompanhar as histórias do Doutor, que, na Terra, acaba aumentando o apelo diegético da série já que todas essas ameaças “estão aqui entre nós”. Doctor Who nunca esteve tão próxima do público quanto nestes anos do Doutor na UNIT.
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2º Lugar: Spearhead From Space
Arco #51
Spearhead From Space marcou o início de uma nova era em Doctor Who, em todos os sentidos. O arco, exibido em janeiro de 1970, trouxe a estreia de Jon Pertwee como 3º Doutor; a estreia de Caroline John como Liz Shaw; o retorno da UNIT e do Brigadeiro Lethbridge-Stewart; a apresentação do sistema cardiovascular binário do Doutor; a primeira aparição da Consciência Nestene e dos Autons; a primeira exibição de um episódio de Doctor Who em cores; a primeira e única história da série a ser filmada inteiramente em 16mm e o primeiro arco clássico a receber lançamento em Blu-ray (2013). Como se vê, Spearhead From Space é, em uma palavra, obrigatório — e por vários excelentes motivos — para a lista de “assistidos” de qualquer whovian.
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1º Lugar: Inferno
Arco #54
Inferno finaliza a excelente 7ª Temporada Clássica de Doctor Who, trazendo também a triste saída de Caroline John do elenco da série, infelizmente, sem a necessária despedida que a personagem deveria e merecia ter tido. Aliás, o público sequer tinha ideia de que Liz Shaw não seria mais companion. Apenas o aparecimento de Jo Grant em Terror of the Autons e algumas colocações posteriores sobre o destino de Liz trariam a triste constatação. Embora a saída dela (que deixou o Doutor porque perdeu o interesse pelo tipo de trabalho que ela tinha ao lado dele e voltou para suas pesquisas em Cambridge — ou quase isso) não tenha sido ingrata como foi a de Dodo em The War Machines, o público realmente lamenta que a oficialização, o abraço, a conversa sobre a partida não tenham acontecido. Mas foi uma saída em uma história soberba. Não só a melhor do 3º Doutor, mas uma das 5 melhores de toda a série.