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Crítica | X-Men ’97 – 1X07: Bright Eyes

Tolerância zero.

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo X-Men.

Ao final de Remember It, levantei o questionamento de que o genocídio em Genosha poderia ser uma tragédia sem consequências, considerando a possibilidade de uma viagem no tempo de Cable alterar o ataque Sentinela. O começo de Bright Eyes, porém, parece indicar que os roteiristas felizmente vão seguir a rota mais difícil ao lidar de frente com a catástrofe e suas complicações dramáticas, como a morte de Gambit e a destruição do sonho mutante. Depois do “desvio” na semana passada, o roteiro escrito por Charley Feldman e JB Ballard reorganiza a narrativa com uma continuação mais direta do quinto episódio que, apesar de seu ritmo acelerado, tem intenção de preparar o conflito do desfecho dividido em três partes das próximas semanas.

O começo desse episódio é emocional, com destaque para o discurso brando e afável de Noturno, que efetivamente parece assumir o posto de Gambit na equipe principal da série, o que é uma grande adição – nada contra o francês, mas o Elfo é um personagem bem mais interessante.  Vários trechos do episódio lidam com luto, passando pelo funeral de Gambit, a dor de Scott com a perda de Madelyne e a tristeza coletiva com o ataque à Genosha, incluindo alguns bons diálogos do Fera, que vem sendo escanteado na temporada. Apesar do texto continuar ágil e com pressa, esse é um capítulo dramaticamente eficiente, dando tempo para alguns dos personagens lidarem com tanta morte e desenvolver com paciência algumas relações dos personagens. Particularmente, estou gostando do trabalho na relação complicada de Scott e Jean, bem como da interação fraterna entre Noturno e Vampira.

Inclusive, Vampira é a personagem mais afetada de todos, com sua jornada de vingança dando seguimento para a história principal: a busca por Gyrich e Trask para identificar quem está por trás do ato terrorista. Entre algumas boas cenas de ação, ótimos cameos de Capitão América e General Ross que estabelecem que estamos em um universo compartilhado da Marvel – gosto como suas participações emulam a falta de proatividade de outros heróis em ajudar a causa mutante, algo que vem dos quadrinhos, e que é vinculado à incompetência do presidente e da ONU na conversa com Scott – e a apresentação macabra do vilão por trás de tudo – que, pasmem, não é o Sr. Sinistro -, com destaque para a sequência vilanesca com Gyrich.

A escolha tenuemente moral de Vampira ao matar Trask é o clímax emocional de um episódio que lida muito bem com o luto e a raiva após uma tragédia daquela escala e com tanta conexão pessoal. Que esse ato seja o pontapé para um antagonista que é a encarnação do crime de ódio é praticamente uma escolha nefastamente poética para o ato final do episódio. A divertida batalha que se sucede é apenas o início de uma guerra prestes a começar, com consequências futuras pela aparição de Cable. Até a saída safada da história com o retorno de Magneto – algo previsível – não estraga o que aconteceu em Genosha, uma vez que, pelo andar da carruagem, nada lá será desfeito. Bright Eyes, enfim, tira qualquer receio em relação a isso e faz uma bela preparação para uma reta final de temporada em que os mutantes, como em diversas vezes, lutam contra a intolerância, dessa vez personificada pela figura de Bastion.

X-Men ’97 – 1X07: Bright Eyes (EUA, 24 de abril de 2024)
Desenvolvimento: Beau DeMayo
Direção: Emi-Emmett Yonemura
Roteiro: Charley Feldman, JB Ballard
Elenco: Ray Chase, Jennifer Hale, Alison Sealy-Smith, Cal Dodd, J. P. Karliak, Lenore Zann, George Buza, A. J. LoCascio, Holly Chou, Isaac Robinson-Smith, Matthew Waterson, Adrian Hough
Duração: 31 min.

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