Home TVEpisódio Crítica | The Walking Dead: Daryl Dixon – 1X02: Alouette

Crítica | The Walking Dead: Daryl Dixon – 1X02: Alouette

Invadindo um castelo.

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

Esta série é muito maluca. As representações de uma época medieval que aparecem no episódio de estreia ganham ainda mais força em Alouette. É uma proposta assumidamente estranha, às vezes forçadamente anacrônica em suas caricaturas e alusões às Cruzadas, Revolução Francesa, etc, mas, de certa forma, inadvertidamente curiosa e um tipo de entretenimento visualmente divertido para a franquia. Está longe de ser algo bem pensado, com uma identidade própria que possa estabelecer a premissa diferentona com algum tipo de substância para suas metáforas e inspirações, só que tem o inusitado como força por trás da narrativa.

Começando pelo flashback de Isabelle, acompanhamos uma espécie de história de origem tragicamente mítica para Laurent, que foi retirado a força do útero de sua mãe que se torna um zumbi logo em seguida, ao mesmo tempo que a volta ao passado é uma escolha narrativa para estabelecer e nos fazer conhecer melhor a co-protagonista de Daryl. Tudo aqui soa mais interessante do que a execução, porque, em linhas gerais, vemos mais um bloco comum de início do surto zumbi que não tem nada de lá muito interessante em termos de direção ou suspense, e nem traz alguma personalidade carismática ou singular para Isabelle. É um flashback bem chato, aliás, numa Paris que não parece um verdadeiro epicentro caótico.

Voltando ao núcleo principal do seriado, temos uma história praticamente episódica, quase filler eu diria, em que o grupo de Daryl encontra alguns jovens sobreviventes. A caracterização e o estilo narrativo alude a contos de jovens revolucionários e de uma fraternidade bonita, até no encaminhamento da aventura que toma frente do episódio: invadir um castelo em que o vilão é um típico redneck americano estereotipado. Confesso que ver Daryl lutando com um mangual em um cerco de castelo de zumbis não é a pior coisa do mundo, na forma de entretenimento superficial que essa série entrega, mas falta uma direção e construção de cenas melhores para almejar o lado medieval e swashbuckler que a produção se inspira – a cena de Daryl pulando a ponte é uma das piores sequências que a franquia já viu.

Uma coisa é certa, quem preza por verossimilhança, lógica e uma história pé no chão não vai encontrar interesse no spin-off. Os conceitos não fazem sentido, as alusões são arbitrárias, o drama é raso, o suspense é quase inexistente e o estabelecimento da história parte de uma premissa que parece ter sido bradada por um estagiário na linha de “e se misturássemos TWD com algo medieval na França“. A maluquice aqui tem seus momentos, porém, tanto pela ação (em pequenas doses) quanto pelos cenários, escolhas de armas e até figurinos “medievais”. Metáforas de religião e uma narrativa de odisseia não vão ser achadas aqui, mas tô me divertindo suficientemente numa linha logo acima do ruim para não morrer de tédio com mais uma série indiferente da franquia.

The Walking Dead: Daryl Dixon – 1X02: Alouette (EUA, 17 de setembro de 2023)
Desenvolvimento: David Zabel
Direção: Daniel Percival
Roteiro: David Zabel, Jason Richman
Elenco: Norman Reedus, Clémence Poésy, Louis Puech Scigliuzzi, Laïka Blanc-Francard, Anne Charrier, Romain Levi, Adam Nagaitis
Duração: 60 min.

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