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Crítica | Um Sonho de Liberdade

por Filipe Monteiro
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Algumas obras, como seus autores, deveriam ser para sempre reverenciadas. É o caso de Um Sonho de Liberdade e da fértil mente de Stephen King. O mestre da literatura de horror dribla todo e qualquer estigma cultivado pela alta (e muito chata) crítica em relação a autores do gênero, ao compor a história seminal que daria origem a uma das mais belas narrativas de todo o cinema.

Se hoje o filme é utilizado como referência, possui um grau de popularidade elevadíssimo e é localizado dentro no mesmo balaio como um dos melhores filmes de todos os tempos, quando foi lançado a realidade era um tanto diferente. Ainda que com uma ótima proposta, disputada inclusive por roteiristas e alguns atores de peso, Um Sonho de Liberdade passou por maus bocados em seu ano de estreia, que incluíram sérios problemas financeiros é baixíssimos índices de bilheteria.

Esses obstáculos, no entanto, não serviram de impedimento para que o filme conquistasse uma ótima recepção da crítica e fosse indicado em sete categorias ao Oscar daquele ano, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator ao talentosíssimo Morgan Freeman e Melhor Roteiro Adaptado.

Com um apelo introspectivo, o drama eleva o debate sobre a liberdade a outros nichos. Nesse sentido, as relações que tem lugar na trama transbordam a noção comumente exposta em filmes que tratam de cerceamento de liberdade e planos de fuga. O que vemos aqui é uma análise do comportamento humano em todas as suas faces.

Dessa forma, para além de explorar a relação de parceria mantida entre os dois protagonistas Andy Dufresne e Red, a narrativa dá espaço a outros personagens memoráveis e igualmente tocantes. Assim conhecemos Norton e Hadley, diferentes figuras representantes da ordem na trama, mas igualmente repressoras. Como não lembrar de Brooks e os novos sentidos de liberdade atribuídos ao personagem de mais bela essência de todo o longa?

A profundidade conceitual que atravessa toda a narrativa, somada a excelentes atuações, uma direção competente e uma trilha sonora que dava índices sobre o tempo que se passava dentro da prisão garantem que Um Sonho de Liberdade  seja uma das mais vivas memórias de um bom cinema. O filme vai ainda mais além, instaura debates com situações atuais e muito próximas da sociedade que o venera.

Um Sonho de Liberdade (Shawshank Redemption – USA, 1994)
Direção: Frank Darabont
Rorteiro: Frank Darabont (baseado em conto de Stephen King)
Elenco: Tim Robbins, Morgan Freeman, Bob Gunton, Clancy Brown, Willian Sadler
Duração: 142 min.

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