Avaliação da temporada:
(não é uma média)
Como os leitores que acompanham o Plano Crítico já sabem, em nossas séries que fazemos as críticas semanalmente, sempre compilamos um ranking com uma opinião geral da temporada. Mas, assim como no ano de estreia de American Horror Stories, estarei faltando com meu profissionalismo, pois esse seriado é um desperdício de tempo para qualquer pessoa. O que verão abaixo é mais uma expressão do meu descontentamento do que uma crítica bem escrita.
Peço desculpas para quem está gostando da obra, mas não dá, isso aqui é uma bomba. Roteiros juvenis; críticas sociais burras; dramas forçados e caricatos; direção amadora; exercício de gênero de terror inexistente; diálogos tão ruins que fazem as novelas brasileiras parecerem poesia em comparação; atuações tenebrosas (muitas das vezes sem culpa do elenco, considerando o material que precisam trabalhar); e, por fim, contos de horror e lendas urbanas esquecíveis, genéricas e sem criatividade. Não entendo como uma série tão preguiçosa assim possa existir, como uma equipe criativa pode ser tão desleixada, e, muito honestamente, como alguém possa gostar disso aqui. Os únicos motivos para o seriado não ter ganhado a nota lixo atômico aqui do portal são as ótimas entradas e o fato de alguns capítulos serem “apenas” ruins. Vamos ao ranking!
8º Lugar:
Lake
2X08
Pelo menos Lake não é nojento e não tenta trazer falsas críticas sociais como a maioria dos episódios do seriado. Ele só é genérico até não poder mais, e chato ao ponto de fazer aquelas séries de terror juvenil parecerem maravilhas em comparação. Queria entender como uma equipe criativa consegue transformar uma antologia de lendas urbanas em capítulos ruins de filmes de televisão que parecem ter saídos do Lifetime com esses draminhas superficiais que não convencem e não emocionam ninguém. Espero com todas as minhas forças que American Horror Stories não seja renovada.
7º Lugar:
Facelift
2X06
Facelift tem um roteiro juvenil, é tematicamente pobre e criticamente burro, contém uma direção amadora e uma narrativa chatíssima, e, se não fosse o bastante, um final totalmente bizarro. A filha decide se juntar ao culto que matou a mãe, simplesmente porque sim. Não tem construção dramática ou indícios daquilo, e a cena final acaba passando um significado de que a beleza é o que mais importa mesmo. É bem possível que esse Manny Coto seja o pior roteirista que já tive contato.
6º Lugar:
Milkmaids
2X04
Outro problema crucial é a péssima representação da época. O design de produção é até razoável, mas há uma dificuldade imensa do roteiro em se distanciar do nosso período. Os diálogos são terríveis, com mulheres falando e se comportando como se estivessem em 2022, e os diversos comentários sociais sobre patriarcado, preconceito e fanatismo acabando nas caricaturas bobas, como o pastor maldoso ou o vilarejo intolerante. Há diversos momentos que são simplesmente burros, como uma leiteira tendo conhecimentos científicos complexos à época ou então aquela reviravolta sem graça e sem impacto com o garotinho assassino. A narrativa também acaba sendo tediosa, com pouca qualidade em nos fazer sentir empatia pelos personagens, suas dores e paixões. Enfim, outra aberração dessa série.
5º Lugar:
Drive
2X03
Vejam bem, eu não sou um daqueles defensores de que terror “tem que dar medo”, mas, poxa, quando não há tensão, suspense ou até mesmo excitação com uma produção do gênero, é difícil encontrar qualidade. Nem a cena de gore, em teoria algo pelo menos fácil de criar entretenimento visual, é bem utilizada, com a Thorne fazendo um longo discurso bobo (em péssima atuação da atriz, diga-se de passagem). Confesso, porém, que cheguei a rir quando ela enfia o facão na cabeça da vítima com certo descompromisso. Queria muito ver a série indo mais nessa vertente cômica…
4º Lugar:
Necro
2X07
E, então, veio o sexo. Não entendo a fixação que essa franquia tem com sexo e a maneira ridícula que o aborda, algo que vemos aqui em duas cenas (Sam praticando necrofilia; e a cena final com os personagens principais transando enquanto morrem). É possível fazer o argumento de que as duas sequências se enquadram na bizarrice geral da história e na mente perturbada da protagonista, mas não concordo, porque tanto a direção quanto o desfecho narrativo tentam romantizar esses momentos, como se fosse algo “bonito”, como se a patologia deles fosse uma escolha sexual, algo que aconteceu de forma similar com a romantização de sadismo nos primeiros episódios da série. É muito mal gosto para mim, sem falar que temos mais um final sem sentido e bobo.
3º Lugar:
Aura
2X02
Eu entendo que o formato antológico acabe trazendo narrativas mais simplistas, personagens não identificáveis e desfechos pouco satisfatórios, mas é surpreendente a limitação das pessoas por trás deste seriado. Não temos uma encenação cuidadosa, não temos uma sequência superficialmente interessante, e não temos um semblante de criatividade para tramas, reviravoltas e temas. É tudo tão vazio, tão miserável em recursos, que é difícil engolir que seja terror para além dos conceitos das histórias.
2º Lugar:
Bloody Mary
2X05
O destaque fica na performance de Dominique Jackson, atuando com imponência e ótima presença em tela, além de trabalhar muito bem com olhares maléficos e gestos das mãos. Também gosto do conceito histórico dado aqui, com a menção da Mami Wata, mas é uma pena que seja só isso: uma menção. Gostaria que a série se preocupasse mais com a mitologia dessas lendas urbanas. Pelo menos não tivemos uma atrocidade esta semana, apenas uma história genérica.
1º Lugar:
Dollhouse
2X01
Além disso, como vários episódios de American Horror Stories até aqui, Dollhouse tem escolhas e resoluções forçadas demais. O relacionamento entre Coby e o garotinho não tem um pingo de naturalidade, e a assassina de coleguinhas também soa deslocada na história. Mas nada chega perto daquele final podre, com as bruxinhas aparecendo e o garoto entrando para a versão Hogwarts de AHS. Eu sei que o desfecho tem ligações com outra temporada da franquia, mas isso não deixa a situação mais orgânica ou menos constrangedora. É conveniente, mal construído e embaraçoso de assistir. Enfim, AHStories está de volta!