Home Colunas Lista | A Casa do Dragão – 2ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Lista | A Casa do Dragão – 2ª Temporada: Os Episódios Ranqueados

Ficou para o próximo capítulo!

por Kevin Rick
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Avaliação da temporada:
(não é uma média)

Depois de uma temporada de estreia que dividiu muitas pessoas, até por não ter o mesmo nível de qualidade de Game of Thrones em suas primeiras temporadas, mas que apresentou uma abordagem diferente para Westeros, mais focada em dramalhões familiares, rivalidades internas e uma narrativa que beira o novelesco, A Casa do Dragão veio para seu segundo ano com a promessa de contextualizar visualmente e dramaticamente a famosa Dança dos Dragões, uma guerra civil que quase destruiu os reinos de Westeros.

Pois bem, tivemos vislumbres desse evento ao longo da temporada, tanto na forma de alguns espetáculos visuais das batalhas dos dragões quanto de alguns desenvolvimentos que organizam os lados dos pretos e dos verdes para o embate final, mas a verdade é que os roteiristas basicamente jogaram tudo para o ano que vem. Em uma temporada que tem seus momentos, principalmente em algumas dinâmicas familiares e em situações de euforia visual, a narrativa sempre pareceu estagnada, arrastando núcleos como em Harrenhal ou a jornada eterna de Rhaena, mantendo, também, problemas anteriores, como superficialidade política e unidimensionalidade, colocando os pretos sempre como os mais “bonzinhos”. No fim, a sensação é de que vimos um grande teaser, com um desfecho sem clímax que representa bem a abordagem estranhamente filler da temporada como um todo.

Eu falo melhor e mais detalhadamente sobre essas questões nos textos de cada episódio, que podem ser conferidos nos links abaixo. Sem mais delongas, vamos ao ranking? Digam aí o que acharam deste primeiro ano da produção e deixem suas listas!

8º Lugar:
A Rainha que Sempre Foi

2X08

E vamos combinar, que gancho covarde. Aquela montagem no final do episódio é um tapa na cara da audiência, como se tivéssemos visto uma temporada inteira de preparação para receber um “cenas dos próximos capítulos”. E não falo nem de uma recompensa em termos de ação com algum grande espetáculo visual, como acredito que muitos esperaram, mas de uma narrativa com recompensas dramáticas para além de uma temporada inteira que é efetivamente um ato preparativo com muitas barrigas narrativas e momentos de enrolação. Felizmente, algumas dinâmicas entre os personagens e grandes atuações, especialmente de Emma D’Arcy, deixam o episódio razoável, mas longe de ser um season finale no mínimo satisfatório, tampouco notável.

7º Lugar:
Os Plebeus

2X06

De maneira geral, senti que o episódio desperdiçou tempo com outras questões e não se aproveitou dos melhores núcleos: os plebeus e os novos montadores de dragões, que efetivamente impactam a guerra civil. É curioso como esse episódio é mais balanceado que o anterior em termos de mesclar momentos de mais ação com outros de conversação, mas o considero mais redundante, muito por conta da falta de progressão da história. A sequência final de Rhaenyra e Misarya se beijando, algo que não foi bem estabelecido ou construído anteriormente, é um desfecho representativo de um roteiro perdido e arrastado que se desvia muito e não sabe como melhor utilizar a história multifacetada de Westeros. Aposto minhas fichas que o final da temporada vai ser grandioso e épico, mas duvido muito que a narrativa em torno das batalhas vai se sustentar com substância, justamente pela falta de desenvolvimento quando o texto precisa repousar e ser paciente.

6º Lugar:
O Regente

2X05

Por fim, é difícil não ficar animado com a sequência de Rhaenyra e Jace borbulhando a ideia de novos montadores de dragões para equiparar o poder de Vhagar com os monstros dormindo abaixo do castelo. Infelizmente, é mais um passo para o arco de Rhaenyra como a salvadora da pátria, o que mina a ambiguidade característica desse universo, mas essa decisão pode ter efeitos práticos muito bons, seja do ponto de vista narrativo como uma nova manobra militar e como expansão para novos personagens (olhando para o bastardo Ulf White), seja da pura diversão visual que teremos com mais dragões e mais batalhas. É um desfecho que promete, razão pela qual ainda mantenho esperança de que a série pode almejar um nível de qualidade mais consistente, mesmo que O Regente não seja um episódio especial, esticando muita coisa sem necessidade e apresentando muitas cenas dispensáveis (olhando principalmente para Harrenhal). Mas ei, aqueles efeitos especiais do episódio anterior e possivelmente dos próximos não existem sem essa economia.

5º Lugar:
O Moinho Ardente

2X03

O bloco de Daemon é algo a ser pontuado. É esquisito ao ponto de ser interessante, com toques leves de horror em um castelo “amaldiçoado” e uma excelente participação especial de Milly Alcock para revelar a solidão e os demônios do personagem. No fim, o grande mérito de O Moinho Ardente é temático, apostando em demonstrar a trivialidade e a mesquinharia da guerra, nascendo de desentendimentos e bate-bocas que aos poucos escalonam para conflitos gigantescos. Não é exatamente um grande episódio político, tampouco tão bem desenhado narrativamente, mas levanta reflexões interessantes para os personagens, mantém a toada do bom drama familiar e faz as preparações finais para o verdadeiro combate. As ofertas de paz acabaram, que haja fogo.

4º Lugar:
Rhaenyra, a Cruel

2X02

O segundo episódio dessa temporada é puro suco de A Casa do Dragão, para bem ou para mal. Algumas ideias são desperdiçadas, como o uso político da morte de Lucerys ou então a “traição” de Daemon, ambos com um tratamento superficial na história (pelo menos até aqui), mas pelo menos a abordagem paciente é mantida, com diversos núcleos e coadjuvantes lentamente desenvolvidos. Acredito que o saldo final de Rhaenyra, a Cruel ainda é razoavelmente positivo, com bons momentos de tensão familiar, mas faltou malícia e engenhosidade em um roteiro expositivo e descomedido além da conta, mesmo para os padrões melodramáticos da produção.

3º Lugar:
A Semeação Vermelha

2X07

Sobre Harrenhal, tenho sentimentos mistos. Confesso que até pensei que Daemon tinha ido embora do castelo antes do episódio, então ver uma forma de “desfecho” para essa trama é gratificante, se ainda decepcionante. Tudo acabou sendo um arco para enterrar o ego de Daemon, algo melhor evidenciado pelas ações de Oscar Tully e a “conversa” com Viserys. É uma conclusão interessante, mas que tem uma trajetória ruim, cheia de desvios arrastados e pouquíssimo desenvolvimento de Riverlands para que o evento tenha melhores efeitos. De qualquer forma, entre novos montadores de dragões e o exército reunido por Daemon, a virada de jogo de Rhaenyra foi efetivada, algo exemplificado pela eufórica sequência final do episódio. No fim, A Semeação Vermelha é um bom episódio que deveria ter acontecido algumas semanas atrás, mas que organiza a narrativa para um final em que os lados da guerra devem entrar em conflito.

2º Lugar:
Um Filho por Um Filho

2X01

Um Filho por Um Filho ainda está engatinhando em termos políticos, mas é um bom episódio de organização da história geral, dos lados da guerra e de contextualização da temporada passada. O desfecho brutal é o momento de maior impacto do episódio, mas penso que as conspirações e as traições são o verdadeiro destaque. A morte do príncipe pode levar o próximo episódio de 8 a 80 bem rápido, mas espero que os roteiristas mantenham esse tom paciente, com uma direção que mescla a abordagem teatral dos dramas familiares (dessa vez com melhor iluminação), a ansiedade e o interesse com o jogo de politicagem, e, claro, o lado épico com grandes paisagens, batalhas e criaturas fantasiosas. Talvez tenhamos uma temporada mais equilibrada, ou assim espero.

1º Lugar:
O Dragão Vermelho e o Dourado

2X04

O Dragão Vermelho e O Dourado é um espetáculo visual eletrizante, emocionante e promissor para os futuros desdobramentos da guerra civil agora que os dragões entraram na brincadeira, tornando fácil relevar certas facilidades e superficialidades narrativas, além de que o drama familiar é uma constante de qualidade, especialmente quando vermos as reações de ambos os lados para a morte de Rhaenys e a possível morte de Aegon. Sem dúvida alguma, porém, o episódio é fantasia épica da melhor qualidade, sedimentando um tipo de produção que eleva o escopo e a escala do que séries televisivas podem fazer. Enfim, a dança começou. A partir daqui a destruição só deve aumentar.

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