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Crítica | Weird Science (1994) – 1X01: She’s Alive

Uma cópia ruim de um clássico.

por Kevin Rick
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 05
Número de episódios: 88
Período de exibição: 05 de março de 1994 até 11 de abri de 1997
Há continuação ou reboot?: Não.

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Baseado no filme homônimo de John Hughes, conhecido no Brasil como Mulher Nota 1000, o seriado dos anos 90 segue a mesma premissa do clássico longa-metragem de comédia: dois adolescentes desajustados e geeks “decidem” criar uma mulher perfeita através de um computador, para ajudá-los em seus problemas escolares e com meninas. Se inspirando em Frankenstein (que inclusive ganha cenas de filmes clássicos no piloto), mais especificamente no conceito por trás de A Noiva de Frankenstein, uma estranha tempestade de raios traz a mulher à vida, criando Lisa (Vanessa Angel), a idealização feminina dos desejos dos protagonistas: linda, sensual, inteligente e submissa, com o adendo de ter poderes de um gênio.

Angel não tem o mesmo magnetismo e, sendo sincero sem se importar com o politicamente correto, também não é tão sedutora e erótica quanto Kelly LeBrock, responsável pela mesma personagem no filme de 1985, mas a atriz britânica, que é sim muito atraente, personifica bem as objetificações masculinas para a narrativa subverter essas ideias juvenis em prol de uma discussão sobre masculinidade, juventude e amadurecimento. Assim como o filme, o texto de Alan Cross e Tom Spezialy evita piadas maldosas, abordagens machistas e um besteirol com brincadeiras de mau gosto, tentando já no piloto apresentar algumas das mensagens de Hughes, mas, claro, sem o mesmo charme ou tato do diretor/roteirista.

A premissa é boba, sem dúvida alguma, com uma execução fantasiosa que beira o estúpido, mas, diferente do longa, o primeiro episódio da série tem muita dificuldade em ser simpático, com clichês ambulantes sem personalidade (dos nerds até os valentões), diálogos bregas e um tom caricato cheio de interpretações exageradas e situações over-the-top que mastigam as lições para os jovens das maneiras mais óbvias e expositivas possíveis. Angel é a única personagem que tem algum tipo de presença de tela, não só por sua beleza, mas porque Angel parece ser a única do elenco que sabe atuar sem excessos e sem abusar dos estereótipos da história.

Algumas piadas funcionam aqui e ali, mas, de maneira geral, o humor apenas recicla bordões e gracinhas de filmes teens que todos já estão cansados de conhecer, além de algumas referências à cultura pop, incluindo um aceno para o próprio filme de Hughes em uma conversação entre os protagonistas. Falta timing, falta irreverência e falta principalmente inteligência do roteiro do piloto, que é basicamente um pastiche do filme original, a despeito de ser notável como os criadores respeitam a essência da produção oitentista, com Lisa se tornando uma espécie de alegoria para ajudar os jovens em seu processo de amadurecimento. O seriado acabou tendo uma longa duração de cinco temporadas, então quem sabe os próximos episódios acertam mais e são melhores escritos, mas, vendo apenas She’s Alive, não tenho dúvida: é melhor ir assistir o clássico de John Hughes.

Weird Science – 1X01: She’s Alive – EUA, 05 de março de 1994
Criação:
Alan Cross, Tom Spezialy (baseado no filme homônimo, de John Hughes)
Direção: Max Tash
Roteiro: Alan Cross, Tom Spezialy
Elenco: John Mallory Asher, Michael Manasseri, Vanessa Angel, Lee Tergesen
Duração: 26 min.

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