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Entenda Melhor | Lições de Dramaturgia: “Eu Ainda Sei” e a Instabilidade dos Conflitos e Diálogos

Após o estrondoso sucesso do primeiro filme, sequência entrega sangue e violência, mas diálogos vazios e conflitos instáveis.

por Leonardo Campos
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Antes de adentrar na análise dos problemas presentes no desenvolvimento do roteiro da sequência Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado, gostaria de apresentar ao leitor algumas questões acerca de dois conceitos aparentemente banais, mas interessantes quando lidos por uma perspectiva filosófica. Aqui, verso sobre a definição de “brecha” e de “excesso”. Tal tema foi abordado durante uma apresentação acadêmica de um professor visitante na época da pós-graduação. Lembro-me até hoje de ficar indo e voltando na palestra, mesclando as minhas interpretações diante do que era falado com uma lista de filmes, séries e narrativas literárias que havia lido durante a pavimentação do meu repertório cultural. O filme em questão, núcleo da análise dessa breve, mas acredito que elucidativo artigo, também pululou durante as minhas elucubrações. Excessivo e oriundo de uma brecha. Assim é Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado, uma sequência que diverte, mas questiona a inteligência do público.

No que concerne ao excesso, faço menção aos exageros na construção dos planos de vingança do antagonista, trabalhados de maneira banal pelo roteiro, texto que, por meio de uma brecha, isto é, o sucesso do filme anterior, surge para o espectador como uma espécie de retomada de praticamente tudo que foi visto apenas um ano antes, quando Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado chegou aos cinemas e conquistou o público, trazendo um frescor para o âmbito do terror, oriundo da caudalosa onda promovida por Pânico, dirigido por Wes Craven e escrito por Kevin Williamson, o roteirista da primeira batalha de Julie James e seus amigos contra Ben Willis. No campo da Filosofia, o conceito de excesso tem sido tema de reflexão desde as reflexões da Antiguidade. A ideia de ultrapassar limites físicos, emocionais ou intelectuais nos levanta questões profundas sobre a natureza humana e a busca pelo equilíbrio. O Romantismo, por exemplo, enfatizou a exaltação dos sentimentos e a liberdade individual, muitas vezes em detrimento da razão e da moderação.

Assim surge o primeiro questionamento: há uma motivação além do aspecto financeiro, para a existência de Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado? Em seu desenvolvimento, a narrativa de pouco 98 minutos nos pede constante suspensão da descrença, no entanto, mesmo que façamos isso em prol do entretenimento, se torna impossível conceber a sua trama como algo plausível. Isso me leva a pensar o que o professor mencionado anteriormente tratava filosoficamente sobre o excesso, um conceito que pode assumir formas diversificadas: seja na gula, na luxúria, na ambição desmedida ou mesmo no conhecimento sem limites. Aqui, os realizadores, ávidos por atrair mais plateias sedentas por novos filmes de terror, desconsideram a qualidade dramática em prol da gula do entretenimento. Consome-se qualquer coisa, sem questionar. O ideal é lançar, reciclar as mesmas ideias de antes e entregar qualquer coisa.

O filósofo grego Aristóteles abordou a questão do excesso e da falta como sendo contrários à virtude, defendendo a ideia de que o equilíbrio, ou a moderação, é a chave para uma vida ética e plena. Se formos por esse viés, Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado fere todos os princípios éticos da profissão de roteirista: os diálogos são frágeis, quase nunca funciona, a trama é repleta de furos e instabilidades e os personagens, planos, não causam a empatia necessária para o estabelecimento da catarse. A sociedade contemporânea muitas vezes celebra o excesso, seja no consumismo desenfreado, na busca pela fama a qualquer custo ou na obsessão pela perfeição física. No entanto, essas manifestações do excesso frequentemente levam a consequências negativas, como a alienação, a insatisfação crônica e o esvaziamento do sentido da vida. No caso do filme em questão, temos a entrega de uma história que desafia o bom senso e a inteligência de seu público.

Diante desse dilema, é fundamental buscar um equilíbrio entre o desejo de experimentar plenamente a vida e a necessidade de respeitar limites e valores éticos. O filósofo francês Albert Camus propôs a ideia do “equilíbrio trágico”, onde o indivíduo reconhece a absurdez da existência e, mesmo assim, encontra significado e valor em suas ações. Talvez tenha sido essa a leitura de Trey Callaway para o desenvolvimento do roteiro dessa narrativa. Uma leitura, por sua vez, equivocada, afinal, absurdos são sempre bem vindos quando causa espanto, mas não quando transformam o que nos é apresentado em um festival de banalidades. Dirigido por Danny Cannon e escrito por Trey Callaway, Eu Ainda Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado foi lançado em 1998, um ano depois do primeiro filme, um sucesso de bilheteria e de boa relação com a crítica, o que não podemos dizer dessa sequência, rentável, mas completamente falha em suas propostas narrativas. A trama, tecida com muito mistério e reviravoltas pouco criativas, apresentado ao público o velho tema da cartilha slasher: a vingança.

Sua base estrutural gira em torno de Julie James (Jennifer Love Hewitt), uma jovem mulher que ainda luta contra os traumas dos eventos ocorridos no primeiro filme. Ela agora está na universidade, tentando seguir em frente com sua vida. Ela e a sua colega de quarto, Karla (Brandy Norwood), ganham uma viagem para um dos destinos turísticos mais cobiçados da dinâmica de férias globais: Bahamas. Ansiosa pela empreitada, Karla também convida seu namorado, Tyrell (Mekhi Phifer), e um amigo de Julie, Will (Matthew Settle). O primeiro, reclamante constante, personagem extremamente entediante, e o segundo, com uma aparência de bobo, mas paciente e de “bom coração”, possível novo par amoroso para a protagonista. Para ganhar o pacote, as duas precisaram responder a uma simples questão de geografia: “qual a capital do Brasil?”. Sim, elas respondem de maneira ignorante que é o Rio de Janeiro, mas só depois da trilha de corpos pavimentada pelo retorno de Ben Willis é que elas descobrirão que a resposta correta seria Brasília, mas já é tarde demais. Muitos já estão mortos, poucas são as chances de sobrevivência.

Enfim, continuando: quando chegam ao paradisíaco hotel, o grupo descobre que a temporada de furacões está em pleno andamento e o lugar se tornou deserto e isolado. Um destino de verão com piscinas belíssimas e um caudaloso mar perde todo o seu potencial na temporada e durante a estadia, eles estão por lá aparentemente sozinhos, com os funcionários. Ao passo que a tempestade se intensifica, um recurso gótico costumeiro em filmes do estilo, fica evidente que o pesadelo ainda não acabou. O assassino Ben Willis (Muse Watson) está de volta. Sendo assim, Julie e seus amigos são perseguidos por ele, numa nova série de ataques aterrorizantes, com momentos de grande intensidade divididos por sequências arrastadas, responsáveis por quebrar o ritmo da narrativa. Em linhas gerais, problemas de direção e equívocos de roteiro.

O núcleo da trama é a luta de Julie para enfrentar seus medos e o persistente perigo representado por Willis, que parece determinado a terminar o que começou no eficiente Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado. Ademais, é também continuidade dos impactos da vida de Ray Bronson (Freddie Prinze Jr.), afastado de Julie, trabalhando em outra cidade. A sequência busca expandir a história do primeiro filme, adicionando novos elementos, tais como mais personagens para morrer, informações sobre o passado de Ben Willis, dentre outras estratégias, mas nenhuma das novidades faz a história funcionar. É um filme que considero prazer culposo, isto é, já assisti diversas vezes, tenho em minha coleção de DVDS, mas não consigo adentrar na história do dramaturgo Trey Callaway sem reclamar dos diálogos vazios, do desenvolvimento desequilibrado, da falta de enxerto dramático para que essa sequência faça sentido para a sua existência. A palavra-chave para justificar além da bilheteria é a vingança.

Como sabemos ao assistir tantos filmes e séries sobre o assunto, a vingança tem sido um tema recorrente ao longo da história da humanidade. Na filosofia, a questão da vingança é abordada de maneiras diversas, permitindo uma ampla reflexão sobre suas implicações éticas e existenciais. Ela pode ser definida, por exemplo, como a ação de retribuir a alguém um mal sofrido, buscando reparação ou justiça por meio de retaliação. Na filosofia, essa prática levanta questionamentos profundos sobre a natureza humana, a moralidade e a justiça. Diversos filósofos ao longo da história se dedicaram a refletir sobre a vingança e suas implicações, contribuindo para um debate rico e multifacetado. Um deles foi Immanuel Kant, um dos filósofos mais influentes da tradição moral ocidental, figura social que abordou a questão da vingança sob a perspectiva da ética deontológica. Para Kant, a moralidade não deve ser baseada em emoções ou desejos pessoais, mas sim na racionalidade e no respeito pela dignidade humana. Nesse sentido, a vingança, marcada pela emoção e pela busca de revide, seria incompatível com a moralidade kantiana.

Ben Willis, aqui, seria um não leitor do filósofo. Dominado pelo desejo de causar dor para a protagonista, ele decide projetar um cenário escalafobético para cometer seus assassinatos, deixando um rastro de sangue que envolve diversas pessoas que não possuem nada a ver com a situação. É um revide de um desajustado, tomado pela irracionalidade. Kant, por sinal, argumentava que a vingança cria um ciclo de violência e retaliação que não leva à verdadeira justiça, mas sim à perpetuação do mal. Em sua visão, a justiça deve ser buscada por meios racionais e institucionais, baseados em princípios universais e na lei. Assim, a vingança seria uma forma de autodefesa baseada na paixão, que não se sustenta diante dos princípios morais universais. Por outro lado, Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, apresentou uma visão provocativa sobre a vingança e a moralidade. Contrapondo-se a Kant, Nietzsche questionou a noção de uma moral universal e defendeu uma ética mais individualista e “perspectivista”.

E o que é isso? Simples: para Nietzsche, a vingança poderia ser uma expressão legítima da vontade de poder e da afirmação do eu. Nietzsche via a vingança como uma manifestação da força e da vitalidade do indivíduo, uma forma de afirmar sua própria existência diante das adversidades. Segundo o filósofo, a busca por vingança poderia ser uma fonte de empoderamento e superação por conta própria, transcendendo as convenções morais e sociais que limitam a expressão plena do ser humano. Ben Willis, o pescador atropelado, jogado ainda com vida no mar, por um grupo de jovens apavorados pelas consequências de um atropelamento teria, então, o seu direito de vingança. Mas, nós precisamos lembrar que ele também se vingou de uma pessoa antes do seu atropelamento. Seria, então, a perpetuação de um ciclo sem fim de violência e morte? Algo para ser pensado. Ao leitor, as devidas explicações para a presença dessa passagem sobre filosofia ao longo da análise de um filme com roteiro tão vazio.

Em linhas gerais, a filosofia nos oferece uma ampla gama de reflexões e perspectivas sobre o tema da vingança. Enquanto refletia sobre as narrativas do subgênero slasher, decidi investigar mais sobre o conceito de vingança para melhor compreender porque é o tema mais recorrente não apenas nesse estilo de filmes, mas em diversos outros tipos de narrativa. Basicamente, a vingança é considerada uma “temática universal”, presente em culturas diversas. Ao ler sobre o tema, somos levados a refletir que cabe a cada indivíduo refletir profundamente sobre o significado e as consequências de desejar vingança, considerando não apenas as emoções imediatas e a busca por justiça individual, mas também as implicações éticas e morais de tais ações. No entanto, precisamos ser realistas: como perdoar o namorado da sua jovem filha, a única a não sobreviver em um acidente de carro, sendo que o moço ficou vivo e inteirinho? É possível não agir com emoção e irracionalidade diante de tamanha dor? Ademais, depois de ser atropelado e jogado ainda vivo no mar, como não sentir um desejo profundo de retaliação diante de jovens inconsequentes, irresponsáveis na direção, dominados pelo álcool?

Aqui, se estabelece o “falar é fácil”. E, por falar em facilidades, dando continuidade ao que chamo de lições de dramaturgia, precisamos pensar na ausência de conflitos significativos em Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado. O conflito é um elemento crucial na narrativa cinematográfica, pois aprofunda a trama, desenvolve personagens e mantém o interesse do público diante do que é apresentado. Sem conflito, como diz a maioria dos manuais de roteiro, não há história. E, com conflitos frágeis, a história se desenvolve sem vigor. O conflito desempenha um papel fundamental na criação de tensão, emoção e resolução nas histórias contadas, em suma, é a base da narrativa cinematográfica, referindo-se ao choque de forças opostas que impulsionam a história adiante. Os conflitos podem surgir de diversas fontes, como conflitos internos dos personagens, conflitos interpessoais, conflitos com o ambiente ou mesmo conflitos sociais e políticos. Por questões didáticas, os manuais dividem os conflitos em internos e externos: o conflito interno se refere aos dilemas emocionais enfrentados pelos personagens, como lutas de consciência, desejos contraditórios e conflitos de identidade. O conflito externo envolve confrontos físicos, emocionais ou sociais entre personagens ou com forças externas.

Ainda imaturo, o escritor Trey Callaway não possuía uma experiência significativa quando escreveu a sequência de Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado, talvez por isso os conflitos internos e externos do filme sejam tão instáveis. Além de roteirista, ele também já atuou como produtor e diretor, conhecido por suas habilidades em diversos gêneros, dentre eles, o drama, o terror e a ficção científica. Formado pela Universidade do Sul da Califórnia (USC), onde obteve um diploma em Produção Cinematográfica pela prestigiada Escola de Artes Cinematográficas. Callaway é reconhecido por seu trabalho em várias séries de televisão de sucesso. Alguns dos seus projetos mais notáveis incluem: Revolution, uma série de ficção científica pós-apocalíptica criada por Eric Kripke, na qual Callaway serviu como escritor e produtor executivo; CSI: NY, parte da franquia de sucesso “CSI”, onde ele escreveu e produziu vários episódios. Esteve em Supernatural, série de fantasia e terror criada por Eric Kripke, contribuindo como escritor. The Messengers, uma série de drama sobrenatural na qual Callaway foi cocriador, produtor executivo e escritor. Station 19, um spin-off de Grey’s Anatomy, onde Callaway atuou como consultor de produção e roteirista. Não conheço todos os trabalhos mencionados, mas a julgar pelo filme que analisamos aqui, Callaway não parece um grande aliado dos bons conflitos.

O conflito impulsiona a ação e o desenvolvimento dos personagens, criando momentos de virada e crescimento emocional, além de manter o interesse do público, gerando tensão, suspense e catarse emocional, algo que não acontece no desfecho irregular do equivocado Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado, um slasher com encerramento morno, óbvio, com uma brecha distorcida para uma possível sequência, algo ainda mais impossível de se conceber depois de todos os acontecimentos do resort. O conflito bem construído pode envolver emocionalmente o espectador, levando-o a torcer pelos personagens e se conectar com a história e desafia as expectativas do público, levando a reflexões sobre questões morais, éticas e sociais. Isso também não acontece. Não me julguem, mas quem não deu um “salve” depois que Ben Willis silenciou completamente o antipático Tyrell, eliminando os diálogos birrentos e imaturos do personagem? Acredito que muita gente. Ao explorar o conflito de forma habilidosa, os roteiristas podem criar experiências cinematográficas profundas e impactantes, capazes de envolver e inspirar o público. O estudo do conflito em roteiros cinematográficos não só revela a arte de contar histórias, mas também a essência da experiência humana e das emoções universais que nos conectam através do cinema, algo que infelizmente não acontece por aqui.

Além dos conflitos, temos como problema nesse filme a irregularidade dos diálogos fracos, responsáveis pelo impacto negativo no desenvolvimento do enredo, comprometendo a qualidade e a eficácia do filme. Ao tecer diálogos frágeis, o roteirista promove a diminuição da credibilidade dos personagens, pois diálogos artificiais ou forçados podem fazer com que os personagens pareçam inautênticos ou pouco convincentes. Isso prejudica a capacidade do público de se conectar emocionalmente com eles e compromete a credibilidade do enredo. Além disso, causa um grave comprometimento da narrativa, pois diálogos mal escritos podem falhar em transmitir informações cruciais para a compreensão da trama. Isso pode resultar em confusão ou falta de clareza no desenvolvimento do enredo, deixando os espectadores desorientados ou desinteressados. Em Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado, esse problema nos leva especialmente ao processo de perda de ritmo, pois a trama é prejudicada severamente pelos  diálogos prolixos, desnecessários ou indevidamente pontuados.

As versar sobre falhas nos diálogos nós acabamos tendo que lidar com a falta de profundidade emocional, pois os diálogos que não capturam a sutileza das emoções humanas podem deixar os momentos dramáticos ou sentimentais do filme sem impacto. A profundidade emocional dos personagens e suas interações são frequentemente transmitidas através de conversas bem escritas. Falar de diálogo ruim é contemplar a inconsistência no desenvolvimento dos Personagens, afinal, diálogos inconsistentes podem fazer com que os personagens se comportem de maneiras não alinhadas com seu desenvolvimento anterior ou com suas motivações estabelecidas. Isso resulta em perfis de personagens incoerentes e confusos, culminando no desinteresse do público. Se os diálogos são tediosos ou desinteressantes, o público pode perder o interesse no filme. O diálogo deve ser envolvente e agregar valor à narrativa, mantendo os espectadores investidos na história. Importante: o atrito na dinâmica dos personagens está diretamente ligado ao processo de interação entre personagens. Algo fundamental para o desenvolvimento de suas relações. Diálogos fracos podem impedir a construção de relações convincentes e dinâmicas, prejudicando a coesão do elenco.

Ademais, desleixar nos diálogos é falhar criação de um bom ambiente e tom: o diálogo é uma ferramenta poderosa para definir o tom e o ambiente do filme. Caso seja mal utilizado, pode resultar em um ambiente que não condiz com a visão criativa ou a intenção do diretor. No geral, caro leitor, diálogos bem escritos são fundamentais para a construção de um enredo cinematográfico coeso, envolvente e emocionalmente ressonante. Quando os diálogos falham, todos esses aspectos do filme podem ser negativamente afetados, comprometendo a experiência geral do público. Praticamente todos esses tópicos problemáticos estão presentes em Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado, um filme com alguns momentos eletrizantes e empolgantes, mas dramaticamente em curto circuito na maioria de suas passagens. Assim, de uma brecha (o sucesso de 1997) surgiu o excessivo texto da sequência, assumida por Danny Cannon, uma mirabolante narrativa sobre vingança que não convence.

E a coisa ainda piora: vocês conseguem acreditar que existe uma sequência chamada Eu Sempre Vou Saber O Que Vocês Fizeram No Verão Passado? Sem o elenco original, o filme menciona Ben Willis como uma lenda urbana. Aqui no Brasil, foi lançado direto no mercado de DVD, sem passagem pelos cinemas. A história se passa um ano após a morte acidental de um amigo, envolvendo um grupo de adolescentes que decide encobrir o incidente. A trama centraliza-se em Amber, Colby, Zoe, Roger, e PJ, que fazem um pacto de manter o segredo sobre a morte acidental de PJ durante uma brincadeira de assustar numa feira de cidade. Um ano depois, os sobreviventes começam a receber mensagens ameaçadoras de alguém que afirma saber sobre o que aconteceu no verão anterior. A situação torna-se mais intensa quando um misterioso assassino, vestido como o Pescador empunhando um gancho, começa a persegui-los e a matá-los um a um. Os jovens tentam desvendar a identidade do assassino enquanto lutam por suas vidas. O filme segue a fórmula de suspense e horror da franquia, trazendo elementos típicos do gênero slasher, como perseguições e o desenrolar de um mistério ligado a um segredo mortal. Apesar de sua conexão com os filmes anteriores da série, Eu Sempre Vou Saber o Que Vocês Fizeram No Verão Passado apresenta uma nova história e novos personagens, trazendo uma continuação da franquia ainda mais caótica e desnecessária.

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