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Crítica | Final Fantasy IX

por Guilherme Coral
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estrelas 4,5

Após três games com fortes traços de ficção científica e dois deles com personagens mais realistas (VII e VIII), a franquia de Rpg decide voltar às origens. Em Final Fantasy IX a temática volta aos ramos da fantasia com retratações mais cartunescas e uma história, aparentemente, mais leve.

O jogo nos coloca no controle de Zidane Tribal, um garoto mulherengo que faz parte de uma trupe itinerante. A companhia chega à cidade de Alexandria para apresentar uma famosa peça I Want to Be Your Canary, mas com segunda intenções: o rapto da princesa Garnet. Ao mesmo tempo, acompanhamos o pequeno Vivi, um dos personagens mais memoráveis de toda a franquia. Ele é um pequeno e ingênuo mago negro que quer assistir a performance a ser apresentada, mas que acabou sendo enganado a adquirir um bilhete falsificado. Em outra subtrama paralela vemos a própria princesa querendo escapar do castelo, enquanto o fiel cavaleiro Steiner corre à sua busca.

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Os famosos barcos voadores estão de volta

Não é de grande surpresa que todos esses personagens se encontram e, na verdadeiramente explosiva finalização da peça, eles acabam saindo de Alexandria e caindo abaixo da Mist, uma grande neblina que cobre o mundo inteiro – embaixo dela há monstros. A história progride a partir desse ponto com Garnet, Zidane, Steiner e outros membros adquiridos posteriormente seguindo para a cidade de Lindblum. Logo descobrimos a malícia da Rainha Brahne de Alexandria e o vilão por trás dela, Kuja.

Um ponto interessante da trama de Final Fantasy IX é a sua progressão, que inicia como uma leve história fantasiosa e vai adquirindo um tom mais sombrio com seu desenrolar. Dentro dessa, os personagens de desenvolvem de maneira satisfatória, mantendo suas características principais sempre em vista, fator que se mostra mais evidente quando se trata de Steiner.

A volta às origens da série não se encontra somente no roteiro ou no visual – também temos o retorno de classes, embora cada personagem seja fixo a uma. Zidane e Vivi, por exemplo, são claramente ladrão e mago negro, respectivamente. Dentro dessas classes atreladas, temos, é claro, as famosas habilidades vistas nos games anteriores, desde steal até summon.

O ponto inovador de FFIX é como funciona a utilização dessas habilidades. Cada uma delas pode ser utilizada ao se equipar um item, quando o jogador ganha determinado número de ability points (AP), essa habilidade passa a fazer parte do personagem e não mais requer aquele item. Além do ganho de experiência para a progressão de níveis, esse é outro grande motivo para o level grinding.

Uma grande qualidade do game é a quantidade de side-quests disponíveis. Essas vão desde a entrega de cartas de moogles para moogles (sim, eles estão de volta), cuido de chocobos, até um minigame de cartas extremamente confuso, a princípio, mas que com a pratica passa a ser uma grande diversão. Obviamente, realizar tais atividades garante diversos itens para a equipe.

De todos os jogos da franquia, FFIX é, provavelmente, aquele que conta com os personagens jogáveis mais variados. São diversos de raças diferentes e personalidades bastante distintas. Em termos de história cada um deles desempenha um específico papel, fazendo com que não soem apenas como figurantes na trama principal.

Seguindo o estilo de FFVI, o vilão Kuja se mantém como uma ameaça constante a partir do ponto que faz sua primeira aparição. Seus pontos em comum com o protagonista vão se tornando mais evidentes ao ponto que a história progride. Em termos de personalidade é um vilão com traços psicopáticos e narcisistas. Suas ações remetem ao do Imperador em FFII.

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Active-time battle novamente

A batalha de Final Fantasy IX permanece a mesma dos games anteriores, utilizando o sistema de active time battle. Um grande defeito do game, contudo, é o tempo que leva para a batalha iniciar, fruto da passagem entre a tela preta até a tela de luta e os movimentos de câmera. Com horas de jogo isso acaba se tornando enfadonho e interfere na jogabilidade por horas a fio.

O game ainda conta com um sistema de active time events que permite o que outros personagens estão fazendo ao mesmo tempo que o jogador. Isso introduz um elemento interessante, ao ponto que dá dicas de onde podemos encontrar elementos dentro do jogo. A sensação deixada no fim, porém, é que ele é mal explorado, só ocorrendo algumas vezes no game inteiro.

Sendo o último Final Fantasy para Playstation 1, ele apresenta ótimos gráficos, tanto nas cutscenes quanto nos momentos de jogo em si. As animações se tornaram ainda mais fluidas que em FFVIII e mais constantes.

A trilha sonora, novamente nas mãos de Nobuo Uematsu, não chama atenção nos momentos de batalha, com temas não marcantes, embora satisfatórios. Em contrapartida, diversas músicas que entram para o cânone da série são introduzidas, como Vamo Alla Flamenco, Dark Messenger e Melodies of Life, o segundo tema musical cantado da série.

Final Fantasy IX é o game perfeito para aqueles que desejam conhecer a origem da série. Ele apresenta gráficos impressionantes para sua época e a jogabilidade pós-FFIV. É repleto de referências a toda a franquia inseridos em uma história que prende o jogador através de sua orgânica progressão. O mais notável do game, contudo, são seus memoráveis personagens, dentre os melhores de toda a série.

Final Fantasy IX
Desenvolvedora:
 Square
Lançamento: 7 de Julho de 2000 (Japão), 13 de Novembro de 2000 (EUA)
Gênero: Rpg de Turnos
Disponível para: PS, PSN

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