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Lista | Adrian Lyne – Os Filmes Ranqueados

Nove filmes cheios de estilo.

por Ritter Fan
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Aproveitamos o lançamento de Águas Profundas, que marcou o retorno de Adrian Lyne para a cadeira de diretor depois de um enorme hiato de 20 anos, para fazer um especial sobre o diretor britânico, trazendo as críticas de toda sua curta filmografia (somente longas-metragens). E, agora, claro, não poderíamos encerrar esse trabalho sem nosso tradicional ranking dos filmes.

Mas comecemos, primeiro, pelas regras:

  • Trata-se de uma lista feita exclusivamente por mimRitter Fan, o único redator do site que viu todos os filmes de Lyne recentemente. Portanto, todos os elogios e xingamentos podem ser dirigidos a mim lá nos comentários, lembrando que listas são sim subjetivas (assim como críticas) e que sou partidário da tese do “bateu, levou”;
  • Para permitir comparações justas, limitei-me aos longas dirigidos pelo cineasta. Portanto, seus curtas, seus videoclipes e seu único trabalho apenas de roteiro, Back Roads, ficaram de fora da lista;
  • Mesmo tendo escrito as críticas de todos os filmes com exceção de um (Atração Fatal), decidi fazer comentários específicos para justificar cada colocação. As críticas completas podem ser lidas clicando nos títulos dos respectivos filmes, como de praxe.

Vamos lá então? E mandem suas listas!!!

♦♦♦♦♦♦♦♦♦♦

9º Lugar:
Flashdance: Em Ritmo de Embalo

Ótimas canções pop originais que se tornaram clássicos instantâneos, belos e movimentados videoclipes para elas, mas, muito sinceramente, não muito mais do que isso. Ok, mesmo sendo apenas uma reunião de números musicais, Adrian Lyne esbanja sua elegância usual e consegue fazer do vazio roteiro que tinha em mãos algo que prende o interesse do espectador que apreciar da proposta: um musical que não é exatamente um musical, mas sim uma sucessão de videoclipes ordenados de maneira a contar uma historinha simples de superação. Bonitinho, mas nada de muito especial para além da trilha sonora.

8º Lugar:
Águas Profundas

O filme que marcou o retorno de Adrian Lyne à direção depois de 20 anos é uma adaptação de romance de Patricia Highsmith e, mesmo não sendo fora de série, tem todas as assinaturas clássicas do diretor: razoável teor erótico, mas sempre com bom gosto e elegância, um belo casal protagonista enfrentando problemas e uma atmosfera especial, quase onírica. Um típico Lyne, sem dúvida alguma, mas um que acaba se perdendo demais em seu terço final.

7º Lugar:
Proposta Indecente

Uma premissa imediatamente engajante e desafiadora que é trabalhada de maneira realmente formidável pelo diretor até o grande momento de virada. Depois, o filme perde seu fôlego inicial e começa a enveredar por caminhos consideravelmente menos interessantes que envolvem até mesmo hipopótamos. Novamente, a atmosfera e os protagonistas cativam, com a pergunta que o longa faz ficando na cabeça, mas ainda é um longa menor do cineasta britânico, ainda que bom.

6º Lugar:
Gatinhas

O primeiro longa-metragem de Adrian Lyne, que é razoavelmente esquecido em sua filmografia, arriscaria dizer, conta com performances excelentes de uma quadra de jovens encabeçada por Jodie Foster e já mostra a capacidade do diretor em transformar o ordinário em extraordinário, em extrair atuações naturalistas e em imprimir um estilo requintado à situações prosaicas, com um leve ensaio de sensualidade natural de adolescentes sendo adolescentes. Sem dúvida alguma, um ótimo começo de carreira na Sétima Arte.

5º Lugar:
Infidelidade

Último filme do diretor antes de sua ausência de duas décadas do Cinema, Infidelidade é um magnífico palco para uma das melhores atuações da carreira de Diane Lane – quiçá a melhor -, em um filme envolvente, intrigante e brevemente explosivo, com um final aberto que pode irritar ao mesmo tempo que agradar muita gente. Novamente, temos todos os ingredientes que marcam a carreira de Lyne, mas com uma pegada mais madura.

4º Lugar:
9 1/2 Semanas de Amor

Provavelmente o filme responsável pela rotulação de Adrian Lyne como diretor de “filmes eróticos”, 9 1/2 Semanas de Amor é bem mais do que apenas isso e é uma pena que ele sofra esse reducionismo bobo. E o pior é acharem que o longa é machista e misógino como muita gente da época de seu lançamento achou, o que acabou criando uma mística errônea e injusta. A fortemente erótica relação entre um homem e uma mulher ganha uma visão elegante e inteligente, com as lentes do cineasta extraindo ótimas atuações de Mickey Rourke e Kim Basinger, que apenas superficialmente coloca o homem em posição de dominação. Mas, basta olhar um pouco abaixo da superfície para notar que não é nada disso.

3º Lugar:
Lolita

Não tem como uma adaptação do clássico romance de Vladimir Nabokov não ser polêmica, especialmente considerando que, diferente do que ocorreu com Stanley Kubrick, que foi obrigado a driblar a forte censura, Adrian Lyne pode mostrar alguma cenas mais fortes. Mas o fracasso de Lolita nos cinemas foi absolutamente injusto, já que o cineasta não só soube fazer uma nova adaptação essencialmente diferente da de Kubrick, imprimindo seu próprio estilo, como extraiu fantásticas atuações da dupla principal, além de contar a história de maneira relevante, correndo pelo fio da navalha, mas sem jamais perder a compostura.

2º Lugar:
Atração Fatal

Um clássico que merecidamente levou Adrian Lyne a concorrer aos Oscars de Melhor Filme e Diretor, Atração Fatal é, talvez, o “thriller erótico” por excelência, com ênfase na primeira parte da expressão. Aqui, o diretor demonstra absoluta maestria em fisgar o espectador quase que imediatamente e, seguida, conduzi-lo a um cada vez mais claustrofóbico labirinto sem saída que vai aos poucos aumentando a tensão até seu violento clímax. E isso sem contar que, mais uma vez, ele extrai performances excelentes da dupla principal, especialmente Glenn Close em possivelmente o mais inesquecível papel de sua carreira.

1º Lugar:
Alucinações do Passado

E, em primeiro lugar, o filme menos Adrian Lyne de Adrian Lyne que, porém, chega quase a parecer uma evolução natural de sua carreira, combinando um relacionamento eroticamente carregado – mas naturalmente trabalhado -com uma história que se entrega completamente ao horror, mas que, na verdade, é um thriller psicológico da mais alta categoria. Um filmaço do diretor britânico que inexplicavelmente implodiu na bilheteria, mas que, ao longo dos anos, ganhou apreciação de uma cada vez maior legião de fãs, além de ter influenciado a Sétima Arte e também os videogames, por incrível que pareça.

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