Home TVEpisódio Crítica | The Walking Dead: Daryl Dixon – 2X05: Vouloir, C’est Pouvoir

Crítica | The Walking Dead: Daryl Dixon – 2X05: Vouloir, C’est Pouvoir

O caminho errado.

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

Não quero ficar me repetindo, mas é tão exaustivo continuar assistindo essa franquia se desviar da sua essência como uma história de terror sobre um pós-apocalipse com zumbis. Em Vouloir, C’est Pouvoir, temos mais um episódio que dá valor para os (melo)dramas humanos e escanteia os mortos-vivos. Temos alguns momentos emocionalmente bacanas entre a cafonice sentimental rotineira da produção, além de algumas sequências legalzinhas de ação, como falarei mais à frente, mas é muito frustrante ver o uso patético dos principais antagonistas da franquia aqui. Bem, vamos por partes.

Em linhas gerais, o episódio lida com Daryl e Carol procurando Ash, que fugiu do ataque de alguns bandidos e acabou preso dentro de um carro com zumbis à sua volta, para que o trio, junto de Laurent, possam voar para os EUA, enquanto Losang procura o garoto com seu grupo de fanáticos. Por grande porção do desenrolar desses momentos, temos um tom emocional e paciente, pesado em diálogos dramáticos sobre perdas e interações sempre bem emotivas dos personagens. Algumas dessas cenas são genuinamente comoventes, como as conversações cheias de história entre os co-protagonistas, e o interessante conflito de Carol em contar a verdade para Ash sobre Sophia.

O texto de Jason Richman e David Zabel flerta um pouco com o tédio nesses desenvolvimentos, já que esse tom passa do ponto em diversos momentos e as falas dos personagens beiram demais algo muito meloso, mas é possível encontrar qualidade nos arcos de Daryl e Carol. Quando eles estão fora de tela, porém, o episódio perde muita força, principalmente quando tenta focar no apático Laurent. Notem, por exemplo, como a notícia da morte de Isabelle tem pouco peso dramático na cena em que o jovem descobre ou então como é forçado esse laço paternal entre ele e Daryl. Vejo outras interações com o mesmo desinteresse, como o súbito remorso de Codron ou qualquer sequência envolvendo Losang e seus discursos patéticos.

Inclusive, a trama em torno do Ninho mostra o quão vazia foi se tornando ao longo da série, com um jogo de gato e rato meio bobo e quase cômico dos capangas de Losang terminando numa nota extremamente anticlimática e sem qualquer senso de urgência para o enredo quando pensamos em quanto tempo foi dedicado para esse núcleo. Eu sei que a mulherzinha lá ficou viva – uma conveniência horrível por parte do roteiro, já que Codron simplesmente deixa ela viver -, mas isso vai servir apenas para termos algum tipo de vilão no episódio final da temporada. Aliás, como esse grupo troca de bastão, ein? Começamos a temporada com Genet e vamos terminar com a soldadinha que nem lembro o nome como antagonista.

Mas voltando ao que falo no primeiro parágrafo, Vouloir, C’est Pouvoir mostra como as pessoas por trás da franquia estão no caminho errado, focando cada vez mais em draminhas clichês e menos no exercício de gênero que deu início a tudo isso. A cena de Ash no carro é tão exemplificativa desse problema, porque mesmo com algumas escolhas duvidosas de Daryl e Carol (entrarem no carro e depois usarem o vírus), ela começa até com um bom estabelecimento de perigo, passando pelos zumbis em torno do automóvel e posteriormente o uso das criaturas modificadas, incluindo bons shots internos com sangues e tripas voando pelas janelas, mas logo depois os mortos-vivos mutantes são facilmente parados e o resto do episódio nem traz mais os zumbis. Sim, temos algumas cenas de ação até bem coreografadas no desfecho da perseguição de Laurent, mas é decepcionante demais o uso rápido e displicente dos zumbis. Ainda não estou dando uma nota totalmente negativa porque vejo bons momentos e gosto da interação entre Carol e Daryl, mas é muito pouco. Até o gancho é previsível, com um deles tendo que ficar para trás na viagem. Bem que poderia ser o Laurent.

The Walking Dead: Daryl Dixon – O Livro de Carol – 2X05: Vouloir, C’est Pouvoir (EUA, 27 de outubro de 2024)
Desenvolvimento: David Zabel
Direção: Daniel Percival
Roteiro: Jason Richman, David Zabel
Elenco: Norman Reedus, Clémence Poésy, Louis Puech Scigliuzzi, Laïka Blanc-Francard, Anne Charrier, Romain Levi, Melissa McBride, Joel de la Fuente, Manish Dayal
Duração: 61 min.

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