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Entenda Melhor | Lições de Dramaturgia: Brokeback Mountain e a Arte da Sutileza

Tecido por Diana Ossana e Larry McMurtry, o roteiro da tradução cinematográfica do conto homônimo de Annie Proulx é uma obra-prima da sutileza.

por Leonardo Campos
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Antes de iniciar mais uma reflexão sobre lições de dramaturgia, peço licença ao leitor para contextualizar a narrativa cinematográfica em questão: O Segredo de Brokeback Mountain, dirigido por Ang Lee, cineasta que teve como base o roteiro da dupla formada por Diana Ossana e Larry McMurtry, dramaturgos inspirados no conto homônimo de Annie Proulx. No enredo, acompanhamos a jornada de dois jovens caubóis: Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal), homens que se conhecem e formam um forte vínculo enquanto trabalham juntos no pastoreio de ovelhas na isolada região montanhosa de Brokeback Mountain, no estado de Wyoming, em 1963. Conforme a narrativa avança, os seus sentimentos afetuosos evoluem para um relacionamento amoroso secreto e complexo. Por causa das conservadoras normas sociais da época, ambos acabam se casando com mulheres e formando suas famílias: Ennis com Alma (Michelle Williams) e Jack com Lureen (Anne Hathaway). Apesar de suas vidas separadas e os anos que se passam, Ennis e Jack continuam a se encontrar esporadicamente, mantendo seu relacionamento em segredo.

No enredo, acompanhamos momentos de catarse acerca de tópicos como o amor proibido, a luta entre os desejos pessoais e as expectativas sociais, bem como o impacto emocional e psicológico de esconder uma parte essencial de si mesmo. Ousado, o filme quebra algumas convenções diante do cristalizado imaginário da figura do caubói na cultura estadunidense, trazendo para o cinema mainstream uma temática delicada e geralmente abordada em narrativas do circuito independente. O foco, aqui, é analisar a sutileza na construção da narrativa, tanto por meio das eficientes rubricas do roteiro quanto pelas armadilhas evitadas pelos roteiristas na composição de uma história que, ao cair em mãos menos experientes ou de pouca sensibilidade, poderia ter gerado uma trama menos impactante. Antes de adentrar nas peculiaridades das rubricas e dos elementos específicos do roteiro, convido-lhes para um breve panorama sobre o imaginário do caubói na cultura estadunidense, juntamente com algumas reflexões sobre homofobia e não aceitação da diversidade sexual, temas polêmicos retratados no filme, mas já apresentados no conto homônimo de Annie Proulx, estrutura para a dupla de roteiristas Diana Ossana e Larry McMurtry desenvolverem o enredo.

Imaginário e Escrita Contextualizada: Um Tema do Passado que Reverbera no Presente

A não aceitação da homossexualidade por parte de alguns homens é um assunto complexo e multifacetado que pode ser influenciado por diversos fatores individuais, culturais, sociais e psicológicos. Podemos ver isso refletido no desenvolvimento de O Segredo de Brokeback Mountain quando Jack Twist, apaixonado e no ápice do seu desejo de viver ao lado do grande amor, Ennis Del Mar, propõe uma vida conjunta e tem o seu pedido negado, haja vista os traumas psicológicos do parceiro, um homem que em sua infância, foi apresentado ao corpo de um homem morto por moradores locais, tendo como motivação a homofobia de uma época em que não era aceitável a convivência entre dois homens. Sabemos que a sociedade em que nos inserimos desempenha um papel significativo na formação da identidade e da autoestima das pessoas, inserindo normas e expectativas específicas de gênero desde cedo. A masculinidade tradicional frequentemente é associada a características como virilidade, força, coragem e heterossexualidade. Para Ennis, por mais que internamente o amor por Jack transbordasse, por fora, havia o sentimento de vergonha, bem como do medo diante dos possíveis enfrentamentos que ambos teriam de lidar com a gritante muralha de preconceitos da região onde viviam.

Dessa maneira, diante do contexto em questão, podemos refletir que o filme reflete a trajetória de homens que não se conformam com esses padrões, figuras sociais que precisam enfrentar discriminação, estigma e pressões sociais para se enquadrarem em um modelo ideal de masculinidade. Mesmo com todas as mudanças alcançadas por suas lutas e comunidades, passeatas e paradas, a história dos personagens de O Segredo de Brokeback Mountain é algo ainda muito atual. Basta acompanhar os telejornais e as notícias por outros meios de comunicação para confirmar o que apresento aqui. No mundo globalizado e avançado da contemporaneidade, ainda há muita gente sendo assassinada por homofobia. Além disso, a religião e as crenças pessoais também desempenham um papel fundamental na forma como os indivíduos percebem sua própria homossexualidade. Em algumas tradições religiosas e culturais, a homossexualidade é considerada pecaminosa, imoral ou inaceitável, o que pode levar os homens a reprimir seus sentimentos e desejos por medo de serem rejeitados por suas comunidades, familiares ou círculos sociais. Esse é o caso de Ennis Del Mar.

Temos também a falta de educação e conscientização sobre diversidade sexual e de gênero, situação que geralmente contribui para a não aceitação da homossexualidade por parte de alguns homens. O desconhecimento e os estereótipos negativos sobre orientações sexuais não heterossexuais geram preconceitos e situações violentas de intolerância, dificultando a aceitação e a compreensão das diferenças individuais. Ademais, questões relacionadas à saúde mental, autoestima e aceitação pessoal também desempenham um papel preponderante na forma como os homens lidam com a sua homossexualidade. A internalização de preconceitos e a luta contra a homofobia, transformada em conflito interno, como o caso do circunspecto Ennis Del Mar, podem criar barreiras emocionais e psicológicas para aceitar plenamente a própria identidade sexual. O personagem em questão, receoso das reações de uma possível pressão social, bem como a expectativa de conformidade com a heteronormatividade em diversos ambientes, como o trabalho, a família e os grupos de amigos, abraça ternamente a jaqueta de seu amado morto no final, colocando-a juntamente com uma fotografia da montanha onde desenrolaram a sua história de amor. Pra ele, estar com Jack seria amar e ser amado, mas isso era uma questão impossível por conta das forças gravitacionais do preconceito e do medo da não aceitação.

Esse medo do preconceito, da discriminação e do isolamento pode levar alguns homens a negarem ou esconderem sua homossexualidade para evitar consequências negativas em suas vidas pessoais e profissionais. Ennis se descontrola quando Alma menciona a sua relação homossexual com Jack. Ele também provavelmente receava a objeção da cuidadosa filha Alma Jr. O que ela poderia pensar? Em linhas gerais, diante de um tema tão delicado, é preciso ser sutil e abordar a temática sem histeria, numa estratégia de composição textual dramática que permite a fluência do tema com permissão para o espectador contemplar a questão com mais profundidade. É o que a dupla formada por Diana Ossana e Larry McMurtry faz ao traduzir o conto de Annie Proulx para o cinema. A não aceitação da homossexualidade por parte de alguns homens é um reflexo da interação complexa de fatores sociais, culturais, psicológicos e individuais que moldam a forma como as pessoas percebem e constroem sua identidade sexual. A criação de ambientes inclusivos e tolerantes, juntamente com o apoio emocional, educacional e psicológico, pode ser fundamental para ajudar os homens a superarem o estigma e a internalização de preconceitos, promovendo a aceitação e o respeito à diversidade sexual e de gênero. Vejo o filme como um trampolim para a discussão sobre o assunto, pois é fundamental promover o diálogo, a conscientização e o respeito mútuo para construir sociedades mais inclusivas e acolhedoras para todas as formas de amor e identidades de gênero.

Adentrando agora pelo conceito de imaginário, o dramaturgo precisa compreender que, ao retratar uma história que mexe com peças cristalizadas em nosso cenário cultural, ele acaba por mergulhar em um conceito multifacetado, convidado a explorar a intersecção entre a realidade tangível e a riqueza do mundo subjetivo que habita as nossas mentes. Basicamente, o imaginário se refere ao poder da imaginação, à capacidade humana de conceber realidades alternativas, construir mundos fictícios e experimentar sensações e pensamentos além do mundo material. É um espaço de liberdade criativa, onde barreiras são rompidas e novas possibilidades emergem. Em O Segredo de Brokeback Mountain, dois homens revestidos pela imagem dos caubóis, embarcam numa história de amor profunda e rasuram o imaginário social diante daquilo que foi concebido sobre essas figuras históricas na cultura estadunidense, analisadas em pormenores mais adiante. Do conto de Annie Proulx, ao roteiro de Diana Ossana e Larry McMurtry, percebemos o quão corajosos são os envolvidos na concepção dessa história que toca em cordas sensíveis de uma sociedade ainda dominada pela homofobia.

No campo das artes, o imaginário se manifesta através de pinturas, esculturas e performances que desafiam a percepção e convidam o espectador a questionar a realidade. No âmbito da psicologia, o imaginário desempenha um papel crucial no desenvolvimento humano. Através da imaginação, as crianças exploram sua criatividade, desenvolvem habilidades cognitivas e emocionais e constroem narrativas que moldam sua visão de mundo. Para os psicólogos, compreender o imaginário é essencial para entender a mente humana e sua capacidade de simbolizar, significar e interpretar experiências. Além disso, o imaginário desempenha um papel importante na construção de identidades individuais e coletivas. Narrativas compartilhadas, mitos e símbolos moldam a visão de mundo de uma comunidade e estabelecem conexões emocionais e sociais entre seus membros. Desta forma, o imaginário não é apenas uma expressão individual, mas também um fenômeno coletivo que une as pessoas em torno de valores, crenças e ideais compartilhados. No desenvolvimento de O Segredo de Brokeback Mountain, o imaginário em torno dos caubóis está cristalizado de tal maneira que é impossível conceber a união entre dois homens másculos que, na concepção cultural, deveriam “agir como homens”.

E o que isso significa? Simples: homens não trocam beijos calorosos, não aproximam sexualmente os seus corpos, não trocam olhares de ternura, tampouco possuem qualquer trejeito que os denuncie. A velha homofobia ainda presente nos dias de hoje que, pasmem, domina até mesmo o reduto dos homossexuais, pois há situações absurdas em que ser ativo, passivo ou versátil sexualmente denominam as posições hierárquicas desses homens dentro de seus círculos sociais. De volta ao imaginário, é importante reconhecer que o imaginário também pode ser fonte de ilusão e alienação. Narrativas distorcidas, imagens idealizadas e fantasias inatingíveis podem gerar expectativas irreais e levar ao desencanto e à desilusão. Neste sentido, é essencial cultivar um senso crítico em relação ao imaginário, questionar suas origens e suas consequências e buscar um equilíbrio saudável entre a imaginação e a realidade, pois em um mundo marcado pela velocidade das mudanças e pela avalanche de informações, o imaginário se apresenta como um refúgio de introspecção e criatividade.

Ao permitir-se explorar mundos imaginários, construir narrativas pessoais e compartilhar experiências simbólicas, o ser humano nutre sua capacidade de sonhar, de se reinventar e de conectar-se consigo mesmo e com os outros. Foi o que Annie Proulx fez ao escrever o conto Brokeback Mountain. Adentrar em um imaginário cristalizado e rasurar as suas normas, polemizar até chegar ao crivo dos roteiristas que transformaram a história em texto cinematográfico, assumido por Ang Lee e alçado ao sucesso de crítica e bilheteria na época de seu lançamento. Por fim, o conceito de imaginário nos convida a transcender as fronteiras da realidade objetiva e a habitar um espaço de possibilidades infinitas. É na interseção entre o tangível e o intangível, entre o concreto e o imaginado, que encontramos a verdadeira essência da experiência humana – um fluxo contínuo de significados, símbolos e imaginação que enriquece nossa existência e nos convida a explorar os limites da nossa própria criatividade.

Diante do exposto, no contexto em questão, o imaginário não é apenas um domínio da mente, mas uma dimensão essencial da nossa humanidade – um espelho que reflete nossos desejos, medos e aspirações mais profundas. Ao reconhecer o poder e a complexidade do imaginário, somos desafiados a ampliar nossos horizontes, a questionar nossas certezas e a abraçar a incerteza e a ambiguidade que permeiam nossa jornada rumo ao desconhecido. É o que nos leva ao que concebemos de normas e condutas diante da figura do caubói, um ícone que há muito tempo tem desempenhado um papel significativo na cultura dos Estados Unidos. Representando originalmente os trabalhadores rurais que cuidavam do gado no oeste americano durante os séculos XIX e XX, o cowboy evoluiu para muito mais do que apenas um trabalhador do gado. Ele se tornou um símbolo de liberdade, aventura, coragem e independência, incorporando os ideais de individualismo e tenacidade valorizados pela sociedade americana. É o símbolo da virilidade, isto é, do macho alfa. O cowboy, com seu chapéu de abas largas, botas de montaria e laço, personifica a imagem romântica do Oeste Selvagem que capturou a imaginação não só dos americanos, mas também de pessoas ao redor do mundo.

No entanto, é importante entender que essa imagem idealizada do caubói muitas vezes contrasta com a realidade histórica de sua vida e trabalho. E, no caso de O Segredo de Brokeback Mountain, de sua diversidade sexual, pois não apenas Ennis e Jack dão vazão aos seus desejos sexuais e sentimentais, mas também outros homens enclausurados pelas regras sociais ditadas numa época bastante opressora para qualquer manifestação que fugisse do imaginário cristalizado em torno dessas figuras historicamente simbólicas. O caubói histórico era uma figura complexa, muitas vezes proveniente de diversas origens étnicas, como mexicanos, afro-americanos e nativos americanos, que desempenhavam um papel fundamental na pecuária do Oeste. Longe da representação estereotipada do herói solitário e branco, o caubói real lidava com condições difíceis, trabalho árduo e enfrentava desafios como o isolamento, o clima extremo e conflitos territoriais. Apesar das dificuldades enfrentadas a sua imagem foi romantizada e popularizada por meio de livros, filmes, músicas, histórias em quadrinhos, dentre outras manifestações midiáticas da cultura de massa ao longo do profícuo século XX.

A Era de Ouro do Western contribuiu para reforçar a noção do cowboy como um ícone da masculinidade, da bravura e do espírito individualista, moldando assim a representação popular e duradoura do caubói na cultura americana. Além disso, ganhou ressonâncias no âmbito da diretamente a moda, pois a invenção do estilo de vida do caubói, sua ética de trabalho e seu código de conduta tiveram um impacto duradouro na identidade, refletindo valores como a coragem, a lealdade e a determinação. Torna-se importante reconhecer que a figura do caubói também está repleta de complexidades e contradições. A história da figura do caubói na cultura dos Estados Unidos é um lembrete do poder da mitologia e da narrativa na construção da identidade nacional. Diante de toda sua complexidade e ambiguidade, eles representam um papel central no imaginário estadunidense, inspirando debates sobre autenticidade, representação e memória coletiva. Talvez por isso, intimidada, a “comissão” do Oscar tenha entregado a estatueta de Melhor Diretor para Ang Lee e para a dupla de roteiristas Diana Ossana e Larry McMurtry, mas negado o esperado troféu de Melhor Filme, afinal, a história em questão pega o imaginário em torno dessas figuras e vira tudo pelo avesso. Para muitos votantes, seria muito ultrajante conceber um prêmio máximo no evento mais cobiçado do cinema global, para uma narrativa sobre dois personagens que rasuram a imagem cristalizada dos caubóis. Vai entender.

A Arte da Sutileza: O Poder das Rubricas no Roteiro Cinematográfico

Em algum momento de sua vida, caro leitor, você já deve ter lido ou escutado algo do tipo “um olhar vale mais que mil palavras”. Essa é uma expressão profundamente enraizada na história da humanidade. O poder de comunicação não verbal, capaz de transcender barreiras linguísticas, tem sido uma fonte de fascínio e estudo para filósofos ao longo de muitos séculos. Sabemos que a comunicação humana vai muito além das palavras. Gestos, expressões faciais, tom de voz e olhares desempenham um papel crucial na transmissão de emoções. Enquanto as palavras podem transmitir informações de forma direta e explícita, a linguagem corporal e os olhares possuem uma sutileza e profundidade que muitas vezes escapam às palavras. Não reforço aqui que um roteiro cinematográfico tenha que, necessariamente, ser desprovido de diálogos. Não é isso. O que reforço é a importância de compreender que, ao escrever ficção, os roteiristas entendam que estão lidando com imagens em movimento e som, e, por isso, podem potencializar as suas intenções narrativas com gestos, olhares, nalgumas vezes, mais valiosos que as palavras abundantes. O olhar, em particular, é uma forma de comunicação universal e atemporal.

Observe os excertos selecionados. São momentos do filme onde olhares e gestos valem mais que os diálogos em si. São momentos de muita expressividade, permitidos pela sutileza das rubricas e pelo direcionamento do realizador diante do texto dramático alheio.

Quando dizemos que “um olhar vale mais que mil palavras”, nós reconhecemos que há profundidade e complexidade na comunicação não verbal. Essa expressão sugere que há certas verdades e emoções que são comunicadas de maneira mais eficiente por meio de olhares ou gestos. Ela nos aponta para determinadas limitações da linguagem verbal e para a riqueza da linguagem não verbal na expressão da experiência humana. Do ponto de vista filosófico, a expressão “um olhar vale mais que mil palavras” nos realça questões importantes sobre a natureza da linguagem, da comunicação e da experiência humana. Ela nos convida a refletir sobre a complexidade da comunicação não verbal e sobre o papel do olhar na nossa compreensão mútua e conexão emocional. Em linhas gerais, a expressão “um olhar vale mais que mil palavras” nos lembra da profundidade e da nuance da experiência humana. Ela destaca a importância da comunicação não verbal na expressão de emoções e conexões genuínas. Ao explorar o significado e as implicações filosóficas dessa expressão, compreendemos a riqueza da linguagem não verbal e também cultivamos maior consciência sobre o ato de se comunicar. No cinema, esse processo pode ser concebido na composição das rubricas do roteiro.

As rubricas desempenham um papel fundamental na estruturação e na comunicação das intenções dos roteiristas no contexto da produção cinematográfica. A inserção de rubricas no roteiro representa algo além dos direcionamentos técnicos para os envolvidos na produção de um filme. No geral, elas desempenham um papel essencial na transmissão da visão artística do roteirista. Ao descrever elementos como ambientação, expressões faciais, movimentos de câmera e atmosfera emocional, as rubricas fornecem um guia interpretativo para os leitores do roteiro, permitindo-lhes compreender não apenas o que é dito, mas também o que é sentido e visualizado em cada cena. Nelson Rodrigues, dramaturgo brasileiro, é um dos maiores mestres na arte da composição de rubricas. É um dos grandes pontos dos seus textos dramáticos, inclusive de seus contos. Quem deseja traduzir suas histórias para o formato audiovisual já encontra metade do caminho percorrido. Aqui, no desenvolvimento de O Segredo de Brokeback Mountain, os responsáveis pelo roteiro são formidáveis nesse processo, pois um aspecto relevante das rubricas é permitir que metáforas visuais, sugestões de enquadramentos e direções de mise-en-scène proporcionem um alicerce criativo para o trabalho dos diretores de fotografia e dos diretores de cena, permitindo-lhes a tradução do texto dramático em imagens significativas.

Ademais, ao tecer os fios ficcionais de roteiros cinematográficos, os dramaturgos lidam com uma ação que exige habilidade técnica, criatividade e visão. Para alcançar uma narrativa de qualidade dramática como contemplamos em O Segredo de Brokeback Mountain, os roteiristas devem evitar certas armadilhas comuns que podem prejudicar a estrutura, o desenvolvimento dos personagens e a fluidez da história. Observe o gráfico com algumas das tais armadilhas evitadas nesse filme e que devem ser abolidas por quem deseja compor boas histórias.

E você, caro leitor, conhece outras histórias adornadas por sutilezas como a que analisamos por aqui? Opine em seus comentários.

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