Não sou viciado em games, como já disse algumas vezes, tanto que, até agora, só revisei cinco no total (Resistance, Resistance 2, Call of Duty 4, Batman e Wolverine). Uncharted é meu sexto jogo completo desde que comprei o PS3.
Eu disse que havia dois quesitos em que Uncharted apresentava problemas. O segundo, no entanto, também tem relação próxima com a simplicidade. Diferentemente de jogos de mundo aberto, em que se pode passear em qualquer lugar, Uncharted tem um caminho específico a ser seguido. Até aí tudo bem, compreensível. O que não dá para entender é a necessidade de a Naughty Dog quase que fazer como em Mágico de Oz e criar uma “yellow brick road” para o personagem seguir. É literalmente impossível se desviar do caminho ou se perder. Você é “empurrado” de volta para o jogo. Isso acabou tirando muito da dificuldade e, principalmente, das possibilidades.
Mas uma mudança no esquema de jogo, lá pelo finalzinho, quase me fez esquecer dos problemas acima, pela simples coragem da Naughty Dog em fazer o que fez. De um jogo de plataforma em terceira pessoa, eles pulam para um jogo de sobrevivência do tipo “atire antes de perguntar” que é de tirar o fôlego. Ainda que não seja uma surpresa total, tendo em vistas as pistas que são dadas ao longo da estória, a maneira pela qual a desenvolvedora executou a ideia quase cria um jogo novo, refrescando a mesmice que, nesse ponto, já era nauseante. A Naughty Dog quase conseguiu se redimir, quase.