E então houve a adorável ideia de Sidney Newman para eu interpretar o Doutor de forma mais leve, com uma espécie de caráter chaplinesco, embora sem a habilidade do Sr. Chaplin. Ele era um gênio da mímica. Mas era o que Sidney Newman tinha em mente, e ele queria que eu fizesse coisas estranhas e maravilhosas com mímica, coisas que eu era incapaz de fazer, então tentei interpretar tudo conforme me vinha à mente. E foi um alívio maravilhoso interpretar uma personagem assim, sabe, um pouco trapalhão […]
Patrick Troughton
O 2º Doutor
1966 – 1969
Patrick George Troughton nasceu em Londres, em 25 de março de 1920, e faleceu em Columbus, Georgia (EUA), em 28 de março de 1987. Sua carreira no cinema começou em 1948, no filme Escape, dirigido por Joseph L. Mankiewicz (A Malvada, Cleópatra). O interessante é que neste filme, Troughton realizou um papel pequeno, mas um dos personagens principais do elenco era ninguém menos que William Hartnell, o 1º Doutor.
Antes, porém, de seu début cinematográfico, o ator já estivera em três telefilmes, dois deles baseados em obras da Shakespeare (Hamlet e Rei Lear) e uma ficção científica chamada R.U.R.
Seu primeiro grande papel veio em 1948, com a segunda participação em uma filmagem de Hamlet, mas desta vez, sob direção de Laurence Olivier. No ano seguinte ele voltaria a atuar em um telefilme com base na obra de Shakespeare, Macbeth; e em 1955, interpretaria Tyrell em Ricardo III, outro filme de Oliver. Constam ainda em seu currículo filmes como O Fantasma da Ópera (1962), A Profecia (1976) e Simbad e o Olho do Tigre (1977), além de um grande número de séries de TV, mesmo antes de sua estreia com o Doutor em Doctor Who.
Cybermen: os maiores inimigos do 2º Doutor.
Após a decisão de substituir um cansado e doente William Hartnell no papel do Time Lord mais querido, os produtores de Doctor Who tinham um grandioso problema nas mãos. Nunca na televisão tinha-se substituído um ator principal com esse conceito de mudança. A ideia não era de trazer às telas um sósia do ator anterior, mas um ator diferente e com características dramáticas diferentes, que interpretaria a mesma personagem!
Surgiu então o conceito de regeneração em DW, uma saída de mestre para trocar o ator principal sem causar danos à história. Todavia, como era a primeira vez que a BBC executava essa mudança, o medo de uma rejeição do público e a possibilidade de cancelamento do show estavam sobre a mesa. Ao saber do ator escolhido para substituí-lo na série, William Hartnell aprovou a ideia: “Há apenas um homem na Inglaterra que pode assumir o papel, e esse é Patrick Troughton”.
Há uma brincadeira whovian que diz que se o 1º Doutor foi um tipo “avô”, o 2º Doutor foi um tipo “tio”.
O fato é que Troughton deixou de lado a sua ideia inicial de interpretar um Doutor mais sério, uma espécie de pirata obscuro, e adotou a ideia de Newman sobre o caráter chapliniano para o personagem. Isso fez de seu Doutor um Time Lord mais cômico, sempre com chapéus ridículos, brincadeiras, frases de efeito cômico e ironias. Ele costumava a enganar seus inimigos (os Cybermen foram os principais) ao invés de usar a força, como muitas vezes a sua encarnação anterior fazia, e muito bem, por sinal.
O Segundo Doutor vestia-se de modo bastante parecido com o do Primeiro, porém, com menos elegância. Ele adotou como adorno principal a gravata borboleta (sua 11ª encarnação voltaria a usá-la e criaria o bordão de encarnação “BOW TIES ARE COOL”). Já comentei sobre os chapéus ridículos, que era uma constante nas suas aparições, além de um grande casaco de pele que ele usava de vez em quando.
Primeira aparição: The Tenth Planet (cameo), 1966
Primeira aparição como Doutor: The Power of the Daleks (1966)
Regeneração: The War Games (1969)
Última aparição: The Two Doctors (1985)
Primeira frase: Araagh, slower…slower! Concentrate on one thing…one thing!
Última frase: Is this some sort of joke? No, I refuse to be treated in… What are you doing? No! Stop! You’re making me giddy! No! You can’t do this to me. No! No! No! No! No! No! No!