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Entenda Melhor | Lições de Dramaturgia: Metáforas e Símbolos em As Horas

Um roteiro coeso de David Hare, repleto de metáforas e simbologias para o desenvolvimento de sua trama.

por Leonardo Campos
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Lançado em 2002 e forte candidato na cerimônia do Oscar do ano seguinte, As Horas é um drama denso e delicado sobre temáticas comuns ao que podemos encontrar na tessitura literária da escritora britânica Virginia Wolf. Dirigido por Stephen Daldry e escrito por David Hare, a produção é uma tradução do livro homônimo do premiado Michael Cunningham. Na trama, acompanhamos um cuidadoso entrelaçamento de três narrativas distintas, montadas de maneira eficiente por Peter Boyle. São as trajetórias de mulheres em diferentes épocas, todas conectadas por um intenso fio condutor: o livro Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf. As protagonistas são Virginia Woolf (Nicole Kidman), Laura Brown (Julianne Moore) e Clarissa Vaughan (Meryl Streep). Em seu desenvolvimento, o roteiro de David Hare faz um trabalho singular ao interligar as histórias de três mulheres cujas vidas são afetadas direta ou indiretamente pelo romance em questão. Representada em 1923, temos Virginia Woolf, escrevendo enquanto luta contra sua condição psiquiátrica. Enquanto escreve, é lida por Laura Brown, em 1951, uma dona de casa infeliz que ao contemplar o conteúdo literário, passa a refletir sobre sua vida e seu papel de esposa e mãe. Para amarrar as linhas conectadas pelo roteiro, temos Clarissa Vaughan, em 2001, uma editora que decide organizar, meticulosamente (obsessivamente) uma festa para o seu amigo Richard, um escritor doente que a chama constantemente de “Mrs. Dalloway”.

O ponto de convergência entre as narrativas é a exploração de temas delicados na época de Wolf, e ainda muito inflamáveis em nosso contemporâneo repleto de paradoxos: a compreensão sobre nossa formação de identidade, a ambiguidade e multiplicidade da sexualidade, a opressão manifestada em diversas nuances e a busca por uma explicação para os significados de nossas vidas, além da contemplação assombrosa da morte com algo onipresente e inevitável. Com uma direção firme e cuidadosa de Stephen Daldry, cineasta que demonstra uma habilidade notável em entrelaçar essas três narrativas de maneira coesa e emocionalmente ressonante, As Horas cria para nós espectadores uma atmosfera introspectiva, bastante contemplativa, nos fazendo refletir sobre as complexidades da existência humana, principalmente pelo fato da trama contar com uma hipnótica trilha sonora, composta pelo experiente Philip Glass, músico que permite a inserção de um dos elementos mais memoráveis do filme. Com seu estilo minimalista e repetitivo, em busca da almejada introspecção presente no roteiro de David Hare, a textura percussiva intensifica as emoções interiores das personagens e se apresenta como um elemento crucial para a criação do tom meditativo e melancólico da narrativa ao longo de seus 110 minutos. Daldry, ao dosar com destreza os tons melancólicos e esperançosos do filme, evita sentimentalismos excessivos e aborda com respeito, muitos temas caros para a nossa sociedade. Ademais, a direção de fotografia de Seamus McGarvey e o design de produção de Maria Djukorvic permitem a criação do tom do filme, amadeirado, de iluminação delicada em contraste com a cenografia.

Mas, e sobre as suas lições de dramaturgia? Dessa vez, vamos pavimentar um caminho reflexivo sobre as metáforas e símbolos presentes no desenvolvimento de As Horas, fundamentais para a compreensão da subjetividade dos personagens. Por questões editoriais, não explanarei todas as possíveis simbologias e passagens metafóricas da narrativa, primeiro porque seria amplo e ousado demais para as minhas limitações, segundo porque se estabeleceria como um exercício extremamente audacioso, para não dizer, prepotente, pois diante de uma trama complexa como essa, repleta de pormenores, a tarefa hercúlea perderia seu o fôlego de provocação reflexiva almejada por aqui. Diante do exposto, caro leitor, convido-lhe para trafegar por três momentos bastante significativos da composição cinematográfica dessa narrativa escrita com brilhantismo pelo dramaturgo David Hare: a simbologia dos crustáceos no jantar oferecido por Clarissa Vaughan, o contraste do roxo no espaço doméstico de Virginia Wolf e as possíveis explicações para o peculiar beijo na boca trocado entre determinados personagens ao longo da história. Assim, ao atravessar tais passagens, busco também trazer outros momentos de semelhante importância e significação, mas não selecionados como pontos nevrálgicos da reflexão.

Antes de embarcar, gostaria de conceituar rapidamente as palavras-chave desse artigo: simbologia e metáfora. A simbologia e a metáfora são elementos comuns e cruciais na literatura, no cinema e, em geral, na comunicação humana. Ambas proporcionam camadas de significado e complexidade que enriquecem a experiência do leitor e do espectador, transformando a experiência de contato com a arte num feixe de significações abrangente e que nos ajuda a compreender, inclusive, tudo aquilo que gravita em nosso entorno. Basicamente, a simbologia se refere ao uso de símbolos para representar ideias ou conceitos abstratos. Um símbolo pode ser um objeto, uma imagem, uma palavra ou qualquer elemento que vá além de sua representação literal para transmitir um significado mais profundo, ou seja, o jarro de flores roxas na mesa da casa de Virginia Wolf, em contraste com a cenografia amadeirada, os crustáceos do jantar ofertado por Clarissa Vaughan para o amigo e escritor, o destrutivo Richard, ou então, a discreta quebra dos ovos para o jantar na casa de Wolf, momento que contempla conflito e tensão significativos entre personagens. Isso, leitor, é o que denominamos conceitualmente de simbologia. Por outro lado, a metáfora consiste em uma figura de linguagem que estabelece uma comparação implícita entre dois elementos distintos, realçando características semelhantes entre eles. Nesse caso, os símbolos presentes em As Horas permitem o estabelecimento das metáforas, num processo de fortalecimento das trajetórias ficcionais em movimento.

A simbologia e a metáfora desempenham um papel crucial na comunicação eficaz ao permitir a expressão de ideias complexas e emocionais de maneira mais intensa e impactante. Elas transcendem as limitações da linguagem literal, possibilitando a criação de um mundo simbólico onde os significados são multiplicados e enriquecidos. Observe as ilustrações das imagens. Extrai alguns recortes do filme que delineiam a presença da simbologia e da metáfora aplicada ao filme As Horas. Ademais, é preciso destacar que além do campo artístico, a simbologia e a metáfora desempenham um papel importante em diversas áreas do conhecimento, incluindo a psicologia, a filosofia, a religião e até mesmo a política. Um caso clássico é a psicanálise de Freud, por exemplo, conhecida por utilizar símbolos para interpretar sonhos e analisar o inconsciente, enquanto na filosofia, a metáfora é frequentemente empregada para ilustrar conceitos abstratos e complexos. Conceitos essenciais que enriquecem a comunicação humana, permitindo a expressão de significados profundos e universais de forma criativa e impactante, a simbologia e a metáfora são ferramentas poderosas que nos concedem ao fazer artístico, a transcendência diante da superficialidade de nosso mundo material, nos levando também a mergulhar nas profundezas da “alma humana” e, assim, acessar camadas inexploradas de significado e beleza. Dessa maneira, por meio da simbologia e da metáfora, As Horas é uma narrativa envolvente que, ao ter realizadores que valorizam e compreendem esses elementos, acaba por abrir as portas para uma compreensão mais rica do mundo que nos cerca, enriquecendo experiências de ordem individual, bem como fortalecendo o seu viés coletivo.

Agora, vamos trafegar mais detalhadamente por essas peculiaridades. Vamos nessa?

Sobre Cores e Estados Emocionais

A depressão é uma doença mental debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Muitas vezes descrita como um vazio emocional profundo, a depressão pode se manifestar de diversas maneiras, desde sentimentos de tristeza e desespero até apatia e falta de interesse pela vida. Nesse contexto, a cor roxa pode ser vista como uma representação simbólica dessas experiências emocionais complexas, ao menos segundo convenções narrativas das artes visuais. Para melhor compreensão: o roxo é uma cor que combina o calor do vermelho com a calma do azul, e assim, cria uma tonalidade que transmite sensações como mistério, introspecção e melancolia. Essa ambiguidade emocional é semelhante à experiência de quem vivencia o fantasma da depressão, inclusive, quem vos escreve, experiente em meu lugar de fala para compartilhar informações de muita importância. É na depressão onde os sentimentos conflitantes de dor e de resignação coexistem. O roxo, também associado com a espiritualidade e as profundezas do inconsciente, reflete a profundidade e a complexidade dos estados emocionais em uma determinada passagem de As Horas.

Os tons mais escuros de roxo, tais como o índigo e a cor violeta, no âmbito artístico, geralmente evocam sensações de intensidade emocional, angústia e desordem psicológica. Por outro lado, tons mais suaves, como a vivacidade do tom lavanda e beleza única do lilás, podem sugerir uma mistura delicada de fragilidade e esperança, característica de momentos de vulnerabilidade emocional. A dualidade inerente aos tons de roxo reflete a natureza volátil dos nossos imprevisíveis estados emocionais, muitas vezes turbulentos, aqui a integrar, de maneira eficiente, o design de produção assinado por Maria Djukorvic. Ao colocar em cena o jarro de flores nada aleatório na sala de tons amadeirados de Virginia Wolf, a cor em questão, conhecida por oscilar entre o quente e o frio, entre o claro e o escuro, representa as emoções da personagem, numa representação visual ampla e rica das nuances e complexidades das experiências emocionais intensas e caóticas que integram a esférica escritora representada com firmeza pelo desempenho dramático de Nicole Kidman. A capacidade do roxo em capturar a dualidade, a ambiguidade e a intensidade das emoções humanas se apresenta em As Horas para fazer o espectador refletir, de maneira inconsciente, sobre os sentimentos complexos e contraditórios que dominam Virginia.

Crustáceos, Clarissa Vaughan e a Conjugação do Verbo “Seguir”

Os siris e demais crustáceos, com sua peculiar forma de andar para trás e para os lados, trazem consigo uma simbologia intrigante no desenvolvimento narrativo do roteiro de David Hare para o drama As Horas: a relação entre sua marcha aparentemente retrógrada e a maneira como muitas pessoas parecem viver presas ao passado. Os siris, os caranguejos e as lagostas, todos parte da ordem Decapoda, são conhecidos por sua habilidade única de andar para trás e para os lados. Essa característica peculiar, além de ser uma adaptação evolutiva para a sua sobrevivência, pode ser interpretada de forma simbólica para a personagem de Meryl Streep no filme, uma mulher que tal como muitos indivíduos em terapia (ou quase sempre não) na contemporaneidade, também parecem se mover pela vida olhando mais para trás do que para frente. A marcha dos siris, em seu movimento aparentemente regressivo, pode ser comparada às atitudes e comportamentos de Clarissa Vaughan, uma figura ficcional esférica e constantemente dominada por traumas, um ser que tem dificuldade em avançar, que se agarra ao passado de maneira excessiva, nesse caso, e sua angustiante conexão com o destrutivo Richard, interpretado brilhantemente por Ed Harris. Essa conexão simbólica nos leva a refletir sobre a nossa própria relação com o tempo e com a memória. Um apego ao que é nostálgico. O passado, com suas lembranças e experiências, pode ser reconfortante, mas no texto dramático em questão, é uma bomba-relógio que se transforma numa contundente barreira para que Clarissa possa evoluir. Nós mesmos, muitas vezes, somos como a personagem: vivemos presos ao passado, com seus relacionamentos findos, traumas não resolvidos, se movendo pela vida de maneira retrógrada, revivendo constantemente experiências que já não existem mais, ou então, não fazem mais sentido para nenhuma das partes envolvidas. Assim como os siris parecem presos em um ciclo repetitivo de movimentos, Clarissa parece estar presa em uma ciranda de lembranças que a impede de seguir em frente. Não é por acaso que os animais aparecem numa cena peculiar da narrativa, destacada nas imagens.

Agora, sendo literal, Clarissa precisa conjugar o verbo seguir ao longo de toda a narrativa, conseguindo isso logo após descartar os crustáceos do jantar que nunca aconteceu e colocar em sua agenda o avanço necessário para uma existência mais confortante diante da vida que já nos estabelece obstáculos suficientes. Como disposto nos compêndios gramaticais, o verbo seguir é multifacetado e possui uma ampla versatilidade linguística e semântica, algo que o torna um elemento fundamental em suas nuances sutis de ação, tempo e modo. Na língua portuguesa, por exemplo, ele apresenta uma conjugação regular, sendo classificado como um verbo da segunda conjugação. Sua raiz, “segu-“, permanece inalterada nas formas infinitivas, gerúndio e particípio, enquanto as flexões de número, pessoa, tempo e modo indicam diferentes contextos e significados. Em suas diversas formas, o verbo reflete a ação de seguir de maneira direta, indicando um movimento físico ou figurativo em direção a algo ou alguém, expressando  diferentes temporalidades e modos de ação. Ademais, além da sua função principal de indicar movimento ou continuidade, o verbo “seguir” possui uma riqueza semântica que vai além do seu sentido literal. Em contextos mais abstratos, o ato de “seguir” pode significar aderir a uma ideia, uma filosofia, um líder ou um estilo de vida. Nesse sentido, o verbo adquire conotações simbólicas que refletem a nossa necessidade intrínseca de direção e orientação. Drenada pelos conflitos internos e externos de sua existência, Clarissa aprende a sua lição na marra. Foi preciso que Richard tirasse a sua vida de maneira trágica para que a personagem fosse forçada a conjugar o verbo em questão, libertando-se de uma redoma de dor, angústia e opressão.

As Possíveis Significações Por Detrás de Um Beijo

Em determinada passagem conflituosa, o filme captura um momento peculiar quando Virginia Woolf compartilha um beijo com sua irmã, Vanessa Bell, interpretada por Miranda Richardson. É uma passagem carregada de emoção e significado, interpretada à luz da psicanálise, oferecendo insights profundos sobre as personagens e as complexidades de seus relacionamentos. Depois de assistir diversas vezes, ler interpretações e apresentar o filme em oficinas de análise cinematográfica, momentos oportunos para assimilação de outras compreensões sobre a narrativa, algo bastante enriquecedor, observo que o beijo entre Virginia e Vanessa pode ser visto como um ato simbólico que vai além da expressão física de afeto, adentrando os territórios turbulentos do inconsciente. Primeiramente, é fundamental compreender o contexto das personagens e a época em que viviam. Virginia Woolf e Vanessa Bell eram irmãs, artistas talentosas e mulheres à frente de seu tempo. Em uma sociedade conservadora e repressora, essas duas mulheres ousavam desafiar convenções e explorar territórios criativos e emocionais “proibidos”. O beijo entre as irmãs pode ser interpretado como uma manifestação da intensidade de seus laços afetivos, que transcendem os limites impostos pela moralidade vigente. Nesse sentido, o beijo entre as irmãs pode ser interpretado também como uma expressão simbólica de conflitos não resolvidos, de desejos ocultos e de uma busca por conexão e integração emocional, bem como do desejo da escritora protagonista sugar aquilo que a irmã, na visão caótica de seu estado mental no momento narrativo, tem de mais valioso: a liberdade.

No design de produção, os adereços importam?

Por fim, vamos aos adereços. O design de produção de um filme tem a função de ler, interpretar e aplicar as indicações do texto dramático na transformação de sua estrutura em uma composição audiovisual. Enquanto a direção de fotografia cuida dos ângulos, enquadramentos, movimentação e iluminação, o design de produção fica responsável por gerenciar a cenografia, a direção de arte, a maquiagem, os figurinos, dentre outras peculiaridades da narrativa, num trabalho conjunto em prol da transformação do roteiro em uma obra finalizada e prestes a ser entregue ao público. Os adereços, mencionado no interrogativo subtítulo, integram a direção de arte de uma narrativa. São os objetos dispostos em cena. No desenvolvimento de As Horas, diversos adereços são repletos de simbologia. Um dos que mais admiro é a fronha do travesseiro do pequeno Ricchie com o pijama do personagem em sua fase adulta, emocionalmente e também fisicamente decrépita, dominada pela falta de interesse em seguir com sua vida, entregue aos desdobramentos das doenças oportunistas que tomam o corpo daqueles acometidos pelo HIV, mas que não se cuidam. É um momento intenso, bastante significativo, mas aqui, me atenho aos adereços que compõem os trajes de Clarissa Vaughan em um trecho específico da narrativa: a visita de Louis Waters, interpretado por Jeff Daniels. Ele é o antigo e grande amor de Richard.

Alguns momentos antes do jantar, a personagem prepara um dos pratos com o manuseio delicado de gemas de ovos, separada das claras, enquanto escuta uma música erudita alta, sendo interrompida pela chegada do homem que representa fortemente lembranças do seu passado turbulento com Richard. É uma passagem do roteiro de poucos instantes, mas densamente carregada por diálogos reveladores, responsáveis por catalisar em Clarissa alguns instantes de pressão psicológica profunda. Louis fala, tece críticas ao comportamento de Richard quando eram parceiros, fala de seu presente e toca em feridas consideráveis para a mulher que, tal como mencionado anteriormente, está longe de conseguir conjugar o verbo seguir. Ao passo que o breve visitante expõe cada linha dos ótimos diálogos do roteiro de David Hare, ela inicia uma movimentação discreta em cena, mas amplificada pelos adereços que compõem o seu figurino. As pulseiras, em especial, criam uma sinfonia de tensão e nervosismo. Metaforizam o caos interno de Clarissa e simbolizam o seu estado de nervos diante de um evento que tem todos os ingredientes para ser catastrófico. A cada gesto da personagem, elas ressoam como metáfora auditiva para as suas angústias. Richard é um escritor à beira da morte, mas recebe uma homenagem pela composição de sua obra. O que deveria ser um momento de celebração se transforma numa ode ao desespero. Clarissa dispensa a sua visita exausta. Louis sai sufocado do encontro. Todos estão por um triz. Até mesmo os coadjuvantes do texto são esféricos, passam pela narrativa e deixam marcas importantes para compreensão da atmosfera na qual as três histórias são compostas. Aqui, a presença dos adereços nos demonstra que por meio de pequeno detalhes na construção de uma narrativa, nós encontramos simbologias e metáforas poderosas, encontradas apenas em textos dramáticos coesos e cuidadosos, como é o caso da tessitura de David Hare para o desenvolvimento dessa obra-prima do cinema contemporâneo.

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