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Lista | As Nossas Melhores Leituras em 2018: Livros e Quadrinhos

por Luiz Santiago
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Vamos lá, queridos leitores, para a pergunta que não quer calar: o quanto vocês leem por ano? Como todos sabem, a gente passa por diferentes ritmos e adotamos diferentes hábitos e gostos de leitura ao longo da vida, não é mesmo? De tempos em tempos, até caímos em ressaca literária, período onde nos afastamos dos livros temporariamente… até que a febre do rato de biblioteca volta e nos contamina por mais alguns anos. Nesta lista, resolvemos compartilhar com vocês, pela primeira vez, um pouquinho das nossas melhores leituras do ano.

O IMPORTANTE a se destacar aqui é que esta lista NÃO é apenas de leituras de obras lançadas em 2018, seja no Brasil, seja no exterior. Claro que podem aparecer obras lançadas este ano, mas a proposta é apenas ranquear as nossas melhores leituras ou releituras de janeiro a dezembro, independente de quando o volume chegou ao mercado; até porque nem todo mundo lê as obras exatamente quando são lançadas, não é mesmo? — e isso vale tanto para as indicações de livros quanto para as de quadrinhos. Já deixo aqui também o convite para vocês compartilharem suas listinhas de 10 (ou mais!) melhores leituras de livros de quadrinhos de 2018!
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L. SantiGADO: Livros

O bom de fazer listas assim é que dá para juntar números e lembranças gerais sobre as leituras do ano num único espaço. Segundo a rede social que eu uso (desde 2012) para acompanhar as minhas leituras, em 2018 eu li um total de 19.660 páginas, somando livros e quadrinhos, divididos em 422 volumes — número que até parece ser muita coisa, mas é só pensar que um arco de HQs, por exemplo, possui mais ou menos 6 revistas… daí já dá pra tirar a soma alta no final do ano para alguém que, como eu, lê MUITO gibi. Aliás, tirando o período da faculdade, minhas leituras sempre foram, em maior número, de quadrinhos.

O primeiro livro que eu li em 2018 foi Assassinato no Campo de Golfe, de Agatha Christie. Deixando de lado as minhas escolhas para o TOP 10, vou comentar os destaques entre os livros. Esse ano, tomei vergonha na cara e li o O Homem da Areia, de E.T.A. Hoffmann, que adiei por muito tempo. Venci bravamente as enrolações de Douglas Adams em A Vida, o Universo e Tudo Mais e claro, recebi o hate nosso de cada dia nos comentários. Enfim mergulhei no Universo de Elric de Melniboné, através de A Traição ao Imperador, de Michael Moorcock. Tive o primeiro contato com os primórdios da literatura (prosa e poesia) de H.P. Lovecraft, sobre as quais fiz o compilado Juvenília, Fragmentos e Poemas. Peguei mais duas obras da Rainha do Crime (vocês já perceberam que eu nem gosto dela, certo?), a saber, O Misterioso Caso de Styles (releitura) e Punição Para a Inocência. Li um livrinho simpático e diferentão de Stephen King, A Hora do Lobisomem, para o nosso especial anual Outubro do Terror. E fiz duas “leituras de preparação”. A primeira, Belas Maldições, para a vindoura série de TV. E a segunda, A Garota na Teia de Aranha, para o filme lançado no início de novembro.
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10º. O Que Acontece Quando um Homem Cai do Céu

À parte divergências e preferências, O Que Acontece Quando um Homem Cai do Céu é uma obra imaginativa, bem escrita e fortemente indicada para quem quer ter contato com “algo diferente”. A prosa de Lesley Nneka Arimah é fortemente realista, chamativa e jamais se isenta de seu meio histórico-cultural, mesmo com elementos de fantasia e sci-fi em cena. É um prazer ver uma escritora desse porte chegar ao mercado. Que venham mais quedas do céu pela pena imperdoável de Arimah!

9º. Sharp Objects: Objetos Cortantes

A despeito de alguns poucos rumos na reta final, o livro é encerrado de maneira sagaz, nos deixando plenamente satisfeitos com o ciclo da protagonista, levando em conta o tempo que escreveu sobre os assassinatos. Um texto que logo mudaria de figura e se tornaria um diário de acerto de contas com o passado, mesmo que nenhuma das partes estivesse buscando ou esperando isso. A prova de que saber explorar bem os segredos das máscaras sociais ainda pode gerar boas histórias.

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8º. As Aventuras de Pedro Coelho

A impressão, pelo olhar que tenho hoje, é que “não é uma história para criança“, mas isso é só uma observação crítica do que acontece nesta narrativa sensacional, algo que uma criança não vai ter. Existe uma grande desesperança no final dessa primeira história. A mensagem moral é a mais dura possível. Se pensarmos que as crianças que cresceram ouvindo ou lendo essa trama são alguns dos britânicos que lutaram na Segunda Guerra Mundial, a gente entende um monte de coisa…

7º. O Sol na Cabeça

O recorte do cotidiano e da vida feito por Geovani Martins é um recorte específico, realista e que está no cotidiano de milhões de brasileiros, direta ou indiretamente. Ver uma literatura assim ganhar bastante espaço em tão pouco tempo é um sinal editorial curioso (a atenção voltada para essa literatura de representatividade é um ganho enorme e deveria mostrar ainda mais grupos sociais) e com frutos, como o que temos em O Sol na Cabeça, já inicialmente deliciosos.

6º. A Metamorfose [releitura]

Um livro que já mostrava os tormentos do homem do início do século XX e que, com o passar do tempo, se metamorfoseou também para situações que acompanham o passar dos anos, o avanço da tecnologia e a massacrante impressão de que toda a sorte de “insetos monstruosos”, no bom e no mal sentido, dominam cada vez mais o mundo que a gente vive. O adjetivo kafkiano não poeria ser mais propício.

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5º. Superman – Os Arquivos Secretos do Homem de Aço

Mesmo sendo um livro que tenha a clara necessidade de atualização periódica — afinal, mudanças gigantescas vivem acontecendo na DC e alteram uma série de coisas na linha de seus heróis –, trata-se de um livro instigante e muito criterioso nas informações para o período que se propõe retratar. Realmente vale a pena conferir.

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4º. A Linguagem Cinematográfica [releitura]

É difícil não imaginar este livro como uma cartilha vital para qualquer pessoa que deseja escrever, falar, pensar e entender o cinema além da simplicidade de desligar o cérebro e comer pipoca, enquanto vê imagens passando na tela. Este é um estudo clássico sobre a linguagem característica do cinema. Um livro obrigatório para qualquer crítico e cinéfilo que se preze.

3º. O Fantástico Alfabeto Lovecraft

Sabendo que a obra de Lovecraft é bastante densa e assustadora, o autor e o desenhista procuraram transformar esse mundo em algo acessível para os pequenos, mas sem tirar a essência do medo. Isso é o que mais impressiona aqui.

2º. Sorôco, Sua Mãe, Sua Filha [releitura]

Eu gosto bastante da noção do duplo e da variação de humor que Guimarães Rosa localizou em momentos muito precisos do enredo, fazendo com que a tal derradeira cantiga “de não sair mais da memória […] um caso sem comparação” — e agora não mais entoada pela moça louca ou pela louca velha de preto, mas continuada por Sorôco e depois por toda a gente –, quisesse dizer muito mais do que apenas solidariedade. Um fim com uma cínica, calorosa e intrigante cumplicidade.

1º. Os Evangelhos de Santo Agostinho: Manuscritos Notáveis

A abordagem de  Christopher De Hamel para a introdução do ambiente histórico é aplaudível e muitíssimo bem feita, além de ser escrita com grande proximidade com o público, sem uso de termos exclusivos para profissionais e estudiosos da área (e quando tem algo parecido, ele faz questão de trazer o que aquilo significa, facilitando para olhos leigos), e sem uso abusivo de notas de rodapé, algo que o próprio autor diz ter problemas e que evita ao máximo, tornando a leitura de seu texto já muito acessível, ainda mais divertida, de fato se parecendo com uma entrevista com o manuscrito dos Evangelhos.

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L. SantiGADO: Quadrinhos

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Meu primeiro quadrinho de 2018 foi Blueberry: Forte Navajo. No início do ano eu dediquei bastante tempo para a leitura de quadrinhos fora das grandes paradas. Meus maiores destaques desse início são os medalhões da Sergio Bonelli Editore que li pela primeira vez no início esse ano: Dylan Dog, Martin MystéreJúlia Kendall e Face Oculta. Dentre os meus orgulhos de publicação estão as cinco edições criticadas de Blacksad, a publicação do especial completo com as aventuras do Homem Animal e um muito rico (e ainda em progresso) Especial Pantera Negra. Ainda vale destaque a loucura que foi ler e escrever sobre Black Hammer; os fervorosos protestos pelo fato de Titeuf – Vol.1: Deus, o Sexo e os Suspensórios não ter vindo junto com a bolsa-poc do meu kit gay; minha total confusão com a leitura de Yellow Negroes and Other Imaginary Creatures; a republicação e atualização para o nosso Especial Tintim e, por fim, minha decepção com a fase de Charles Soule à frente do Demolidor.
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10º. Nathan Never: Força Invisível

Força Invisível é uma tremenda história, com um final duro e melancólico que não salva ninguém. O leitor, assim como os personagens, fica destroçado com o que viu, especialmente por saber que, exceto o elemento futurista em cena, não há diferença para o mesmo assunto em nossa sociedade.

9º. Pantera Negra: A Fúria do Pantera

Uma instigante saga política misturada com ação, impasses amorosos e familiares, choque cultural, fantasia geográfica e “história das selvas” de alta qualidade dramática e artística. Ao fim, estamos tão apegados ao Pantera, seu país e suas lutas, que nos sentimos um pouco wakandanos também, quase nos segurando para não gritar “Vida longa a T’Challa! Viva o Pantera Negra! Wakanda para sempre!“.

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8º. Blueberry: Forte Navajo

Mesmo que a trama em si não tenha encerramento aqui (a história se estenderia até o segundo volume da saga, Tempestade no Oeste) Charlier e Giraud não fugiram ao título e entregaram uma grandiosa aventura dentro e fora do Forte Navajo, onde as ideias e as primeiras ações de uma guerra que poderia ter sido evitadas foram, ao contrário, iniciadas. Um estrondo de crítica política e militar. Assim começa um dos quadrinhos de faroeste mais importantes da Nona Arte.

7º. Tex: O Herói e a Lenda

O longo flashback aqui não incomoda e é perfeitamente finalizado, sendo capaz de nos retirar de meados do século XIX e nos colocar no início do século XX com uma informação que nos fará sorrir, entender e compartilhar o significado da frase sobre as lendas do Velho Oeste. Pelo menos dessa vez, a solidão inerente às histórias crepusculares de uma vida não nos deixa triste.

6º. Júlia Kendall: Os Olhos do Abismo

Para quem gosta do gênero cinematográfico de terror tipicamente italiano chamado giallo, para quem gosta de histórias inteligentes de investigação e para quem gosta ou pretendia conhecer e acompanhar um título com uma protagonista feminina bem representada e que não fosse super-heroína, Júlia Kendall é uma escolha que certamente atenderá, com louvor, a todas essas exigências. E no caso de Os Olhos do Abismo (uma referência à famosa frase de Nietzsche), o leitor terá, além de tudo, uma das cinco melhores estreias de quadrinhos da Sergio Boneli Editore. E acreditem: isso não é pouca coisa não.

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5º. Blacksad: Em Algum Lugar Entre as Sombras

A aventura mostra, através de uma arte cheia de surpresas, que por mais que a gente tente fugir ou ignorar, o horror desse mundo em que vivemos e que tentamos combater ou evitar, mais dia menos dia, irá bater à nossa porta. E o terrível sentimento que isso nos causa é também o rancor, o medo e a bravura de Blacksad diante dessa percepção ao final da história. Todos temos medo daquilo que se esgueira por entre algum lugar nas sombras da cidade.

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4º. Cara-Unicórnio – Vol.1

Este primeiro volume das aventuras do Cara-Unicórnio é um presente e tanto para o leitor. Eu fico muito feliz de ter apoiado o projeto no financiamento coletivo, porque o resultado do trabalho de Adri A. é imbatível. Cara-Unicórnio é um quadrinho que fala de diversidade de uma forma divertida e brinca com inúmeros clichês do gênero super-heróis. A história termina e a vontade de ler mais coisa do “Xifrocórnico” (coitado…!) nos ataca imediatamente.

3º. Astro City: Confissão

Trata-se da captura de nuances sociais corriqueiras que, mesmo sendo escritas entre 1996 e 1999, continuam relevantes hoje. Aqui temos manipulação midiática; temos um prefeito fazendo cortina de fumaça para encobrir sua má administração; temos a opinião pública colocando sua máscara feroz e uma narrativa que pode ser resumida assim: a importância de um legado.

2º. As Origens de Druuna: Anima

Dá até vontade de tocar o ar e verificar se não tem uma parede invisível ali, com alguém do outro lado manipulando a gente… Isso é que é respeitar a própria obra, criando algo totalmente novo sem macular o princípio de tudo. Paolo Eleuteri Serpieri fez as pazes com a memória…

1º. Tom Strong – Vol.1: A Origem

Pensado como um bloco de histórias que desse conta de um século inteiro de um longevo herói da ciência, este arco, formado pelas 7 primeiras edições de Tom Strong, é um perfeito exemplo de como um gênero pode dar à luz a tantas coisas autorais e aplaudíveis, mesmo depois da comprovada saturação de sua base.

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? R. FanEROZÓICO: Livros

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2018 foi o primeiro ano que consegui programar minhas leituras. Claro, comecei em 2017, já procurando obras que aliassem dois preceitos básicos: minha vontade de ler e eventual vindoura adaptação audiovisual. Com isso, poderia aproveitar minhas leituras para trazer mais material para o site. O “problema” disso é que eu acabei lendo muito mais do que tinha tempo para ler, o que me obrigou a inovar e a começar a realmente mergulhar em áudio livros em inglês, o que me permitiu ler dois romances ao mesmo tempo. A adaptação, no começo, foi difícil, mas, agora, viciei completamente.

Outra barreira que consegui ultrapassar no ano, que ficou evidente na confecção dessa lista, é que, ainda que aos poucos, consegui vencer minha mais completa ojeriza em reler livros. Rever filmes e reler HQs é fácil e é algo que faço com constância, mas reler livros sempre me deu aquela sensação de que estava perdendo tempo que poderia empregar em novas leituras. O começo do fim dessa barreira se deu com a releitura de It – A Coisa em 2017 e, agora, em 2018, pude voltar a Ray Bradbury, com seu clássico Fahrenheit 451 (graças ao telefilme da HBO) e a minha adorada saga Duna, de Frank Herbert, em razão do anúncio de que uma nova adaptação, desta vez com Dennis Villeneuve no timão, estava em produção.

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10º Samurai

Samurai é uma obra de rara concisão que lida com a fé e a política em um momento e local históricos que é pouquíssimo conhecido de verdade. Sem pretensões de ser um tratado histórico, Shusaku Endo captura o leitor que souber deixar em xeque suas expectativas sobre o que é um samurai com uma narrativa íntima e profunda que estuda o lugar do ser humano em um mundo em expansão. Quando a última página for virada, o que fica é a curiosidade aguçada por esse fantástico recorte de um pequeno, mas importante momento da História.

Acidente Espacial (The Collected Stories of Arthur C. Clarke)

Simples e humano, Acidente Espacial é surpreendentemente cinematográfico e impossível parar de ler sequer por um segundo. Ficção científica de primeira em um dos melhores contos de Clarke.

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plano critico ritter livros parte 1 2018

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8º. Sonhos Elétricos

Esta compilação de contos de Philip K. Dick é um playground sci-fi de explodir o cérebro. A imaginação do autor e sua capacidade de abordar e desenvolver seus temas em pouquíssimas páginas é de se tirar o chapéu. Cada conto, por “menos bom” que seja (e o pior dos 10 é muito melhor do que 90% de muito sci-fi atual), nos faz parar e contemplar nossa humanidade, finitude e insignificância.

7º. The Moon is a Harsh Mistress

Um tratado sobre política tendo uma revolução lunar contra a dominação da Terra como pano de fundo. Um dos trabalhos sci-fi mais impressionantes da literatura. A crítica sai em breve!

6º. Os Últimos Dias da Noite

A ficcionalização da famosa “Guerra das Correntes”, do final do século XIX e começo do século XX, que colocou em cantos opostos George Westinghouse e Thomas Edison, com o genial Nicola Tesla no meio em um embate que definiria o mundo moderno. Uma pesquisa detalhada de Graham Moore que surpreende não só pelo ritmo da obra, como pela quantidade de fatos que ele conseguiu costurar em uma narrativa daquelas que não dá para parar de ler antes de chegar ao final. A crítica sai em breve!

5º. O Terror

O Terror, arriscaria dizer, é um pequeno (mas enorme) clássico moderno de horror que usa a atmosfera e a ambientação para prender o leitor, para causar claustrofobia mesmo nos gigantescos espaços abertos gelados descritos na história. É angústia do começo ao fim. Mas uma angústia boa de sentir.

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PLANO CRITICO MELHORES LEITURAS 2018 RITTER LISTA

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4º. Fahrenheit 451 [releitura]

A palavra de Bradbury não é para ser descartada. Fahrenheit 451 até pode ser ficção, mas a realidade do que é abordado é assustadora. Hora de acordar da letargia.

3º. Matadouro 5

Matadouro 5 é um belíssimo libelo anti-bélico que esconde muitas camadas em seu texto enganosamente simples e por vezes surreal no coquetel de gêneros que faz. Uma obra que desafia o leitor e o sacode do torpor com um protagonista que vive exatamente no (des)conforto da passividade. Coisas da vida, sem dúvida.

2º. O Homem do Castelo Alto

O Homem do Castelo Alto pode até ser o mais famoso romance que especula sobre a vitória nazista na Segunda Guerra e ele provavelmente merece essa fama. Mas essa é  proverbial ponta de um iceberg gigantesco que o genial Philip K. Dick nos faz descobrir aos poucos, sem permitir, porém, que nós nos desviemos dele. Ao nos chocarmos com a fria e gigantesca realidade de que podemos não ser reais, o autor sacramenta sua realidade alternativa como algo muito maior do que apenas um exercício imaginativo.

1º. Duna [releitura]

Apesar das grandes obras de ficção-científica que eu poderia citar aqui e que merecem todo o respeito, Duna é a quintessência do gênero, é o tratado criador de mundos que estabelece os parâmetros pelos quais os outros devem ser medidos. Frank Herbert cria uma lenda ao contar a saga da Paul Atreides e, no processo, torna-se, ele próprio, um mito.

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? R. FanEROZÓICO: Quadrinhos

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Tinha alguma ideia de que 2018 havia sido marcado, na seara dos quadrinhos, pela minha volta à Marvel Comics, mas não fazia ideia da dimensão da coisa. Mesmo não fazendo parte do Top 10 abaixo, o ano me trouxe de volta às publicações mensais da fase nova, com o acompanhamento dos novos Vols. 1 de Venom (Rex), Vingadores (The Final Host) e Capitão América (Inverno na América), além da irresistível maxissérie Old Man Hawkeye e a saga Guerras Infinitas com todos os seus tie-ins, além de todos os encadernados de O Velho Logan (um deles tão bom, mas tão bom, que constou do meu Top 10!). E isso tudo nem arranhou a superfície, pois também li diversos outros arcos, alguns deles na minha lista final.

Mas editoras independentes também tiveram espaço, além de algumas voltas a passados longínquos como a o primeiro crossover entre Aliens e Predadores e a primeira minissérie de Manto & Adaga. Mas os dois primeiros lugares foram completamente inusitados e mais do que merecidos, ainda que curiosamente bem distantes da Marvel!

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10º. Happy!

Happy! triunfa no uso de seu “gatilho” narrativo e na simplicidade de sua execução. Não é nem de longe uma obra-prima da Nona Arte, mas funciona surpreendentemente bem como uma leitura rápida – mas não leve, que fique claro – que sacia o leitor que estiver procurando violência extrema, mas caricata, diálogos sombrios e tragicômicos, mas inteligentes, e, claro, unicórnios azuis dignos de cartum da Hanna-Barbera.

9º. Aliens vs Predador (Minissérie Original)

A primeira minissérie de Aliens vs Predador, depois transformada no prelúdio de uma história maior passada no planeta Ryushi e que não se conecta diretamente a ela, é um raro exemplo de um trabalho que tinha toda a chance de ser uma leitura esquecível, exatamente por sua natureza de “teste”. Mas, muito ao contrário, Stradley e Norwood fazem algo quase experimental e definitivamente fascinante. Leitura imperdível!

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quadrinhos plano critico ritter 2018 parte 1

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8º. Capitão América/Pantera Negra: Bandeiras de Nossos Pais

Bandeiras de Nossos Pais é uma baita minissérie que encapsula de maneira reverente dois dos maiores símbolos super-heroísticos da Marvel Comics em uma época sombria para o mundo. Hudlin e Cowan fazem desse seu pequeno e razoavelmente desconhecido trabalho um libelo antibelicista que, porém, não fogem das raízes de uma história em quadrinhos com todos os seus supervilões e exageros uniformizados. Seria pedir demais um dia ver a obra transposta para as telonas?

7º. Kick-Ass: A Nova Garota – Vol. 1

Patience Lee pode ser uma amálgama de muitos personagens conhecidos – começando, obviamente, pelo Kick-Ass original e Hit-Girl, passando por Rambo e Robin Hood, chegando em Sarah Connor e Ellen Ripley -, mas ela é bem construída, crível (dentro da lógica da HQ) e ganha uma história introdutória de caráter cinematográfico e de extrema violência que consegue reviver de forma eficiente e, principalmente, diferente, o bem estabelecido nome Kick-Ass. Millar, depois de três anos e meio, reativa sua galinha dos ovos de ouro com uma série com suficiente frescor para merecer acolhida por seus leitores.

6º. Vingadores vs. Thanos – Partes Um e Dois

A segunda e última parte da saga Vingadores vs. Thanos é uma obra-prima dos quadrinhos Marvel. Adam Warlock nunca seria tão bem representado como aqui e Starlin nunca alcançaria o mesmo nível de qualidade, nem mesmo em sua famosa Trilogia do Infinito. Um trabalho indispensável da Nona Arte.

5º. Manto & Adaga (Minissérie – 1983)

A minissérie solo de Manto e Adaga, que abriu espaço para a primeira ongoing da dupla logo no ano seguinte, é uma daquelas pequenas joias da Marvel Comics que merece ser (re)descoberta. A dupla super-heroica da categoria “urbana” é, sem dúvida alguma, uma das melhores criações “menores” dos anos 80 pela editora.

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plano critico parte 2 quadrinhos do ritter melhores 2018

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4º. Jessica Jones: Os Segredos de Maria Hill

Os Segredos de Maria Hill é um excelente arco de uma das melhores heroínas da Marvel Comics. Uma volta completa à forma original de uma equipa de quadrinhos imbatível.

3º. O Velho Logan – Vol. 3: O Último Ronin

O Último Ronin pode não ser o último arco da dupla Lemire/Sorrentino no leme do Velho Logan, mas certamente é o mais deslumbrante. Um exemplo de como equilibrar forma e substância sem recorrer a conceitos complicados e herméticos. É leitura mainstream do mais alto gabarito.

2º. Barrier

Ao desafiar o leitor a ler algo bilíngue sem facilitar o caminho e ao usar a imigração para estabelecer uma alegoria para um problema maior ainda, Vaughan, Martín e Vicente estilhaçam barreiras que não deveriam existir mesmo. Barrier é, sem sombra de dúvida, uma HQ sui generisque merece toda a atenção dos fãs dos quadrinhos.

1º. Saída Pela Esquerda: As Crônicas do Leão da Montanha

Saída pela Esquerda: As Crônicas do Leão da Montanha é uma inacreditável joia em quadrinhos que deveria ter tido muito mais atenção do que teve. Mark Russell merece todas as comendas por ter retirado o Leão da Montanha do limbo e por tê-lo recriado de forma relevante e atual em uma HQ sofisticada e ousada como seu protagonista.

E cai a cortina.

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Esperamos que vocês tenham viajado um pouquinho conosco pelas leituras de 2018, nessa que é uma das listas mais gotosas de se fazer. Agora é a sua vez. Comente se vocês leram algumas dessas coisas obras que escolhemos, se gostariam de ler e, claro, falem também das leituras de vocês! Das descobertas, dos grandes destaques do ano pra vocês. E que 2019 seja um ano de novidades e mais e melhores leituras para todos nós!

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