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Crítica | Um Cisne Pelo Prêmio (Meg Langslow #11), de Donna Andrews

Cisnes, cabras que desmaiam, rosas exóticas e um assassinato.

por Luiz Santiago
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Embora não traga nada parecido com a loucura que foi a recriação histórica da Batalha de Yorktown, como visto em A Vingança dos Flamingos de Ferro Forjado (2001), ou como o agitadíssimo e maluco desfile natalino de Seis Gansos Para o Abate (2008), Um Cisne Pelo Prêmio tem a sua justa cota de piração coletiva baseada em um grande evento que acontece com Meg Langslow puxando algumas cordas sociais ou… organizando tudo de fato. Desta vez, falamos de uma competição promovida pelo grupo de jardinagem da cidade. Um concurso de rosas exóticas, para ser mais preciso, e que desde antes de as coisas darem realmente errado, já vinha apresentando situações difíceis, como o fato de uma das competidoras ligar para os outros concorrentes e dizer que só eram permitidas rosas de cor preta e branca, o que nem de longe era verdade.

Como sempre, Donna Andrews nos ganha fácil com a apresentação do ambiente onde o caso acontecerá. Até mesmo em aventuras ruins da série, como a já citada trama com os flamingos e a dupla dinâmica formada por Urubu Agachado, Mergulhão Saltando e O Pinguim que Sabia Demais, o encaminhamento para a problemática e o espaço físico da ação são introduzidos de tal forma que deixa o leitor curioso pelo que deve ocorrer adiante. É uma eficiente maneira de prender o público, especialmente porque a autora criou personagens divertidos, relacionáveis e com uma progressão na série que produz um vínculo literário forte com quem acompanha os livros na sequência. Esse caminho fica ainda mais forte aqui, em situações como a gravidez de Meg, confirmada ao final do volume — embora já viesse aparecendo, de maneira sutil, desde a trama das corujas.

Nesse enredo sobre um concurso de rosas exóticas, tudo é trabalhado de forma bem convencional, sem grande brilhantismo, mas na classe do “feijão com arroz bem feito“. Um olhar crítico assim é justificado quando estamos falando do décimo primeiro volume de uma série de cozy mystery da qual já temos pistas recorrentes para seguir. O que quero dizer com isso é que muita coisa já foi estabelecida anteriormente na jornada de Meg Langslow, portanto, nós sabemos o que é possível encontrar em momentos quando a personagem é ameaçada; ou como o avô, o pai e a mãe dela serão colocados para movimentar extremamente distintos grupos do texto. A ideia para o crime e a sua resolução não têm nada de novo e não são mesmo nada grandiosamente inteligentes, mas garantem uma leitura agradável e divertida, com situações dignas de apreensão, suspense e absurdos — outro traço recorrente na série.

Não posso dizer que o momento em que Meg se vê diante de uma arma é contornado de forma elogiosa, mas em vista do que Donna Andrews nos entregou antes, já é um avanço e tanto. Pelo menos é engraçado e faz sentido para a história, que se passa numa propriedade rural e traz animais como cabras que desmaiam ou que comem coisas importantes; um ganso que resolve atacar as pessoas; uns supostos “cavalos-vampiros” e uma personagem vilanesca envolvida com todos esses animais e com o tal concurso de rosas. Um Cisne Pelo Prêmio é uma narrativa leve, de leitura bem rápida e que traz ajustes interessantes para os personagens canônicos desses mistérios da jovem ferreira e investigadora Langslow, algo que certamente resultará em boas consequências para os volumes posteriores.

Mistérios de Meg Langslow – Livro 11: Cisne Por Dinheiro (Meg Langslow Mysteries – Book 11: Swan for the Money) — EUA, agosto de 2009
Autora: Donna Andrews
352 páginas

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