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Crítica | “Toys In The Attic” – Aerosmith

por Iann Jeliel
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O auge do experimentalismo de Steven Tyler, pegando o misto de todos os seus estilos em uma descoordenação inconsequente e geradoras de muitos clássicos. Tem um pouco de tudo, a origem do tom mais romântico, os toques de blues, country e, sobretudo, o hard rock tipicamente “Led Zeppeliano” surgido especialmente no segundo álbum da banda, Get Your Wings (1976). Junte cada vertente em um misto de temáticas polêmicas e ainda tratados de forma irônica e com alguma conotação sexual pela articulação lírica das letras e “voilà”, nasce um dos grandes álbuns de todos os tempos.  Apesar de particularmente não ser meu favorito da banda, é inegável que Toys In The Attic foi uma resposta fundamental do rock americano que vivia até então, anos 70 de crise.

Os principais expoentes do gênero vivos, vinham da Europa, nas quais, os próprios eram acusados de serem meros plagiadores, de bandas como Rolling Stones, certamente por ter sua vocalista de aparência e energia extremamente parecida com a de Mick Jagger. Foi com esse álbum que essa imagem passou a ser totalmente desvinculada e a banda passou a ser enxergada como identidade própria, até pelo sucesso estrondoso e próprio de músicas como Sweet Emotion e Walk This Way, que ajudaram demais a ela criar seu próprio público. Meu primeiro ponto negativo inclusive é a dependência desses dois grandes hits. Indiscutivelmente, analisando-os isoladamente, é do tipo de música difícil qualitativamente difícil de explicar. Composições simples, geralmente criadas com refrãos facilmente decoráveis só para serem possíveis guias de show e acabam virando músicas icônicas no imaginário popular.

É coisa que só um gênio como Tom Hamilton pode explicar, qual foi a mágica realizada para se chegar em tamanha harmonia e proporcionar tamanho estímulo e empolgação. É amor a primeira ouvida. Mesmo quem não conhece a banda ou nem gosta de rock, certamente se ouvir uma vez, vai se ver balançando o corpo e numa segunda escutada já acompanhando o refrão de cabo a rabo no ritmo. Fora essas duas obras primas totalmente fora da curva, pode-se destacar também, pelas letras: You See Me Crying, um ótimo prelúdio para a grande fase romântica da banda para os anos 90, a música-tema marcante na dicotomia delirante da tentativa de resgate do passado nostálgico, representado pelos brinquedos antigos presos no sótão chamando o “eu lírico” e Adam’s Apple, que articula uma reflexão interessante a respeito da forma hipócrita na qual o pecado é enxergado, surrealista e bem elaborada, é a canção mais rica do álbum.

As demais são prioritariamente comuns, mas não necessariamente ruins . Talvez a mais perto disso seja Big Ten Inch Record, que não traz uma boa mescla entre jazz e hard rock, embora a letra de F. Weismantel seja divertida. A música título do álbum, também não é lá das minhas favoritas, embora seja considerada um hino da banda para muitos, me soa uma canção extremamente direta que quando mal estou aproveitando, já acaba.  Bem como todo o álbum, que não segue uma ritmizada exatamente baladeira, só que é tão objetivo que parece mais curto do que realmente é, mesmo tendo apenas 37 minutos de duração. A grande sensação é de que parece um álbum solto demais e acaba perdendo a força por isso, sem uma exata identidade lírica ou temática característica em si, a dilatação sobre cada música trás uma experiência sonora bem separatista.

Embora, a força aqui venha da versatilidade entre as canções, prefiro o início mais conciso e etéreo dos primeiros álbuns, que de certo modo nunca foram exatamente obedecidos daí para a frente na discografia, apenas reaproveitados sobre outros contextos ainda mais misturados. De qualquer forma, os momentos isolados geniais ainda colocam Toys In The Attic em uma prateleira alta na história do rock, e na da banda, sendo um divisor de águas para guiá-la definitivamente para o estrelato.

Aumenta!: Walk This Way, Sweet Emotion, You See Me Crying
Diminui!: Big Ten Inch Record
Minha Canção Favorita do Álbum: Sweet Emotion

Toys In The Attic
Artista: Aerosmith
País: EUA
Lançamento: 8 de abril de 1975
Gravadora: Columbia Records
Estilo: Rock, Hard Rock, Blues

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