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Crítica | Titãs – 4X09: Dude, Where’s My Gar?

Para a galera do fan service barato...

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Depois de marcar o recomeço da quarta e (ainda bem!) última temporada de Titãs com dois episódios muito ruins, Greg Walker nos presenteia com mais uma porcaria, desta vez focada em Gar, personagem que eu, sinceramente, tinha até esquecido que estava na série (ok, eu lembrava, claro, mas simplesmente não ligaria se ele nunca mais aparecesse…). Reconheço que não é uma porcaria no nível dos dois anteriores, mas, a essa altura do campeonato, uma tentativa de jornada de autoconhecimento repleta daqueles fan services safados para agradar fãs que só pensam nesse tipo de artifício idiota e que resulta em um filler não é o que a série precisava.

Não que a série como um todo tenha salvação, pois não tem, mas para que diabos precisávamos disso tudo por que Gar passa ao ser transportado para uma caverna no topo do Monte Kilimanjaro para conhecer Dominic Mndawe (Nyambi Nyambi), o Fera Liberdade, de forma que ele levasse nosso herói a um passeio lisérgico pelo Vermelho e por sua vida, de maneira que o bastão de Protetor do Vermelho pudesse ser passado adiante? Na verdade, sejamos sinceros e pensemos aqui exatamente o que o episódio trouxe de relevante tanto para Gar quanto para a temporada que não pudesse ser feito com a mesma eficiência – e muito mais rapidez – com aquelas frases de efeito contidas em biscoitos da sorte?  

O roteiro de ninguém menos do que Geoff Johns, é, com todo respeito a ele, uma sucessão cansativa de frases bobalhonas como quando Gar pergunta porque, se ele tem mais conexão com O Vermelho do que todos os outros, ele só se transforma em animais verdes e coisas do gênero. Entre as caras e bocas que variam entre assustado, deslumbrado e raivoso de Ryan Potter e as caras e bocas que variam entre sábio, mentor e enigmático de Nyambi Nyambi, o episódio consegue cansar em menos de 10 minutos, pois é esse o tempo efetivamente necessário para que tudo o que (talvez) precisássemos saber sobre a dupla é exposto. O resto é repetição ad nauseam.

E o que dizer sobre a revelação sobre Niles Caulder ser o responsável por tudo o que aconteceu a Gar e pela sequência de ação no laboratório que tortura animais e que gastou todo o orçamento remanescente da série com 10 segundos de CGI? Mesmo que Gar tenha sido introduzido em Titãs como membro da Patrulha do Destino no episódio homônimo da primeira temporada, para fins da série sob análise, Niles Caulder não é ninguém relevante e sua menção, portanto, não tem peso narrativo algum. Trata-se de um não-personagem de um não-grupo (mesmo que alguém assista Patrulha do Destino, o grupo de lá não é o mesmo grupo daqui, então nem isso é realmente relevante), em uma não-revelação dentro de um não-contexto.

Aliás, minto. Essa pseudo-jornada metafísica de autodescoberta tem um contexto e esse contexto é usar o artifício já cansado do multiverso para atrair os espectadores que, em seguida, ficarão discutindo acaloradamente nas redes sociais como o episódio foi sensacional. Afinal, tivemos um passeio até a dimensão da morte (ou seja lá o nome disso) em que vemos Jinx de uniforme dizendo que morreu, mas não tanto, outro até o universo de Stargirl (série cancelada), outro até o do Monstro do Pântano (série também cancelada sem nem uma segunda temporada), mais outro até o do Flash (série em vias de acabar), outro ainda para o universo cinematográfico com Shazam (que teve dois filmes de bilheterias ínfimas) e, finalmente, outro da Patrulha do Destino que, ao que tudo indica, é a do mesmo universo de Titãs e não a que ganhou a série que, não coincidentemente, está para acabar (esta a única grande perda). Ou seja, é o Multiverso da Xepa da Feira, o Multiverso do Rebotalho Audiovisual, ou, talvez mais obviamente, o Multiverso do que o David Zaslav Autorizou Inserir. Em outras palavras, é um desesperado ato de “olha lá o fulano”, algo que simplesmente abomino quando é feito assim, dessa forma vergonhosamente evidente. E o mais engraçado é que a aparição de Grant Morrison como parte desse multiverso e que depois ganha a alcunha de “Pai do Multiverso” faz parecer que o afamado roteirista de quadrinhos é pai desse tipo de multiverso porcaria nos estertores estrebuchantes do fim…

Dude, Where’s My Gar?, portanto, parece existir apenas “porque sim”, revelando-se muito mais uma maneira de enrolar para a temporada chegar à quantidade regulamentar de episódios do que algo realmente útil. Não que eu descarte, claro, que O Vermelho se transforme em uma espécie de deus ex machina para resolver o imbróglio com a Matriarca do Caos, Irmão Sangue e Trigon em um estalar de dedos verdes da mesma maneira que foi com a chuva roxa ao final da temporada anterior.

Contagem regressiva: só faltam mais três episódios para essa agressão audiovisual acabar!!!

Titãs – 4X09: Dude, Where’s My Gar? (Titans – EUA, 20 de abril de 2023)
Showrunner: Greg Walker
Direção: Eric Dean Seaton
Roteiro: Geoff Johns
Elenco: Brenton Thwaites, Anna Diop (Mame-Anna Diop), Teagan Croft, Ryan Potter, Joshua Orpin, Jay Lycurgo, Titus Welliver, Franka Potente, Joseph Morgan, Emma Ho, Nyambi Nyambi Brec Bassinger,
Duração: 45 min.

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