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Crítica | Xena: A Princesa Guerreira – 1X01: Pecados do Passado

O começo de uma bela amizade.

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 6
Número de episódios: 134
Período de exibição: 04 de setembro de 1995 a 18 de junho de 2001
Há continuação ou reboot?: A série em si é um spin-off de Hércules: A Lendária Jornada, com a protagonista sendo apresentada ao longo de três episódios da primeira temporada. Em 1998, a personagem protagonizou o longa animado Hércules e Xena – A Batalha pelo Monte Olimpo.

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O sucesso de Hércules: A Lendária Jornada e da introdução de Xena, vilã transformada em heroína ao longo de três episódios da primeira temporada da série, levou os produtores da série original, dentre eles Robert Tapert (criador de ambas) e Sam Raimi, a produzir um spin-off no mesmo ano e que acabaria durando o mesmo número de temporadas, ainda que com mais episódios na contagem geral. Trata-se de uma excelente forma de se entender princípios de Economia dentro da Indústria do Audiovisual, já que, com toda a equipe de produção lotada na Nova Zelândia, acrescentar simultaneamente outra série no mesmo universo e, portanto, filmada nos mesmos lugares e com utilização compartilhada de recursos demonstra enorme tino para aproveitamento de capacidade ocioso e de recursos.

Vivida pela neozelandesa Lucy Lawless, Xena, diferente de Hércules, não é uma personagem que decorre de alguma mitologia, tendo sido criada exclusivamente para a série estrelada por Kevin Sorbo já com a possibilidade de ganhar sua série solo. No entanto, de maneira semelhante à série-mãe, a princesa guerreira do título enfrenta tanto ameaças humanas quanto sobrenaturais, várias delas derivadas direta e especialmente da Mitologia Grega. Tonalmente, Xena: A Princesa Guerreira carrega aquele mesmo leve verniz sério e trágico, mas, já no piloto, abraça sua abordagem camp cômico de maneira até mais aberta do que acontece em Hércules: A Lendária Jornada, como é, por exemplo, o grande momento climático de Pecados do Passado em que Xena luta contra Draco (seu compatriota Jay Laga’aia), que ameaça destruir Amphipolis, seu vilarejo natal, literalmente andando pelas cabeças e ombros dos moradores locais. Tosco e malfeito, mas que consegue ser engraçado justamente por isso.

Enquanto a “grande ameaça” que é o caricato Draco está ali só de enfeite para criar alguns momentos constrangedores como esse que descrevi acima, o que importa, para fins da série como um todo, é a introdução de Gabrielle (Renee O’Connor), que se tornaria a sidekick e bússola moral (e além) de Xena como uma jovem inconformada com a vida que lhe espera em seu vilarejo e que larga tudo para correr atrás da guerreira. Tudo acontece muito rapidamente demais, na verdade, com Xena primeiro desistindo de ser guerreira e enterrando seus instrumentos de guerra, somente para que literalmente dois segundos depois, ela precisar retornar ao seu velho estilo para salvar algumas mulheres prestes a serem levadas por guerreiros bandidos, dentre elas Gabrielle, claro, a única mulher com voz em todo o grupo.

É interessante como o aspecto que deveria ser o mais importante do piloto – Xena desistindo de ser quem é somente para voltar a uma versão do que foi e conhecendo Gabrielle – é o que menos tem destaque na minutagem inicial, com tempo demais sendo investido em Draco e na relação de Xena com sua mãe Cyrene (Darien Takle). Claro que era necessário um vilão, mas Pecados do Passado teria se beneficiado de um começo um pouco menos corrido no que diz respeito à formação do laço de amizade entre Xena e Gabrielle que, neste início, parece muito mais uma união de conveniência feita exclusivamente para mostrar a diferença entre as duas, a primeira mais explosiva, que resolve tudo na base da espada e a outra bem mais inteligente e esperta, capaz de enrolar todo mundo com sua lábia.

O início de Xena: A Princesa Guerreira é apenas um pouco mais sólido do que o de Hércules, isto muito em razão da dupla protagonista ser marcadamente mais interessante do que a formada por Sorbo e Michael Hurst e pelo roteiro não perder tempo algum em deixar claro que a série é quase uma comédia pastelão com elementos de mitologia (e tragédia) grega inseridos aqui e ali para criar um conjunto irregular, mas interessante. Pecados do Passado, portanto, mesmo errando em seu foco, consegue mostrar o potencial da dupla protagonista.

Xena: A Princesa Guerreira – 1X01: Pecados do Passado (Xena: Warrior Princess – 1X01: Sins of the Past – EUA, 29 de janeiro de 1995)
Criação: Robert Tapert
Direção: Doug Lefler
Roteiro: R.J. Stewart
Elenco: Lucy Lawless, Renee O’Connor, Willa O’Neill, Jay Laga’aia, Darien Takle, Stephen Hall, Anton Bentley,
Patrick Wilson, Wally Green
Duração: 45 min.

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