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Crítica | The Walking Dead: Daryl Dixon – 1X05: Deux Amours

Tudo indo pro espaço!

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

Deux Amours é um episódio que tem tudo para ser minimamente interessante, uma vez que traz as revelações de como Daryl chegou na França e os pormenores do estranho grupo de Genet, bem como tenta restaurar o cerne antagonista do seriado com um novo morto-vivo variante, resultado de experimentações científicas. A questão é: The Walking Dead continua carregando os mesmos cacoetes narrativos e dramáticos que destruíram a franquia nos últimos anos, fazendo com que tais elementos não funcionem e tenhamos mais um episódio extremamente ruim.

Olha, não vou ficar rodando muito entre argumentos e termos críticos técnicos, porque vamos ser sinceros, que episódio chatão! Não tem palavra melhor para descrever a morte lenta que é assistir isso aqui, em que nada efetivamente acontece até os cinco minutos finais quando Daryl é colocado no octógono zumbi. Tudo começa com aquele vai e vem absolutamente vazio de Daryl e Laurent andando nas florestas… é para sentirmos algum tipo de conexão paternal entre o protagonista e o menino? Porque se sim, não tem nada de substância ou qualidade aqui para justificar aquela cena bisonha que o moleque corta a corda do barco.

Norman Reedus sai do seu estoicismo por dois minutos, o que significa que tivemos uma atuação ruim por dois minutos, e aquele comentário de Laurent de “não vou ter mais ninguém” não convenceu nem os zumbis mortos ali perto. Não tivemos nenhum desenvolvimento que justifique essa conexão entre os dois, tampouco algum tipo de potencialização dramática na cena. A minha vontade era de que o Daryl metesse a mão na cara desse menino idiota! Para os defensores de direitos infantis dos personagens ficcionais de plantão, relaxem e absorvam o sarcasmo. Também tô de saco cheio dessa característica forçada de “garoto especial” só por conta de seu nascimento e meia dúzia de comentários espertinhos, como o confronto com Genet.

Isso acontece porque a produção é simbolicamente pobre. A cada episódio que passa estou mais conformado de que os conceitos apresentados na abertura da temporada sobre religião e fé, cenários medievais e temas de messianismo são apenas ideias jogadas ao vento. Inclusive, o que são aquelas sequências com cantos de revolução francesa? Tão descontextualizado, num tipo de metáfora/representação política e social sem nenhum fundamento, absolutamente arbitrária… A França tem que ser livre do que exatamente? De zumbis inofensivos? hahahaha. Que porre viu.

A coisa toda fica ainda pior na montagem que intercala o bloco de Daryl em que nada acontece com o flashback de Daryl fazendo pouca coisa e a subtrama de Isabelle fazendo quase nada. Nossa, tudo arrastado, sem tensão, sem nos manter cativado, e pior: nada parece sair do lugar. Sim, ganhamos contexto sobre a chegada de Daryl, mas o que de realmente expressivo tivemos na volta ao passado? Devemos supostamente sentir algo pelo jovem que teve dois minutos de tela morrendo e Daryl infantilmente sendo preso? Qual é. Notem que, assim como a trama da boate, temos outro episódio que anda, anda e anda para voltar ao mesmo lugar (!), dessa vez com o trio principal preso. A progressão narrativa chora no cantinho da produção.

O que segura um pouco o episódio (e que justifica minha nota não ser um gigantesco zero), é o conceito do zumbi variante, que traz algum tipo de impulso para a história e porque sempre sou a favor de ideias para elevar os mortos-vivos que gradualmente foram descartados. Também gosto da atmosfera relativamente macabra do covil da Genet (e do navio também), com zumbis capturados, militares ideologicamente cegos e experimentos de horror. Mas é pouco, muito pouco para um penúltimo episódio de temporada. Até peço perdão pela minha impaciência na análise e o tantinho menor de profissionalismo dos textos anteriores, mas nossa, que episódio chatão!

The Walking Dead: Daryl Dixon – 1X05: Deux Amours (EUA, 08 de outubro de 2023)
Desenvolvimento: David Zabel
Direção: Daniel Percival
Roteiro: Jason Richman, David Zabel
Elenco: Norman Reedus, Clémence Poésy, Louis Puech Scigliuzzi, Laïka Blanc-Francard, Anne Charrier, Romain Levi, Adam Nagaitis
Duração: 48 min.

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