Home Colunas Fora de Plano #88 | Mais um Diário de um Roqueiro Velho e Rabugento (Rock in Rio 2022)

Fora de Plano #88 | Mais um Diário de um Roqueiro Velho e Rabugento (Rock in Rio 2022)

Minha NONA edição do Rock in Rio.

por Ritter Fan
754 views

No lugar de meramente apontar para meu primeiro diário sobre o Rock in Rio, vou facilitar a vida dos preguiçosos e copiar e colar minhas observações de 2017 que são mais do que perfeitamente aplicáveis ao momento atual, talvez até mais, pois a idade só anda em uma direção e ela costuma agravar os defeitos:

Obs 1: Sou MUITO rabugento, uma espécie de amálgama do Mutley, Zé Buscapé, Raiva (de Divertida Mente), Sr. Fredricksen (de Up – Altas Aventuras), da dupla John Gustafson e Max Goldman (de Dois Velhos Rabugentos), além de pitadas de Bill Munny (de Os Imperdoáveis) aqui e ali. Portanto, rabugices seguirão! Ajustem suas expectativas de acordo…

Obs 2: É muito possível que sua banda/cantor/cantora favorito(a) seja xingado(a) na presente crônica. Se você for daqueles que não aguentam “tanta injustiça” ou “críticos metidos a besta que não sabem nada”, sugiro procurar sites que só falam bem daquilo que você gosta. Certamente tem um monte por aí…

Obs 3: Este artigo não é uma crítica. Apenas um punhado de observações informais.

Obs: 4 (essa é nova): Não tenho problema algum em afirmar com todas as letras que sou musicalmente parado no conforto da chamada “minha época”. Parabéns aos que estão abertos a novas experiências, mas eu prefiro o sofá quentinho já com o formato de meu corpo nessa categoria de entretenimento.

Obs: 5 (essa é nova também): Essa foi minha primeira aglomeração de verdade desde o começo da pandemia, pois tive sorte e pude me isolar quase que completamente por um bom tempo. Ah, e fui sem máscara ainda por cima, pois não queria parecer muito deslocado, o que foi um misto de trepidação e liberdade, mais do segundo do que do primeiro, ainda bem!

XXXXXXXXXXX

Eu continuo sendo uma besta quadrada.

Prometi para mim mesmo que, em 2015, encerraria minha carreira de roqueiro que vai a show de rock apesar de todo o perrengue embutido nesta premissa. A data fazia sentido, pois era redondinha em relação ao primeiro show de rock que fui na vida, o Rock in Rio de 1985 (sim, o primeiro!). Mas eu fui no de 2017 como minha primeira crônica não me deixa mentir e fui de novo no de 2019, ainda que não tenha escrito crônica, um ato falho de que me arrependo até hoje. E eis que, em 2022, fui novamente, desta vez a apenas um dia (o primeiro, dia 02/09, mais conhecido como o “Dia do Metal“).

No entanto, já estou velho e fiquei luxento. Não só evitei aquela correria online para comprar ingressos adquirindo um Rock in Rio Club, que, dentre outras regalias que não usei e nunca pretendo usar, permite a compra antecipada, como eu fiz uma reserva no hotel mais próximo do evento, mesmo morando no Rio de Janeiro, para evitar ter que voltar todo ferrado, de madrugada, para casa. Sim, custou todos os meus suados pontos na cadeia de hotel, mas eu já passei da idade de ficar me ferrando todo para ir a show (já fui a dezenas e dezenas no Brasil e no exterior e já me ferrei de tantas maneiras diferentes que só relembrar faz minhas juntas doerem), pelo que agora é assim: ou é na base do luxo ou eu não vou mais.

Mas o mais engraçado é que todo mundo virou meio luxento em shows de rock. Primeiro, tudo é um desfile de moda. Ok, no Dia do Metal a coisa é menos acentuada, mas, mesmo assim, existem aqueles que acham que estão em uma passarela e tiram do armário o que têm de melhor para tirar fotos e publicar em redes sociais. Falando nelas, aliás, essas redes sociais são um inferno total. Não basta ir a algum lugar e ver alguma coisa. As pessoas têm uma necessidade patológica de mostrar onde estão e o que viram no momento em que estão lá, parando em tudo quanto é lugar, até na fila do banheiro (que eu não fui, pois não sou maluco e sei me controlar), para tirar fotos, mandar vídeos, áudios ou sei-lá-mais-o-que que se faz com esse aplicativos enervantes.

E ainda mais engraçado é a frouxidão dessa galera (sim é a mesma galera das redes sociais, eu tenho provas disso…). Eu já falei na outra crônica, mas vou falar de novo: é hilário ver as pessoas sentando em “cangas” coloridas a cada intervalo de show, demonstrando cansaço por ficarem de pé por uma hora ou uma hora e meia. Eu sou velho, mas, pelo visto, tem muita gente muito mais nova que é muito mais velha que eu… Não tão engraçado, porém, é a necessidade de fumar. Sei que maconha sempre fez parte da infraestrutura de aproveitamento de shows – eu nunca compreenderei isso de verdade, mas tudo bem – e é impossível encontrar um lugar minimamente aglomerado em que aquele cheiro adocicado não reine, pelo que já consegui sublimar o problema até porque esse cheiro não é lá tão ruim. Agora os desgraçados, animais e mal educados de bosta de fumam cigarro em uma aglomeração no meio de um show deveriam sofrer o mesmo destino de Nash em A Morte Pede Carona. Quer fumar? Tenha a educação de sair de onde está, encontre um lugar afastado e fume. Fumar baforando na cara dos outros (ou para cima como muitos fazem na ilusão de que isso resolve algo) é completamente inaceitável. Só a título de exemplo, no Japão, as pessoas, por respeito a quem anda atrás, sequer fuma andando na rua e não falo isso sem conhecimento de causa, só de ouvir falar não, pelo que não é muito esforço exercer um pouco de respeito aos próximos e ir fumar lá na p#t@ que o pariu…

A infraestrutura do RiR continua a mesma. Uma infinidade de lojas e de lanchonetes sempre cheias. Não sei se as filas andavam rápido, pois, assim como não vou ao banheiro, também não como ou bebo nada para não me aporrinhar mais ainda tendo que ir ao banheiro. O que definitivamente não funcionou foi a desgraça do uso do aplicativo Carteira – ou Wallet – para armazenar o ingresso virtual. Por duas vezes o ingresso desapareceu do aplicativo do meu telefone e uma vez desapareceu da Carteira do telefone de minha filha. Tecnologia é algo lindo e maravilhoso, dizem. Mas, na verdade, isso só vale quando ela funciona. Ainda prefiro o bom e velho papel ou até mesmo as pulseiras coloridas dos últimos eventos.

Outra coisa que me chateia é o horário rígido para os shows. Sei que é bacana ter algum tipo de horário para evitar o caos completo em um evento complexo desses, mas a rigidez para cada show acabar tira toda a espontaneidade deles. E isso sem contar que, com palcos diferentes e shows em um terminando na hora em que shows em outra começam, é necessário basicamente correr de um lado para o outro que nem uma galinha sem cabeça.

Vamos então aos comentários breves sobre os shows que vi no dia 02 de setembro de 2022, na ordem que eu os vi, já deixando claro que eu, luxento que agora sou, não me dei ao trabalho de chegar tão cedo a ponto de ver Black Pantera (Convida Devotos) e Metal Allegiance no Palco Sunset. Fãs desses grupos, não encarem isso como qualquer demérito às bandas – que sequer conheço -, mas sim como uma demonstração de minha mais absoluta velhice e rabugice.

Sepultura
+
Orquestra Sinfônica Brasileira

Nunca gostei muito do estilo de heavy metal do Sepultura, mas sempre admirei muito o grupo e seus shows são normalmente muito enérgicos, com ótima presença de palco. A única outra vez que tinha visto um grupo desses fazer parceria com uma orquestra sinfônica foi nos famosos shows do Metallica, batizados de S&M e S&M 2, em que eles se parearam com a Orquestra Sinfônica de São Francisco, sob a regência de Michael Kamen (e que eu não vi ao vivo, apenas em DVD) e que eu havia gostado muito. Portanto, esperava boas coisas do show.

E, de fato, boas coisas vieram. Apesar de o palco não ter sido pensado para tanta gente partilhá-lo simultaneamente, achei sensacional que quase toda a OSB ficou em primeiro plano, deixando um espaço relativamente pequeno e pouco “manobrável” para o pessoal do Sepultura. Isso, para mim, já faz com que o Sepultura mereça as maiores comendas possíveis, por eles respeitarem a OSB ao ponto de se sacrificarem para dar espaço para a orquestra tocar para um público enorme que eles provavelmente nunca tiveram a oportunidade de tocar. Mas, para a minha surpresa, a gentileza e o cavalheirismo do Sepultura não pararam por aí. Apesar de ter sido um show bem curto de uma hora (maldito horário contadinho do RiR!), eles realmente abriram espaço para a OSB brilhar sozinha no palco, algo que eu realmente não esperava, pelo menos não com a quantidade de tempo empregada para esse solo da orquestra que, diria, tomou, no agregado, praticamente metade da duração do show. Já saí aplaudindo o Sepultura “só” por causa dessas duas características de seu show.

Não sei se preciso falar muito da OSB, pois eles arrebentaram em suas apresentações solo, como não poderia ser diferente. Por outro lado, achei que a combinação Sepultura + OSB não funcionou muito bem, pelo menos em comparação com os citados shows do Metallica. É que o som do Sepultura é destruidor, gutural, daqueles que tomam por completo a banda sonora e isso acabou afogando, por assim dizer, o som da orquestra que, com muito boa vontade, por vezes funcionava como um detalhe de fundo nas canções. Isso, porém, não atrapalhou o Sepultura, claro, e o preço foi relativamente baixo a se pagar dadas as características que mencionei acima, sobre o espaço dado à OSB. No final das contas, eu posso ainda não gostar muito do tipo de som do Sepultura (isso vai de cada um, obviamente), mas meu respeito pela banda aumentou ainda mais.

Living Colour Feat. Steve Vai

Descobri neste Rock in Rio que o Living Colour ainda existe… Meu contato com a banda se deu apenas em seu começo, tanto com Vernon Reid quanto com Corey Glover nos vocais principais, nos álbuns Vivid, de 1988, e Time’s Up, de 1990. Depois, como quase tudo para mim na década de 90 – por razões profissionais – a banda “deixou de existir” e perdi seu fio da meada. Mas bacana saber que eles continuam firmes e fortes por aí, ainda que meu interesse principal em assistir a esse show tenha sido o nome do Steve Vai, guitarrista que adoro.

O único – e enorme – problema real do show foi o som. E não foi som uniformemente baixo como aconteceu com o Iron Maiden no final da noite, pois isso é gerenciável, mas sim tanto o som que vazava do palco imediatamente em frente ao Sunset (que burrice gigante do RiR fazer essa distribuição…) como o som dos vocais apenas, já que os dos instrumentos, notadamente bateria e guitarra, estavam bem regulados. Por essa tecnicalidade relevante, o show do Living Colour foi esvaziado de todo o poder que poderia ter, infelizmente.

Além disso, por razões que não quero nem saber quais são, o Steve Vai só entrou no palco faltando 20 minutos para o show acabar e, diferentemente do que aconteceu com a OSB no show do Sepultura, não teve uma oportunidade sequer de solar, servindo apenas como mais um guitarrista para a banda. É como se chamassem o John Bonham para ser o segundo baterista em um show de meia hora… Vai entender…

Gojira

Desde que eu perdi minha possibilidade de escutar música alta saindo de caixas de som avantajadas – ou seja, desde que formei família – diminuí muito meu consumo de música, pois eu, muito sinceramente, não gosto de usar fones de ouvido, especialmente aqueles que ficam enfiados no ouvido. Isso, aliado ao fato de que a banda francesa Gojira surgiu na década de 90, mais conhecida – para mim – como a década em que eu desapareci do mundo de consumo de entretenimento em razão de minha dedicação particularmente obsessiva ao trabalho (que deu frutos, portanto não tenho do que reclamar), fez com que eu deixasse o grupo passar batido em meu conhecimento musical.

Apesar de já ter escutado o som deles aqui e ali ao longo dos anos, nunca parei para ouvi-los de verdade. A primeira vez foi justamente neste show do Rock in Rio que me fez abrir os olhos.. digo ouvidos para eles. Assim como no caso do Sepultura, o Gojira não tem exatamente o estilo de heavy metal que mais aprecio, mas também como o Sepultura, que já conhecia de priscas eras, claro, gostei do que vi e escutei logo de cara. Som potente – apesar do som geralmente baixo do RiR no dia, que não é culpa deles -, boa presença de palco e um show sem firulas, objetivo, marcante, com uma seleção musical que não faço ideia se faz sentido para quem conhece a banda, mas que me pareceu muito bom, daquele tipo fácil de acompanhar mesmo quando não se conhece absolutamente nada deles.

Rock in Rio, para mim, é isso: um lugar para ver shows dos grupos que adoro, mas também para, quase que aleatoriamente, descobrir outros que porventura mereçam figurar em minha playlist, que, claro, não é playlist no sentido moderno, mas sim tradicional, ou seja, exige a aquisição de mídia física e algum lugar ou momento escondido para escutar de maneira a fazer os quadros caírem das paredes. Bela descoberta deste roqueiro velho e desatualizado, portanto!

Bullet for My Valentine

Se eu já tinha pelo menos ouvido falar de Gojira, não posso dizer o mesmo de Bullet for My Valentine, banda galesa formada em 1998. Não sei como se dão as escolhas de palcos – provavelmente popularidade – mas diria que o grupo tem presença e sonoridade suficiente para potencialmente figurar no Palco Mundo. A pegada é um pouco mais leve do que imaginava, no espectro oposto de Gojira e Sepultura, aproximando-se mais do Dream Theater, ainda que não chegando lá (o que isso significa exatamente está exposto nos comentários sobre o Dream Theater mais abaixo) mas mesmo assim eles sabem segurar um show ou pelo menos souberam na mísera uma hora que tiveram para fechar o Sunset.

Arriscaria dizer, até, que, em termos de combinação sonora, teria sido mais interessante se o BFMV tivesse ficado no lugar do Dream Theater, fechando a noite no Rock in Rio de forma que os velhinhos do Iron Maiden compreensivelmente pudessem dormir cedo depois de tomar seu leitinho morno. Não que eu tenha adora o BFMV, que fique bem claro, já que eles se aproxima perigosamente daquela “farofa” um tantinho mais genérica do que eu gostaria de ter escutado. Mas faz parte.

Iron Maiden

Obviamente, a Donzela de Ferro foi a razão principal de eu ter levantado de meu sofá para ir ao Rock in Rio novamente. Esse talvez seja o grupo cujas apresentações mais assisti na vida, pois estive em todos os seus dias ao longo das edições do Rock in Rio e mais shows exclusivos deles aqui e no exterior. Perdi a conta, sinceramente. E não, não sou um daqueles fãs obsessivos, mas, quando eu gosto, eu gosto e não tem jeito. E o melhor de tudo é que o Maiden simplesmente não desaponta.

Já vi gente reclamando que o grupo é muito operático (WTF?), muito dependente de fogos de artifício e palcos cheios de parafernália (WTF 2?) e que Bruce Dickinson está já fraquejando (WTF 3?). Pois eu já vi o grupo de todas as maneiras, seja com palcos como o de 2022 e 2019 realmente ricos em cenários, em props, em figurinos e na quantidade de Eddies, como eu já vi o grupo performando diante apenas de um pano de fundo que era trocado de tempos em tempos. E eu posso afirmar categoricamente que eles funcionam com a mesma eficiência. Só para vocês terem uma ideia, americano adora ver show de rock sentado e eu já fui a vários assim (Aerosmith, Kiss, G3, Metallica, e outros). O único show em que a audiência não conseguiu ficar sentada foi nos do Maiden. Toda a vez é assim, invariavelmente. Portanto, não o Iron Maiden não “depende” de porcaria nenhuma além da força de sua própria apresentação.

Falando nela, confesso que fiquei um tantinho desapontado pelo show de 2022 ter sido quase igual ao de 2019. Houve algumas trocas de clássicos e uma trinca de canções de Senjutsu abrindo o show (que poderia ter sido inserida lá pelo meio), mas, de resto, foi tudo igual, especialmente os cenários e os props. Até mesmo Dickinson parecia seguir exatamente o mesmo script que eu me lembrava, correndo, parando, se movimentando de maneira exatamente igual a 2019. Sim, claro, os caras fazem shows para caramba e a coisa fica automática, mas eu nunca senti tanto o automático como aqui. Mesmo assim, Maiden é Maiden e, em termos de conjunto visual e sonoro, mesmo com o som marcadamente baixo do Rock in Rio no dia, quase que imbatível no cenário do heavy metal.

Dream Theater

Quem gosta de Dream Theater não deveria ler o que tenho a dizer abaixo, pois vai ficar irritado e vai querer me xingar. Eu avisei!

Bem, minha relação com o grupo se deu assim: lá pelo começo dos anos 90, um amigo conhecido por adorar Rock farofa, quando descobriu que eu gostar de rock ‘n roll, me fez escutar Dream Theater por alguns minutos e eu arquivei o que ouvi na prateleira de rock farofa, prateleira essa ocupada por apenas um grupo que eu não tenho vergonha de dizer que gosto, Bon Jovi (e na versão dos anos 80 até meados dos 90, pois, hoje em dia, nem rock é…). Simplesmente não havia mais espaço para outra farofada, pois uma só é mais do que o suficiente. Não satisfeito com minha reação, esse meu amigo, com quem eu tinha que pegar uma carona para uma viagem de pouco mais de uma hora, tascou o CD no carro e me fez escutar tudo, com direito a comentários sobre o porquê de ele gostar tanto da banda. O resultado? Tenho certeza que vocês já sabem: passei a detestar o grupo e nunca mais sequer cheguei perto de seus álbuns.

Injusto? Muito provavelmente. Mas assim é a vida. Fui forçado a uma situação que estava armado para desgostar e não teve outra saída. Quando vi que o Dream Theater fecharia a noite do metal, logo imaginei que o melhor seria fazer como Bruce Dickinson e companhia e me recolher mais cedo, evitando a muvuca da saída. Mas minha curiosidade falou mais alto e meus pés plantados continuaram plantados esperando os sujeitos entrarem no palco. E, só para eu não parecer (muito) um velho turrão congelado musicalmente no tempo, o que eu inegavelmente sou, reconheço que os sujeitos, em termos técnicos, são muito bons, tão bons quanto o já mencionado Bullet For My Valentine.

Em termos musicais, porém, eles são exatamente o que eu lembrava que eles eram: farofinha. A única diferença para o Bon Jovi é que eles têm mais caras de malvadões e eles não se deixaram levar pelo “rock” meloso do cara de dentes muitos brancos de Nova Jersey. De resto, é aquele rockinho baladinha intercalado com algumas canções um pouco mais potentes só para fazer média, mas que eu não aguento não. Deve ter sido o trauma a que meu amigo me fez passar há décadas falando mais alto, mas não deu. Deveria ter saído mais cedo mesmo…

XXXXXXXXXXX

Minha desconfiança é que não vou parar de ir a shows, mesmo que progressivamente de maneira mais luxenta. Sei lá, é minha droga. Eu tenho direito a uma pelo menos, não? Talvez até tenha um ataque cardíaco no meio de um festival desses e dê trabalho a quem estiver à minha volta (ou não, pois podem fazer uma roda de pogo ao redor de meu corpo inerte que eu garanto que não vou me importar). Ou seja, em 2024 eu devo estar de volta à master roubada musical para reclamar sem parar mais uma vez.

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais