Nessa lista, faço um ranqueamento das primeiras histórias de cada Doutor. Por questões de contexto, propósito, linha do tempo e estrutura narrativa, não considerarei aqui o minisódio Born Again como uma “aventura de estreia” do 10º Doutor e nem considerarei The Day of the Doctor como uma “aventura de estreia” do War Doctor, portanto, nenhum dos dois constarão na lista abaixo.
Nos comentários ao final da postagem, faça você mesmo o seu próprio ranqueamento e explique o motivo dessas suas classificações. Queremos ver quais são as aventuras de estreia favoritas de vocês!
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15º – Time and the Rani
7º Doutor
A história vale como apresentação isolada do 7º Doutor, que se não conquista nos primeiros minutos, consegue fazê-lo na ótima sequência em que ele está provando roupas diferentes, vestindo as peças de suas encarnações anteriores. É um momento cômico bem dirigido e representado com tanta simplicidade que é inacreditável que McCoy tenha tirado tanto de algo tão rápido. Pena que sua história de abertura não lhe fez jus. Mas isso seria corrigido em breve.
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14º – Doctor Who – O Senhor do Tempo
8º Doutor
Doctor Who – O Senho do Tempo, é o patinho feio do material canônico em audiovisual relacionado à série. Não se trata de algo totalmente execrável, até porque tem um ótimo trabalho técnico e dois Doutores muitíssimo bem colocados, mas por outro lado traz uma história insossa, que mais erra do que acerta. É algo que todo whovian precisa ver, até porque só há esse e mais outro registro em tela do 8º Doutor (quem quiser vê-lo mais em ação é só ler os inúmeros livros por ele protagonizados – tem uma série só dele – e ouvir os audiodramas), mas que está longe de ser uma produção que algum fã da série vá se orgulhar.
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13º – An Unearthly Child
1º Doutor
A despeito do desenvolvimento lento e um pouco chato da trama, o arco recebeu uma boa recepção da imprensa, além de trazer uma abertura e finalização ágeis e interessantes. O inteligente cliffhanger também foi um fator importante para segurar muita gente para a história que definitivamente faria de Doctor Who um sucesso, a primeira aventura do Doutor contra os Daleks, no arco arco seguinte da série. Começava aqui uma das principais e mais longevas séries de ficção científica da história da televisão.
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12º – Rose
9º Doutor
E se os dois protagonistas são muito bem explorados, Jackie e Mickey, respectivamente a mãe e o namorado de Rose, nos são apresentados como não mais do que caricaturas desagradáveis, o que me pareceu uma manobra preguiçosa do roteiro para que aceitássemos melhor a decisão de Rose de abandonar tudo e pular na nave de um alienígena desconhecido no fim do episódio. Apesar dos defeitos, a importância de Rose para a série é inegável, pois nos apresentou um Doutor cercado de mistérios e muito bem defendido por Christopher Eccleston, e uma das companheiras mais emblemáticas da Nova Série. A Era do Nono Doutor e o renascimento de Doctor Who começavam com o pé direito.
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11º – The Star Beast
14º Doutor
Nos deparamos com mais uma reformulação do show, o que não é novidade para nenhum de nós. Paira no ar, entretanto, uma dúvida sobre a essência do que virá a seguir. Confio muito em Russell T. Davies, então mantenho minha grande animação para a nova Era, mas a partir dessa experiência mais ou menos frustrada, mesmo com um produto ‘ok‘ em mãos, não diria que estou livre de temores. Minha questão imediata está na explicação para o mistério sobre o rosto repetido, que o roteiro faz questão de reforçar cinco vezes ao longo do episódio. Não é, portanto, uma repetição de rosto à toa. E lá vamos nós outra vez, em mais um mistério no tempo e no espaço. Doctor Who está diferente, e está de volta. Vamos torcer para estarmos entrando em um tempo de vacas gordas e boas histórias.
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10º – The Church On Ruby Road
15º Doutor
Como Especial de Natal, The Church On Ruby Road cumpre um papel muito além do protocolar. O fato de termos um ícone de fantasia e folclore no cerne da aventura dá uma cara diferente ao enredo, principalmente porque Russell T. Davies resolveu se aproximar do gênero pelo lado “sombrio e fofo“, algo encarnado na canção dos goblins sobre devorar as diferentes partes de um bebê e fazer os mais variados pratos com as sobras.
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9º – The Twin Dilemma
6º Doutor
Embora não seja exatamente memorável em termos de enredo (mas a aventura é engajante em muitos momentos, o que faz o arco estar bem acima da média), The Twin Dilemma cumpre o papel de chocar o público na apresentação do 6º Doutor, com seu figurino espalhafatoso — que JNT assumiria ter sido um erro — e ações mais duras e notadamente aliens. A TARDIS tinha um novo piloto e quase ninguém sabia exatamente como reagir a ele. Este é, inclusive, um dos motivos que alguns espectadores e críticos apontam como “início do fim” da era clássica de Doctor Who. O que vocês acham?
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8º – The Christmas Invasion
10º Doutor
Destaca-se também na parte técnica o e visual criado para os Sycorax, que ganham certo aspecto tribal. The Christmas Invasion é um episódio bastante divertido, que funciona como uma boa introdução ao 10º Doutor e a muitos dos temas que seriam trabalhados na Segunda Temporada (Torchwood ganha a sua primeira citação aqui, tendo um papel importante no rompimento do Doutor e Harriet Jones), além de ter determinado o tom de todos os Especiais de Natal seguintes da Era Davies/Tennant. Entretanto, o roteiro parece sofrer de certa crise de identidade, que acaba prejudicando o resultado final.
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7º – The Power of the Daleks
2º Doutor
The Power of The Daleks é um arco importante dentro do universo de Doctor Who, sendo a primeira história completa do segundo Doutor. Além disso temos a apresentação de elementos notáveis, como o Diário e o formato de título “of The Daleks” que seria utilizado, posteriormente, nos arcos que contam com tais criaturas. O trabalho de reconstituição realizado consegue captar com exatidão o tom da obra, uma crescente tensão que somente peca na apressada resolução. As consequências da primeira regeneração são trabalhadas de maneira efetiva e a nova personalidade do protagonista não necessita de muito tempo em tela para cativar o espectador.
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6º – Castrovalva
5º Doutor
De todos os processos de regeneração até agora, este do 5º Doutor foi o mais intenso e o que mais conseguiu “desnudar” a promessa do que seria essa nova face do personagem. Momentos como a escolha do figurino — aliás, a equipe de figurino para os habitantes de Castrovalva merece aplausos pela mistura de tempos/tendências! –, o riso que ninguém segura quando o plano do Mestre dá errado e ele grita “MY WEEEEEEEB!!!” e o Doutor bebendo chá de Valeriana com Alecrim e fazendo careta são partes bem distintas que dizem muito sobre a atmosfera dessa nova era. Como pontos negativos, destacam-se a interpretação questionável dos companions e a construção do plano do Mestre, às vezes chateante demais, a despeito da ótima presença de Anthony Ainley. Uma chegada e tanto, essa do 5º Doutor!
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5º – Robot
4º Doutor
Por algum motivo até hoje não esclarecido, alguns eventos da linha do tempo vividos por sua encarnação passada simplesmente desapareceram. E para que o Universo continue existindo normalmente, o 4º Doutor precisa revivê-los. É por isso isso que existem diversos quadrinhos protagonizados pelo 3º Doutor e a mesma história vivida pelo 4º Doutor. O “mais novo” só estava revivendo (sem ter consciência disso) eventos pelos quais já havia passado. Mais adiante, em sua timeline, isso aconteceria com Shada. Mas a iniciativa veio de sua 8ª encarnação. Pois é. Se fosse simples não seria Doctor Who, certo?
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4º – The Woman Who Fell to Earth
13ª Doutora
O final, com um excelente gancho para o episódio seguinte, é, literalmente, de tirar o fôlego. The Woman Who Fell to Earth termina com um tom de grande aventura e marca mais um ótimo momento de “companheiros por acaso” na vida da Doutora, um início que realmente dá as cartas da mudança, abraça o momento histórico (e necessário) na vida da personagem e da série com grande qualidade estética e dramatúrgica, trazendo um roteiro que, mesmo com as conveniências do meio do caminho, nos encanta e nos deixa animados para o que virá. Jodie Whittaker já começa fazendo história e sendo amada. É “excelente atriz” que chama, não é?
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3º – Deep Breath
12º Doutor
Oscilando entre fragilidade e heroísmo conhecemos, enfim, o novo Doutor, neste episódio que levanta mais perguntas que as responde. Com uma trama que foca, quase que exclusivamente, em nos acostumarmos com essa nova encarnação, Moffat nos traz uma narrativa bem elaborada, fechada, que, em nenhum aspecto, perde seu foco. Deep Breath é exatamente o que precisávamos após uma repentina mudança em The Time of The Doctor e um ideal início para uma nova era, que mais uma vez prova que Doctor Who ainda tem muito a nos contar, conseguindo nos surpreender a cada situação completamente nova ou que referencie o que já vimos ao longo da longeva série.
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2º – The Eleventh Hour
11º Doutor
The Eleventh Hour é uma ótima primeira aventura para o 11º Doutor, construindo de maneira eficiente as bases do novo protagonista, e da sua relação com a sua nova companheira. O roteiro introduz de forma sutil a trama central da temporada, além de estabelecer o tom que a série iria adotar nos próximos anos, com um flerte cada vez maior com a fábula de fantasia.
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1º – Spearhead from Space
3º Doutor
Spearhead From Space é um início absolutamente marcante para uma nova era. Todas as cartas para o jogo são dadas e a direção de Derek Martinus faz a aventura ser todo o tempo interessante, tropeçando um pouco no terceiro episódio mas ainda assim, mantendo as rédeas da ação. Mais uma longa jornada é iniciada de forma inesquecível. Que ótimo início para o 3º Doutor!