Obs: Obviamente, há um Dreadnought de spoilers abaixo. Portanto, siga em frente apenas se já viu o filme ou se não se importar com eles.
Para amealhar novos fãs, O Despertar da Força não escondeu sua mais absoluta reverência ao material da Trilogia Original, sendo até mesmo quase uma refilmagem de Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança. Livre dessa necessidade, a Lucasfilm e Rian Johnson tiveram liberdade o suficiente para caminhar por novos territórios e Star Wars: Os Últimos Jedi é o resultado desse esforço. Goste ou não, trata-se de um dos mais diferentes e ousados filmes da saga, que dilacera expectativas sem, porém, perverter os princípios estabelecidos.
Apesar de menos repleto de referências ao Universo de Star Wars, ainda assim a obra apresenta um bom número de conexões, algumas óbvias, outras nem tanto. Assim, resolvemos montar uma espécie de compêndio contendo todas as referências que conseguimos achar e que também coletamos internet afora e que já foram confirmadas (ou não…), tudo para sua diversão. Claro que, como sempre, este é um trabalho em progresso e a contribuição de vocês, leitores, é mais do que apreciada.
Mas, antes, caso não tenham conferido, deem uma olha em nosso vastíssimo e sempre em crescimento
além de todos os nossos artigos sobre
e isso sem falar nas três críticas de Os Últimos Jedi:
Os Últimos Jedi – SEM SPOILERS
Os Últimos Jedi – COM SPOILERS
E, agora, leiam, comentem e critiquem nosso apanhado de referências, curiosidades, pontas e easter-eggs de Os Últimos Jedi! Fica um grande agradecimento ao nosso Giba Hoffman por ter me ajudado a garimpar algumas referências e a redigir diversos pequenos textos.
Personagens novos:
A Guarda Pretoriana
Os silenciosos, mas mortais, soldados de armadura vermelha (sim, feitos para vender “bonequinhos”, mas lindos de toda maneira!) que formam a guarda pessoal do Líder Supremo Snoke têm seu nome retirado diretamente da unidade de elite do Império Romano que surgiu como guarda especial dos generais romanos, mas que, depois, passou a designar a unidade especial de guarda-costas para os imperadores. Claro que essas guardas eram em número bem superior – 500 no começo, depois ampliada para 1.000 – mas o princípio é o mesmo.
Em termos de design das armaduras, a inspiração veio de duas fontes:
(a) A Guarda Imperial do Imperador da Trilogia Original. Apesar de serem diferentes em seus detalhes, o uniforme da referida Guarda Imperial é uma mistura de capacete rígido alongado com uma túnica de tecido por sobre a armadura que, por sua vez, quase não aparece. A arma padrão é uma lança apenas e todas as armaduras são iguais. No entanto, o tom de vermelho forte predomina, algo transposto não só para a Guarda Pretoriana como para a cor predominante da sala do trono de Snoke;
(b) As armaduras de samurai que tradicionalmente serviram de inspiração a Star Wars, especialmente à clássica armadura negra de Darth Vader. Além disso, também tradicionalmente, há uma forte inspiração nas armaduras samurai que vemos em diversos filmes de Akira Kurosawa, talvez mais fortemente em Ran e Kagemusha.
Os Porgs
Os apetitosos, mas também irritantes passarinhos que vemos em Ahch-To, o planeta onde Luke Skywalker foi em seu auto-exílio, foram alardeados no marketing do filme e isso gerou pavor nos fãs de que eles fossem os novos Ewoks. Confesso que nunca entenderei o problema que as pessoas têm com os ursinhos de Endor, mas o fato é que os Porgs quase não aparecem e, quando aparecem, em momento algum atravancam a narrativa.
Sua inspiração, além de serem bichinhos criados também para vender mais “bonequinhos”, especialmente pelúcias, vem não só obviamente dos Ewoks, como também nos papagaios-do-mar (que são realmente apetitosos, posso afirmar de cadeira – e não me odeiem por isso!), aves muito presentes pela região que serviu de locação para Ahch-To, Skellig Michael, no condado de Kerry, na Irlanda, inclusive no esquema de cores usado nos novos bichinhos de estimação da franquia.
Tecnologia nova:
Dreadnought
Pela primeira vez na Trilogia Sequência (se alguém tiver um nome melhor, me avisem!), vemos o “pequeno” destroyer espacial batizado de Dreadnought. Esse nome não é aleatório e vem de uma das mais constantes inspirações do mundo real transplantadas para o universo de Star Wars, a Segunda Guerra Mundial.
O HMS Dreadnought foi um encouraçado da Marinha Real Britânica lançado em 1906. Ele usava tecnologia de ponta para a época – armamento de calibre único e propulsão por turbinas a vapor – e foi tão importante para a história militar moderna que seu nome transformou-se em um “tipo” de navio de guerra, com vários “dreadnoughts” sendo desenvolvidos em décadas subsequentes. É interessante notar como esse espírito é mantido no filme, já que o destróier tem também tecnologia de ponta, notadamente um poderoso canhão que emula o poderio da Estrela da Morte.
Rastreamento pelo hiperespaço
A tecnologia que deixa a frota da Resistência à mercê da Primeira Ordem é inédita em seu uso na franquia Star Wars, mas, como o pessoal da Lucasfilm não dá ponto sem nó, em Rogue One, quando Jyn e Cassian estão em Scarif procurando os planos da Estrela da Morte, eles esbarram, dentre outros, em um arquivo intitulado “Rastreamento de Hiperespaço”. Ah, se ela soubesse do tamanho do estrago que a tecnologia um dia causaria depois que provavelmente os arquivos do Império caíram nas mãos da Primeira Ordem…
Canhão “Estrela da Morte”
Na batalha de Crait, a Primeira Ordem usa um canhão que Finn diz ser baseado em tecnologia oriunda da Estrela da Morte para abrir um buraco na gigantesca barreira da antiga base Rebelde. Confesso que tanto o canhão em si quanto o tiro que sai de lá me pareceram bem diferentes do que vemos na base espacial do Império que não é uma lua, mas, se o Finn disse, está dito!
Cameos/pontas
(inéditos na série principal)
Benicio del Toro
Ok, não é exatamente uma ponta e não é exatamente algo difícil de se achar, mas convenhamos que a participação de Benicio del Toro no filme, como o decodificador substituto que Finn e Rose acham em Las Veg…, digo Canto Bight, é mínima e bizarramente parecida com a ponta dele como o Colecionador em Guardiões da Galáxia (um sujeito estranho que é como um McGuffin humano). Seu nome nos créditos é DJ, ainda que ele não seja mencionado em momento algum do filme.
Justin Theroux
Falando em decodificador, o verdadeiro que Maz Kanata diz para Finn e Rose acharem em Canto Bight é vivido por Justin Theroux, famoso por seu papel como o chefe de polícia Kevin Garvey em The Leftovers.
Gareth Edwards
O diretor de Rogue One devolve o favor após Rian Johnson fazer um cameo no filme dele. Edwards é um dos soldados da Resistência que olha horrorizado para o cara que inexplicavelmente experimenta para ver se o chão é salgado na trincheira em Crait.
Gary
Gary? Quem é Gary?
Ora, trata-se do cachorrinho de estimação de Carrie Fisher que a atriz já havia tentando emplacar na “carreira de ator” em O Despertar da Força, mas sem sucesso. No entanto, em Os Últimos Jedi, o bichinho aparece como sendo de um dos jogadores que vemos em Canto Bight, à esquerda da sequência em que, em primeiro plano, vemos Finn e Rose discutindo no cassino. Uma tripla homenagem a atriz falecida, se contarmos com a volta de Billie Lourd, filha de Fisher, como a Tenente Connix em uma ponta um pouco maior do que a que vimos em O Despertar da Força.
Outros cameos
Entrando já no terreno das pontas impossíveis de identificar sem ajuda dos universitários, Os Últimos Jedi tem participações (não necessariamente 100% confirmadas ou cuja participação tenha efetivamente sobrevivido à montagem final) de:
- Príncipe William (sim, o herdeiro real britânico) – como um Stormtrooper;
- Príncipe Harry (sim, o outro herdeiro real britânico) – também como um Stormtrooper;
- Gary Barlow (compositor de trilhas sonoras) – idem;
- Tom Hardy (mais conhecido como o Mad Max da nova geração) – idem;
- Joseph Gordon-Levitt (ator americano que participou de Brick, um dos filmes de Rian Johnson) – voz do alienígena Slowen Lo (cujo nome, aliás, vem da música Slow and Low, do Beastie Boys, algo que se repete pela segunda vez na nova trilogia, a primeira sendo o piloto Ello Nasty – cujo nome vem da música Hello Nasty – em O Despertar da Força)
- Adrian Edmonson (ator e comediante britânico) – um funcionário da Primeira Ordem que vemos logo no começo do filme;
- Kate Dickie (atriz britânica conhecida por ter vivido Lysa Arryn em Game of Thrones) – a ajudante do General Hux que vemos na abertura do filme;
- Hugh Skinner (ator britânico) – ponta em segundo plano;
- Lily Cole (atriz britânica) – aparece ao lado do personagem de Justin Theroux;
- Michaela Coel (atriz que participou de Black Mirror) – oficial de comunicações da Resistência;
- Edgar Wright e Oscar Wright (diretor e ilustrador – irmãos) – soldados da resistência;
- Joe Cornish (diretor de Ataque ao Prédio, que lançou a carreira de John Boyega, o Finn);
- Andy Nyman (ator britânico) – um dos guardas da prisão em Canto Bight;
- Ralph Ineson (ator britânico) – oficial da Primeira Ordem;
- Navin Chowdhry (ator britânico) – piloto de cargueiro da Resistência.
Curiosidades
Espadas Laser
A versão Mutley de Luke Skywalker diz para Rey que não é função dos Jedi sair por aí resolvendo problemas com “espadas laser”. Primeiro, essa referência tocou profundamente na minha infância, pois, lá pelos idos dos anos 80, eu SÓ chamava os sabres de luz de espadas laser. Mas, além disso (pois não foi por causa da minha infância que inseriram essa referência), o próprio George Lucas famosamente chama os sabres de espadas laser também.
Pegadas
No começo da batalha de Crait, Rian Johson faz questão de nos mostrar que o chão coberto de sal do planeta esconde uma camada de terra bem vermelha, que deixa pegadas marcantes no solo. Quando Luke Skywalker chega do nada na ex-base Rebelde, agora da Resistência, ele vai enfrentar Kylo Ren e não deixa pegadas no sal, revelando, para quem tiver ólhos de águia, que ele não está fisicamente ali (isso sem contar com sua aparência mais jovem, a mesma que tinha quando treinou Ben Solo e o sabre de luz azul de seu pai que, a essa altura, já havia sido quebrado em dois).
Críticas a Kylo Ren
A Lucasfilm estava ouvido e resolveu inserir as críticas dos fãs mais afobados a Kylo Ren, na pessoa de Snoke, quando o Líder Supremo esculhamba seu pupilo, dizendo que ele é uma criança usando máscara e tentando ser Vader. E, ainda por cima, perdeu uma luta para uma novata. A impressão que tenho é que Johnson está sendo irônico com os fãs…
Referências à Trilogia Original
É aqui que o caldo engrossa. Para facilitar a vida, separei as referências abaixo por filme, pois Rian Johnson costurou muito bem a mitologia da série, por vezes só mesmo colocando um easter-egg, por outras quase que integralmente reproduzindo sequências famosas dos filmes clássicos.
Uma Nova Esperança
(1) Os dados de ouro da Millenium Falcon:
Relevantes para a trama ao evocar a memória do falecido Han Solo, inicialmente quando encontrados por Luke na Millenium Falcon e, depois, quando ele os presenteia (na verdade uma criação da Força, como revelado posteriormente) para Leia, os dados de ouro apareceram apenas uma vez na trilogia clássica, mais especificamente no cockpit da Falcon no Episódio IV: Uma Nova Esperança, desaparecendo nas produções seguintes. Os pequenos badulaques foram reintroduzidos na Falcon quando a prop foi recriada pela equipe de produção do Episódio VII: O Despertar da Força, que se baseou em imagens do set do Episódio IV para recriar a nave com a máxima fidelidade. Dentro do universo, há rumores de que os dados foram utilizados por Han contra Lando em uma variação do jogo de sabacc, valendo nada menos que o próprio monte de sucata mais odiado do Império/Primeira Ordem.
(2) O leite azul:
Um dos elementos mais icônicos de Uma Nova Esperança é o leite azul que vemos Luke bebendo no lar dos seus tios. Ele aparece novamente em A Ameaça Fantasma. Em uma referência mais do que bizarra em Os Últimos Jedi, vemos Luke já ancião ordenhando uma espécie de vaca arreganhada nos penhascos de Ahch-To e bebendo o leite verde (não azul) logo em seguida, para desgosto profundo de Rey e de todos os espectadores. Vai gostar de leite colorido lá no inferno…
(3) A mensagem de Leia a Obi-Wan Kenobi:
Ajude-me Obi-Wan Kenobi. Você é nossa última esperança.
É com a projeção do holograma original de Leia pedindo socorro ao velho Ben Kenobi que o agora velho Luke é chantageado emocionalmente por R2-D2.
(4) Leia atirando:
Mais para a frente no filme, quando a General Leia sai de seu coma causado por seu passeio espacial, nós a vemos, de branco, empunhando um blaster, atirar em Poe Dameron em modo de atordoamento, exatamente como vemos os Stormtroopers atirarem em Leia (também de branco) no começo de Uma Nova Esperança.
(5) Projeção astral:
Quando a projeção astral de Luke chega, ele diz a Kylo Ren que ele ficará sempre com Ben Solo se ele o matar com raiva, assim como Han Solo ficou em sua memória. O diálogo encontra paralelo direto com a promessa que Obi-Wan Kenobi faz a Darth no duelo na Estrela da Morte, quando ele diz que, se ele for morto por Vader, tornar-se-á ainda mais poderoso.
(6) Sóis gêmeos:
Em um belíssimo momento, quando Luke está prestes a tornar-se um com a Força, ele contempla um por do sol de dois sóis em Ahch-To, em direta referência ao clássico por do sol binário que Luke mais novo vê em Tatooine. A jornada do herói começa e acaba exatamente da mesma maneira.
(7) Uma Nova Esperança:
De certa forma também lembrando os sóis gêmeos, mas igualmente a esperança de um futuro sem a opressão da Primeira Ordem, os momentos finais de Os Últimos Jedi mostram um menino em Canto Bight que parece ser sensível à Força também contemplando as estrelas no céu.
(8) Cantina de Mos Eisley:
Apesar de maior e mais sofisticado, o planeta cassino Canto Bight nada mais é do que uma versão aristocrática da famosa Cantina de Mos Eisley onde Luke e Ben Kenobi encontram Han Solo e Chewbacca pela primeira vez. Não só o cassino é repleto de alienígenas das mais diferentes espécies, como até mesmo a música que ouvimos na cantina ganha um rearranjo para Canto Bight.
(9) Esgoto:
Finn (um ex-Stormtrooper) e Rose fogem de Canto Bight pelo sistema de esgoto, lembrando da fuga de Luke e Han (como Stormtroopers), além de Chewie e Leia, pelo compactador de lixo da Estrela da Morte.
(10) Mouse Droid:
Os mouse droids, Os pequenos androides sobre rodas que andam por todas as instalações do Império, notadamente a primeira Estrela da Morte, ganham uma “homenagem” quando BB-8 é disfarçado com uma “caixa quadrada” que o faz bater nas paredes da nave da Primeira Ordem.
(11) Salvo pela Millenium Falcon:
A chegada da icônica nave de Han Solo, agora de Rey, em Crait repete a clássica chegada da nave no último segundo para salvar Luke de Vader no trench run da Estrela da Morte, permitindo que ele acerte o tiro no ponto fraco propositalmente projetado por Galen Erso.
O Império Contra-Ataca
(1) A Batalha de Crait:
A batalha de Crait é feita de forma a emular a batalha de Hoth. Crait é um planeta branco por causa do sal, enquanto Hoth é por causa da neve. Vemos os soldados da Resistência em trincheiras assim como vimos os Rebeldes em trincheiras. Há walkers se aproximando lentamente, há o uso de speeders e, principalmente a base Rebelde em Crait é muito parecida com a de Hoth, incluindo o escudo/portão que protege o interiorYoda
(2) X-Wing de Luke afundado:
Uma das melhores cenas de Império é homenageada em Os Últimos Jedi. Vemos o X-Wing que Luke usou para chegar em Ahch-To afundado na água, nos relembrando de sua X-Wing afundando em Dagobah e sendo resgatada por Yoda. A breve cena até nos dá esperança de que Luke fará a mesma coisa para salvar a Resistência, somente para sermos surpreendidos positivamente com sua fenomenal projeção astral.
(3) Yoda:
Pela primeira vez em muito tempo, vemos Yoda novamente como um boneco comandado por Frank Oz. Ah, que maravilha terem deixado de lado aquela porcaria em CGI da Trilogia Prelúdio!
(4) Paralelos Luke/Yoda:
O auto-exílio de Luke mostra fortes paralelos entre os últimos anos de vida dele e de seu mestre Yoda. Ambos buscaram o isolamento em locais distantes da galáxia, com Yoda utilizando partes de sua pequena shuttle de fuga mostrada em Episódio III: A Vingança dos Sith para montar sua cabana em Dagobah, enquanto que Luke aparentemente fez o mesmo no mínimo para fabricar a porta de sua casa (um belo trabalho artesanal arruinado em segundos pela impaciência de Chewie).
O X-Wing afundado no mar possui um significado duplo: ao mesmo tempo em que remonta a um fincar raízes em Ahch-To, também lembra o próprio naufrágio de Luke no planeta pantanoso de seu mestre. Na época, o jovem tinha pressa em resgatar a nave e partir ao auxílio dos amigos. Em sua velhice, mesmo sabendo o quanto era necessário, o renegado mestre Jedi opta por deixar afundado seu veículo, simbolizando seu recolhimento das questões da galáxia e da vida enquanto lenda em favor de… deixar a Força seguir seu fluxo? Buscar respostas para além dos ensinamentos Jedi?
Ao inadvertidamente seguir os passos do mestre, Luke acaba por confirmar um pouco da última lição que recebe dele: o fracasso é o melhor professor que há. Assim como ele herdou de Yoda o fracasso da derrocada da Ordem Jedi, Rey agora herda de Luke seu fracasso em reestabelecer sozinho uma Nova Ordem Jedi. Dois passos mais longe da húbris que provocou a derrocada da ordem, será que nas mãos da jovem poderão surgir novos guardiões efetivos da paz?
(5) Levitação de pedras:
Ser um Jedi é mais do que apenas levita pedras, sem dúvida, mas levitar pedras, aparentemente, é uma parte importante da Ordem. Afinal, não só vemos Rey levitar pedrinhas e, em seguida, rachar o chão de Ahch-To, como, ao final, a vemos salvar o restante da Resistência levitando pedronas. Claro que a referência com Luke levitando as pedras de cabeça para baixo e com Yoda lá em cima que vemos em Império é bem evidente.
(6) Leia Jedi:
Quando Yoda diz para o fantasma de Obi-Wan que “não, há outro”, fazendo referência a outro Jedi, descobrimos, no filme seguinte, que esse outro é Leia, irmã de Luke separada no nascimento. Ela é sensível à Força, mas não a vemos utilizar o poder a não ser muito de leve sentindo a presença de Luke e, depois a morte de Han Solo. É em Os Últimos Jedi que a vemos, pela primeira vez, demonstrando seu poder apesar de nunca ter sido treinada como Jedi (ao menos em tese). No frio do espaço, a Força presumivelmente a mantém viva por mais tempo que humanos normais e ela a usa para flutuar até os destroços de sua nave.
(7) Juntos comandaremos a galáxia:
Quando Vader tenta convencer Luke de se juntar a ele, prometendo que se livraria do Imperador no processo, seu filho rejeita a proposta e se joga de Bespin. Em Os Últimos Jedi, Kylo Ren faz proposta parecida a Rey, já tendo assassinado seu mestre.
(8) Não, eu sou seu pai:
A mais icônica revelação da Sétima Arte (sim, isso mesmo) ganha um twist completamente inesperado. Kylo Ren revela que os pais de Rey são… ninguém. Isso aí, indigentes que a venderam em Jakku e provavelmente morreram por lá mesmo. Pode ser mentira dele, mas acho que não é e faz completo sentido. Afinal, porque todo Jedi poderoso tem que ser filho de um Jedi poderoso? Isso deixa às escâncaras a mensagem de que qualquer um pode ser importante. Talvez, agora, possamos chamar Rey de Rey Doe ou Rey Ninguém…
(9) Eu te amo. Eu sei.
A famosa troca de juras de amor entre Leia e Han (o “eu sei” foi improviso de Harrison Ford, vale lembrar) é refletida sem a conotação romântica quando Poe Dameron e Rey se encontram pela primeira vez. Ela se apresenta e ele diz “eu sei”.
(10) A mão biônica de Luke:
Desde as breves cenas em que apareceu no Episódio VII, pudemos ver que Luke deixou de utilizar as melhorias cosméticas (músculos e pele sintéticos) que recobriam sua prótese, com a mão mecânica exposta fazendo um paralelo com o visual de seu pai durante as Guerras Clônicas e, principalmente, ornando bem com seu visual rústico/sofrido. Mais do que isso, a mão mecânica parece guardar ainda uma “cicatriz” de uma importante batalha passada: um chamuscado nas costas de sua mão provavelmente referencia a vez em que ela foi atingida por um tiro de blaster, no combate pelo resgate de Han Solo em Tatooine, no Episódio VI. Além da interessante referência visual, o detalhe sugere que Luke esteve bastante ocupado nesses 30 últimos anos, sem tempo para trivialidades mesmo na breve era onde aparentemente a paz voltaria a reinar.
(11) Cena da caverna:
A gruta em Ahch-To, da qual o vislumbre durante a primeira lição de Rey clama para que ela se direcione ao Lado Negro da Força em busca de respostas, estabelece um claro paralelo com o treinamento Jedi de seu próprio mestre. No Episódio V: O Império Contra-Ataca, onde era Luke quem exercia o papel de aprendiz, o jovem se encontrou em situação semelhante em uma das cenas mais intrigantes do filme.
Ambos os locais possuem manifestamente uma alta concentração de energia ligadas ao Lado Negro da Força. Além disso, são lugares que atraem os jovens aprendizes sedentos por respostas rápidas, apenas para depará-los com uma forma de espelho. No caso de Luke, seu vislumbre de Darth Vader sugere inicialmente um conflito contra seus próprios medos (lembrando que o medo é um começo possível para a rota para o lado negro). Por outro lado, ao atacar o vilão é a própria face de Luke que se revela por detrás da máscara – evocando ao mesmo tempo o caráter de espelho (aquilo que ele busca enfrentar e destruir é algo que ele possui dentro de si mesmo) e também algo de premonitório a respeito das origens do jovem (como se ele no fundo suspeitasse que Vader lhe fosse mais próximo do que parecia – seu próprio pai, talvez?).
Na vez de Rey, temos a cena psicodélica em que ela se observa em uma sequência de repetição cíclica. Nessa espécie de microfonia visual, a jovem aprendiz só consegue se observar a si mesma se observando, indicando talvez que sua resolução por obter respostas é maior do que qualquer medo ou ira. Ao contrário de Luke, que visualiza um inimigo ao qual ele não pensa duas vezes antes de atacar – apenas para ver que se tratava dele mesmo – Rey mantém a calma e busca centrar-se em meio à toda a dispersão, em torno da única pergunta: quem são seus pais, qual é sua origem? A resposta da caverna das trevas é a mesma para os dois: conhece-te a ti mesmo!
O Retorno de Jedi
(1) Sabre verde:
Pode ter sido ilusão de ótica, mas juro que vi o sabre verde que Luke usa em O Retorno de Jedi na moradia dele em Ahch-To.
(2) Salvo por um aliado em um andador:
Na Batalha de Endor, Chewbacca, pilotando um AT-ST, salva Han e Leia. A mesma cena é recriada no novo filme, só que com BB-8 pilotando um andador desses e salvando Finn e Rose.
(3) A sequência da sala do trono de Snoke:
Praticamente todos os eventos que levam até a fatídica luta na sala do trono de Snoke é retirada da cena em que Luke enfrenta Vader e o Imperador ao final de O Retorno de Jedi. Vamos lá, na ordem dos acontecimentos?
- Rey é algemada como Luke;
- Rey diz que ainda há o lado da luz em Kylo Ren assim como Luke diz para seu pai;
- A Guarda Pretoriana faz remissão imediata à guarda do Imperador, como mencionado em mais detalhes no início da postagem;
- Snoke usa a Força para retirar as algemas assim como o Imperador faz com Luke;
- Snoke faz Rey olhar em um visor para ver a frota da Resistência ser destruída assim como o Imperador faz Luke olhar pela janela para ver a frota Rebelde ser exterminada;
- Snoke repousa o sabre de luz de Rey no braço de seu trono assim como o Imperador faz com o sabre de Luke;
- Rey tenta pegar o sabre de luz usando a Força e não consegue. Luke faz o mesmo e consegue, mas não consegue atacar o Imperador já que Vader o impede;
- Kylo Ren trai Snoke assim como Vader trai o Imperador (com a diferença que Kylo fica pior ainda do que antes depois, sem redenção alguma).
Outras referências
Jurassic Park
Laura Dern está no filme e, claro, Rian Johson não resistiu e inseriu uma referência a Jurassic Park. Em Canto Bight, logo antes do estouro dos fathiers chegar ao cassino, vemos o mesmo efeito de vibração em uma bebida em uma mesa, como o que prenuncia a chegada do T-Rex.
Império Despedaçado
A biblioteca de Luke fica dentro de uma árvore ancestral que Yoda taca fogo sem dó. A árvore em si parece uma referência à minissérie em quadrinhos canônica Império Despedaçado, que, dentre outras coisas, mostra Luke tentando correr atrás de mudas de árvores do Templo Jedi original.
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Bem, pessoal, foi o que conseguimos achar. Erramos algo? Perceberam outras referências? Mandem seus comentários!