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Crítica | Visionários: os Cavaleiros da Luz Mágica – 1X01: The Age of Magic Begins

Uma série de pouca visibilidade...

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 01
Número de episódios: 13
Período de exibição: 20 de setembro a 13 de dezembro de 1987
Há continuação ou reboot?: Não.

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Eu não era exatamente criancinha quando a série animada Visionários: os Cavaleiros da Luz Mágica foi lançada, mas eu só me atinei para sua existência quando um parente que viajava muito me deu de presente uns dois bonec… digo, figuras de ação baseadas nela, já que essa memória é muito vívida para mim em razão das características “diferentonas” dos brinq… ops, objetos de coleção. Para começar, os personagens era maiores que o padrão originalmente estabelecido pela linha criada em 1977 para Star Wars, mas menores que os “ultra-deformados” hominhos fortinhos de He-Man, e com uma quantidade enorme de pontos de articulação, o que permitia colocá-los nas mais variadas poses sem muito esforço. Além disso, os apetrechos chamavam a atenção, com capacetes removíveis, hologramas no peito e nos cajados que carregavam, além de designs de armaduras bem bonitos e chamativos. Era, definitivamente, algo que se destacava na época.

A partir então dos presentes é que eu comecei a prestar atenção na animação que aportou aqui com a mesma timidez que nos EUA, considerando que a série teve vida curtíssima de apenas 13 episódios, sendo um dos grandes fracassos da Hasbro que sequer chegou a lançar a primeira onda completa dos Visionários. O piloto – The Age of Magic Begins – apresenta-nos à premissa da série que parece ter sido fortemente inspirada (código para “copiada”) de Thundarr, o Bárbaro, de sete anos antes: um evento cósmico acaba com a tecnologia que é, então substituída por magia com o passar do tempo. A diferença principal é que Visionários, diferente de Thundarr, não se passa na Terra, mas sim no planeta fictício Prysmos, mas que poderia muito bem ser nosso planeta.

A apresentação do cataclismo e a “involução” da sociedade, que passou a modelar-se como a Idade Média, com castelos, armaduras e feudos sempre em guerra, é interessante, ainda que talvez muito rápida, já que o foco do episódio é uma adaptação da disputa por Excalibur das Lendas Arturianas: o mago Merklynn (Roscoe Lee Browne) oferece sua magia a quem conseguir ultrapassar obstáculos em seu templo na Montanha de Ferro. O que segue daí são duas facções, uma benigna liderada por Leoric (Neil Ross) e que, depois, formariam os Cavaleiros Espectrais, e outra maligna, comandada por Darkstorm (Chris Latta), que se tornariam os Lordes da Escuridão, correndo e se digladiando para conseguir o prêmio que, no final das contas, é moldado de acordo com as características de cada um deles.

Mesmo não sendo a premissa mais original do mundo, fato é que essa estrutura funciona maravilhosamente bem para a introdução orgânica de todos os vários personagens que povoam esse mundo, algo que os pilotos de SilverHawks e Galaxy Rangers falharam em fazer, por exemplo. Na medida em que os combates vão acontecendo ou na medida em que os personagens usam a engenhosidade ou, claro, o maquiavelismo para lidar com as mais diversas situações, o espectador vai aprendendo sobre cada um deles, culminando, então, com o mago didaticamente entregando cada um dos poderes de base animal aos vencedores, como por exemplo determinando que o totem de Leoric é o leão em razão de sua capacidade de liderança, ao passo que o de Darkstorm é o molusco em razão de sua natureza escorregadia. É sem dúvida maniqueísta e simplista, mas a grande verdade é que funciona bem, especialmente considerando que a própria abordagem da animação é por vezes cômica, demonstrando pouco interesse da produção em ser séria, uma escolha acertada, diria.

Com bons trabalhos de voz, um design diferente e uma aventura particularmente dinâmica e bem construída, o piloto de Visionários, mesmo considerando que seu objetivo primário era vender figuras de ação, revela-se uma obra comparativamente superior a seus pares, mesmo que, em última análise, a série em si não tenha caído no gosto popular. Mas é aquilo: sucesso de público nunca foi sinônimo de qualidade. Se alguma coisa, é justamente o contrário e Visionários talvez fosse uma série visionária demais (he, he, he) para a época em que foi feita. Ou será que ela mereceu o destino que teve?

Visionários: os Cavaleiros da Luz Mágica – 1X01: The Age of Magic Begins (Visionaries: Knights of the Magical Light – 1X01: The Age of Magic Begins – EUA, 20 de setembro de 1987)
Criação:
Flint Dille
Direção: ?
Roteiro: Flint Dille
Elenco (vozes originais): Neil Ross, Michael McConnohie, Beau Weaver, Bernard Erhard, Jim Cummings, Hal Rayle, Susan Blu, Chris Latta, Roscoe Lee Browne, Jonathan Harris, Peter Cullen, Jennifer Darling
Duração: 22 min.

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